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domingo, 30 de setembro de 2012

Hora de refletir. Ponderar e escolher certo

Estamos a exatos 7 dias do dia 7, das eleições municipais 2012. O número 7, diga-se, traz embutido, segundo místicos e exotéricos, significados além da nossa imaginação. Não concordo, mas respeito. Nesse caso, entretanto, trata-se de um período de tempo, agora curto, que teremos para refletir, ponderar e ir às urnas com total convicção de nossas escolhas. E com a responsabilidade de não errar pela segunda vez. Ou no mínimo que se pode admitir, errar menos até chegarmos ao 100% de acerto. Difícil, porém não impossível. No próximo dia 4, quinta-feira, estaremos tendo contato com todos os candidatos, pela última vez no primeiro turno, através da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. E pelo que foi ouvido e visto - acompanhando-se também a propaganda nas ruas-  com a opinião formada. Com a decisão na ponta dos dedos, para apertar os números de nossa preferência e confirmar. Depois da confirmação, entretanto, não há como voltar atrás. Não há mais tempo para arrependimentos. Daí a importância de aproveitarmos esse período até o próximo dia 7, para uma completa e final reflexão.

Responsabilidade
Essa deve ser a maior preocupação de cada cidadão, de cada eleitor, quando estiver a sós com a urna eletrônica e consciente de que estará decidindo, pelos próximos quatro anos, quem vai comandar os destinos políticos e administrativos do Município. Da sociedade como um todo. Respeitando-se a opinião de cada um, é preciso exercer esse ato cidadão em sua integralidade. Para depois cobrar.

Passado presente
Acima de tudo será preciso uma reflexão mais profunda ainda, sobre um passado bem presente, que envergonhou todos os limeirenses: a cassação de um prefeito eleito (Sílvio Félix da Silva-PDT) com mais de 80% dos votos, que praticamente jogou no lixo a investidura popular que lhe foi outorgada. Um choque, que despertou um senso de participação popular, que deve ser corroborada no dia 7.

Nossa Consciência
Quem dita as normas de conduta de cada um é a própria consciência. E que todos devem ter, com grau diferente de percepção. Uma vez consciente, qualquer ato merece ser respeitado, mesmo que não concordemos com ele. A convicção se forma a partir desse propósito e com ele deve caminhar até o fim. Mais que um simples gesto de escolha, está o compromisso de cada um com o futuro, que vai buscar sempre o presente para acontecer. Do cidadão se espera apenas isso. Essa responsabilidade de fazer o seu próprio destino.

Consciência alheia
Dos agentes políticos, que buscam cargos públicos pela via eleitoral com participação popular, esperam-se compromissos. Promessas não interessam, porque se sabe que são palavras que se perdem rapidamente. Transformar esses compromissos em ações práticas será o grande desafio de cada candidato, assim que eleito. E Limeira precisa, de fato, de muito compromisso para resolver problemas crônicos, que tem na incompetência seus maiores entraves. E o pior de tudo isso, uma incompetência com recibo assinado e tudo o mais. Problemas que se mostram comuns a muitos municípios e outros pontuais, focados na realidade local. Esses são os mais complexos e que demandam muita atenção. Atenção técnica acompanhada da vontade política, que é o que falta a muita gente.

Apelo importante
Poderia estar escrevendo tudo isso no próximo domingo, dia 7,  e o leitor-eleitor estar lendo estas linhas momentos antes de encarar as urnas. Só que o efeito não seria o mesmo. A partir de hoje e até o próximo domingo, nesse espaço temporal de 7 dias, ele tem tempo suficiente para confirmar ou mudar sua decisão. E, de sobra, mais alguns dias para ver seus candidatos na TV e ouvi-los no rádio. Que ninguém fuja de sua responsabilidade então.

E por falar em...
...competências. Na sexta-feira, 9h30, os semáforos no cruzamento das ruas Dr. Trajano e Alferes Franco estavam apagados. E não havia nenhum agente de trânsito no local. Antes, porém, quatro deles estavam na Rua Humaitá, juntos, em frente de uma clínica de diagnósticos por imagem. Entendi.

Poder pelo poder
A mídia eletrônica, excetuando-se a internet, deveria ser sempre democrática. E servir aos interesses do cidadão e não em benefício de privilegiados. Como concessão pública a grupos privados, deveria sofrer uma fiscalização muito mais pesada, do que acontece hoje. E sem disfarces. Exceções à parte, não é assim que funciona. As vaidades às vezes falam mais alto. Haja ego para preencher a telinha ou se esbaldar nos microfones das emissoras de rádio.

Pergunta rápida
Você já se decidiu em quais candidatos vai votar no próximo domingo?

Um bom começo
Ainda é pouco, mas é fruto de uma árvore sadia. Finalmente reconheceu-se que o jornalista Vladimir Herzog, nascido Vlado,  morreu vítima da ação do Estado. Ou seja, sua morte foi causada pela tortura sofrida nos porões do extinto Dops em São Paulo. E seu atestado de óbito será refeito. É preciso que as arestas continuem sendo aparadas e que a ditadura militar seja sepultada com todos os seus fantasmas. E que os vivos sofram as consequências da Justiça, a exemplo do que ocorreu e vem ocorrendo na Argentina, Chile e Uruguai. É preciso dar um paradeiro a muitos desaparecidos, que com certeza têm covas conhecidas.

Fim dos tempos
Chega de aventuras totalitárias. Sejam elas de que bandeira forem, à direita ou à esquerda. Azul, amarela, verde, branca, vermelha, etc. No Brasil, apesar de tardia, a recém-criada Comissão da Verdade tem obrigação de passar tudo a limpo. A história deve ser contada como aconteceu. Com farda ou à paisana. Não há mais clima para golpes ou restrições às liberdades individuais. É preciso trazer luz à escuridão. Se há sombras ainda, é porque muitos teimam em projetar suas personalidades entre muros e grades.

Frase da semana
"Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo". Do ex-deputado federal, Roberto Jefferson (PTB), sob sua condenação pelo STF, no esquema do mensalão. Na sexta-feira, 28, no UOL Noticias-Politica.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Há muito tempo
Desde os tempos das disputas entre Paixão (Jurandyr Paixão) e D'Andréa (Paulo D'Andréa), ambos falecidos, que uma eleição municipal não tem um aquecimento a ponto de fogo puro. E tem muita gente jogando combustível nele, sem se preocupar em quem está acertando. Não importa de que lado seja, esquentar não significa queimar a esmo. Não se pode criminalizar o pleito sem uma consequência negativa.

Outra vez a rede
Com o Twitter um pouco esfriado, o Facebook tem sido uma ferramenta importante para candidatos e partidários. Muita gente opinando de forma coerente e muitos escrevendo sem responsabilidade. Sem conhecimento daquilo que está opinando. Não costumo questionar opinião, por que opinião é pessoal. Eu tenho a minha e respeito quem se expressa de forma diferente - não sou obrigado, porém, a concordar ou aceitar tudo. Se a liberdade de expressão é imprescindível, a responsabilidade é fundamental. Para qualquer um.

E lá no ano 2013
Além da herança administrativa, que não é a melhor de todas, o futuro prefeito de Limeira vai herdar uma situação curiosa: restabelecer a credibilidade política e a dos políticos, perante a população. O sentimento hoje é de revolta e repulsa sobre tudo o que ocorreu no Município, com a cassação de Silvio Félix (PDT).

Entrega ou não?
A torcida é muito grande, porém, não acredito que o novo viaduto sobre o anel viário, no Barroca Funda, na rotatória do Walmart, seja entregue e inaugurado em outubro. Penso que será adiado novamente. Se não for, e no próximo mês estiver aberto, farei mea culpa.

Ainda as greves
Os bancários encerraram a greve, que neste ano durou pouco. Os banqueiros foram mais flexíveis, embora pudessem ser mais ainda. A dos carteiros continua. Inflexibilidade de ambas as partes. No final, quem vai pagar juros e multas de boletos atrasados? A empresa estatal - de economia mista - ou o sindicato da categoria? Resposta rápida: o próprio usuário. E a irresponsabilidade acaba sempre impune. No ano que vem tem nova greve e assim, sucessivamente.

A última de hoje
Nessa reta final, tudo o que Limeira não precisa na campanha e no processo eleitoral em andamento são ódio, ressentimento e ameaças ou ataques pessoais. O eleitor já deu mostras de que não aceita isso. Quanto mais ataques, maior o índice de rejeição de quem os pratica.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Justiça. Ainda que tardia. Não à hipocrisia

Causa e consequência são irmãs gêmeas, separadas no nascimento. Às vezes é mais fácil justificar a origem de uma situação, do que prevenir seu próprio efeito. E quando isso acontece, não há como evitar o excesso retórico de muitos ou a indignação de outros tantos. E nem controlar o próprio impulso crítico, fechando os olhos sem querer enxergar a realidade, que é dura e implacável, tanto para os réus como seus algozes. Abster-se em analisar a história como um todo e não fragmentada, é um exercício complicado, que invariavelmente vai desembocar na hipocrisia, que passa a borracha no passado, açoda o presente, para tirar benefícios no futuro.
Quem acompanha o julgamento da Ação Penal 470, batizado políticamente de mensalão do PT, sem paixão ideológica, percebe uma febre que acometeu muitos formadores de opinião, entre a mídia de um lado, e o envolvimento político-partidário, do outro, que beira o fanatismo. Ao radicalismo fundamentalista, que alimenta os hipócritas e a ignorância política sem propósitos. Há muito tempo não se via uma interação dessa natureza, clamando por justiça (ou seria justiçamento?), envolvendo políticos da então base aliada do governo Lula, publicitários, empresários e lobistas, naquilo que acabou se transformando num dos maiores escândalos de compra de apoio político, que se tem notícia da história recente do País. E que virou notícia. Sem entrar no mérito da questão de cada voto proferido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, criando no inconsciente popular heróis extremados e vilões execrados, na condenação ou absolvição dos indiciados, o que todos esperam é uma punição exemplar aos condenados. Mesmo que seja impossível imaginar um ponto final na corrupção, há que se continuar no seu combate.
Justamente o que não aconteceu, também em passado recente, quando agentes palacianos arregimentavam (e que cada um entenda como quiser o significado dessa palavra)  parlamentares, pela aprovação da Emenda Constitucional da reeleição para cargos de prefeito, governadores e presidente da República, mas que tinha um endereço específico, a recondução do tucano Fernando Henrique Cardoso ao cargo que já ocupava. Que foi notícia à época, porém, não ganhou as dimensões ou mobilização suficientes, para levar ao banco dos réus, corruptores e corruptos, que saíram ilesos. Muitos deles ainda gravitam em palácios governamentais com pompa e agora travestidos de paladinos da ética, exigindo cabeças, que poderiam ser as deles próprios. Casos assemelhados, tratados de forma distinta. E se alguém pensa que mensalões, mensalinhos ou qualquer que seja o nome de batismo que tiverem, acabam nesse julgamento, está enganado. Eles continuam, como aconteceu lá atrás, e se fez vistas grossas. Disfarçados em outras fórmulas, nos municípios, estados e Federação, malas-pretas, cuecas recheadas e dinheiro vivo em envelopes ainda resistem às barganhas políticas. O que se espera é que a justiça feita hoje (a mesma que deveria ter sido feita lá atrás) iniba novas transações nos esgotos da política

domingo, 23 de setembro de 2012

A fábula do querer, do poder e.... do fazer

Neste País, onde quem está no poder (e poderia) não quer e não faz, quem acaba fazendo se torna uma espécie de inimigo público. E atrai a ira daqueles que ainda respiram o ranço autoritário, uma espécie de inércia da acomodação, em vez de mobilizar para a necessidade da ação concreta e imediata. Triste País, onde a juventude desperta, mas é sufocada pela incompreensão dos que preferem deixar para ver como é que fica. O mais novo exemplo desse absurdo, dessa verdadeira fábula do nonsense, é a jovem Isadora Faber, uma estudante de Florianópolis (SC), que resolveu abrir os problemas de sua escola (pública) à sociedade através de um blog, que hoje já tem mais de 270 mil seguidores. É o "Diário de Classe", que está transformando a unidade, onde ela cursa a 7ª série. Isadora resolveu postar e mostrar, através de fotos, o descaso desse poder público com a Educação. Atraiu a ira de muitos, em especial de quem deveria resolver os problemas. Porém, a admiração de um número maior de pessoas, por todo esse Brasil, que está compartilhando suas postagens e incentivando para que ela dê continuidade a seu blog.

Ranço autoritário
Isadora, agora, está sendo vítima do comodismo e da estupidez daqueles que não querem mudança ou melhoria no ensino público. E terá um inquérito policial aberto pelo delegado Marcos Alessandro Vieira, que acatou boletim de ocorrência (BO) da professoa de português da adolescente, que se sentiu injuriada. Injuriados deveríamos estar todos nós, pelo descaso desse poder público capenga.

Seguir o exemplo
A coragem da adolescente, que teve sucesso, pois a Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, retratada no "Diário de Classe", começou a receber melhorias físicas e até teve um professor de matemática demitido, após críticas no blog de Isadora. Em vez de compartilhar dos desejos da estudante, a professora resolve atacar o direito à liberdade de expressão e usa a polícia, por se sentir difamada e caluniada.

Como acreditar?
De dois em dois anos muitas ladainhas se repetem e políticos se dizem aptos a resolver todos os problemas do País, de estados e municipios. Só que acabam esbarrando, ou na incompentência ou no uso da máquina pública para o enriquecimento pessoal e dos seus (homens de confiança e familiares). Transformados em candidatos a cargos públicos eletivos, esmeram-se na apresentação e na oratória, posteriormente confrontadas com suas atitudes práticas. E perpetuam esse ranço, que chega também a outros profissionais, que não admitem ser questionados. E aí, quem resolve fazer acaba se transformando em incômodo. Foi o caso da estudante Isadora Faber e seu blog. Ela juntou toda a coragem que falta aos gestores da educação e escancarou os problemas, no caso de sua própria escola.

Uma história real
O "Diário de Classe", página do Facebook criada pela estudante catarinense Isadora Faber, começou a trazer relatos dos problemas na Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, onde cursa a 7ª série. O blog repercutiu e o colégio começou a receber reformas. Mais de 270 mil pessoas já “curtiram” essa página na rede social, pela coragem da menina de 13 anos, que deseja apenas qualidade na educação e estrutura adequada para poder estudar no ensino público, que é uma obrigação do estado. É esse tipo de mentalidade que precisa ganhar força, para poder sufocar os senhores feudais que teimam em continuar no poder.

E na contramão...
...da história está mesmo Limeira. E já que o assunto é educação, vamos a mais uma bola fora, ou melhor, uma incompetência do poder público municipal, que parece querer manter o Município na idade da pedra. Ao embargar obras de construções de quitinetes próximas ao câmpus II da Unicamp, a FCA,  para atender à demanda de moradia para estudantes, e que está aumentando, a cidade dá um chute no desenvolvimento. E fica cozinhando projeto, que permite esse tipo de construção. Um absurdo, que faz Limeira continuar dormindo no berço (agora não tão esplêndido assim) do atraso.

A difícil evolução
Enquanto ficar pensando em máquina de escrever em tempos de computadores, Limeira, apesar de ter crescido, vai continuar pequena na pequenez das mentes de seus dirigentes. Não é possível calar, diante de tamanha estupidez. É preciso acordar para o Século XXI.

Prefeito é preso
Não foi aqui não, mas... Foi o prefeito de Londrina, no Paraná, José Joaquim Ribeiro (sem partido), que foi preso no litoral catarinense na manhã da última quinta-feira, 20, por policiais civis em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de lá, que cumpriam mandado do Tribunal de Justiça (TJ) paranense, após o político ter assumido que recebeu propina de empresários durante licitações. Foi na praia de Piçarras e a coordenação da operação foi do promotor Cláudio Fonteles. O que se investiga por lá é corrupção e fraudes na licitação de kits escolares (uniformes, mochilas e tênis). A quadrilha seria formada por 19 pessoas, entre empresários e agentes públicos.

Como aconteceu
José Joaquim Ribeiro era vice-prefeito em Londrina e ocupava o lugar de Barbosa Neto (PDT), cassado em 30 de julho pela Câmara daquele município paranaense, sob a acusação de pagar serviço de vigilância da rádio da família com dinheiro público. Coincidências à parte, está mais para semelhanças...

Pergunta rápida
Quem tem interesse em não convocar Benedito Rosada para depor na CPI do Messias?

E o saneamento
Limeira, um município de quase 300 mil habitantes, exemplo no tratamento e distribuição de água e na coleta de esgoto, não pode conviver com água escorrendo pelas sarjetas ou empoçando em esquinas ou sarjetões. Isso é coisa lá do século XIX...

Frase da semana
"O transporte se diz inclusivo, mas geralmente está quebrado. A Prefeitura oferece o Porta a Porta, mas são poucos veículos, que quebram com frequência". Maira Santana, publicitária, comentando a estrutura precária e o desrespeito no trato com o deficiente. Na Gazeta, sexta-feira, 21.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Batendo cabeça
Tem comitê eleitoral mais atordoado que barata que recebeu forte spray de inseticida. Trombando em tudo quanto é canto sem conseguir achar uma porta de saída. E tentando entender os últimos números, apresentados na pesquisa eleitoral Gazeta-Limite Consultoria.

Tendência final
Uma avaliação fria e longe do calor político partidário, também a mais correta a fazer nesta reta final do período eleitoral antes do dia 7 de outubro, é que a partir desses números podemos estar próximos a uma definição e consolidação das candidaturas. Fôlego ainda todos têm, porém, é preciso sentir a tendência do eleitorado, que está, este sim, em ritmo de definição.

Ainda é cedo...
...para cravar na melhor aposta. Como política não é uma ciência exata, tudo isso fica no campo da especulação e daquilo que está sendo mostrado neste momento. Nada está definido ainda, apesar da previsibilidade.

Ação mais dura
Ou os integrantes da CPI do Messias têm que tomar uma atitude mais dura com relação ao prefeito cassado Silvio Félix e seu ex-homem-forte, Sérgio Sterzo, pela falta de respeito dos dois para com a comissão e com a população limeirense. Depois de tudo o que aconteceu, os vereadores não podem corroborar esse tipo de atitude. Polícia, Justiça, têm que ser acionadas e sair à caça (termo mais correto) de ambos.

Pura zombaria
É por esse tipo de impunidade, que sobra descrença com a política e com os políticos. Essa sensação de poder, que faz com que esses personagens zombem de todos nós (alguns costumam dizer "que se lixe a opinião pública) precisa acabar. Talvez a única solução seja mesmo a cadeia. A língua que consigam entender.

A última de hoje
Se o mensalão, mensalinho ou seja lá denominação, que garantiu a aprovação da Emenda Constitucionl da reeleição lá em 1997, em benefício exclusivo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tivesse sido punido com o mesmo rigor de hoje, não teríamos que assistir a essa vergonha nacional, cujo palco é o STF. É preciso que todos reflitam sobre isso. Aquele comércio de votos de parlamentares foi tão danoso quanto o de hoje. E passou impune.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Serviços públicos: eficiência às avessas

Os serviços públicos, como o próprio nome já diz, são aqueles oferecidos publica e gratuitamente à população, têm a marca da ineficência. E quando buscam ser eficazes tropeçam na incompetência de administradores despreparados tecnicamente, porém, politicamente atuantes. E independentemente da cor partidária, à qual esteja ligado, quanto mais alto o escalão, pior ele é. Com raras, raríssimas exceções. Do atendimento nas creches municipais, passando pelo ensino fundamental e médio, que é da competência estadual, a situação é caótica hoje. Faltam vagas nos municípios e sobra empurra-empurra para passar o aluno de ano letivo, sem mesmo ter o aprendizado suficiente para isso. No setor da saúde, apesar do exemplar serviço que é o SUS, de responsabilidade do governo federal, a dificuldade para  marcar uma consulta ou internação hospitalar é diretamente proporcional à baixa remuneração que o serviço oferece aos profissionais e instituições, que dele dependem.
Só para citar dois exemplos, nas três esferas de governo. Salvam-se, nesse quesito, e aí por competência de seus dirigentes, as universidades públicas. Sejam as estaduais ou federais. Mesmo com as investidas desnecessárias dos governos que as mantêm. Se hoje Limeira tem um segundo câmpus da Unicamp - a Faculadade de Ciências Aplicadas (FCA) - a conquista deve ser creditada ao então reitor, José Tadeu Jorge, que preferiu não esperar as ações do governador Geraldo Alckmin e levou adiante o empreendimento. Que não venha político chamar para si a responsabilidade da conquista, que é lorota. E das boas. O investimento público no serviço prestado ao cidadão, hoje - saúde, educação e segurança - é ínfimo se comparado ao gasto político, utilizado para controlar o poder.
Se a análise partir para a preservação do patrimônio público, então, aí beira ao caos. O abandono é marca registrada em parques municipais, escolas públicas e muitas outras repartições, que de tempos em tempos são maquiadas, apenas para receber a autoridade competente. Autoridade, que o sábio e impagável Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, costumava ironizar, quando dizia como esses senhores de terno se apresentavam: "eu sou otoridade". Mesmo não levando em conta a sanha da população pela depredação, o que falta mesmo é segurança e fiscalização, outras competências desse poder público, carentes de profissionais, em qualidade e quantidade, para zelar pelo dinheiro arrecadado de impostos. É preferível investir no acerto político nos altos escalões, onde apadrinhados - boa parte deles de competência duvidosa - desfilam de forma pomposa e soberana, a personificação de uma realeza emburrecida pela arrogância e prepotência, que lhes são características.
Nesse perído pré-eleitoral assiste-se ao mesmo filme, que vem de longe, com personagens já conhecidos e outros nem tanto, apregoando eficiência e transparência à máquina pública. Alguém se lembra quantas vezes já ouviu essa mesma promessa? Os erros e vícios se repetem. Corrigi-los, que é bom, nada.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Administração em xeque. A quem interessa?

Mais um anúncio de adiamento da entrega das obras do novo viaduto sobre o Barroca Funda, na rotatória envolvendo o hipermercado Walmart e o Jardim Florença, que vai fazer ligação direta centro-bairro, entre a Avenida Comendador Agostinho Prada e Via Guilherme Dibern, para desafogar aquele trecho do anel viário. Exemplo de falta de planejamento, e que vem, com certeza, da administração do prefeito cassado Silvio Félix. Envolvida na obra, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos já não é mais comandada por Celso Gonçalves (remanescente da era Félix). E que deve ter deixado a Pasta por conta justamente desses atrasos. E outros problemas. E como não se faz uma obra desse porte do dia para a noite, coube ao atual secretário escalado pelo prefeito Orlando Zovico (PDT), Dagoberto Guidi o novo anúncio: de setembro para outubro, depois de os anteriores, feitos em julho e agosto, conforme mostrou esta Gazeta em reportagem da jornalista Daíza Lacerda. O que deixa margens para muitas dúvidas e perguntas não respondidas sobre essa imensa responsabilidade administrativa. Interrogações.

O trato é o mesmo
Infelizmente e por mais boa vontade que se possa ter, o setor público ainda é uma caixa de Pandora, cujos segredos parecem infindáveis. Se mesmo fechada, esses segredos não param de sair, aberta então pode causar um rebuliço maior ainda. Tudo por falta da tão sonhada e necessária transparência no trato com o dinheiro público. Boas intenções, nesse caso, não são suficientes para estancar essa sangria.

Coragem e firmeza
A melhor forma de demonstrar uma mudança de postura administrativa é abrir as contas públicas e esmiuçar seus caminhos e, principalmente, atalhos. Ainda não se viu um gestor público se expor a esse ponto. O simples bater no peito e prometer não é suficiente, porque são palavras que se perdem rapidamente. O receio em ferir suscetibilidades políticas precisa ser banido do vocabulário na administração pública. 

Consenso e teoria

O que mais irrita, entretanto, é que todos sabem disso. E não há quem conteste tais práticas. O problema está em executar essa prática. Só assim poderemos ter, definitivamente, o setor público voltado aos interesses públicos. E não de poucas pessoas ou grupos. E se há entendimento de que pode agir dessa forma, a questão é que a teoria nunca se transforma em ação. Entra administração, sai administração, fala-se a mesma língua, porém não há esse objetivo como prioridade.

As moscas mudam
É comum, em período eleitoral como este pelo qual estamos passando, ouvir à exaustão as promessas de auditorias nas contas públicas, obras e serviços. E há muito tempo e de quatro em quatro anos - com a reeleição, esse prazo se estendeu por igual período - ouço essa surrada ladainha das auditorias. O vencedor do pleito - no caso o prefeito - toma posse, fala firme  e até mostra convicção em suas palavras, porém nunca tomei conhecimento de um resultado prático dessa busca pelos descaminhos da corrupção. E se alguma teve algum resultado prático, nunca foi divulgado. E num surto repentino de amnésia, tudo fica esquecido...

É oratória pontual
Estamos entrando na reta final desse primeiro turno das eleições municipais. E os discursos dos quatro candidatos a prefeito não trazem muitas novidades, não. São bem semelhantes e até afinados em vários pontos. Um imenso pacote de bondades, que se cumprido um décimo das promessas, estaremos presenciando a redenção de um município, que foi abalado na sua confiança em gerar bem-estar e riquezas ao seu povo. Município que completou, ontem, 186 anos de existência e está recebendo, neste aniversário, um grande presente: um cidadão consciente, ciente de seus direitos e deveres e que soube se mobilizar, quando foi chamado.

Os reis da mídia
Uma análise midiática da propaganda eleitoral no rádio e TV colocam alguns candidatos e partidos em vantagem. Entre os prefeituráveis, Kleber Leite é especialista. Lusenrique Quintal melhorou muito desde sua primeira candidatura e Paulo Hadich está fazendo uma campanha certinha e também tem se mostrado bom de microfone e câmera. Eliseu é que destoou um pouco desses três, mesmo com sua oratória fácil de vários mandatos como vereador. Quanto aos candidatos a vereador, a utilização de jargões, rimas, apelidos e ligações profissionais (enfermeiro, cabeleireiro, etc...) não ajudam em nada. Dá apenas um ar engraçado às aparições. Nada mais que isso.

Números novos
A Gazeta de Limeira está publicando, na edição de hoje, uma nova rodada de pesquisas para o cargo de prefeito. Pesquisa eleitoral não pode ser analisada linearmente e nem ser comparada. Quem deve decidir, mesmo, é o eleitor e no dia da eleição.

Pergunta rápida
Quem, de fato, o prefeito cassado Silvio Félix da Silva (PDT) está apoiando para prefeito em Limeira?

É preciso educar
Quem passou pelo Centro de Limeira, na sexta-feira, percebeu a ação dos agentes de trânsito, contra motociclistas e motoqueiros que teimam em estacionar em vagas destinadas a automóveis. Uma ação esperada há muito tempo, que deve inibir essa ocupação irregular e ostensiva e que às vezes beira o desrespeito mesmo. Que os agentes continuem esse trabalho. E também atuem contra motoristas infratores, que teimam em se utilizar de vagas especiais destinadas a idosos ou deficientes.

Já que estamos...
...falando em educação, muitos cidadãos estão reclamando de candidatos a vereador que estão despejando "santinhos" em ruas de muitos bairros de Limeira. Principalmente dos mais simples e afastados. Cumpre ao eleitor, então, não votar em candidatos que emporcalham sua própria cidade.

Frase da semana
"Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem pelo voto? É para pensar". Trecho de nota da Arquidiocese de São Paulo, criticando a Igreja Universal, que apoia Celso Russomano. Sexta-feira, 14, na Folha de S. Paulo, Poder-Eleições 2012.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Fiscalização real
Se a Justiça Eleitoral fizer uma visita não programada a vários pontos da cidade, irá encontrar propaganda eleitoral irregular. Principalmente em canteiros com área verde - ou apenas gramados - o que é vedado pela lei eleitoral. Muitos candidatos se revezam nessa prática. Seria interessante que conhecessem a legislação eleitoral, antes de pedir voto aos eleitores.

Ele está na ativa
O prefeito cassado Silvio Félix da Silva (PDT) não tem feito aparições públicas e praticamente desapareceu da mídia. Quem, entretanto, pensa que ele está alheio ao processo eleitoral em Limeira, está muito enganado. Se está engajado nele, não se sabe. Ele está longe, porém, do ninho e da candidatura apoiada por seu partido, o PDT.

Mostrar a cara
A iniciativa de entidades como a OAB, sindicatos e faculdades, em promover encontros com os candidatos a prefeito, é a melhor forma de debater ideais e propostas para buscar soluções, a fim de enfrentar os problemas crônicos do município. Que são muitos e nas mais diversas áreas, como trânsito, educação, habitação, saúde, segurança, entre outros. A exposição de ideias dá a devida dimensão da competência de cada um deles.

Espaço aberto
A mídia também tem feito sua parte, como esta Gazeta, com as entrevistas já publicadas dos quatro postulantes ao Edifício Prada. Além das sabatinas realizadas no estúdio da Rádio Educadora AM. E também pelo programa Hora da Notícia. Quanto mais informação, mais preparado o eleitor fica. Se o acerto 100% é impossível, quanto menos errar, melhor.

Dízimo à vista
Se o potencial de votos nulos e brancos em Limeira se confirmar, o que significaria um descontentamento com o que está sendo apresentado, fico imaginando a cabeça do paulistano, tendo que conviver com a possibilidade de ter Celso Russomano (PRB), comandando a prefeitura da capital do Estado. O bispo Edir Macedo, CEO da Universal, que controla o partido, está esfregando as mãos. Vamos dizer que seria o primeiro município teocrático do Brasil. Alguém duvida?

A última de hoje
Em terra de fichas sujas, quem tem em casa água, sabão e esfregão, é preso por subversão.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Propaganda enganosa... ou uma ofensa ao eleitor

Estaria o Tribunal Supeior Eleitoral (TSE) fazendo propaganda enganosa ao investir milhões de reais em campanhas para rádio e TV, em que vários personagens fictícios, transformados em eleitores, enfatizam a importância de votar em candidato da ficha limpa? Levando-se em consideração o preceito da ética, um agente político, que pleiteia um cargo eletivo, deveria ter a ficha limpa desde o início de carreira e qualquer condenação, até mesmo em primeira instância, já soaria como um impedimento óbvio para que ele não pudesse continuar. Só que não é assim que acontece e muitos - a maioria até - fichas sujas continuam conquistando postos, que lhes garantem imunidade e maior acesso ao dinheiro público, que costumeiramente é utilizado para o enriquecimento ilícito. Uma conta que todos os cidadãos pagam diariamente, disfarçada em impostos e taxas das mais variadas modalidades. E como a consciência não é o forte de um político com ficha suja, ele se lixa para tudo isso.
Nesse processo resta, então, a obrigatoriedade legal - quando na verdade deveria ser a mais pura expressão do próprio caráter - para tentar limpar a política nacional da má gestão e de atos de improbidade. E a esperança que pairava no imaginário de todos para essa limpeza, a comemorada Lei da Ficha Limpa, começa a ser desfigurada por quem deveria, justamente, dar o exemplo de conduta, o próprio TSE. Com pouco alarde, ministros da instância máxima do processo eleitoral, começam a liberar alguns fichas sujas, em decisões que podem criar jurisprudência e, com isso, ressuscitar um verdadeiro exército que jazia na lama e pensava-se vencido pela dureza da lei. Apesar de simples, essa deliberação mais recente tem alcance tão grandioso, quanto perigoso. E pode jogar terra nesse sonho de uma política feita por políticos realmente bem-intencionados (porque eles também existem) e com suas propostas voltadas ao interesse público.
Sob o título "O TSE ameaça a ficha limpa", a revista IstoÉ, desta semana, traz interessante matéria sobre a última estrepulia do tribunal, ao decidir que se um administrador tem suas contas públicas rejeitadas, não é motivo para impedir sua candidatura. Alguém apontaria um motivo mais forte que esse, para barrar o acesso dessas raposas ao galinheiro? As condenações por Tribunais de Contas dos Estados, no entender dos ministros do TSE, não são provas de que o agente público errou. Então quais provas são necessárias? Nesse caso, gastar dinheiro em publicidade, para votar em candidatos fichas limpas acaba sendo, de fato, propaganda enganosa, para responder à questão que fiz, lá no início deste texto. Uma ofensa ao eleitor, que já deu demonstrações de seu interesse em depurar esse viciado e danoso sistema.
Assim, e mais uma vez, apesar de todos os esforços na aprovação e posterior validação da Lei da Ficha Limpa, que veio da iniciativa popular, todas as responsabilidades recaem, novamente, sobre os ombros do eleitor, que mais atento que nunca, deve escolher com convicção, um ficha limpa de verdade.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Privatização. Ineficiência e apenas inchaço

As privatizações ocorridas nos dois governos de FHC são saudadas, hoje, pelos tucanos, como exemplo de eficiência, modernidade e política de desenvolvimento.  Até aí é um direito de cada um defender o seu lado. O seu interesse particular. O grande e grave problema, entrentanto, encontra-se na prestação de serviços dos setores privatizados, em especial o das telecomunicações, hoje com internet e pacotes com TV a cabo. As ações recentes da Anatel sobre a Oi, Tim e Claro, são novos e práticos exemplos, não de modernidade ou desenvolvimento, mas de inchaço e vendas de serviços pelas empresas privatizadas, que não têm o devido suporte técnico para atendimento rápido e eficiente ao cliente. Apesar de hoje termos a portabilidade e direito de escolha, essas empresas não têm o direito de tripudiar sobre nós, clientes. Deveriam fidelizar esse cliente com serviços de qualidade e agilidade que isso requer. Ficar à espera de uma visita técnica é outra comprovação desse inchaço, mas que na prática não funciona, porque a demanda por serviços é maior que a oferta da assistência oferecida por elas. Complicado.

Qualidade teórica
Para quem tem no telefone e na internet as principais ferramentas de trabalho, e pela rapidez e instantaneidade que o processo comunicacional exige hoje, a falta de sinal no sistema ultrapassar 24h é tão absurda, quanto às desculpas dadas pelos SACs das corporações, que ganharam o direito em explorar esses serviços com o compromisso de melhorá-lo, o que na prática ainda está muito longe de acontecer.

Só vender, vender
A equação dessas operadoras é vender cada vez mais, através de ações do chamado marketing agressivo, relegando a segundo plano o atendimento técnico, quando solicitado. Acredito até que não seja intencional essa deficiência, mas esbarra na falta de planejamento prévio do mercado alvo. É preciso, antes de vender o serviço ou produto, garantir que o cliente tenha o devido atendimento pós-venda.

É preciso planejar
Essa barafunda nos serviços de telefonia pós-privatizações - o serviço público também era deficiente antes disso, é bom que se diga e parece que não é preocupação do setor privado também - é facilmente comprovada pelos Procons e seus incontáveis registros de reclamações. E até mesmo na Anatel. E, também, nas reclamações que chegam à mídia. Até nós jornalistas, enquanto porta-vozes que somos da população como um todo. Dos nossos leitores. E se expressamos as necessidades dessa população, temos obrigação de relatar nossas próprias experiências como consumidores desses serviços.

Sou NET. E daí?
Na semana passada, entre segunda e quarta-feira, tive uma triste experiência de um consumidor na busca por seus direitos para ser atendido pela operadora NET  (telefonia, internet e TV a cabo). Fiz dois registros, devidamente protocolados, através do 10621 e um terceiro, na sede da empresa aqui em Limeira (que não sei se gerou protocolo, pois não me foi informado) e tudo o que obtive foi um "nada podemos fazer fora dos prazos estipulados". Cai por terra toda aquela massificação da marca do "seja um NET". Eu sou, e o que ganho com isso, telefone mudo por cerca de 47h e internet sem sinal pelo mesmo período. Quando fiz a migração fui tratado como um verdadeiro rei. Agora nem bobo da corte posso me considerar.

Sem saudosismo
Para aqueles que não conviveram com as estatais das telecomunicações, quando era uma empresa por estado da Federação, qualquer problema era resolvido no dia e muito rápido. A Telesp, por exemplo, que operava no Estado de São Paulo, tinha sempre um técnico à disposição e qualquer problema era rapidamente sanado (provocava muita reclamação e crítica, também). Assim como as empresas de eletricidade. Bastava um contato e era a certeza da resolução do problema. A privatização desses setores expandiu o mercado, aumentou a gama de serviços oferecidos, porém a expansão foi desordenada e o crescimento no consumo com a migração nas classes sociais, parece ter pego todo mundo de surpresa. Ou então foi muito mal avaliado.

Prática sem volta
Apesar de às vezes parecer o contrário, sou favorável a um Estado mínimo na economia como um todo. A concorrência é que garante a qualidade (deveria, ao menos). Porém, se houve a privatização é dever desses setores cumprirem com essa obrigação: a qualidade esperada de uma empresa. Que satisfaça o cliente.

É mais que justo
Como jornalista, recebo muitas reclamações e denúncias e as torno públicas. Como consumidor e cidadão estou tornando públicas as minhas próprias experiências com a deficiência desses serviços. O cliente, seja ele qual for, merece respeito. Afinal, é quem paga a conta no final dessa cadeia produtiva

Pergunta rápida
Qual é o tamanho das pernas da mentira?

O início do baile
Sem a imunidade legal que o cargo lhe proporcionava, o prefeito cassado Silvio Félix da Silva (PDT) deve enfrentar um trâmite mais rápido das muitas ações judiciais, iniciadas ainda em seu primeiro mandato. E com as seguidas derrotas até nas cortes superiores, não fica difícil prever o que vem pela frente. Um verdadeiro balaio de frutas azedas à espera de uma inevitável degustação.

É despejo total
Com Carlinhos Silva, Piuí, Elza Tank, Iraciara (ainda sonha), Mário Botion, Eliseu Daniel, Paulo Hadich e Almir fora das disputas deste ano, a renovação nos assentos da Câmara Municipal de Limeira pode beirar, tranquilamente, os 80%, levando-se em conta os 14 existentes. Outros sete novos - ou velhos mesmo - se juntarão a eles. Vale uma boa reflexão. 

Frase da semana
"Que isso, gente, sou só o barnabé do processo". Do ministro do STF, Joaquim Barboza, ao ser chamado de herói por duas mulheres, quando saía do Supremo. Na sexta-feira, 6, na Folha-Poder.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Terreno perigoso
Com o desenrolar da campanha eleitoral, a impressão que fica é que há muita areia movediça pela frente. Alguns candidatos começam a avançar o perigoso sinal da civilidade, tentando ganhar no grito e buscando alternativas desesperadas pelo fiasco e queda inesperados. A crítica é sempre construtiva. A agressão destrói. E destrói, principalmente, a já abalada confiança do eleitor.

O que esperar
E nesse caso nada mais justo do que a resposta desse eleitor. A partir do momento em que o quadro começa a se definir, o desespero é evidente de quem vai ficando pelo caminho, achando que tinha o domínio do momento. Dai a apelação inevitável, principalmente se o planejamento de campanha é focado na obsessão pela vitória.

Nas redes da web
Os candidatos de Limeira estão definitivamente adotando as redes sociais (Twitter e Facebook principalmente), para espalhar suas propagandas eleitorais. Só que em muitos casos há falta de interatividade. Colocam apenas foto, número, partido e coligação partidária e pouca proposta de trabalho. Os que o fazem, em muitos casos, extrapolam suas competências - no caso de candidatos a vereador e suas esdrúxulas promessas. Daqueles que fazem parte das minhas redes, tenho deixado à vontade e não oculto nem bloqueio. É preciso aprender a conviver com a diversidade de opiniões.

E como deve ser
Penso que o transporte público deva ser, em primeiro de janeiro, quando o novo prefeito assumir, o princípio da administração pública. É preciso encarar o problema com muita coragem e ter inteligência para agir. Dar  um basta ao "faço o que eu quero" das concessionárias do transporte público. O usuário deve vir sempre em primeiro lugar. Do jeito que está não pode ficar. Espera-se do eleito essa percepção. Antes, porém, exigir competência no trato com o trânsito...

Números cruéis
Manchete da Gazeta de Limeira de terça-feira, 4 de setembro "Mortalidade infantil chega ao pior índice em 14 anos". Mostra 2004 e 2005 (primeiro ano de Silvio Félix-PDT) índices de apenas um digito. Os números não param de subir a partir de então e, coincidentemente, em 2008 - ano de eleição e da reeleição de Félix - voltam a cair e, a partir do ano seguinte, sobe novamente. Deixo a conclusão por conta dos leitores.

A última de hoje
Há um agito de grandes proporções nos bastidores políticos de Limeira. Tem candidato com um olho no peixe e outro no gato, fazendo contas para calcular o tamanho do estrago na campanha. O que parecia fácil e favas contadas começa a desmanchar um sonho de poder.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O desconfortável exercício da democracia

Exercitar a opinião na mídia, seja ela qual for - das tradicionais, como a impressa, a eletrônica ou a internet com as redes sociais - requer, além do conhecimento necessário sobre o assunto que vai discorrer, uma grande dose de compreensão, entendimento e aceitação às teses contrárias, que inevitavelmente se seguirão. Esse é o princípio básico da liberdade de expressão, que contempla uma prática no direito do cidadão em emitir sua própria opinião. Seja ela desagradável ou não. Esteja ou não em comunhão com o senso comum, que nem sempre é tão comum assim. Não há, portanto, nesse sentido, conceito entre o certo ou o errado, pois se trata de um julgamento pessoal. Grosso modo, é como escolher o time do coração, a cor preferida, a religião ou seita que vai seguir, a ideologia política, e daí por diante.
Sempre que for tratar desse tema, é inevitável aquela utilizada expressão (e muitas vezes tratada com desprezo por muitos) cunhada pelo filósofo iluminista francês, François-Marie Arouet, mais conhecido quando se escreve com seu pseudônimo: Voltaire. "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las". Não é um exercício fácil e tão pouco confortável, porém continua sendo atualíssimo e também a mais pura prática da democraia de que se tem conhecimento. O advento da internet e mais recentemente das redes sociais, nas quais há intensa interação e troca de opiniões, é para além do pensamento de Voltaire, que se deve mirar ao entendimento dessa questão. Melhor e de mais fácil compreensão ainda, quando se afirma que é através dessa interação e troca de opiniões instantâneas, que é preciso uma melhor assimilação da defesa do direito em opinar. Mesmo quando há discordância. Ou seja, o direito ao contraditório, uma garantia à opinião alheia. E o engraçado nesse processo, e apesar do avanço tecnológico, muitos dos mais ferrenhos defensores da diversidade opinativa, do confronto entre as ideias, ainda se sentem  incomodados, quando são desafiados nessa guerra de informação.
Tenho acompanhado, principalmente através do Facebook, uma troca de gentilezas não tão sutil, em que rola até palavrões e expressões nada republicanas. E percebo que a democracia na rede não é tão exercitada assim. E às vezes é estraçalhada por ferrenhos defensores das liberdades individuais, que valem apenas aos que comungam de seus pensamentos e ideias. Ora, isso é a mais pura expressão do autoritarismo, que tanto - ou pelo menos da boca para fora - criticam. Assim como tenho opção em mudar de canal, quando a programação não me atende, as redes sociais têm opções de bloqueios para amigos indesejáveis. Defendo esse instrumento, para contornar ataques e ofensas pessoais. Jamais por confrontar opiniões contrárias às minhas. Gosto de lê-las e ouvi-las. Gosto de refutá-las, também, quando sinto que há espaço e condição para o bom debate. É desconfortável, às vezes, porém não podemos cair na tentação de menosprezar a opinião alheia.

domingo, 2 de setembro de 2012

O que dá para aproveitar. E a descrença

Quem pôde acompanhar, de terça a sexta-feira, aqui nas páginas da Gazeta, a entrevista especial com cada candidato a prefeito, percebeu que os discursos estão afinados com os anseios dos cidadãos. Que as promessas são - e continuam sendo - além do que o eleito poderá cumprir, pelas próprias limitações legais do cargo. O propósito, entretanto, com a publicação das ideias de Eliseu Daniel dos Santos (DEM), Lusenrique Quintal (PSD), Kléber Leite (PTB) e Paulo Hadich (nesta sequência, feita mediante sorteio com os assessores dos candidatos), é trazer à luz o que cada um deles tem a oferecer em propostas e quais delas podem virar compromisso. Compromisso, alías, que deveria substituir definitivamente a palavra promessa, o que ainda não ocorre. O primeiro (compromisso), tem uma direção; e a segunda (promessa) se dissipa como fumaça. Não pretendo me ater às falas dos entrevistados. Às respostas que deram a cada pergunta feita, que são coerentes, mostram o grau de conhecimento ou não, que eles têm do cargo que estão disputando. O que fica no ar, ainda, é se estão se compromentendo a isso.

Desencantos reais
O fato é que, de Fernando Collor para cá - primeiro presidente civil eleito diretamente pelo povo, que não terminou o mandato - apesar de alguns avanços na política nacional, o eleitor, a população de uma maneira geral, viu sua descrença aumentar. Do esquema PC, à compra de votos para reeleição de FHC e a privataria tucana, até mais recente, com o mensalão do PT, o poço continua sem fundo.

Obrigação ir-re-al
Essa descrença - desencanto, mesmo - só não é maior, porque no Brasil o voto é obrigatório. E essa obrigatoriedade dá uma falsa impressão de participação maciça no processo eleitoral, quando se dá a devida dimenção aos  números de abstenções, votos brancos ou nulos. O volto facultativo levaria às urnas, os eleitores que têm interesse nessa participação e, portanto, aptos a uma escolha correta.

Uma contribuição
O propósito de um trabalho como esse, realizado pela Gazeta, é de levar luz e promover um amplo debate, deixando para o cidadão, que é eleitor, tirar suas próprias conclusões. Nós, que fazemos opinião através da mídia, também fazemos parte desse processo de formação. Porém, é apenas uma parte de um conjunto, que precisa de uma mudança estrutural. De conceito mesmo.

Sugestões claras
Saúde, Educação, Segurança, Desenvolvimento, Habitação são os temas mais lembrados pelos candidatos. Tanto os quatro à eleição majoritária como os tantos outros às proporcionais. Dois setores, entretanto, merecem e devem ter a maior atenção do futuro prefeito. Quem se sentar na cadeira principal do Edifício Prada, no dia primeiro de janeiro de 2013, terá que arregaçar as mangas e trazer um técnico especialista para resolver, definitivamente e com competência, o problema do trânsito e, principalmente, do transporte público urbano. Os cidadãos que dependem dos ônibus não podem mais ser tratados como bichos enjaulados.

Muitas dúvidas
Fala-se em derrubar o muro do Edifício Prada para alargamento da Rua Alfredo Ferreira. Hoje, passando pelo local, prestei bem atenção e pensei que será preciso comer um pedação do estacionamento do Semprevale e parte do McDonalds também, além dos imóveis na outra extremidade, onde se encontram imóveis construídos junto à calçada e o estacionamento de uma lanchonete. Foi pensado nisso?

Mudança urgente
Enquanto o voto continuar sendo uma obrigação, que aborrece muita gente, a possibilidade de mudança no panorama político e nos políticos está distante. Aquele que vai a uma seção eleitoral de forma compulsória, vai evidentemente protestar com as armas que tem: os votos brancos ou nulos. Ou então o que é pior e mais constrangedor ainda, vai acabar produzindo verdadeiras aberrações políticas. Isso, que para muitos seria um voto de protesto, acaba se tornando um empecilho maior ainda a qualquer renovação. Nem mesmo os votos em branco ou nulos são protestos contra o establishment. São falta de opção mesmo. E falta de opção não é protesto.

Volta às origens
Antonio Braz do Nascimento, o Piuí, vereador sem partido e que não tem legenda neste ano. Carlos Rossler (PRP), que tenta a reeleição e Almir Pedro dos Santos (PSDB), que está em última legislatura. Esses três vereadores foram os responsáveis pela dispensa de uma testemunha chave na CPI da Merenda, Benedito Rosada. Voltaram-se, novamente, contra o interesse público da informação e da transparência sobre o processo político administrativo de Limeira, que vem passando por uma depuração. Piuí e Rossler, que votaram pela mudança, agora voltam-se com ela, nessa deliberação interna da comissão.

Hilário, hilário e...
...hilário. O depoimento do advogado Sérgio Baptistella, ex-secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura deu o tom de comédia nos depoimentos da quinta-feira à CPI da Merenda. Principalmente quando se referiu ao também ex-secretário municipal, Sérgio Sterzo, sobre suas reações quando se falava o nome de Messias lá na Prefeitura. O carioca diria que "deu piriri...."

Pergunta rápida
Quem tem medo de Benedito Rosada?

A carruagem vai
Últimas pesquisas para a prefeitura na capital de todos os paulistas. O petista Fernando Haddad encosta e está em empate técnico com o tucano José Serra. Russomano continua à frente. O poder da aparição de Lula na TV e nos programas de rádio é impressionante. Em duas semanas o clima no ninho esquentou.

Frase da semana
"Sei que eram [ameaças] físicas contra o Sterzo. Um dia, quando soube que o Messias o aguardava no gabinete, ele teve desarranjo intestinal". Sérgio Baptistella, ex-secretário Jurídico da Prefeitura, falando à CPI da Merenda, na quinta-feira. Sexta-feira, 31, na Gazeta.