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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Faço minhas as...
...palavras do jornalista Rafael Sereno, na coluna Prisma de ontem. Errou o presidente da Câmara, Ronei Martins (PT), ao não deixar o vereador Zé da Mix (PSD) se defender ao ser citado, da Tribuna, pelo ex-secretário da Saúde, Raul Nilsen (PMDB), que reassumiu sua cadeira no Legislativo. Raul tentava explicar a contratação emergencial para nebulização de criadouros do mosquito da dengue.

Deveria deixar
Além de um certo autoritarismo, Ronei contrariou sua própria convicção, de sempre permitir o debate e o contraponto naquela Casa. Falou mais alto o corporativismo situacionista do Legislativo, uma tentativa de blindagem a Raul.

E para entender
É que falando da Tribuna da Câmara, e como vereador, Raul Nilsen não correu riscos com perguntas incômodas dos repórteres, que cobriram - e cobrem - o caso.

Um órfão político
Das duas, uma. Ou sou ingênuo demais, ou os políticos é que são muito competentes. Ficarei com a primeira. Sempre tenho esperança de que a confiança depositada nas urnas seja retribuída. Mesmo estando órfão dos candidatos em quem votei....

A opinião pública

A cada pronunciamento, a cada ação preconceituosa e de intolerância - que são crimes - as entidades representativas dos médicos vão perdendo a batalha da informação. Mais que a luta pela melhora do sistema público de saúde, que é um legítimo e necessário debate, elas estimulam o ódio entre seus associados. Isso é desumano.

Exemplo do ódio

Na segunda-feira, no primeiro dia de treinamento de médicos estrangeiros em Fortaleza, um grupo deixou suas funções de lado para humilhar aos profissionais que lá estavam. Foram xingados e tratados como sub-raça. Vale uma reflexão: para esse ato de hostilização, patrocinado por um sindicato cearense, muitos pacientes, com certeza, deixaram de ser atendidos em hospitais e prontos-socorros.

A última de hoje

O sindicalismo ainda tem seu pé no início do século XX. A Mercedes pode deixar de gerar 3.500 empregos na região, devido a um desacordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira. Empresa alemã está prestes a se instalar em Iracemápolis.  

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Os críticos, os criticados e a mesmice

Limeira está prestes a entrar no mês de seu 187º aniversário de fundação e nunca viveu - pelo menos que se tenha conhecimento - um clima tão tenso em início de uma nova administração pública. Se é que se pode chamar todo esse período, de janeiro até aqui, de início. Enfim, não completou seu primeiro ano, porém, com agosto indo embora e setembro chegando, ninguém consegue vislumbrar um horizonte, que aponte na direção das mudanças político-administrativas tão amplamente alardeadas, como mote da campanha eleitoral da coligação PSB-PT, que hoje ocupa o principal gabinete no Edifíco Prada.
E não é a imprensa - que de nefasta não tem nada - nem a oposição que conspiram contra a situação. Contra o establishment, como se costuma dizer em política. Mesmo porque essa oposição se resume hoje em votar "não" nas sessões da Câmara Municipal ou a se utilizar das redes sociais para demonstrar seu descontentamento, que traz embutido também o ressentimento dos derrotados, já que suas lideranças pouco se apresentam para tratar das questões que envolvem a política e a administração municipal. E os que se apresentam publicamente são algumas figurinhas carimbadas, que tiveram - e estiveram lá - a oportunidade de fazer e também nada fizeram, mas que agora criticam, ignorando a própria herança que deixaram.
O grande problema que se vê neste momento, é que os críticos de outrora, que agora estão no poder, fazem tudo aquilo que combateram e tanto criticaram, deixando a prática de lado. Esqueceram-se de que apresentaram uma proposta embasada em projetos de transformações sociais, políticas e econômicas, que neste momento deveriam livrar o Município do vício de velhas administrações e não os repetindo. Com todos seus pontos e vírgulas.
E muito menos é a imprensa quem trama contra o progresso do Município e os políticos que o administram, porque em si e pela sua função, ela se transformou no reflexo das inquietações da sociedade. E a lógica desse raciocínio está justamente nas páginas do jornais, nos telejornais ou nos microfones das emissoras de rádio, quando a população reclama dos serviços públicos prestados, com baixa ou sem qualidade nenhuma; da falta de medicamentos básicos na rede municipal de saúde ou na descontinuidade de obras importantes e mesmo no trato com a aparência da cidade, quando se noticia falta de sinalização nas ruas, semáforos que não funcionam como deveriam, praças malcuidadas, além de verdadeiros elefantes brancos, que ninguém sabe qual será o destino que lhes será dado, mesmo tendo contribuído com a sangria dos cofres públicos, que pagaram e continuam pagando essa conta.
Nesse sentido, o compromisso do analista, do jornalista que diariamente corre atrás da notícia, é mostrar que a realidade é muito diferente das teorias dos gabinetes, que se não se transformarem em práticas eficazes, leva ao perigo de fazer com que comece a brotar um sentimento de saudade de uma época recente, que está registrada na história, mas precisa ser apagada da memória de todos nós.

domingo, 25 de agosto de 2013

Preocupa, assusta e é um desrespeito

O problema estava bem escondido e era tratado – “foi’, para ser mais exato – como um tabu em Limeira. Vem de administrações lá do século passado e início do novo, e continuou até estes tempos atuais. Como não há mal que sempre dure, começou em ritmo de conta-gotas e agora vem na correnteza. Estou falando da situação da frota do transporte público urbano, muito bem retratada em matéria da jornalista Érica Samara da Silva e que foi manchete desta Gazeta na última quinta-feira, 21, com o título “Frota vencida tem até ônibus de 2001”. Ou seja, com mais de 12 anos de uso ininterrupto e reforça a premissa da urgência no trato de tão preocupante e assustador assunto. E é fácil comprovar essa obsolescência, quando regularmente há notícias de quebras e acidentes com os veículos das duas empresas, que operam em Limeira, que seriam uma só, mas com nomes diferentes. Percebe-se, nessas notícias, que há fadiga de material e, portanto, isso coloca em risco a integridade física de seus usuários. E é muito grave, com dolo compartilhado com o poder público, pois está em desacordo com as regras contratuais.

Na ordem do dia
Se os fatos ganharam, de um tempo para cá, status de graves denúncias e se a Limeirense e a Rápido Sudeste não estão cumprindo sua parte na concessão, é porque houve evidente aquiescência do chamado poder concedente, ou seja, a Prefeitura de Limeira. E não é de agora, não. Vem de longe. Das administrações passadas, que sempre empurraram o problema com a barriga, prorrogando contratos.

Poço sem fundo
Como nunca é tarde para uma faxina geral e colocar ordem na casa, que assim seja feito. Os vereadores vêm discutindo a questão desde o ano passado, mediante denúncias da população que utiliza os ônibus e é, sem dúvida, a mais prejudicada. O último e mais frágil elo dessa corrente. É preciso, sim, discutir o tamanho desse buraco, que há muito tempo engole e abafa todas as reclamações.

Omissão geral
E nesse caso, a atual administração, de Paulo Hadich (PSB), que tem forte base aliada e esmagadora maioria na Câmara, por enquanto não pode ser criticada. É preciso retroceder muito mais e voltar às administrações de Paulo D’Andréa e Jurandyr Paixão, passando por Pedrinho Kuhl e José Carlos Pejon, além da última, Félix-Zovico. D’Andréa ainda trouxe, em seu último mandato, certa concorrência com a vinda de uma nova empresa, situação que nas administrações posteriores foi se acomodando com prorrogações de contratos, que deu no que está dando.

Precisa acelerar

Hadich tem nas mãos – e com uma Câmara favorável e a população implorando por melhorias nos serviços – uma grande oportunidade de solucionar o problema. Condições para isso ele tem. E com sobras.

Para quem tem...
...dúvidas sobre a seriedade dos problemas que o transporte público urbano enfrenta em Limeira, esta Gazeta trouxe, em sua edição da última sexta-feira, um novo relato envolvendo um ônibus. Desta vez da Viação Sudeste, quando o motorista da linha 8C avisou aos passageiros que o veículo estava com problemas no freio. O coletivo estava lotado, o que deixa o usuário, que precisa do transporte para chegar ao trabalho, ainda mais indignado. A linha 12, da Viação Limeirense, não teve condições de receber os usuários, porque o ônibus também estava lotado. E isso não é mera crítica. É relato dos próprios usuários.

Dor de cabeça
E para completar mais uma semana cheia de surpresas no cenário político-administrativo, eis que surgem novas denúncias, envolvendo o alto escalão do governo de Paulo Hadich (PSB). As bolas da vez são as secretarias da Educação e da Saúde. A primeira, com a contratação da mulher do secretário Zezo, para palestras, e a segunda, por suspeitas de irregularidades em contratos para nebulização do Aedes aegypti, o popular mosquito transmissor da dengue, na gestão de Raul Nilsen. Antes foram os casos Tércio e Zeuri.

Mosquito chato
Trata-se de uma sequência de acontecimentos, que não podem deixar de serem noticiados e analisados. Afinal das contas há dinheiro público, de todos nós, portanto, envolvido nisso. E vereadores, capitaneados pelo oposicionista José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD), já estão propondo uma nova CPI, desta vez a da dengue. Resumindo a papelada, o caso é mais ou menos parecido com os problemas do SAAE da era Renê Soares. Todos se lembram qual foi o resultado: a cassação do vereador Edmilson Gonçalves (PSDC).

E está infectado
Ainda é cedo para pensar numa possibilidade de cassação política, desta vez do vereador Raul Nilsen Filho (PMDB), que ocupava a pasta da Saúde e foi afastado do cargo a mando da Justiça. As comparações, entretanto, são inevitáveis. Principalmente entre os próprios vereadores. Ao analisar a matéria da jornalista Érica Samara da Silva, publicada na última sexta-feira por esta Gazeta, dá para fazer uma analogia entre as duas situações e perceber muitos pontos coincidentes. Se assim está, então que se apurem todas as responsabilidades.  

Pergunta rápida
Exímio investigador, por que o PSDB paulista tem tanto medo de CPI para investigar ações do governo de SP?

Debate ríspido
Fica meio no ar, e quase evidente, o cunho político-eleitoral nas ações do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, quando o assunto é o Programa Mais Médicos, do governo federal. A posição de desconforto que essas duas entidades da categoria demonstram, quando se pronunciam através da mídia, é flagrante. Ou será que o temor maior é de que o programa funcione de fato? Fica difícil entender. Pois a saúde pública não pode se transformar em palanque eleitoral de ninguém. Nem da oposição, e menos ainda da situação. Cada cidadão tem o direito de se expressar sobre suas convicções políticas da forma que lhe convier, mas não pode transformar debate em guerra declarada.

Nota curtíssima
Aos poucos, o propinoduto dos trens da CPTM e do Metrô se aproxima da campanha de FHC de 1998.

Hora de mudar
Alguns vereadores da situação precisam deixar a obediência de lado, para votar por conta própria e não conforme quer o Poder Executivo. Desde a primeira sessão da Câmara, até este momento, repetem-se as duas gestões Félix, quando a palavra dele era ordem. Ninguém deseja um retorno do “rolo-compressor” político, que só serve para mascarar os problemas. Os resultados...   

Frase da semana
"O Aécio já colocou algo que fica como enganador: prévia depois de esgotado o prazo de filiação”. Do presidente do PPS e deputado Roberto Freire, sobre seu apoio a José Serra. Sexta-feira, na Folha de S. Paulo-Poder.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Um pouco de vida
Enfim um bom sinal. Na segunda-feira, funcionárias e funcionários - não sei se da Prefeitura ou da empresa que presta serviços e limpeza ao Município - faziam uma limpeza geral no prédio da nova biblioteca, no Parque Cidade. Com água e sabão lavavam o chão e tiravam também a "sujeira" deixada pelos pombos. Espera-se que seja apenas o início. Que não fique na maquiagem, que de um dia para o outro vá embora...

E que assim seja
Outra notícia interessante. E que merece elogios pela coragem, nessa tão desgastada e confusa administração municipal. A não renovação do convênio de merenda e transporte para as escolas do Estado. Economia de cerca de R$ 15 milhões, a partir de janeiro do ano que vem. A César o que é de César. Muito justo.

Nem fruta podre
Não é de hoje que venho criticando essa situação. O Município paga um monte de conta e banca muitos serviços que são de responsabilidade do governo estadual e nada ganha em troca. Tratei disso em minha coluna do último domingo, dia 11 - "Responsabilidades que empobrecem os municípios". Nunca é demais tratar do assunto.

Para desmamar

Tudo que Limeira vem conseguindo dos governos estaduais, desde a inauguração da era tucana, tem sido a fórceps. Nada é anunciado de bom grado, como conquista do Município. Só há interesse mesmo, quando há possibilidade de retorno eleitoral, como o AME, inaugurado para servir como propaganda a José Serra na campanha de 2010.

Afundar junto
Não sei se é impressão minha, mas acho que o Partido dos Trabalhadores, o PT, em Limeira, que tem bons quadros, embarcou numa canoa furada, que começa a fazer água. É hora de o partido fazer uma séria reflexão rever seus conceitos e alianças.

Aí não, cara...
Motoristas sem permissões especiais para estacionarem em vagas para idosos e portadores de deficiências, em shoppings e supermercados, poderão receber um puxão de orelhas em alto e bom som. Consta de projeto aprovado pela Câmara, de autoria do vereador Milton Santos (PRB). Já que não respeitam, que sejam lembrados pela falta de educação.

A última de hoje

De um funcionário público municipal: “a teoria na atual administração é muito bonita. De primeiro mundo. Já a prática..."

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Quando o Estado fomenta o crime

O despreparo técnico, a falta de capacitação profissional e a conivência de superiores imediatos são ingredientes comuns à formação de "autoridades" paralelas, que agem ao arrepio da lei e, à sua maneira, buscam um justiçamento com as próprias mãos, ignorando inclusive o poder do Estado, do qual são representantes. Apesar de vários momentos de sensacionalismo e repetições exaustivas de imagens, a denúncia que o programa "Fantástico", da Rede Globo, trouxe no domingo sobre as agressões a internos da Fundação Casa - antiga Febem - por quem deveria controlá-los e reeducá-los, ainda é uma imagem recorrente no processo de reinserção de infratores ao convívio social. É uma escola de deformação da personalidade.
É provável que muitos contestem e até critiquem esse tipo de posicionamento, com o surrado argumento de que cadeia - ou instituições que atendem menores em situação de risco - é apenas depósito de bandidos, que se lá estão merecem igual ou pior sofrimento que aquele que impingiram a seu semelhante, enquanto praticavam seus crimes. Como teoria do "olho por olho", tem fundamento. E faz, com certeza, jorrar a água usada para "lavar as mãos" da sociedade, que se sente assim protegida e vingada. Não resolve, porém, o problema da criminalidade, que é crescente e reincidente, justamente por ações como as praticadas por aqueles funcionários da Fundação Casa, que trouxeram de volta um retrato da antiga Febem, de triste memória.
E por que isso acontece? Não vou utilizar aqui o argumento, igualmente surrado, das diferenças sociais, embora elas ainda representem o estopim da violência, mas chamar a atenção para uma outra questão: a da impunidade. A mesma impunidade que encobre os crimes de agentes do Estado e, como consequência, os que são cometidos diariamente e noticiados pela mídia. Tudo isso fruto de um Código Penal ultrapassado, que não contempla a serveridade de cada situação, mas propicia uma infindável gama de recursos que alimenta e fomenta os atos, cada vez mais ousados, dos verdadeiros criminosos. Aqueles que se valem da fragilidade da lei e, numa ação em cadeia, vão criando sua própria rede, com hierarquia e tudo mais. Não importando se são os chamados ladrões de galinha ou se vestem ternos e têm assento em altos postos da administração pública. Os que ostentam colarinho branco, a esconder a sujeira do próprio pescoço.  
Se o mais alto escalão da criminalidade segue impune, o último elo da corrente também vai se sentir no direito de fazer o que bem entender e se julgar acima da lei e das sanções que ela possa representer. Aproveitar-se do complexo de "otoridade" -  como diria Stanislaw Ponte Preta - gerador da síndrome do pequeno poder, para agredir e torturar a base dessa pirâmide, é incitar cada vez mais o ódio, que vai se transformar em vingança e invariavelmente em acerto de contas.
Que a covardia daqueles agentes da Fundação Casa, independentemente de quem eram as vítimas, possa reforçar as necessidade das mudanças que se exige na legislação vigente neste país. O exemplo que vem de cima vira regra para quem está embaixo.

domingo, 18 de agosto de 2013

Responsabilidades que empobrecem os municípios

O município, que deveria ser o primeiro e mais importante elo entre as administrações públicas, pois é a origem desse processo, hoje é tratado como mero gestor das contas dos Estados e da Federação. É ele quem paga, grosso modo, algumas contas empurradas goela abaixo, cuja responsabilidade vem de cima para baixo. É o município que banca, hoje, muitas contas de suas instâncias superiores, ou seja, dos governos estaduais e até do federal.  No caso de Limeira, muitos dos aluguéis de instituições públicas que pertencem ao Estado de São Paulo, é a Prefeitura quem paga. Além de compor o quadro funcional com servidores emprestados, o que significa, também, gastos com a folha de pagamento. E o pior de tudo isso é que não recebe nada em troca desse favor e precisa estar sempre de chapéu na mão, mendigando algum benefício, que deveria ser obrigação do próprio estado. Há muito tempo o governo estadual simplesmente abandonou o Município à própria sorte e, em raríssimos casos, acata algum pedido local. E quando o faz, são reivindicações que vêm de anos e, quando chegam, já precisam de um reforço.

Até agora nada
O Município reivindica, há muito tempo, uma unidade do Poupatempo, um serviço oferecido pelo estado que desburocratizou a emissão de documentos. Eficaz e rápido, é garantia de agilidade no atendimento à população, que busca esse tipo de serviço. Limeira está fora dessa rota, obrigando os limeirenses a buscar unidade em Rio Claro, Piracicaba, Campinas e Americana.

Fundação Casa
Tudo isso vem a reboque de um atraso impressionante, mesmo quando o serviço disponibilizado já está garantido. Tome-se como exemplo a Fundação Casa, antiga Febem, cujas unidades demoraram quase uma década para ser construídas. E mesmo assim pela metade. Agora a instituição pôs para funcionar a sua segunda unidade, que já estava pronta e deve aliviar o sistema.

Cadê o presídio?

Enfim, na hora de pagar a conta, o município atende bem aos interesses do governo estadual. Quando da contrapartida é que a situação emperra. Limeira está há muito tempo sem um presídio. Existe um já aprovado, que esbarra na morosidade de uma decisão governamental e na disputa política entre cidades vizinhas, que não querem proximidade com sua instalação. Nesse caso é o próprio estado quem tem que intervir e determinar a construção desse presídio, mas não o faz, dando a impressão de que esse atraso satisfaz muitas "intenções".

Talvez em 2014

Limeira é, hoje, a cidade do anúncio. Anuncia-se tudo, mas nada se consegue. É bem provável que em 2014 comece a pipocar uma coisinha aqui outra ali, para atender apenas aos interesses eleitorais.

E a conta da luz?
Deixando o governo estadual de lado, vamos falar um pouco do governo federal. Não é muito diferente, não. Agora, por conta de uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a manutenção dos serviços será transferida aos municípios no ano que vem. E pode acarretar uma nova taxa ao bolso do contribuinte. Seria uma reedição da Contribuição para Iluminação Pública – a conhecida CIP – aprovada e depois desaprovada pela Câmara Municipal, na gestão Félix. Fica claro que o município não pode ser responsabilizado por isso, pois não é o poder concedente. E há uma empresa privada, que recebe para isso.

Inconstitucional
Para não ter que bancar mais essa despesa e se ver obrigada a afundar ainda mais a mão no bolso do cidadão, a Prefeitura resolveu ir à Justiça contra essa “municipalização” da iluminação pública. O município que o artigo da resolução da Aneel, que transfere essa responsabilidade, seja declarado inconstitucional, conforme informou o secretário de Negócios Jurídicos, Rivanildo Pereira Diniz. “O município não é o poder concedente. É consumidor e, portanto, não pode ser responsabilizado pelo serviço, afirmou. Concordo.

Dinheiro de pinga
São por decisões como essa e também pelas despesas com o custeio de órgãos de outras esferas administrativas, que os municípios estão se empobrecendo e perdendo sua capacidade de investimento. Pagar a conta dos outros não é saudável. Principalmente se a riqueza de um país começa a ser gerada no próprio município, que recebe muito pouco de contrapartida, que se dilui nos repasses em escala. Se comparada ao porcentual federal e estadual das arrecadações públicas, o que vem de volta ao município é uma mera mesada.

Um poder omisso
Como desgraça pouca é bobagem, as responsabilidades dos municípios aumentam ainda mais, quando a questão é puramente local. Nesta semana a Gazeta de Limeira voltou a mostrar que vândalos continuam agindo sem punição. O alvo foi novamente o moinho de vento construído por Félix em área particular, conforme relatei nesta coluna, na última quinta-feira. Só que desta vez parece que o caso ganhou novos contornos. O Ministério Público (MP) está investigando a omissão do poder público limeirense em resguardar seu próprio patrimônio cultural. Que assim seja.

E haja ouvidos...
Outro problema que Limeira enfrenta - e talvez não seja exclusivo - é o que se refere aos automóveis barulhentos. Aqueles que passam pelas madrugadas (ou durante o dia mesmo) com som alto, sem o mínimo respeito às leis existentes. Simplesmente não há fiscalização. Os dois decibelímetros estão inutilizados há dois anos e, portanto, não há como medir o volume desse barulho. É inacreditável como os recursos públicos são jogados no lixo. E como a desobediência é estimulada por essa falta de responsabilidade!

Pergunta rápida
Quanto custa ao erário a omissão do poder público com atos de vandalismo contra o próprio patrimônio?

Descaso perigoso
Depois da morte de um ciclista, atropelado em rotária, que dá acesso à Via Jurandyr Paixão, antiga Via Tatuiby, um novo acidente envolvendo também um ciclista aconteceu em outro trecho do anel viário, agora próximo à Hípica. Outro atropelamento, só que de menores consequências. No primeiro acidente, um leitor lembrou a este colunista que aquele local tem pouca visibilidade, é escuro à noite e os motoristas abusam da velocidade. Há, de fato, um desrespeito para com os ciclistas, que sofrem por não terem pista própria em vias de grande movimento como é o anel viário e onde, a despeito dos radares, ocorrem os maiores abusos. Às vezes, muito mais que a punição legal, é preciso de ações preventivas.

Nota curtíssima
Só para constar, o trânsito de Limeira é um dos principais responsáveis pelo número de óbitos no Município.

Mais de R$ 7 mi
A Prefeitura acaba de anunciar licitação para sinalização das vias públicas, que envolve pintura de solo, placas verticais e – ufa – o sistema semafórico. Isso com quase nove meses da nova administração e outros tantos anos de reclamações da população. Se não o maior, pelo menos era um dos maiores, alvos das críticas. E uma notícia que se tornou recorrente nos meios de comunicação.

Frase da semana
“Tucano age para constranger Aécio e afastar Kassab do PT”. Do jornalista Fábio Zambeli, em artigo sobre as intenções de José Serra nas próximas eleições. Sexta-feira, na Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

E quem sabe...
...agora vai. Não poderia ser mais positiva a notícia da retomada, pela Prefeitura, das obras do Museu. Paradas há mais de um ano, conforme mostrou ontem esta Gazeta, pode ser um bom começo para uma agenda positiva do governo Hadich, que até agora patina em problemas.

Todos querem
Ninguém, em sã consciência, quer que o pior aconteça - espero não estar sendo ingênuo demais - e o Município fique estagnado ou sem capacidade gerencial para que a administração volte (ou comece) a andar. É o que a população espera de seus agentes políticos.

Triste exemplo
Quase R$ 1,5 milhão indo pelo ralo e desfazendo-se pelas ações de vândalos e usuários de drogas. Esse é o retrato da situação do moinho "Ora et Labora", herança do prefeito cassado Silvio Félix da Silva (PDT), envolto em mistérios sobre sua construção e o porquê de estar em área particular. Agora o Ministério Público vai investigar a omissão da Prefeitura no trato com seu patrimônio. Passou da hora de juntar esses cacos.

É de todos nós

Sempre é bom lembrar que todo patrimônio público, como o nome já diz, pertence à população. Foi feito com o dinheiro do contribuinte, que precisa de uma satisfação por parte do Poder Executivo.

Português claro
A preocupação do presidente da Câmara, vereador Ronei Martins (PT), com a nossa língua pátria  merece todos os elogios do mundo. A parceria do Legislativo feita como a ETEC Trajano Carmargo vai proporcionar cursos para o ensino da ortografia e técnicas de redação aos vereadores, assessores e funcionários da Casa. Isso pode refletir, inclusive, numa maior correção do discurso de cada um.

Carta marcada
A descoberta do propinoduto do tucanto paulista, via cartel dos trens do Metrô e da CPTM, já respinga por outras esferas do poder público. Está chegando a mais estados e até mesmo a órgãos do goveno federal. Pelo visto o trilho é bem mais comprido do que se imaginava.

A última de hoje
Desde junho, quando a população tomou as ruas para protestar por melhorias - inicialmente no transporte público - defendi a não partidarização das manifestações. Continuo pensando da mesma forma. Sem bandeiras vermelhas, verdes, amarelas e azuis ou de qualquer outra cor.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O PT, José Dirceu e a mídia

Para quem pensa que o assunto "marco regulatório da mídia", anda esquecido ou foi deixado de lado, é bom estar atento e ficar com os olhos, ouvidos e boca bem abertos. Os olhos, para ver de perto quem são seus simpatizantes e defensores; os ouvidos para que nenhum barulho possa tirar a atenção do tema e, a boca, para que possa gritar contra qualquer tentativa de obstrução legal à imprensa e denunciar os que assim agem, sempre com a desculpa de qualificar a informação, antes de repassá-la.
Que há abuso e manipulação por parte da mídia, na forma como fazem chegar essa informação à opinião pública ninguém mais duvida. Principalmente por parte das grandes corporações que produzem comunicação de massa e não sentem o mínimo constragimento ao abordar qualquer tipo assunto, prestigiando uma determinada linha do pensamento em detrimento de outra. Uma atitude que vai no caminho oposto ao princípio básico do direito à liberdade de expressão do pensamento. Interesses políticos e financeiros são, hoje, o grosso da preocupação desse segmento.
O que não se pode, entretanto, a pretexto de garantir maior acesso da população às mais variadas formas de informação, é a busca de uma censura camuflada como solução à prática da manipulação, que existe hoje por trás de cada notícia. Do conteúdo de cada mensagem divulgada pelas emissoras de rádio, TV, jornais e revistas. Sem esquecer da internet, que hoje faz circular um grande volume de dados, com a ascensão das redes sociais, que já caiu no gosto popular e vêm se transformando em importante fonte formadora de opinião.
Não há como garantir que por trás dessa proposta de regulação não esteja embutido também o interesse em controlar a produção de notícias, formal e oficialmente, em benefício de um único grupo; ou grupos, que gravitam em torno do poder constituído. Há uma simpatia muito grande - quase uma obsessão mesmo - por parte de setores petistas, em especial àqueles ligados ao ex-cacique político José Dirceu (que de "ex" não tem nada), em ver esse "marco regulatório" aprovado. Dirceu está ainda mais atuante de quando participava diretamente do governo. E o que é preocupante, sem ficar em evidência e, portanto, com liberdade para usar toda a sua influência e assim atingir seus objetivos, que ainda são os mesmos de quando era ministro do ex-presidente Lula.
Direita, esquerda, centro, ou qualquer outra configuração política não passam, hoje, de rótulos velhos, mas ainda com seguidores leais e defensores de carteirinha, que entendem ser o controle da informação uma ferramenta à anulação de seus adversários e garantia de  um governo hegemônico, quando na verdade a melhor forma de reconhecer o "inimigo" é conhecendo sua estratégia. Seu pensamento. E para que isso ocorra, é preciso deixar que cada um se expresse à sua maneira. A decisão fica por conta do cidadão. É a essência da democracia, que não deve permitir o retorno a um passado não muito distante e de triste memória. O melhor exemplo de como é danosa a informação seletiva, em que o contraditório pode acabar em sequestro, tortura e mortes.

domingo, 11 de agosto de 2013

Não basta ser legal. É preciso ser moral também

A não ser que aconteça um novo acidente de percurso e com mais gravidade, na administração pública municipal, a exoneração do agora ex-secretário da Saúde, o médico e vereador Raul Nilsen Filho (PMDB), após determinação de seu afastamento legal pelo juiz da Vara da Fazenda Pública, Adilson Araki Ribeiro, foi o assunto da semana. A trama, que se desenrolava desde que foi veiculada a ligação de Nilsen com uma cooperativa médica e também com a Santa Casa - instituições que prestam serviços ao Município - não poderia ter outro desfecho, a não ser esse mesmo. Embora o Jurídico da Prefeitura continue argumentando sobre a não existência de conflito de interesses, ela fica muito clara, mesmo que não haja benefícios, nem para um, nem para outro. Mesmo porque, é preciso pensar, acima de tudo, na moralidade da situação. A legalidade, mesmo que transcenda essa moralidade, é sobre a segunda que devemos nos ater, principalmente quando se trata da administração pública. Não há como não fazer qualquer juízo de valores, que não seja nessa esfera. E é disso que este país mais precisa neste momento.

Atitude positiva
E que fique bem claro, isso não é uma crítica nem ao agora ex-secretário da Saúde e nem mesmo ao Poder Executivo, que foi bastante prestativo em, num primeiro momento, acatar a decisão judicial. O simbolismo dessa atitude merece ser elogiado. E, principalmente, a clareza com que tratou o assunto, ao chamar uma coletiva de imprensa para o anúncio oficial da exoneração e Raul Nilsen.

De volta à Casa
Com a exoneração publicada no Jornal Oficial do Município na quinta-feira, 8, Raul Nilsen reassume sua cadeira na Câmara de Vereadores, que entendo, é de onde não deveria ter saído, pois foi eleito pelo povo para ser vereador e não secretário municipal. Em que pese toda e qualquer acomodação política - comum neste país - para contemplar aliados de primeira hora. É legal, sim. Mas é moral?

Anjos da guarda
Pela nova ordenação política e social pela qual o Brasil está passando, desde os protestos de junho, nada mais exemplar do que essa decisão, que, mesmo sendo em caráter de liminar, coloca o trem nos trilhos da moralidade novamente (isso não é nenhum trocadilho, certo?) e dá um recado claro de que Ministério Público e Poder Judiciário são os guardiães dessa causa. E, sempre que necessário, agirão para que não haja desvios nos rumos do serviço público,  pois ele diz respeito a todos nós, cidadãos, que honramos nossos compromissos com a legalidade.

Nas duas frentes
E cabe aqui o reconhecimento dos trabalhos do MP e da Justiça. Que não veem as cores partidárias ou ideológicas para levar a cabo suas ações e decisões. Que zelam pela legalidade, mas prezam a moralidade. 

Um volta; outro sai

Com a reentrada em cena do vereador Raul Nilsen na Câmara, o primeiro suplente do PMDB, Bruno Bortolan, deixa o cargo. E que fique bem claro: com um trabalho exemplar neste período em que esteve no Legislativo Municipal, ao qual pode - e tenho certeza disso - ainda voltar. Acredito que ele poderá usar sua experiência, a partir de agora, para trabalhar ainda  mais pelas causas populares. E pela sua juventude e vontade - e pelo sangue de políticos que corre em suas veias - foi um início de carreira promissor. Ele não deve se lamentar por isso, mas levar essa lição como estímulo às suas atividades. E pensar no futuro que terá pela frente.

Agora vou de trem
A proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de criar uma comissão independente - composta por membros de entidades civis - para apurar o "propinoduto" do Metrô e da CPTM é interessante. Nesta onda de moralidade, entretanto, vem embutida um desespero premente para abafar uma possível CPI do caso, que já ganhou espaço cativo em toda a mídia. E fica claro, também, que o número de CPIs para o "inimigo" não tem limites. Mas comissões para investigar o tucanato, essas não podem. Por que todo esse medo?

Chame um médico
Quem está precisando de um psiquiatra - e urgente - é o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'Ávila. Ele quer que os médicos façam, agora, campanha contra o programa Mais Médicos nos próprio consultórios e nos hospitais. O CFM quer distribuir folhetos contrários ao programa, ao que me parece mais por um capricho de D'Ávila, que é contra a proposta por ser, segundo ele, eleitoreira. É o corporativismo falando mais alto que as necessidades de quase 2,5 municípios pelo País, que não têm nenhum médico ou estão com esses números abaixo do desejado.

Quero Dramin. Já
Parece que o presidente do CFM começa a fazer política partidária, ao tratar o assunto dessa forma. É um direito que ele tem. Agora, a justificativa que ele deu para o interesse em trazer médicos cubanos dá ânsia de vômitos. Disse D'Ávida que a vinda dos médicos daquele país é para "catequizar o povo mais carente e vulnerável do Brasil". Seu entendimento é que o governo de Cuba tem ligações ideológicas com o PT. Acho que ele tem medo de encontrar um médico comunista debaixo da cama.

Pergunta rápida
O PSDB vai conseguir superar a onda de denúncias que se abateu sobre o tucanato paulista?

Um mau exemplo
Muito triste as imagens mostradas pela EPTV - e repercutidas na mídia nacional - na última quarta-feira, sobre a invasão e depredação da Câmara Municipal de Campinas, por um grupo de jovens, que se dizem integrantes do Movimento Passe Livre. Pelo menos tinham faixas espalhadas pelo plenário, com essas inscrições. Vandalismo e violência não são tipificações de manifestações de protesto. São apenas vandalismo e violência praticados por gangues, e não por quem deseja lutar por seus direitos e necessidades. Mais triste ainda é observar pessoas prontas e atentas na tentativa de menosprezar essa luta, apenas porque ela é apartidária e põe em dúvida as lideranças políticas nacionais. Ninguém pode mais fechar os olhos às mudanças. E que os partidos -todos eles - precisam de renovação.

Nota curtíssima
No Brasil, 500 municípios não têm um médico sequer. Outros 1700 os têm. Em números insuficientes.

Uma boa notícia
O novo prédio, onde deverá funcionar a bibliotea pública municipal, recebeu reparos nas partes que foram vandalizadas. Reposição nos vidros de portas e janelas, que tinham sido quebrados, e consertos em parte do forro externo do teto, que estava sendo arrancado. Esse cuidado é importante para mostrar que o poder público está atento ao problema. Agora só falta inaugurar o novo espaço.

Frase da semana
"O entendimento jurídico que tínhamos era outro". Do médico Raul Nilsen Filho (PMDB), sobre sua exoneração do cargo de secretário da Saúde, a pedido da Justiça. Quinta-feira, na Gazeta de Limeira.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Fora da Saúde
A Justiça determinou, a Prefeitura de Limeira acatou e publica hoje a exoneração do médico Raul Nilsen Filho (PMDB) da Sescretaria da Saúde. Ligação societária com cooperativa médica foi a causa. Ele pode recorrer... ou voltar à Câmara.

Muita irritação
Acredito que haverá recurso. Difícil mesmo será reverter a situação na Justiça. Raul reocupará o lugar do seu suplente, vereador Bruno Bortolan, do mesmo partido. Façam suas apostas. Na segunda-feira, 12, Nilsen reasssume automaticamente.

Faltou avisar...
No início da noite de ontem, o vereador Bruno Bortolan não havia sido comunicado sobre os procedimentos legais após a decisão de afastamento de Raul. Nem mesmo o partido dos dois vereadores, o PMDB, contatou Bortolan para comentar o assunto.

Triste estatística
A morte do ciclista Juarez Azevedo, de 32 anos, na rotatória que dá acesso ao anel viário, logo no começo da Via Jurandyr Paixão, é mais uma morte violenta no trânsito de Limeira, sem que que se consiga entender a razão desses tristes óbitos. Desatenção, excesso de velocidade e embriaguez são as causas mais comuns das ocorrências. Sem punição exemplar aos infratores, outros mortos engrossarão esses números.

Descarrilou de vez
Embora o tucanto não admita, e tente transformar o episódio do propinoduto dos trens do Metrô e da CPTM numa orquestração política, as denúncias e documentos que chegaram a todos os outros órgãos da imprensa escancaram o problema nos trilhos da administração pública paulista e começa a se transformar num pesadelo, que tem político preferindo ficar acordado.

Engordando a burra

A diferença entre o mensalão do PT e o propinoduto do PSDB está nos cifrões.

A última de hoje
Foi  muito feliz o assunto escolhido pela Gazeta de Limeira como tema do Prêmio de Literatura - O meu cartaz de protesto - que representa muito bem o momento pelo qual passa o Brasil. Com certeza, será uma grande oportunidade aos estudantes para uma reflexão sobre as necessárias mudanças para este país.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Para um bom entendedor...

... não bastam uma vírgula, meia palavra ou uma frase completa. É preciso uma explicação convincente, para que não sobrem dúvidas ou arestas a serem aparadas.  Enquanto for necessário o uso das páginas de jornais e microfones de rádios e TVs, da mídia de uma maneira geral, para alertar a Prefeitura e o prefeito Paulo Hadich (PSB) e seus aliados à percepção lógica dos problemas da cidade - e que não são poucos - assim será feito. Em que pese o desagrado daqueles que preferem a bajulação à realidade, essa é a função social da imprensa. Que, diga-se, vem sendo cumprida muito bem pelos profissionais que nela militam e - diferentemente do que se tenta fazer parecer - não são nefastos ou jabazeiros. Como toda profissão tem seus desvios, que são facilmente identificáveis.
Para quem já esteve dos dois lados, como eu, não é difícil entender o desconforto de criticados e a euforia de quem critica. Quando estive à frente da Secretaria de Imprensa da Prefeitura, na última gestão de Paulo D'Andréa, entre os anos de 1989 e 1992 - e que me custou anos para desvincular a imagem do assessor à do profissonal - lidei muito com isso. Procurei, sempre, não desmerecer as opiniões emitidas através dos meios de comunicação e, na maioria das vezes, tentava até mesmo me antecipar a elas, expondo publicamente qualquer situação, fosse ela administrativa ou política, que seria notícia no dia seguinte. Pois é na prática responsável da informação objetiva que jornalistas e analistas devem concentrar o foco de suas ações, uma vez que nada mais são do que a extensão das necessidades da população, que ao se cansar da busca através de uma saída por via institucional - sem obter retorno ou a resposta adequada ou esperada - procura as redações para seu desabafo, que invariavelmente será checado e, caso se confirme, se transformará em  notícia.
O jornalista, nesse caso, passa a ser o porta-voz dessa população. E de sua indignação. Muitos casos são resolvidos dessa forma; outros nem assim viram pauta dos administradores públicos, que muitas vezes preferem desconstruir a informação, utilizando-se de um velho e conhecido (e de uso frequente por todas as colorações partidárias) método: o de tentar se transformar em vítima de perseguição política e alvo de uma suposta conspiração. Basta fazer um retrospecto que os exemplos são bastante claros e estão à disposição de quem quiser entender a apatia administrativa, quando ela é percebida.
A resposta que o povo espera não é essa. O cidadão contribuinte - o eleitor - quer ter suas necessidades básicas atendidas pela eficiência de um poder público engajado, e não pela arrogância política. E é para isso que jornalistas se colocam nessa trincheira. Não como salvadores da pátria, e nem donos da verdade. Ninguém o é. Mas como portadores das expectativas de um povo cada vez mais sofrido e desassistido por quem deveria, de fato, estar na linha de frente da preocupação com o bem-estar da sociedade. Se não há transparência nas ações, as informações se tornam fragmentadas e, consequentemente, não chegarão a nenhum entendedor.

domingo, 4 de agosto de 2013

Barulho sem sentido. Uma queda de braço inútil

O barulho que está se fazendo com a implantação do Programa Mais Médicos, do governo federal, é tão desnecessário quanto absurdo e provinciano. E ainda corporativista. Como observador, entendo que há mais falta de diálogo - e aí de ambos os lados - do que qualquer outro entrave. Como será levado à prática via inscrição espontânea dos interessados e mediante alguns requisitos técnicos, continuo sem entender o que as entidades classistas dos médicos querem. Ao leigo, como eu, os argumentos até aqui apresentados não convencem. O único, que penso ser uma questão obrigatória e, esse sim, uma justificativa válida, é quanto à aplicação Exame Nacional de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras, o chamado Revalida. Como disse, para nós, leigos, a intensidade da Federação Nacional dos Médicos em tentar barrar na Justiça (até aqui sem sucesso) o programa federal, que pretende distribuir esses profissionais pelas periferias e regiões afastadas do País, torna-se antipática e pode ser analisada como falta de interesse em levar a saúde para o resto do Brasil.

Condições precárias
Se é uma briga política contra o governo petista de Dilma Rousseff e dos ministros da Saúde e Educação, passa a ser encarada como questão pessoal, que nesse caso penaliza as regiões carentes. Se a luta é pela melhoria das condições da sáude pública, não vejo como a rejeição e a tentativa de minar o programa possam, de fato, contribuir para reverter uma situação, que, sabemos, é de fato crítica.

E falta alguma peça
Esta pode, em princípio, parecer uma análise simplista da situação, mas a gritaria é tanta que tem alguma coisa que não está encaixando nesse processo todo. E pode refletir numa piora da saúde pública no País, que, como já disse, não é das melhores. Parece-me falta de engajamento. Penso que está na hora de deixar de privilegiar apenas os grandes centros. E conhecer melhor uma outra realidade brasileira. 

É preciso conversa
Se houve imposição por parte do governo federal - e parece-me que esse é o maior obstáculo à aceitação do Mais Médicos - está havendo falta de humildade às associações, sindicatos, federações e confederação que defendem a categoria ao se negar ao retorno das conversações. E demonstrar, com boa vontade e interesse, que deseja participar desse processo. E aqui falo independentemente de cor ideológica ou partidária. Aos olhos da população, de uma maneira geral, vai ficar sempre a dúvida sobre o porquê dessa briga toda.

Repensar a atuação
Resolvi tecer esses comentários após uma experiência que tive, no interior do País, mais precisamente no sertão do Piauí, lá nos idos de 1978, que à época já refletia essa precária realidade do desinteresse.

Uma realidade dura
Por curiosidade inscrevi-me, em 1977, enquanto cursava o penúltimo ano da universidade, no curso de jornalismo, ao então Projeto Rondon (na sua versão original) e que era um programa da ditadura militar. Enfim, fiz o treinamento ao longo de um mês e fui um dos selecionados para uma Operação Nacional, a PRO XX, na cidade piauiense de Correntes, com outros universitários, em especial da área da saúde. Lá passamos por uma experiência triste. Na cidade havia dois médicos, pai e filho, de família tradicional, que atendiam na saúde pública, mas demonstravam pouco caso com pessoas humildes e realmente necessitadas.

Experiência de vida
Lá, atendiam quando tinham vontade e em muitos casos se negavam a esse atendimento, escondendo até mesmo equipamentos mais simples, utilizados para transfusão de sangue - o que quase levou à morte uma jovem que precisava da intervenção. Principalmente nos finais de semana, quando o futebol era uma diversão sagrada para eles. Só depois de muita briga - que quase me rendeu a expulsão do projeto - os médicos a atenderam. Não aconteceu o pior, mas sobrou o entendimento dessa dura realidade em áreas mais afetadas pela pobreza.

Será que mudou??
Essa realidade provavelmente não mudou em muitas regiões do País, que precisam, sim, de atendimento adequado e profissional. E lá se vão 35 anos dessa minha epopeia interiorana. Por isso, o que discorri acima não se trata de uma crítica aos médicos, que têm o direito e devem, sim, se manifestar por condições adequadas de trabalho. É, acima de tudo, uma mostra de que precisamos melhorar, e muito, além de todas as teorias. E isso começa  com o entendimento das diferenças que existem Brasil afora. Das periferias ao grande interior nacional.

Mais humildade...
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, virou alvo de ataques. E com razão. Primeiro foi o uso de jato do poder público para assistir a um jogo da Copa das Confederações. Depois, a compra de um apartamento nos EUA, mediante criação de uma empresa para ter benefícios fiscais. Na semana passada, um total desapreço aos demais poderes constituidos, em críticas abertas. Tudo, evidentemente, desmentido pela assessoria de imprensa do próprio STF.

Pergunta rápida

Quando os três Poderes da República deixarão a troca de farpas de lado, para pensar no País?

Luz que acende
Bastante positiva a propositura da Mesa Diretora da Câmara para acabar com o recesso - nome chique dado às férias dos políticos - de julho no Legislativo Municipal, conforme mostrou esta Gazeta na sexta-feira, em matéria da jornalista Érica Samara da Silva. Afinal, é a única categoria que tem esse tipo de descanso duas vezes no ano. E olha que, até pouco tempo atrás, era o mês de julho inteiro. Enfim, nunca é tarde para corrigir imoralidades - mesmo que estejam dentro da legalidade. O projeto será lido na primeira sessão da Câmara pós-recesso, amanhã. Depois será submetido às comissões da Casa e, em seguida, vai a votação. Dado o momento político pós-manifestações, acredito que os vereadores aprovarão a proposta. E por unanimidade. Taí uma verdadeira prova de fogo.

Nota curtíssima
Quando a esmola é demais, o santo olha para o lado, pega o dinheiro e finge que não é com ele.

Custando menos

Desde o último dia primeiro, a tarifa do ônibus urbano está R$ 0,10 mais barata. De R$ 2,85, caiu para R$ 2,75. A questão, entretanto, não é apenas a redução no valor da passagem, mas na qualidade dos serviços. E, principalmente, como de fato vai funcionar o subsídio público às empresas. Ainda não está claro. A população com certeza agradece essa queda, mas quer melhorias nos serviços.

Frase da semana
"Nove, em cada dez presos no Carandiru, foram mortos com tiros na cabeça". Conclusão do Ministério Público, no julgamento dos PMs no massacre do Carandiru. Sexta-feira, 2, na Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Minha sugestão
Antes de atacar a imprensa, seria interessante que os vereadores Wilson Cerqueira e Erika Monteiro, ambos do PT, e da base aliada do prefeito Paulo Hadich (PSB), percorressem vários pontos da cidade, para conhecer seus reais problemas. Afinal, a fiscalização do Poder Executivo é um dos preceitos básicos do Poder Legislativo.

Pontos visitáveis
O novo - e põe novo, nisso - prédio da biblioteca pública, que está sendo depredado pela ação de vândalos; a falta de sinalização de solo nas ruas da cidade (foi alvo de mais uma matéria, ontem nesta Gazeta); a precariedade do sistema semafórico do Município, que está cada vez pior e provoca graves problemas ao trânsito; a falta de medicamentos na Rede Pública de Saúde são alguns endereços que poderiam ser visitados. Então seria simples de entender o porquê das críticas publicadas constantemente pela imprensa. São situações reais, visíveis e palpáveis. Não há invenções.

Triste memória...
Tudo isso, entretanto, não é motivo para saudosismo. Se alguém está sentindo saudades dos oito anos do último governo, que sente num cantinho qualquer e deixe a saudade passar. É um sentimento que nem em brincadeira devemos deixar exposto. Principalmente por tudo o que aconteceu. E ninguém deve apagar da memória esses acontecimentos, principalmente para que as futuras gerações aprendam com as lições tiradas dos ensinamentos políticos recentes de Limeira.

Punição pública
Nesta semana, mais um lote de alimentos vencidos foi encontrado em supermercado. Desta vez bolachas, já fora do prazo de validade. Volto a insistir no que escrevi na coluna de domingo. Está na hora de a Vigilância Sanitária elaborar uma lista dos infratores e divulgar na imprensa, pois se trata de um grave crime contra a saúde pública.

Só para lembrar
O mensalão do PT virou "mesadinha" perto do "propinoduto" no Metrô do PSDB paulista.

A última de hoje
Hoje é dia primeiro de agosto, que não terá uma sexta-feira 13. Por ser o oitavo mês do ano, significa que dois terços de 2013 estão indo embora... Não tem desgosto e os cachorros loucos estão calmos. Se há alguma coisa com que se preocupar, mesmo, é que o ano de 2014 se aproxima. Para tirar o sono de muita gente.