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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Temos deputado. O que esperar dele?

Depois de duas décadas Limeira tem, novamente, um deputado federal eleito com votos majoritários de limeirenses. E com suas origens também locais. Um resultado que parecia impossível, devido ao excesso de candidatos na disputa e mais os de fora que aqui aportaram. Mesmo sem expressiva votação, mas o suficiente para garantir uma cadeira na Câmara Federal, o vereador Miguel Lombardi (PR), puxado por Tiririca na proporcionalidade dos votos e o número de cadeiras garantido pelo coeficiente eleitoral, quebrou esse desconfortável jejum de representatividade. O Município bateu na trave com o candidato mais votado, também em Limeira, para deputado estadual, o ex-vereador Mario Botion (PEN), que perdeu a vaga por apenas 92 votos. Mesmo assim, é preciso conter o entusiasmo e recolher um pouco os aplausos, porque agora começa uma nova etapa, que se sabe será das mais difíceis, na qual apenas uma andorinha terá que se juntar às demais, para garantir que o voo pode ser,de fato, alto. O parlamento é outro e Lombardi terá que se sobressair sobre seus novos parceiros, para garantir que sua eleição não tenha sido em vão, e faça um trabalho profícuo. E que, de fato, representará os avanços tão esperados por todos nós, numa casa legislativa que há anos não contava com ninguém da cidade por lá.
Independentemente de ideologia ou coloração partidária, a população limeirense – a que nele confiou e a parcela que optou por outros candidatos também – espera ansiosa para acompanhar a atuação de “Miguelzinho”, como é conhecido por aqui, em Brasília. E mais que isso, deverá cobrá-lo, mesmo sabendo que ele é apenas uma voz a ser ouvida, em meio outras 500 que lá estarão também representadas. A euforia não pode se sobrepor à razão, mesmo quando o coração aparente felicidade. E é justamente nesse ponto que devemos abraçar a realidade e pensar no que poderá ser feito daqui para frente. Como é preciso louvar o mérito da conquista, pois é do conhecimento de todos – e nesse caso não é necessário ser especialista – o grau de dificuldade para se chegar a um patamar como esse. É essa consciência que deve nortear, obrigatoriamente, o trabalho do vereador Miguel Lombardi, que a partir de 2015 terá, pelos próximos quatro anos, sua cadeira cativa no parlamento federal e precisa se preparar para isso. Principalmente por que lá ele não contará com pares tão conhecidos e previsíveis, como aqueles que hoje fazem assento na Câmara Municipal. Essa é, sem dúvida alguma, a primeira dificuldade que deverá superar para que tenha uma jornada vitoriosa no Planalto Central. Tanto quanto a que já conquistou por aqui.
O ex-prefeito, eleito deputado federal na década de 1980, Jurandyr Paixão, costumava dizer que ele era só mais um, em meio a tantos outros, e aqui ele estava entre os seus e sempre em evidência. Tanto que para cá voltou para se eleger prefeito, mais uma vez, e ter sua notoriedade e autoridade (de que tanto gostava) de volta.
Espera-se que, 20 anos depois, Lombardi não seja tomado pelo mesmo sentimento - que trouxe Paixão  de volta - e tenha ofuscado esse momento pelo qual tanto lutou. E pelo qual faz exatos 20 anos que os limeirenses lutam. Sua jornada não será fácil. Assim como conquistou seu espaço por aqui, terá que brigar muito mais por elem de agora em diante. Se tiver levado tudo isso em conta quando se candidatou, tem chances de se sair bem. Caso contrário...

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