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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

E despertou...
...o interesse participativo, definitivamente esta Gazeta, desde que abriu um espaço fixo, destinado à opinião dos leitores, publicado aos sábados. Com a “Gazeta dos Leitores”, deu-se início a um processo de interação maior com o jornal e com os próprios colunistas, em comentários sobre o que escrevem. Tenho recebido muitos e publicado, na medida do possível, sempre que é um comentário a respeito do que escrevi ou uma sugestão qualquer.

O desabafo!
Sobre o artigo que escrevi na terça-feira, na coluna Texto & Contexto (“Des”, de desabafo), o leitor Ricardo Scuracchio enviou-me o seguinte e-mail, a respeito do tema que tratei, o qual transcrevo na íntegra: “Talvez essa continuidade de comentários possa evidenciar alguma ação para coibir os atos demeritórios dos chamados vereadores. A bem ver, devem ‘ver as dores’ do povo que os elegeu, pois a subserviência ao Executivo enoja! Aguardamos o Conselho Comunitário, que será presidido pelo juiz Barrichello, para almejarmos representatividade que nos faculte acionarmos o Ministério Público para uma fiscalização transparente e contínua dos atos do Legislativo e, claro, do Executivo. Continue no mesmo diapasão, pois o município necessita ser informado com equilíbrio”.

Sobre ônibus
Ainda sobre as tarifas do transporte público, em Limeira, um amigo que gosta muito de Campo Grande e tem raízes por lá - assim como a ex-BBB Priscila -, mas está em Limeira há muito tempo, me enviou e-mail falando sobre o preço cobrado por lá, o mais alto do País. Diz ele que, se lá a tarifa é alta, ao contrário de Limeira tem uma integração espetacular. A troca de itinerários é sem cobrança de nova tarifa. Nos bairros, segundo esse amigo, “existem ilhas nos cruzamentos, com toda a segurança e aqueles abrigos iguais aos de Curitiba”.

Coisa de louco
E vai mais longe. Lembra que, em Limeira, se pega um ônibus em determinado bairro, desce-se na praça e precisa pagar outra passagem para ir a outro local... Promessas, caro amigo. Promessas. Nenhum compromisso prático assumido...

Sem resposta
E os números apresentados na coluna do último sábado foram tão contundentes e reais que, de forma técnica, a Prefeitura nem os contestou. Também não os questionou, nem pelo lado político da situação. Bom saber que estão aprendendo a respeitar as informações corretas e as opiniões também! Assim é a democracia.

Mais elogios!
Como sempre digo, às vezes têm elogios também. Não é só crítica, não! E outra ação da Prefeitura que merece ser enaltecida são as obras dos rebaixamentos de guias nas esquinas, para acessibilidade às pessoas portadoras de necessidades especiais. Estão ficando dignas de Primeiro Mundo (embora a nomenclatura, hoje, seja execrada). É preciso, entretanto, corrigir o erro do ex-hospital da mulher - hoje AME - que foi inaugurado sem uma rampa sequer. Erro que ainda ninguém assumiu!

CPI.....ZZA??
A massa já está assando. Falta só mesmo escolher um recheio adequado para finalizar a pizza da CPI do Fantasma, instalada recentemente na Câmara de Limeira. Os indícios dão conta de que a pizzaria legislativa vai servir uma enorme e suculenta pizza... E marmelada de sobremesa. Para quem gosta, um prato cheio!

Para assustar
O que tem de viatura da Polícia Federal circulando em Limeira... é um espetáculo à parte! O município, aliás, já faz por merecer uma Delegacia da PF. Que tal?

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 27 de outubro de 2009

"Des", de desabafo

O tema sobre o qual estou me debruçando hoje neste espaço a mim reservado todas as terças-feiras não é novo. Transformou-se na mais escandalosa rotina, preenchendo o cotidiano brasileiro com três “des”, que são a cara deste País e de seus políticos: descaramento, desconfiança e descrença. Perdeu-se a vergonha por inteiro, a ponto de não se notar mais nem os disfarces - e máscaras - que esses atores costumavam usar, quando uma crítica ou denúncia lhes diziam respeito.
Não se preocupam sequer com a aparência, que acabou transformando a prática da aliança política em troca. Barganha por sabe-se lá o que, pelo simples fato de se manter o status do poder. O correto, mesmo, é substituir o termo “aliança” por conchavo, ou no seu mais triste sinônimo, conluio, cujo significado é “combinação entre duas ou mais pessoas, para prejudicar outrem; maquinação, conspiração, trama”. A carapuça deixou de ser a veste da vergonha, para se tornar traje obrigatório.
É dessa forma que a maioria, de prefeitos ao presidente da República (passando por vereadores, deputados, governadores e senadores), age. Virou prática!
E o nível do descaramento chegou a tal ponto, que eles estão pouco se lixando para a opinião pública - como disse recentemente um deputado - e se prestam a qualquer papel, para não perderem as benesses que lhes são garantidas por posturas pouco confiáveis. Convenientes mesmo só a eles próprios. O “não se lixar para a opinião pública” tem o mesmo significado do que dizer “vocês só têm importância na hora de votar para nos eleger”. Depois, viram as costas. E parafraseando um ex-presidente, pedem para que esqueçamos tudo o que falaram; projetos e compromissos assumidos com a comunidade se transformam em mero interesse pessoal.
Esse descaramento desenfreado acaba por promover a desconfiança do cidadão, que apático e abatido pelo desrespeito inevitável, esquece que tem em mãos a mais poderosa arma contra esses verdadeiros usurpadores da vontade popular: o voto; o poder de decisão sobre o futuro de cada político. E que da mesma forma que o elegeu pode jogá-lo no limo. Político que deixou de ser “cortês, delicado ou estadista”, como está nos bons dicionários, para ser um grande oportunista.
E, num último estágio, essa desconfiança transforma-se em descrença, que hoje se abate sobre todos nós, que de protagonistas dessa história nos transformamos em personagens secundários, nas mãos de diretores de filmes de segunda. Ou até terceira categoria.
O que está se assistindo, hoje, na Câmara de Limeira, nesse triste espetáculo chamado CPI do Fantasma, é a mais contundente prova de tudo do que descrevi acima. O que não precisamos, e isso é fato, é de mais sete atores para compor o elenco atual dessa tragédia. Já temos personagens demais. E o que é pior, que desconhecem o próprio roteiro, para o qual foram escolhidos. Vão no improviso dos que não querem se comprometer com nada. Muito menos com a verdade!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 24 de outubro de 2009

Foi às alturas!
Com o aumento de 9% nas passagens dos ônibus urbanos - que entra em vigor no próximo dia 9 - e anunciado pela Prefeitura no último dia 16, a tarifa do transporte coletivo em Limeira, que vai de R$ 2,20 a R$2,40, está agora entre as mais altas do País, superando inclusive capitais como Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Alegre, Porto Velho e São Paulo, que cobram R$ 2,30. Além disso, conforme mostrou a Gazeta, foi o segundo reajuste em oito meses.

Números reais
A conclusão é lógica e acabou se tornando possível, após o Jornal Nacional ter mostrado, em sua edição da última quinta-feira, 22, que Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tem o valor mais alto do País, que é de R$ 2,50. Ou seja, dez centavos a mais que Limeira. Só a capital paulista e o Distrito Federal não aumentaram as tarifas do transporte público. Os números são frios e não mentem.

Outros números
A matéria do Jornal Nacional também mostrou, que de acordo com o IBGE, a “inflação de janeiro a setembro deste ano foi de 3,21%. Para o transporte urbano, foi de 5,33%, ou seja, 66% maior”. E no caso de Limeira, que teve dois reajustes, esses percentuais podem ser maiores ainda. Um economista entrevistado disse que, apesar de cada cidade ter suas peculiaridades, os principais itens que pesam no cálculo da passagem não subiram mais que a inflação.

E quem puder...
...que conte outra. Alguém pode, com informações técnicas, explicar o reajuste em Limeira? Anúncio de melhorias - que nunca vem - apenas não vale. É preciso mostrar uma situação prática e real para isso. Aliás, vale lembrar, que o transporte público sempre foi uma Caixa de Pandora. Um setor onde a transparência passa longe. Muito longe!!!

Cobrança justa
Um concursado da Guarda Municipal (GM), aprovado no último concurso, iniciado em 2007 e que abriu 259 vagas, segundo ele, está tentando obter informações sobre a chamada dos vencedores. Ainda segundo o ele, em e-mail enviado a este colunista e cujo nome vou manter no anonimato, foram 22 aprovados - hoje são 21, por que um faleceu - e até agora não há previsão para as contratações. À espera da chamada, ele afirma que “a referida instituição está com uma defasagem de efetivo muito grande e nem se fala em nossa contratação”. Tai, mais um pepino para ser descascado pela administração pública limeirense.

Assombrações
Fantasmas? Buuuhhhhh! Hoje não vou falar nada sobre a CPI dos Fantasmas, que rola na Câmara Municipal. Tava tão quieta, que até achei que a própria ‘comissão para lamentar o inquérito’ tinha virado um ectoplasma. Fico assustado, pois acho assombrosa a atuação dos vereadores limeirenses. Assombram o bom senso e nossa inteligência. Toda semana!

Espaço público
Todos os sábados, a Gazeta traz a Gazeta dos Leitores. Um espaço para a opinião do leitor. Escreva, opine, comente. E-mail: leitores @gazetadelimeira.com.br

Frase da Semana
“Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”. Do presidente Lula, sobre a governabilidade do Brasil. Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada anteontem, dia 22.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Limite fisiológico
No mesmo dia em que este colunista comentava sobre as funções “esquecidas” da GM, na coluna de terça-feira, e esta Gazeta trazia outra manchete sobre vandalismo, agora em propriedades particulares, o secretário da Segurança Pública de Limeira, Siddhartha Carneiro Leão, anunciava medidas para coibir os problemas mostrados no domingo, sobre o uso indevido do banheiro público da Praça Toledo Barros. Fechar o mictório mais cedo foi o primeiro anúncio. Depois falou em maior atuação do pelotão ciclístico da Guarda Municipal e, ainda, na possibilidade de voltar algumas câmeras de monitoramento para o local.

Falou, ao menos
Pelo sim ou pelo não, o secretário deu uma satisfação à população, com o anúncio de prováveis medidas. O reforço da segurança é o mais importante. O uso das câmeras de monitoramento também é uma opção. Agora, limitar o “xixi” do povo é engraçado. É preciso, agora, que as duas medidas fiscalizatórias sejam implantadas o mais rápido possível. Quanto à outra... bem, requer um estudo sobre a frequência noturna ao banheiro público. Como havia escrito no meu artigo, a GM precisa, com urgência, atuar também pela sua função básica, ou seja, a fiscalização dos logradouros e propriedades públicos municipais.

Indústria do lucro
O aumento nas denúncias sobre multas indevidas e mal aplicadas pelos agentes de trânsito simplesmente está se multiplicando dia após dia. Motoristas multados estão mostrando os avisos e os motivos das penalidades, que conflitam com o mínimo de bom-senso. Há algo de podre no reino dos laranjais. O que fazer???

Sugestãozinha...
Já que os agentes gostam tanto de multar, vou sugerir que fiquem, pelo menos por um período inteiro, na confluência das ruas Santa Josefa e Duque de Caxias, onde há um semáforo. Não sei se havia talões suficientes para os infratores, que desrespeitam tanto o sinal vermelho como o verde para pedestres. Ouso dizer que seria uma extraordinária arrecadação aos cofres públicos, tamanha a falta de educação que se vê no local. Não sobraria, também, moto a ser multada!

Notícia positiva
Ao julgar um pedido de habeas corpus de um agente da Polícia Civil de Brasília, sobre tortura, cuja investigação criminal foi conduzida pelo Ministério Público (MP), a 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o MP tem, sim, competência para realizar - por iniciativa e presidência - investigação criminal. O STF ainda julga, no Plenário do Tribunal o poder investigatório do MP. Em todo caso esse é um bom sinal, que pode tirar, definitivamente, a exclusividade e monopólio desse tipo de investigação das mãos apenas da polícia. O habeas corpus do “torturador” foi negado!

Médicos e GMs
A Prefeitura, através de e-mail a este colunista, tentou justificar o aumento salarial - mais incorporação de gratificação de 15% - aos médicos, que destaquei na coluna da última quinta-feira, fazendo um comparativo com a situação dos GMs. Segundo a assessoria, não foi “aumento e sim criação de cargos” e “nem equiparação com a região”. O projeto, diga-se, trata de mudança de referência e foi defendido pelo próprio secretário da Saúde, Gerson Hansen Martins, como forma de aumentar, sim, os salários desses profissionais e segurá-los no PSF. Em nenhum momento foi tratado como “criação de novos cargos”. Em outra oportunidade, o prefeito já tinha beneficiado médicos e dentistas com aumentos. O que, diga-se, é muito justo. Como seria, se o fizesse também com a GM.

Foi semântica!
O que pegou, de fato, foi a comparação das situações. Mesmo porque o título da matéria que tratou do tema, da jornalista Bruna Lencioni, e publicada nesta Gazeta no último dia 14, foi clara e não foi contestada: “Para segurar médicos do PSF, Prefeitura aumenta salários”. E o secretário da Saúde foi bem objetivo e enfático, ao dizer que “os salários precisavam ser equiparados com os dos médicos da região, que também desempenham atividades em PSF”. Esclarecido!?

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Reinventando a GM

A manchete desta Gazeta do domingo (“Toledo Barros: banheiro é motel público em pleno dia”) deve valer como alerta aos homens que comandam a segurança pública municipal, pois nem só de aparência e inusitadas operações policiais vive a Guarda Municipal, corporação que é tida como exemplo e símbolo, no País, para as demais guardas civis, hoje sob a responsabilidade de cada município. Está mais que na hora de repensar sobre seu papel inicial.
Faz tempo - e infelizmente essa situação se repete e tem sido mostrada até com certa frequência na mídia - que se comenta sobre a desvirtuação das funções da GM, que de zeladora do patrimônio público municipal passou a coadjuvante de uma segurança pública, que é função precípua do Estado, através das polícias Civil e Militar. E em alguns casos até mesmo de agente direto dessa segurança, em megaoperações de combate ao crime organizado, como narcotráfico e bingos clandestinos, até ações antissequestro e de enfrentamento mesmo.
Nada a recriminar e muito a incentivar e elogiar por essa atuação preventiva, não fosse o esquecimento daquela primeira função de que tratei acima, da criação de qualquer guarda civil. Mesmo porque é sempre bom lembrar que, hoje, infelizmente, o próprio Estado não cumpre com suas obrigações, mantendo polícias mal preparadas e equipadas, além de desestimuladas por baixos soldos, que têm seus quadros seduzidos pela corrupção, através do dinheiro fácil de várias “máfias”.
Voltemos, então, à questão dos locais e prédios públicos, em que não se veem nem a sombra de um GM a lhes dar proteção. E aí sobra a utilização indevida, como é o caso do banheiro público da Toledo Barros, e de edificações pichadas, no mais alto grau de vandalismo, como é o caso do Museu e Biblioteca municipais, que se transformaram em exemplo claro - e muito sujo - dessa ausência de segurança, que deveria estar, definitivamente, sob responsabilidade da GM. Ou pelo menos de parte dela, para que a outra, mais preparada, equipada, treinada e circulando em vistosas viaturas, envergando armas modernas - até mesmo as controversas não letais - e em fardas de combate, possa dar continuidade ao seu eficaz trabalho de apoio à segurança pública, na batalha contra a violência crescente no município.
É preciso, com urgência, que a corporação retome seu trabalho de proteção a prédios e logradouros públicos, para evitar justamente casos denunciados pelos meios de comunicação, como o retratado na manchete do domingo deste jornal. E coibir situações como as do Museu e Biblioteca, um verdadeiro cartão postal às avessas de Limeira. Só para citar os dois exemplos. Se isso não acontecer, corre-se o risco de cair naquele velho ditado popular, que trata justamente das aparências: “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Ninguém pretende reinventar a roda, apenas mostrar que para funcionar ela precisa sempre girar sobre seu próprio eixo!

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Semana curta
Feriado e semana curta. Também para a política. Na Câmara, que teve sessão na terça, tudo tranquilo e caminhando como o prefeito Sílvio Félix (PDT) gosta: projetos aprovados sem discussão (mesmo os mais polêmicos, como o do ITBI, por unanimidade...), o que restringe a ação do MST no horto, aprovado com um voto contrário e algumas ausências justificadas (???). E a “comissão para lamentar o inquérito” do fantasma, recebendo a defesa de Félix. De última hora!

Tranquilidade
E olha só a formação da CPI: Silvio Brito (PDT), presidente; Nilce Segalla (PTB), relatora e Elza Tank (PTB), Miguel Lombardi (PR) e Paulo Hadich (PSB), membros. Está tranquilo o prefeito, ou não? Não será o voto do único oposicionista (Hadich), que vai mudar o sabor da pizza. Ou alguém acredita em isenção e imparcialidade com Brito, Segalla, Elza Tank e Lombardi? Não vão, com certeza, desafiar a chefia.

Agente laranja
Não! Não estou falando do gás desfolhante, composto de dois herbicidas, utilizado na guerra do Vietnã, pelos americanos. São dos nossos “agentes laranjas”, os “laranjinhas”. Que estão multando sem parar, chegando ao cúmulo de dois deles aplicarem três multas, em apenas sete minutos ao mesmo motorista e pelo mesmo motivo: falta de cinto de segurança. E o mais incrível, no mesmo local, conforme mostrou a Gazeta na quarta-feira.

Coincidências...
E só para completar: na quinta-feira, a Gazeta mostrou outro caso de um único motorista, que levou outras três multas, também no mesmo local do primeiro e em menos de 12 minutos. O problema é que até agora, desde que começaram a multar, os “laranjinhas” estão descontrolados; não há regras e são unanimidade na hora das reclamações. Não que não haja motorista infrator - e como tem, nesta terra da laranja - mas é preciso um mínimo de critério e bom senso.

Um lado bom
Depois de todas essas denúncias, é que alguns agentes despiram-se de seus blocos e foram para a praça desenvolver ações educativas sobre a necessidade de se respeitar as leis de trânsito. Interessante e oportuno. Mais interessante, ainda, seria se sempre agissem assim. Orientando e educando e, em último caso (que sabemos, o desrespeito por falta de educação existe, mesmo), a multa. Enfim, é preciso sempre distinguir a multa educativa e punitiva daquela que traz escondida a voracidade da administração pública por arrecadação. Acredito mais nessa última, como parâmetro de nossos agentes laranjas...

E-mail legal!
Sobre meus comentários, na última quinta-feira, nesta coluna, sobre os GMs e médicos, recebi o seguinte e-mail, de um GM, cujo nome manterei no anonimato: “Muito Obrigado. Só posso começar esse e-mail dizendo isso com todo o coração. Qual minha surpresa chegar ontem à noite na minha casa e ler as notícias do dia, bem, dia quase passado já, pois sou guarda municipal, e após 12 horas de serviço só posso ler mesmo à noite. Bem, vejo a notícia que o nosso excelentíssimo prefeito se dispôs a ir até a Câmara Municipal e se justificar... pode? Nós esperamos um simples contato e ele nem se deu ao trabalho. E o caso da equiparação com os médicos da região... também não era esse nosso argumento? Olha, hoje você me deixou de alma lavada. Muitíssimo obrigado. Continue assim, pois agora eu vejo que temos aqui pessoas com brio, ética e caráter... um abraço”.

Frase da Semana
“Quem é a favor do MST vota contra essa lei, quem é contra o movimento, vota a favor”. Do presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), após votação da lei de zoneamento, de autoria do prefeito Silvio Félix, que restringe ação do MST no Horto.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Para explicar
Confesso que estou confuso. Ao abrir a Gazeta de ontem, à página 3, deparei-me com matéria da jornalista Bruna Lencioni ("Para segurar médicos do PSF, Prefeitura aumenta salários"), sobre projeto do prefeito Sílvio Félix (PDT), aprovado anteontem na Câmara, em regime de urgência, reajustando salários dos profissionais da saúde e incorporando gratificações. Pergunta-se: por que os GMs, quando entraram em greve, não tiveram a mesma atenção de Félix?

Igual, ou não?
O secretário da Saúde, Gerson Hansen Martins, alegou que era preciso equiparar salários dos médicos de Limeira aos da região, que também desempenham atividades em PSF. Ora, os GMs também queriam essa equiparação. O prefeito negou e publicou vários anúncios em jornais, alegando que nada poderia ser feito fora da data base da categoria. E com os médicos, pode? Eles são diferentes dos demais servidores públicos?

Um lembrete
Os médicos merecem esse aumento. Até mais, pois a saúde é essencial dentro de uma comunidade, assim como a educação. Só que segurança pública também é essencial. E os GMs - independentemente da briga política entre o prefeito e o Sindisel - também merecem ser valorizados e bem tratados. Agora fica uma saia justa para Félix, que no meu modo de ver acabou por se utilizar de dois pesos e duas medidas, para uma única situação.

Educação zero
Ainda repercute as denúncias de depredação ao carro de uma professora e ameaças de estupro, numa mesma escola em Limeira. As tentativas de desconstrução dos denunciantes pela diretoria do estabelecimento, Diretoria Regional de Ensino e Secretaria Estadual da Educação foram em vão. Todos sabem que o nível de violência nas instituições estaduais de ensino é crítico, embora tentem negar, pintando um quadro surreal sobre a dura realidade das escolas públicas.

Leitor atento...
O leitor Melquisedec Oliveira da Silva, que autorizou a publicação de seu nome, enviou a este colunista um comentário (que teve também sua publicação autorizada), sobre os últimos acontecimentos, mostrando a descrença da população com o atual sistema educacional e seus dirigentes. Leia o comentário abaixo!

'Faz de contas'
"Vivemos em um país de faz de conta. O malandro é aceito socialmente como o mais honesto e a mentira deslavada é reverenciada como a mais pura verdade. O governo produz incessantes fantasias com pensamentos "embriagados" e consegue agradar 80% da população. Tristeza. Quem está dentro de uma sala de aula sabe que nossas escolas públicas se tornaram verdadeiras "panelas de pressão". A violência da sociedade é amplificada dentro das escolas. Burocratas ligados à Secretaria de Estado de Educação, não querendo mostrar ingerências educacionais, sempre distorcem a realidade escolar. Quando não nas costas do professor, jogam o problema para a imprensa que só divulga más notícias". (Melquisedec Oliveira da Silva)

É a cidadania
Não dá para discordar do leitor! Ainda sobre o tema, postei um novo texto no meu blog. Leia e comente: http://colunatextoecontexto.blogspot.com/

Alguns elogios
Como nem só de crítica vive o jornalista, é preciso elogiar - e aplaudir - a instalação de vários sarjetões ao longo de vários cruzamentos da rua Senador Vergueiro, no Centro Acima. Obras simples e de grande valia, que contribuem ainda mais com a fluidez do tráfego. Não é preciso inventar, basta fazer o necessário!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Consciência coletiva

Venho, através de minha coluna na Gazeta, Texto&Contexto, e através deste blog, lançando desafios à classe dirigente educacional, sobre os graves problemas que a escola pública, em especial as de responsabilidade do Estado, enfrenta. A própria Gazeta, em duas matérias seguidas, em curto espaço de tempo, mostrou a realidade nua e crua dessa situação.
Duas denúncias envolvendo o mesmo estabelecimento escolar, cuja direção teima em não abrir os olhos para os perigos da omissão, tenta esconder fatos gravíssimos, que felizmente veio à tona.
O primeiro, através de uma professora da escola, que teve seu carro depredado por um adolescente de 14 anos, reincidente em ameaças, que tanto a diretora da escola - que nem sei o nome - e uma supervisora da Diretoria Regional de Educação, em entrevista a uma emissora de televisão, tentaram descaracterizar a denúncia. Esta última tentanto achar pelo em ovos, afirmando que a imprensa só divulga más notícias. E, o segundo fato, a denúncia de pais de uma aluna - inclusive com confirmação de outros estudantes e até mesmo funcionários da própria escola - que meninas estariam sendo vítimas de ameaça de estupro, por um rapaz, que costumeiramente vai até a escola. Armado.
E pasmem sobre a reação da mesma diretora: "estão querendo denegrir a escola", disse ela à reportagem da Gazeta. Outro absurdo e um abuso de autoridade sem tamanho, agora chancelado pela própria Secretaria de Estado da Educação, que afirma não haver problemas dessa natureza. Que pena. Estão todos de olhos fechados, sonhando com um mundo irreal, de "faz de contas", esperando apenas o pior acontecer. Quem está denegrindo a Educação Pública? É a imprensa? Pais desesperados? Professores ameaçados?
Infelizmente, quem se omite e empurra responsabilidades com a barriga são justamente aqueles que denigrem a própria Educação, que um dia juraram defender e honrar. São, hoje, ex-educadores, travestidos de dirigentes escolares. Nos seus mais diversos níveis.
A sociedade, felizmente, tem consciência disso. E sabe separar - e muito bem - quem está e quem não está interessado em resolver os problemas. Sobre esse tema, recebi um e-mail do leitor Melsquisedec Oliveira da Silva, que autorizou a publicação do mesmo e também do seu nome. Também comentando o que escrevi em minha coluna.
Leia, a seguir, na íntegra, o comentário de Melquisedec, que estarei publicando, também, em minha coluna de quinta-feira, na Gazeta. Escreveu o leitor: "Vivemos em um país de faz de conta. O malandro é aceito socialmente como o mais honesto e a mentira deslavada é reverenciada como a mais pura verdade. O governo produz incessantes fantasias com pensamentos "embriagados" e consegue agradar 80% da população. Tristeza. Quem está dentro de uma sala de aula sabe que nossas escolas públicas se tornaram verdadeiras "panelas de pressão". A violência da sociedade é amplificada dentro das escolas. Burocratas ligados à Secretaria de Estado de Educação, não querendo mostrar ingerências educacionais, sempre distorcem a realidade escolar. Quando não nas costas do professor, jogam o problema para a imprensa que só divulga más notícias".

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Apagão político
“Acho que houve uma espécie de apagão em matéria de Enem. Isso complicou muito a situação do sistema universitário, que confiou em que o Enem fosse funcionar”. Essa frase até poderia passar em branco, não tivesse saído da boca do governador José Serra (PSDB). Uma semana depois de o MEC ter cancelado o Exame, por fraude e vazamento. Curiosa a declaração de Serra, porque é política e comemora o fracasso da primeira tentativa de unificar vestibulares no País e que agradou muito também à Unicamp e USP, amplamente contrárias a esse tipo de avaliação.

Ainda o Enem
Na realidade, o ex-presidente tucano FHC tentou algo parecido, porém não teve coragem de enfrentar o lobby das fundações que preparam vestibulares, como Comvest, da Unicamp, e Fuvest, da USP. Uma unificação, que com certeza, contraria muitos interesses. E interesses financeiros. Só a inscrição para a Unicamp, por exemplo, custa R$ 115,00. Da Fuvest, R$ 100,00.

É elementar...
As peças, se bem colocadas, encaixam-se perfeitamente feito um brinquedo Lego, se alguém se propuser a pensar e analisar todo o vazamento das provas do Enem. Basta colocar as peças na sequência lógica de todo esse processo. Sou, e sempre fui, um crítico contumaz das chamadas teorias conspiratórias. Porém, quando as coincidências são tão claras e evidentes, não dá para deixar de imaginar o que pode ter acontecido. Há um ditado que diz o seguinte: “se você apostar num cavalo e ele vencer, é sorte; se apostar pela segunda vez no mesmo cavalo, e ele vencer novamente, é coincidência; porém, se apostar uma terceira vez, e ele voltar a vencer o páreo, continue apostando, que o cavalo é bom”. Cada um pode tirar sua própria conclusão. Eu já tirei a minha!

Até quando??
No mês passado, esta Gazeta denunciou a violência de um adolescente contra uma professora numa escola estadual de Limeira, que teve seu carro depredado. A professora não quis mais voltar a lecionar lá e a diretoria do estabelecimento contemporizou, tentou ocultar a denúncia e a Diretoria de Ensino também nada fez, a não ser uma entrevista de uma supervisora a uma emissora de TV, que tentou descaracterizar o caso e culpar a imprensa pela divulgação de más notícias.

Outra história
Pois bem, uma nova denúncia envolve a mesma escola. Mais grave e com a confirmação de funcionários da unidade. Meninas estariam sendo ameaçadas de estupro por um homem, que já invadiu a escola armado. A denúncia é dos pais de uma garota ameaçada. E de forma orquestrada, a diretoria do estabelecimento diz que é mentira, que estão querendo denegrir a instituição, com a anuência da própria Secretaria de Estado da Educação, que também nega o fato relatado. A Diretoria Regional de Ensino diz que precisa de provas concretas. Então, vai se esperar uma jovem ser estuprada para comprovar a violência e, aí sim, tomar as providências? É triste. Chocante. Absurdo!

Está tudo azul!
Por que teimar em tapar o sol com a peneira e tentar mostrar uma realidade que não existe? Estamos, diariamente, vendo na mídia a que ponto chegou a Educação pública, gerenciada pelos estados, e nenhuma providência é tomada. Veja no meu blog (http://colunatextoecontexto.blogspot.com/) artigo recente que escrevi sobre isso: Insensibilidade que mata! O que se pede, apenas, é mais competência na Educação pública e humildade para reconhecer os problemas - que são graves, sérios e conhecidos - e buscar soluções práticas. Será que é tão difícil assim? Falta vontade política ou competência mesmo?

Frase da Semana
“Uma criança não é um projeto acabado que você pode modular. Ela é uma pessoa que precisa de permissão para ser protagonista se sua própria vida”. Carl Honoré, filósofo escocês, sobre a ansiedade dos pais em querer forçar os talentos dos próprios filhos. Em entrevista à IstoÉ, 07/07/09. Edição 2082.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Duas pesquisas...
...e o mesmo resultado. Uma, do site da Câmara, perguntando se “você acredita que Limeira voltará a ter 21 vereadores ainda nesta Legislatura?”. E a outra, da Gazeta, perguntando “com a aprovação da PEC, quando os novos vereadores devem tomar posse?”. Coincidência ou não, em ambas, ninguém acreditou em posse ainda nestes últimos dois anos e três meses de mandato eletivo.

Números falam
Apenas os números e as perguntas foram diferentes. Cada uma com seu perfil, porém, na busca de uma mesma resposta. O que praticamente aconteceu.Ouvindo o povoNa pesquisa do site da Câmara, 54,76% dos votantes afirmaram que Limeira não terá os 21 vereadores ainda nesta Legislatura, contra 42,24% que acham que os sete suplentes voltam. Na pesquisa do site da Gazeta, 86,08% responderam que os vereadores devem voltar só na próxima eleição e 13,92%, imediatamente. Porcentuais bastante expressivos, diga-se.

Resultado claro
Na verdade, ao se expressar dessa forma, os internautas eleitores - e vice-versa - estão dando uma resposta clara aos defensores do aumento do número de vereadores. São contra. Não querem mais gente para fazer nada. E ponto final! O que se está refletindo, também, na Justiça Eleitoral, que começa a negar pedidos de posse. Aqui em Limeira, cinco pedidos já foram negados. E que o TRE também entenda dessa forma, quando os recursos aparecerem por lá!

E começou cedo
Após a convenção estadual do último sábado, o PDT de Limeira começa a filiar alguns notáveis da administração municipal. Celso José Gonçalves, secretário de Obras, foi um deles. Outros - nem tão notáveis assim - foram apresentados pelos vereadores pedetistas Farid Zaine e Carlinhos Silva. E esse é o grande vício da política brasileira. Uns podem até se filiar por vontade e interesses próprios. Outros, se veem coagidos a tal. É assim que funciona. Infelizmente para a política!

Como a política...
...é o assunto. Alguém ainda duvida que Eliseu Daniel dos Santos e Constância Félix façam dobradinha em Limeira, pelo PDT, em 2010? O presidente da Câmara Municipal, à Câmara Federal e a primeira-dama, à Assembleia Legislativa paulista?

Enem e Pizza!!!
Se alguém acredita, de fato, que o vazamento das provas do Enem se resume a apenas um segurança (que era empacotador), um DJ e um dono de pizzaria dos Jardins, então é porque acreditam em gnomos, duendes, Papai Noel, coelhinho da Páscoa... Tem muito mais interesse nesse vazamento, do que supõe nossa “vã filosofia” e do que apurou a Polícia Federal. A história ainda vai contar esse episódio. “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay!!!”

Além do social
O MST precisa se definir. Se é um movimento social na busca pela reforma agrária justa - necessária e urgente neste país de latifúndios improdutivos - ou apenas um braço da baderna explícita. Destruir pés de laranja com o pretexto de plantio de cereais e outros cultivares vai muito além das necessidades básicas do movimento. Pelo espaçamento do solo entre cada árvore frutífera, daria para o manejo de outras culturas. Ao passar com um trator sobre as laranjeiras, o MST está enterrando sua verdadeira história, que não é a de alguns poucos e conhecidos baderneiros, que nada entendem de terra. Apenas de violência!

Opinião
O leitor da Gazeta ganhou um novo espaço para expressar sua opinião, dar sugestões ou fazer críticas sobre assuntos de interesse da comunidade. A “Gazeta dos Leitores” estreia neste sábado, e os textos podem ser encaminhados por carta ou pelo e-mail: leitores@gazetadelimeira.com.br.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um desafio para Félix

A confirmação das pré-candidaturas do presidente da Câmara, Eliseu Daniel do Santos, e da primeira-dama, Constância Félix, a deputado federal e estadual, respectivamente, ambas pelo PDT, anunciadas em primeira mão na edição de domingo desta Gazeta, começa a definir o cenário político de Limeira para 2010. Embora ainda distante - a confirmação só acontece em junho do próximo ano - esses primeiros dois nomes sinalizam os caminhos que devem nortear as eleições para o grupo do prefeito Sílvio Félix, hoje o inegável mandatário do partido em Limeira. É o prólogo de uma crônica de enredo já bem conhecido.
Somente os dois nomes? É evidente que não. E dentro do próprio PDT limeirense, em conversas de bastidores, há outros interessados e que garantem, também, ter legenda, entrando nesse páreo. Resta saber se haverá respaldo para duplicidade de candidaturas. E servirá para testar a influência de Félix em seu próprio ninho. É comum, nesses casos, vaidades pessoais atropelarem a coerência e acirrarem aquilo que em política se chama de “fogo amigo”. Que é, sem dúvida, o pior de todos os inimigos na política. O deputado Otoniel de Lima (PRB) e a oposição correm em raias próprias. Mas também podem ofuscar algumas pretensões.
O prefeito precisa se lembrar, antes de qualquer comemoração mais ostensiva, que mesmo fora do PDT ele tem aliados, que sonham também com seu apoio nas eleições do ano que vem, tanto à Assembleia como à Câmara Federal. E qualquer melindre num momento delicado dessa natureza, pode pôr toda estratégia traçada a perder. E a tarefa mais difícil para ele será, sem dúvida, transpor essa barreira e, quem sabe, fazer valer sua força dentro do partido, no Diretório Estadual. Se é que essa força existe e ele se tem, de fato, peso nas decisões do pedetismo paulista.
Nomes como Elza Tank (PTB), César Cortez (PV) e até mesmo do pedetista Carlinhos Silva devem povoar o subconsciente de Silvio Félix, porque são, inegavelmente, potenciais candidatos. Cortez afirma categoricamente que não abre mão de sua candidatura. A vereadora petebista anda com seu brilho ofuscado pelos últimos acontecimentos na Câmara, envolvendo a greve da GM. E Carlinhos Silva sonha acordado com uma legenda para federal. Todos os três são governistas, da tropa de elite do prefeito. Elza Tank mostrou que assimila bem as adversidades, mesmo depois que seu hospital da mulher foi para o espaço, numa decisão unilateral de Félix. Cortez é um poço de incertezas e Carlinhos Silva ainda não o vi lidando com pressões negativas. Portanto, de comportamento incerto.
Angariar composições e apoios formais a Eliseu e Constância é o desafio de Félix. Se conseguir unir todos os governistas em torno de seus preferidos, ele tem condições de sair vitorioso. Se não conseguir e houver pulverização de candidaturas, Limeira ficará, mais uma vez, sem representatividade política. Como está hoje!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 3 de outubro de 2009

À flor da pele
As últimas movimentações políticas, em Limeira, segundo fontes de bastidores, não estão agradando muito à vereadora Elza Tank (PTB), que tem mostrado irritação. A questão do Hospital da Mulher - hoje AME, até agora não implantado - ainda entristece a vereadora. Quem conta é gente próxima a ela.

Inferno astral
Outro que vive situação semelhante é o presidente da Casa, Eliseu Daniel dos Santos (PDT). Os últimos acontecimentos - bolsa de estudo da esposa, multas retiradas, o gabinete-consultório de Raul Nilsen Filho (PMDB), greve da GM, CPI do Gasparzinho, e as ações escancaradas pró-Félix - têm desgastado a imagem da Câmara Municipal, que abriga alguns pré-candidatos a deputado declarados. O próprio Eliseu é um deles.

Vai até Brasília
Trata-se de um desgaste que atingiu a classe política como um todo, hoje desprovida de qualquer credibilidade. O acúmulo de erros em ações que acentuam o interesse particular em detrimento do público é a principal causa dessa falta de crédito. E isso, infelizmente, só tende a complicar. Advogar em causa própria e de apadrinhados é, hoje, o único interesse de cada agente público. Se sobrar um tempinho eles fingem que atendem o povo, como gostam de dizer.

E vem de cima
O exemplo vem de lá. Do alto da pirâmide. Em que evidências, fatos e provas concretas não servem para nada. Porque todos são santos e estão se lixando para a opinião pública. É bom lembrar que em 2010 teremos nova oportunidade de fazer uma faxina - quase geral - para tentar limpar a sujeira acumulada sob o tapete.

Limpar a Pauta
Desde que assumiu a Vara da Fazenda Pública, o juiz Adilson Araki Ribeiro está mostrando muito dinamismo. Tem dado sentenças seguidas, que fica difícil até acompanhar. Em processos recentes e até mais antigos. E o que é mais gratificante: se expressa de forma clara e contundente, tanto na hora de condenar como de absolver. E contra sentença técnica não há argumento político.

Números reais
E a agilidade de Ribeiro impressiona. Ele tomou posse no dia 21 de setembro e já assinou no mínimo 5 sentenças de repercussão. A primeira, condenando Félix, Montesano e a SP Alimentação a devolver dinheiro da terceirização da merenda. Outras duas, negando duas ações do advogado Valmir Caetano contra o próprio Félix: uma da portaria do Prada e outra de multas aplicadas por GMs. Uma quarta, dando posse provisória do antigo Limeira Shopping à Prefeitura e agora, outra, obrigando a Prefeitura a pagar R$ 15 milhões pelas obras do antigo Paço (hoje Museu da Joia e Centro de Formação de Professores). Outras vêm aí!....

Quatro patas!
Alguns quadrúpedes teimam em achar que são motoristas. E preferem locais perigosos para desobedecer às regras do trânsito. No cruzamento entre as ruas Santa Josefa e Duque de Caxias há um semáforo de pedestre, que não é respeitado. Bastou fechar o sinal principal para uma das ruas, que os motoristas da outra logo atravessam. Em especial os motoqueiros de disk-entrega. E não respeitam se há ou não pedestres atravessando. E dificilmente se vê fiscalização no local, porque educação, apenas, não resolve mais. Isso sem contar as “madames” ao celular e volante ao mesmo tempo. As ferraduras devem estar apertando os seus pés!

Frase da Semana
“Eu não ganhei do Obama. Foi o Rio que ganhou de Chicago, de Madri e Tóquio”. Lula, após Jacques Rogge, presidente do COI, anunciar o Rio como sede da Olimpíada 2016. Ontem, em entrevista à TV Globo, na saída do Centro de Convenções em Copenhague, Dinamarca, onde foi a disputa.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Queimou o filme!
O presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), queimou o seu próprio filme, ao tentar bancar emenda à Lei Orgânica do Município, estabelecendo os 14 vereadores para Limeira, no momento em que foi aprovada no Congresso a PEC, que poderia trazer de volta as 21 cadeiras. Atingiu em cheio os suplentes postulantes às vagas “abertas”. Nenhum outro vereador quis bancar o desgaste.

Tudo pelo Sílvio
Na verdade, a proposta de Eliseu tinha endereço certo. Facilitar a vida do prefeito Sílvio Félix (PDT) caso esse número aumente mesmo. Félix teria mais gente com quem negociar. Politicamente, é evidente! Mesmo com os suplentes formando uma bancada amplamente governista. A dúvida é de qual Gabinete partiu a idéia?

Juiz diz que não
O juiz eleitoral da 66.ª Zona Eleitoral, Marcelo Ielo Amaro, foi claro: não diplomará os suplentes, caso seja requisitado para isso. Consultará o Ministério Público Eleitoral. E toma como base que “uma emenda constitucional não pode retroagir para modificar situações consagradas como ato jurídico perfeito”. Está correto o juiz. Suplentes já estão solicitando do Cartório Eleitoral recálculo do cociente eleitoral e posse imediata. As contradições sobre a lei, entretanto, ainda são fortes.

Corrigiu o erro
Ao sancionar a lei eleitoral, vetando as restrições ao uso da internet, o presidente Lula acabou com uma distorção absurda patrocinada pelos parlamentares e manteve a rede mundial de computadores, a web, como território livre para manifestação do pensamento. Merece elogios e, de forma clássica, atendeu aos preceitos básicos da democracia e da liberdade de expressão do pensamento, que muita gente não gosta nem de ouvir falar. O próprio Lula andou dando seus escorregões, mas redimiu-se ao liberar sites jornalísticos e de relacionamento, blogs e de candidatos para as eleições de 2010.

OAB manchada
Tradicional na defesa da ética e da democracia, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nacional, através de seu presidente Cezar Brito, pisou na bola, ao defender os políticos fichas-sujas, afirmando que para ser inelegível, o político precisa ser julgado por um colegiado de magistrados (vários juízes). Apenas uma denúncia ou condenação simples não teria valor.

1 milhão contra
Cezar Brito fez essa afirmação, ao comentar a entrega de mais de um milhão de assinaturas arrecadadas em projeto popular, que afasta qualquer ficha-suja da política e foi entregue ao presidente da Câmara Michel Temer, por entidades que combatem a corrupção. Os fichas-sujas agradecem o apoio de Brito!

Realidade oculta
Ainda sobre a violência praticada contra aquela professora, que teve seu carro destruído na escola onde leciona, postei um novo texto no meu blog, para completar o artigo da terça-feira, na edição impressa da Gazeta (“Indignação, apenas!”, que também está no blog). O título da nova postagem é “Insensibilidade que mata!” e faz uma análise da atual situação da educação no Estado de São Paulo. Para ler, basta acessar: http://colunatextoecontexto.blogspot.com/ .

Uma no cravo...
Nem bem chegou, o novo titular da Vara da Fazenda Pública de Limeira, Adilson Araki Ribeiro, já está mostrando a que veio. No mesmo dia (24/09) assinou duas sentenças: uma condenando a Prefeitura (caso da merenda) e outra isentando-a de culpa (portaria do Prada). E sem meias palavras. Muito bem fundamentadas.