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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Insensibildade que mata!

É impressionante a insensibilidade dos dirigentes estaduais de ensino, qundo o assuto é a violência nas escolas públicas. Em especial contra professores, que tentam manter a disciplina e tem como foco uma educação de qualidade.
A denúnia desta Gazeta, publicada no sábado e comenada por mim na edição impressa de hoje, em minha coluna Texto&Contexto (veja post anterior, aqui neste blog), sobre o ato violento de um adolescente contra o carro de uma experiente professora, por ter sido repreendido por ela, desnuda o despreparo do governo estadual e suas diretorias de ensino espalhadas por todo o Estado, na hora de tratar do assunto.
Uma supervisora de ensino foi a um emissora de rádio e, em vez de tratar do assunto abertamente, esclarecendo a situação e revelando a verdadeira face da violência nas escolas estaduais, preferiu reduzir essa situação a uma suposto "sensacionalismo" dos jornais. Essa supervisora, que não conheço e sinseramente nem tenho vontade, tamanha a sua falta de sensibilidade, reclamou que a imprensa não mancheta ações positivas. Infelizmente ela não está em dia com sua leitura de jornais. Ou está vivendo um mundo de "faz de contas", e que o mundo é azul.
Antes de qualquer afirmação, ela deveria explicar a situação. Mostrar porque isso acontece e dar mais guarida aos professores ameaçados e agredidos. E tratar de punições exemplares aos agressores. Falta, a essa supervisora, infelizmente, o mesmo que falta ao governo do Estado no trato com a Educação: competência e vontade política para não tentar colher rosas de onde só há espinhos.
Uma situação que perdura, há anos, desde que assumiu o governo do Estado o falecido Mário Covas. E que, de lá para cá, só piorou. Em todos os sentidos. Só não foi e está sendo pior que o governo do senhor Paulo Maluf, que até papel higiênico deixava faltar nas escolas públicas e afirmava que as professores não ganhavam mal, mas sim, eram mal casadas.
Da nossa parte vamos continuar divulgando essas ações criminosas contra a Educação, mostrando que a realidade é nua e crua e que não há tapetes vermelhos e nem chão de estrelas na vida dos nossos maltratados professores.
Na época em que frequentei a escola pública e isso foi durante praticamente todo a minha alfabetização, até o antigo colegial ou científico (hoje o ensino médio) como foi o meu caso, era uma vergonha estudar em escola particular. Para lá só iam aqueles que não tinham condições de acompanhar o nível de ensino da escola pública ou os arruaceiros. Hoje não tenho coragem de matricular meus filhos nesses estabelecimentos. Infelizmente.

Antonio Claudio Bontorim

Indignação, apenas!

Três casos distintos. Três cidades diferentes. Todos, entretanto, envolvendo alunos de escolas públicas, que em situações adversas fazem da violência apenas um propósito, depredam o patrimônio público mantido pelos próprios pais e destroem sonhos e esperanças de educadores, com ameaças de agressões e, no extremo do descontrole, acabam por cometer atos de vandalismo contra a propriedade particular. Entre eles, um curto espaço de tempo, não mais que 11 dias.O primeiro caso veio a público no dia 16 de setembro, através de um vídeo, que mostra uma mãe incentivando sua filha, de 15 anos, a chutar e bater na colega, que estaria disputando a atenção de um rapaz de 23 anos. A mãe, em questão, é monitora de transporte escolar. Trabalha na área da Educação. O fato ocorreu na saída das aulas, no município paulista de Araçariguama. O segundo, também mostrado em vídeo e divulgado no último dia 22 deste mês, vem da cidade gaúcha de Viamão, onde uma professora repreendeu um aluno de 14 anos, que pichou a parede da classe, obrigando-o a repintar o local. Detalhe: a escola havia acabado de ser pintada em um mutirão de pais e professores, com dinheiro arrecadado durante meses. Apesar dos excessos e criticada pela família do menor, a professora foi apoiada.E o terceiro, não menos grave, foi mostrado por esta Gazeta, no último sábado. Uma professora teve seu carro destruído. Suspeita-se de um jovem de 14 anos, que foi repreendido por ela e teve até registrado contra si, em vezes anteriores, boletins de ocorrências por ameaças. A primeira coincidência dessas histórias: todas as situações envolveram adolescentes. A segunda: em nenhuma delas a direção dos estabelecimentos quiseram se manifestar. No caso de Limeira, além da omissão, que é muito mais perigosa que a violência, a imprensa quase foi impedida de divulgar o caso, não fosse a insistência da vítima, que não voltará mais à escola. Ela denunciou outro caso na mesma unidade, quando um grupo de estudantes - entre eles o mesmo rapaz de quem suspeita - incendiou o carro de um pastor, que ia regularmente até lá para conversar com alunos e professores. Segundo a professora, o caso foi abafado pela direção.O que falar de tudo isso? Como analisar fatos de extrema gravidade como estes, que têm como palco escolas, que deveriam educar; e não se sentir acuadas? Quase impensável, para quem não convive com tal realidade. E sofrido para quem vive o seu dia a dia. Os hipócritas diriam que é caso de polícia. Muitos, que é fruto da exclusão social e má distribuição de rendas e falta de oportunidades. Eu acrescentaria: são as duas coisas juntas, alimentadas pela impunidade, decorrente de nossas leis brandas. E pela desagregação familiar, causada pela falta de regras de convivência. Pela permissividade. A indignação é o sentimento mais frequente, mas gera distorções de avaliação. Procurar culpados é fácil. Difícil mesmo é apontar soluções! No momento, confesso, estou apenas indignado!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 26 de setembro de 2009

Alerta vermelho
A explosão em uma loja de fogos - que seria uma fbriqueta clandestina - em Santo André, na Grande São Paulo, é um excelente motivo para que as autoridades competentes fiscalizem, de forma séria, esse tipo de comércio. Seria de bom tamanho a união de esforços, através de um blitz, em todos os comércios aqui de Limeira que trabalham com esse tipo de artefato. Em especial em seus depósitos. Tenho certeza que os comerciantes não se oporiam a isso.

Caso recorrente
Após mais essa tragédia, é bom lembrar que as estatísticas são anuais. Em especial em épocas de festas juninas. Sempre há uma história, que vai da alegria ao desespero no acender de um pavio. E ninguém aprende. Uma fiscalização correta evitaria esse tipo de ocorrência e contribuiria para a conscientização de todos.

Guerra jurídica
Os suplentes que aguardam com ansiedade o momento de uma possível posse, após a aprovação e promulgação da PEC no Congresso Nacional, não terão facilidades pela frente. O promotor eleitoral de Limeira, Nelson Peixoto, já avisou que impugnará diplomação, caso ela ocorra. É recomendação superior.

Eleição indireta
Peixoto chegou a comparar o fato com uma espécie de “eleição indireta”. Ou seja, os sete suplentes que não alcançaram o quociente para as vagas não foram eleitos e, portanto, não podem ser empossados. Seria, de fato, um desrespeito com a ordem democrática e jurídica do País. Alguns advogados esfregam as mãos por seus representados, porém espera-se que o entendimento do TSE seja mantido. As novas vagas foram criadas, mas só para 2012. E pronto!

Estão fora. Só!
Ora, suplente é suplente. Não foi eleito. E se não teve competência para tanto, não pode agora receber o prêmio com uma canetada do Congresso.

Túnel sem luz
Se por acaso esses suplentes forem empossados e os recursos do Ministério Público Eleitoral não forem julgados procedentes, esses senhores e senhoras que sonham em assumir essa cobiçada “vaguinha” estarão entrando pelas portas do fundos. Serão considerados intrusos. E como tal deverão ser tratados.

Golpe federal
Golpistas estão agindo na região, fazendo-se passar por representantes da Receita Federal. A informação é de Walter Kope, da Delegacia da Receita Federal de Limeira. Eles estiveram em Pirassununga, onde, utilizando-se de falsos cartões de visita, tentaram vender assinatura de revistas em nome da “Associação Nacional dos Auditores do Fisco Federal”, entidade fictícia usada para ludibriar as vítimas abordadas, cuja aquisição contemplaria, também, assessoria em assuntos tributários. O meliante utilizou-se de uma cartão de visita em nome de “Dr. Haully Moisés Kauffman”, da Procuradoria Geral da Receita Federal, nome e órgão, obviamente falsos.

Vale por aqui
É importante que empresários locais estejam atentos, pois vez ou outra, esse tipo de problema ocorre na cidade. “A Receita Federal informa, ainda, que não vende qualquer tipo de publicação, nem diretamente, e desconhece que tal procedimento seja feito pelas entidades representativas de seus servidores”, diz Kope.

Frase da Semana
“Quando o Lula ainda estava em campanha para a Presidência, muitos achavam que ele nos envergonharia quando fosse ao Exterior. O cara arrebentou”. Fernanda Torres, atriz, em entrevista à IstoÉ desta semana.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Desabafo ou...
...a mais pura realidade? Fico com a segunda opção, porque também me assusto quando passo pela Praça do Museu e vejo o estado de abandono, tanto do próprio Museu como da Biblioteca Municipal. Essa pequena explicação faz sentido, pois recebi, recentemente, um e-mail de um limeirense, que estuda em São Paulo e discorreu, com precisão, a situação. Eis na integra o que escreveu o limeirense, de nome Renato, de quem vou omitir o sobrenome.

Espanto puro
“Sou limeirense, porém vivo em São Paulo, sou estudante de doutorado da USP. Há alguns anos deixei de frequentar regularmente a Biblioteca Municipal (BM) de Limeira, mas dias atrás passei por lá. Fazia quase um ano que não a visitava. Bem, direto ao ponto: fiquei espantado com o estado em que se encontra a BM e o Museu. Por fora, muros pichados e empoeirados, pintura desgastada e calçadas sujas e encardidas. Um dos poucos prédios históricos da cidade em condições nada agradáveis. Por dentro, tudo permanecia igual”.

Um incômodo
“A compra de livros novos para o acervo é escassa. Entretanto, o que mais me incomodou foi o novo horário de atendimento da BM com a finalidade de ‘cortar gastos’. Algo como das 12h30 às 17h30. Perguntei-me: ué, e quem trabalha não pode ir a BM? E as crianças que estudam à tarde não podem frequentar a BM de manhã? Vejo o novo horário de funcionamento da BM como um desserviço à cidade e lhe sugiro, como leitor que o considera o mais combativo dos colunistas da Gazeta, que use seu espaço para tentar mudar essa situação ou incomodar quem tem o domínio dela. Numa cidade com tão poucos espaços culturais, a BM não pode ser assim!”.

Situação real
Essa visão, com certeza, é compartilhada pela maioria dos limeirenses e de quem visita a cidade e leva um choque ao ver aquela situação. Foi alvo de várias matérias aqui na Gazeta e até mesmo de estudos de especialistas em urbanismo. Porém, o ouvido de quem deveria tomar providências se faz de surdo e aquilo vai ficando como está. Lixo puro. Nem parece uma praça destinada ao conhecimento e à cultura.

Assombrações
Aquela região, de tão abandonada que se encontra, parece estar povoada de almas penadas. De fantasmas de pincéis e tinta em punho - alguns dizem até que filmam as ações e pichações - para fazer tamanha sujeira, porque ninguém consegue enxergá-los.

Horário novo
Quanto ao horário, caro Renato, acredito que tenha voltado ao normal. É que a Prefeitura decretou meio período pelo período de um mês, em todas as repartições públicas, como você disse, para “cortar gastos”. Se cortou, de fato, ainda não apresentou nenhum balanço.

PEC da alegria
A Câmara dos Deputados aprovou e passa a valer a proposta de emenda à Constituição (PEC), que aumentou o número de vereadores em todo País. Limeira ganhará sete novas vagas na Câmara Municipal. Tem suplente já esfregando as mãos. Se vai valer para essa Legislatura, ainda é uma incógnita. E pelos nomes apresentados na edição de ontem desta Gazeta, que podem assumir, a situação do prefeito Sílvio Félix (PDT), continua mais que tranquila. Diria até, feliz....

Sem conversa
Às vezes, precisamos ouvir alguns recados que nos são transmitidos. Uns implícitos e outros explícitos. E o prefeito, ao que parece, não está ouvindo os recados que vão a sua direção, sobre o diálogo com os GMs grevistas. É um precedente perigoso e em nada revela liderança ou autoridade. Apenas insensatez.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sem sustos. E sem definição

A aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC), que aumentou o número de vereadores no Brasil e trouxe de volta as sete vagas para Limeira, não provocorá grande mundanças na composição de forças da Câmara Municipal local. Não vai causar problemas e nem sustos ao prefeito Sílvio Félix (PDT). Pelo menos pela projeção feita por esta Gazeta, os nomes parecem bastante dóceis e são da base governista. Com exceção do petista Aloízio Marinho de Andrade.
E é fácil entender esse quadro. Vamos a ele. Pastor Nilton Santos (PMDB), é da base governista. Fausto Antonio de Paula (PDT), do mesmo partido do prefeito. Darci Reis (PR), não vai causar problemas, é comissionado na Prefeitura; Iraciara Basseto (PV), ultra, ultra, mega, blaster governista. Sérgio Fernando Sterzo (PDT), outro do partido de Félix, além de filho do braço ultra direito do prefeito e Wagner Barbosa (PSDB), que apesar do partido, deverá jogar no mesmo time da situação.
A desproporção entre a oposição e a situação ficaria ainda mais visível. E muito, mas muito mesmo, a favor de Sílvio Félix.
A questão, agora, é se a PEC valerá para empossar esses não eleitos, imediatamente, ou valeria apenas par 2012. No entender de especialistas e juízes do STF, apenas para as próximas eleições, uma vez que uma lei, segundo eles, não poderia beneficiar a retroatividade e seria imoral, pois esses nomes, pela composição que foi apresentada na eleição passada, não foram eleitos e, portanto, não podem desfrutar desse benefício. Seria abrir precedentes inclusive para as Assembléias e Câmara e Senado Federal.
Para os que votaram a favor da PEC, o entendimento é que já ela está valendo e a diplomação e posse dos "novos escolhidos" estarão atreladas às leis orgânicas de cada município. A OAB promete ir ao Supremo contra qualquer posse e muita água deverá passar por debaixo da ponte, antes que as novas cadeiras comecem a ser esquentadas pela vontade daqueles que estão esperando essa oportunidade.
Agora é esperar e pagar para ver o que vai acontecer! O que tem de urubu esperando para que a carniça seja liberada, é uma festa!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ficha-suja? Sim!

A minirreforma eleitoral emplacada pelo Senado e aprovada na Câmara com algumas modificações tem avanços e retrocessos. Muito mais retrocessos que avanços, pois não contempla os anseios do eleitorado e dá uma banana para a ética ao continuar permitindo os chamados “fichas-sujas” de concorrer a cargos eletivos, caso não tenham condenações definitivas. Dá um “chega pra lá” no bom senso, quando permite a continuidade das doações ocultas, aquelas em que o doador financeiro da campanha não é divulgado de antemão - ele financia o partido, que vai distribuir a verba ao candidato sem identificar o benfeitor -, aparecendo apenas na prestação de contas, o que significa que será conhecido após a eleição. O presidente Lula tem até 2 de outubro para sancioná-la, para 2010.Como eleitor tenho - assim como todos os demais - direito de saber quem está contribuindo com o candidato em quem estou votando, sob o risco de quebra de princípios? Jamais votaria num cidadão financiado, por exemplo, por grupos de reputação duvidosa. A doação oculta, infelizmente, pode proporcionar esse tipo de situação, porque poucos são os candidatos, que recusam recursos dessa natureza. O partido nem sempre age às claras com seus escolhidos. E isso é regra. Enfim, não há como validar um produto se todos os seus ingredientes não são conhecidos. O que ocorre, também, com os “fichas-sujas”, que estão impregnando a política nacional. Durante a votação, na Câmara, os deputados rejeitaram emenda do Senado, que previa “reputação ilibada e idoneidade moral” na disputa dos cargos. Porque mesmo sem condenação na Justiça, um candidato que tenha envolvimento em processos, sejam eles criminais ou cíveis (por definição da própria questão ética mostra desvio de caráter), não deveria estar concorrendo.E se avanços também estão contemplados nessa minirreforma - que deveria ser maxi, de generalizada abrangência - em grande parte vêm da pressão da opinião pública e das críticas da mídia. E concentram-se no item comunicação pela rede mundial de computadores, que quase foi amordaçada. Por pouco, blogueiros, twiteiros, sites noticiosos e de informação não tiveram uma censura prévia aprovada, proibindo manifestações contrárias ou a favor de candidatos ou partidos. O que acabaria se transformando numa história sem precedentes e inimaginável nesse terceiro milênio. Bem que tentaram, porém o bom-senso prevaleceu. Inclusive com a garantia do direito de resposta. E fica bastante perceptível a disparidade entre o que se avançou e o que retrocedeu, nesta reforma (?) política. Foram três parágrafos criticando os retrocessos e apenas um, elogiando os avanços. Ainda vamos, pelo corporativismo dos nossos representantes, continuar votando no escuro. Com ficha-suja e tudo o mais!

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Perigo crescente! Ameaça latente

Na edição impressa do dia 15 de setembro, da Gazeta, adiantei uma preocupação crescente com o cerceamento à liberdade de imprensa na América Latina, por conta de posições dos governos da Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina. E situações de risco no Brasil, com a interferência do STF e de juízes proibindo que jornais publicassem matérias sobre figuras ligadas ao governo, como o filho do presidente do Senado, José Sarney.
O texto, sob o título "Inimigos nada ocultos", também postado neste blog, alertava para uma campanha contra a liberdade de imprensa e, consequentemente, à própria democracia.
Essa preocupação está, agora, ecoando pela grande imprensa e nesta semana, a revista IstoÉ traz matéria e um editorial sobre o asssunto, que merecem leitura e reflexão.
A matéria, que está entre as páginas 36 a 39 e sob o título "A imprensa sob ameaça" é um verdadeiro libelo contra o perigo, mais que próximo a todos nós jornalistas e meios de comunicação. E o editorial, à página 20, "A Liberdade cerceada", nos coloca em alerta contra essas situações, que estão se tornando comum em alguns países e faz côro entre políticos locais também. É preciso enfrentar esse inimigo, nada oculto, com muita garra e determinação.
Está na revista IstoÉ, edição 2080, de 23 de setembro de 2009.

Antonio Claudio Bontorim

Mais uma greve. Agora a dos bancários

Não sou contra greves. Defendo-as para quaisquer categoias. Ainda é o movimento reivindicatório mais justo, porém é preciso esgotar negociações para deflagrar esse tipo de movimento paredista.
Estamos com uma da GM, aqui em Limeira, que evoluiu por que infelizmente o prefeito Sílvio Félix (PDT) não se sentou à mesa das negociações. Desde o início vem tramando um jogo de contra-informações que não interessa a ninguém: nem ao Município e nem aos munícipes, que sentem a onda de furtos e roubos se intensificarem.
E há, sim, como contornar a situação. É preciso, entretanto, que o diálogo - e a própria juíza da Vara da Fazenda Pública, Michelli Vieira do Lago recomendou isso ao própio prefeito - seja o principal instrumento de negociação. Não a intransigêcia e nem mesmo a violência.
Os funcionários dos Correios estão também negociando suas reivindicações à base de uma greve, que está impondo sérios problemas a quem rcebe boletos para pagament de contas, via ECT. Não se recebe os boletos, não se paga as contas e, depois, tem a incidência de multas e juros. Enfim, nesta segunda-feira pode haver um desfecho. Espera-se, que pela conquista das reivindicações dos carteiros e fim da greve.
E, tambem hoje, pela manhã, agências bancárias de Limeira apareceram com faixas de cobrança aos banqueiros e farta distribuição de pipoca, defronte à agência central do Bradesco, com direito a discursos dos sindicalistas. E mais faixas e cartazes, onde se lê: "está pipocando a greve". Normalmente de pouca adesão, pelo próprio assédio moral que os bancos costumam fazer a seus funcionários.
Nesse caso, que envolve os patrões do sistema financeiro, os chamados banqueiros, infelizmente, não muito o que dialogar. São os que mais lucram (muito acima da média dos segmentos produtivos) e veêm seus patrimônios crescerem de forma descomunal, em troca de jornadas complicadas e poucas garantias aos bancários.
A população, infelizmente, é quem mais sofre com toda essa onda de greves. Fruto, infelizmente, de um complexo sistema de poder, onde a força política e econômica dos setores envolvidos inviabilizam, na maioria das vezes, o diálogo. Por que se confunde bom senso com fraqueza. Ninguém cede por que ceder, na visão tacanha de alguns falsos líderes (de ambos os lados) signfica enfraquecimento. Submissão. Uma bobagem inadmissível nesses tempos!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 19 de setembro de 2009

Tempo de verdades
Polícia Civil abriu - e isso é o que se esperava da autoridade policial competente - inquérito para apurar os tumultos ocorridos na Câmara, na sessão da última quarta-feira, quando GMs grevistas mais uma vez lá estiveram para pedir apoio dos vereadores para o diálogo com o prefeito Sílvio Félix (PDT).

Isenção e coragem
Mais que um simples inquérito é preciso que as autoridades - tanto civis como militares - entrem fundo na investigação. E que garantam, conforme manda a Constituição igualdade de direitos na hora de apurar os fatos. Com ampla oportunidade de defesa. Que não balance apenas para um lado.

Imagens e imagens
É preciso, também, que todas as gravações feitas pelas emissoras de TVs presentes sejam requisitadas - inclusive as não editadas - para apurar os responsáveis pelo quebra-quebra. Informações - e que merecem ser levadas em consideração - dão conta que algumas filmagens mostram, claramente, quem quebrou o que. E podem contradizer algumas versões. Inclusive de como teriam se iniciado esse tumultos. Ao que tudo indica, não é bem como está se divulgando. Ou como as fontes oficiais e oficiosas estão passando as informações. É preciso apurar antes e culpar depois. Para que não haja injustiças difíceis de se corrigir depois.

A origem histórica
A propósito de todos aqueles lamentáveis acontecimentos, postei no meu blog aqui na Gazeta (http://colunatextoecontexto.blogspot.com), na quinta-feira, 17, um comentário sobre como se processam esses movimentos reivindicatórios e como os serviços essenciais são sempre os menos valorizados pelos administradores públicos. Do presidente da República aos prefeitos. Passando, é evidente, pelo poder intermediário, que são os governadores.

Está muito longe!
Por falar em movimento grevista, o prefeito Sílvio Félix está muito equidistante so movimento. Embora tente mostrar o contrário ele precisa estar mais presente e atuante. Como manda a cartilha do bom líder!

Questões de sobra
Só para lembrar: como está o inquérito que apura a morte do menino Yago e o desaparecimento de sua mãe, tida como maior suspeita do crime? E a fase processual sobre os envolvidos na Operação Dissolve, sobre adulteração de combustível? E o aeroporto regional de Limeira? E o caso do vereador-médico, que fazia encaminhamentos de seu gabinete? Questionar até que é fácil. Difícil é obter respostas!

Para gerar pânico
Será que um dia conseguiremos eleger vereadores aptos a cumprir sua principal função legislativa: fiscalizar com isenção os atos do Poder Executivo?

Bingo e emprego
Sob o manto da geração de empregos, a Câmara Federal libera casas de bingo. Os chamados jogos de azar. Menos caça-níqueis, cassinos e o jogo do bicho! As loterias da Caixa Federal também continuam. Parabéns para nós! Crime legalizado à vista...

Frase da Semana
“Como instituição, nota 10, como prática, nota 2”. Do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), sobre que nota daria ao Congresso Nacional. Em entrevista exclusiva ao UOL Notícias, ontem.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Direito garantido
A cobertura jornalística na internet em período eleitoral não sofrerá restrições. O que ameaçava ser uma censura e uma forma ou cerceamento a jornalistas, que se utilizam da web para opinar, noticiar, comentar, etc., acabou não se concretizando com a aprovação no Senado da nova legislação eleitoral. O único ranço autoritário e conservador coube ao tema debate: as regras serão as mesmas utilizadas para rádio e TV. Ou seja, restritivas.

Os espaços livres
Com isso, blogueiros, twiteiros, editores de sites jornalísticos, entre outros, terão total liberdade para criticar, elogiar, traçar perfis políticos para mostrar quem é e como agem os candidatos. Ponto para os senadores. É vedado, também - e isso é de extrema importância à própria democracia -, o anonimato e fica garantido o direito de resposta. Inclusive em redes sociais como Orkut e Facebook. Nada mais justo. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.

Nunca é perfeito
A nota negativa, entretanto, é justamente a web se ver obrigada a seguir as mesmas regras para debates políticos, válidas para o rádio e TV. Então, nem tudo é liberdade. Pode ser considerado, entretanto, um avanço.Continua obscuroOs senadores aprovaram, também, e esse é mais um absurdo dessa reforma eleitoral, que as doações para políticos devem continuar ocultas até o dia da eleição. Ou seja, o eleitor só ficará conhecendo quem são os doadores de seus candidatos após a eleição. Não existe absurdo maior. É um incentivo à prática do caixa dois e dos interesses, também ocultos, dos doadores. Se tudo fosse feito dentro da normalidade, ninguém precisaria ter medo de nada. Como não é bem assim....

Campanha na TV
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, está se saindo muito bem, em comerciais de TV sobre o sistema educacional mantido pelas indústrias do Sesi e Senai. Com postura de candidato o empresário está sedimentando seu espaço. Não sei se ele já é filiado a algum partido. Está sabendo, porém, se utilizar da iniciativa privada para, talvez, fundamentar suas pretensões políticas.

Quem pode mais...
...chora menos! Não se pode afirmar que ele esteja cometendo qualquer infração eleitoral, uma vez que ainda não há candidatos e os prazos do calendário eleitoral ainda não estão fechados. Mas que sua postura é de candidato, isso é! Ele mesmo já demonstrou interesse nisso.

Sem fiscalização
Depois de muito tormento com o trânsito, devido a obras em horários impróprios, e o “esquecimento” da mídia sobre o assunto, a Prefeitura voltou a abusar da paciência dos cidadãos na véspera do feriado de 15 de Setembro, quando interditou trecho importante da Dr. Trajano, entre Carlos Gomes e Senador Vergueiro, na Praça Toledo Barros. Como o serviço público municipal não teve expediente, os magos do planejamento acharam que o setor produtivo da sociedade também gozaria do “ponto facultativo”. Entre o comércio, bancos, empresas de serviços, e outras, ninguém emendou a segunda-feira com o feriado. Dai aquela confusão causada pela mais pura falta de planejamento.

O blog da coluna
A coluna Texto&Contexto agora também tem seu blog, no site da Gazeta. Além das colunas das terças, quintas e sábados, o blog trará muita informação e o que é mais interessante: interagindo com o leitor, que poderá postar comentários sobre as notas postadas. Inclusive da coluna. Na home-page da Gazeta há um link para o blog, cujo endereço é: http://colunatextoecontexto.blogspot.com. No twitter deste jornalista, o endereço é: http://twitter.com/claudiobontorim.

As raízes da violência

Antes de tachar os GMs grevistas e o Sindisel de arruaceiros e o prefeito Sílvio Félix (PDT) de intransigente, é preciso buscar na história deste País o que faz explodir o irracionalismo. O que leva ao confronto funcionários públicos - cuja principal missão é se fazer respeitar e saber respeitar a coisa pública - e os poderes executivos? Está implícito na noção brasileira da desvalorização profissional. Em especial daqueles que atuam em áreas essenciais e não têm a devida valorização e respeito. Vem de longe, mas sempre vai parecer atual. E pontual!
Faz parte da cultura dos governos federal, estaduais e municipais, o descaso com os setores essenciais dos serviços públicos. Educação, Saúde e Segurança não são, quando o assunto é remuneração e condições de trabalho, levadas as sério. O policial militar é mal pago- e muito - pela segurança que ele nos dá e pelos riscos que corre; o professor tem péssima remuneração, levando-se em conta sua responsabilidade social; e o médico (o profissional de saúde, de uma maneira geral) tem jornadas absurdas para poder garantir um mínimo de qualidade em seu ganho. Quanto o SUS - federal - repassa a médicos e hospitais públicos e privados, pelos serviços prestados?
E o próprio serviço público que era sinônimo de status perante as demais funções profissioais, hoje vive à sombra das demais carreiras. Hoje, apenas funcionários comissionados, aqueles de função política e de alto "QI" (quem indica) e nas três esferas de poder, têm privilégios, que são negados àqueles que prestaram concurso, lutam por uma carreira sólida, dando como contrapartida um serviço eficiente e de qualidade.
O que aconteceu no Plenário da Câmara Municipal de Limeira, na noite da quarta-feira, é uma síntese de todo esse enredo mal escrito pelos nossos administradores públicos. Sejam eles o presidente da Repúlica, governadores ou prefeitos. E partindo do pressuposto que toda ação gera uma reação em contrário, de igual ou maior força, os atos de puro vandalismo dos GMs e a condução do movimento pelo sindicato pode ter precipitado algo nada favorável ao próprio movimento grevista, que é justo quando reivindica melhores salários e condições de trabalho, mas perde completamente a razão, quando a prática deixa e ser o diálogo e parte em direção à beligerância. Ao confronto, não de idéias, mas do empunhar de armas.
O constrangimento - de ambos os lados - nunca foi, não é e nunca será a melhor política para se conquistar alguma coisa de valor. O diálogo ainda é a forma humana e inteligente de resolver pendências dessa natureza. Mesmo que seja difícil, de longo caminho. Assim como a resistência a esse diálogo só acirra os ânimos. De agora em diante tudo o que pode acontecer é imprevisível.

Antonio Claudio Bontorim

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Livre, mas nem tanto assim!

A reforma eleitoral aprovada no Senado, na última terça-feira, 15, feriado aqui em Limeira, tirou um peso das costas de editores de sites noticiosos, blogueiros, twuiteiros de sites de relacionamento.
A idéia de não restringir o uso da rede mundial de computadores no período eleitoral, não foi, é bom que fique claro, nenhuma concessão dos nossos senadores - vale lembrar que ainda tem que passar pela Câmara dos Deputados e depois referendada pelo presidente Lula. Vai garantir maior democracia na web, porém restringe os debates entre candidatos. Ou seja, vale para a internet as mesmas regras da TV e rádio. O que por si só é um absurdo. O direito de resposta está assegurado. O que é mais que justo.
É que alguns senadores - os mais conservadores - conseguiram driblar as intenções da reforma e não liberar totalmente os debates. Ou melhor, liberá-los desde que atendam as regras existentes.
O importante é que não haverá restrições para publicação de notícias, comentários e análises políticas ou posicionamentos favoráveis e contrários na web. Vamos à luta para que todos tenhamos nosso direito de opinar garantido. Como garantido está pela própria Constituição Federal.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Conselho Federal de Jornalismo! Sim ou não?

Deixei, ao longo dos dias que antecederam a inauguração dos Blogs da Gazeta, meus artigos da coluna Texto&Contexto. Para não deixar meu blog no vazio. Pretendo, neste espaço, além de debater os assuntos do dia a dia, publicar textos para a reflexão de todos. E, também, discutir assuntos relevantes à nossa profissão: os jornalistas. Em épocas passadas, no site Tiro&Queda, hoje extinto, publiquei meu primeiro texto com o tema da época, sobre a então tentativa de criação do Conselho Federal de Jornalismo, tão criticado e abominado, porém tão necessário. Não seria, como escrevi, censura ou limitação, mas sim uma forma de preservar a profissão e os verdadeiros profissionais. Garantir a ética, hoje tão escassa. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que extinguiu o diploma que tanto lutamos para conseguir, acredido ser necessário, novamente, voltar a esse debate. Sem com o diploma tínhamos muitos problemas com a ética, sem ele, com certeza, teremos muito mais. Por isso deixo esse artigo para reflexão e debate. Tão atual quanto antes. Segue o artigo, publicado em agosto de 2004. Que, agora, está tão atual como àquela época.


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é quem garante ao bacharel em Direito se ele pode ou não exercer a profissão que escolheu. Enquanto não passar no exame da Ordem, continua um mero bacharel.
Os conselhos de Medicina, Farmácia, Química, Engenharia e Arquitetura (essas três últimas atividades, não estou certo de que possuam órgãos na esfera federal) – os mais conhecidos – também regulamentam profissionais de suas respectivas áreas e que, apesar da rigorosa fiscalização que exercem, encontramos muitos deles vendendo atestados médicos, sendo indiciados criminalmente por utilização de matéria prima de má qualidade em fórmulas que deveriam curar e acabam matando (só para recordar, as mortes causadas pelo contraste Celobar, do laboratório Enila) ou construindo pontes e prédios que desabam.
Sem entrar no mérito da questão ou querer fazer paralelos ou comparações entre as profissões regulamentadas, porém dando exemplos de fatos concretos, os jornalistas de carteirinha (que são aqueles que gostam de exibir documentos onde se lê “Imprensa”), continuam a maltratar o vernáculo e a fazer da chantagem um meio de vida. E, às vezes, embrenham-se por caminhos tortuosos, defendendo posições dúbias apenas para chegarem ao topo da pirâmide social. Quando não, assumem posturas de juízes da consciência alheia, causando danos irreparáveis a pessoas e instituições. Não há fiscalização sobre esses profissionais de qualidade duvidosa. E que fique bem claro: fiscalização não significa censura, muito menos atentado à liberdade de expressão. Os sindicatos estaduais e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), por exemplo, são meros órgãos corporativos e associativos.
Antes de entrar na discussão, tema deste artigo (que acredito, muitos já devem te percebido qual é), gostaria de fazer uma pequena citação sobre um trecho do discurso de Ezequiel P. Paz, diretor e redator-chefe do “La Prensa, de Buenos Aires, proferido no 56º aniversário jornal, em 18 de outubro de 1925: “...lembrar, antes de escrever quão poderoso é o instrumento de divulgação de que se dispõe, e que o mal causado ao servidor público ou ao cidadão por uma falsa acusação não pode nunca ser reparado por um esclarecimento ou retificação cavalheirescamente concedidos...” . O que Paz falou foi adotado, em 1926, como código de ética pelos delegados do Primeiro Congresso Pan-Americano de Jornalistas, realizado entre os dias 7 e 13 de abril daquele ano. E, 24 anos depois, no dia 13 de outubro de 1950, foi ratificado pela Sociedade Interamericana de Imprensa, em sua sexta Assembléia Geral. Ética que não pode ser medida de forma temporal. Não é ultrapassada e nem atual, é simplesmente ética, uma questão de atitude e que anda em falta para muita gente.
A questão é que se começa, de forma velada ainda, a se levantar uma polêmica sobre a criação do Conselho Federal de Jornalismo. Trata-se do projeto que o governo federal está remetendo ao Congresso, sobre o qual, inclusive jornalistas, estão derramando muitas críticas, sem no entanto mostrar de forma clara o que pretendem. Li o projeto e não me assustei. Muito menos o entendi como cerceamento à liberdade de imprensa. Se for praticado como está no papel é uma ótima oportunidade para que comecemos uma “limpeza ética” na profissão.
Li críticas de integrantes da OAB e do Poder Judiciário contra a instituição do Conselho. Logo eles, que são extremamente corporativistas e excessivamente regulamentados. Como tenho acompanhado as opiniões contrárias vindas da classe patronal. Parece-me muito conveniente, para alguns setores, enveredar-se pelo caminho fácil da crítica sistemática. É preciso, porém, não confundir interesses dos patrões da imprensa e seus representantes ou de instituições, que muito vezes se valem dos maus profissionais. Ou para pagar salários aviltantes ou fazer acordos noturnos e aparecer na mídia, criando uma cumplicidade que não é boa nem para a própria liberdade de imprensa e muito menos para a isenção da informação. Sem generalizações, é evidente.
É preciso muita lucidez e levar o tema à exaustão nos debates, que com certeza se tornarão mais freqüentes daqui para frente. Ouvir todos os lados – favoráveis e contrários – e ponderar sobre todas as opiniões, antes de fazer juízo de causa. Afinal das contas somos jornalistas e devemos, acima de tudo, preservar aquilo que mais nos diz respeito: o direito a liberdade de expressão dos nossas pensamentos e o dever de respeitar as opiniões que são contrárias às nossas.
O debate está aberto!
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Minha sugestão de leitura: LAGE, Nilson - Estrutura da Notícia, Editora Ática, São Paulo, 5ª edição, 2003, 64 págs. No próximo artigo estarei dando outra sugestão.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Estamos chegando!

Prezados leitores, a partir deste dia 15 de setembro, data em que se comemora os 183 anos de Limeira, a Gazeta de Limeira está inaugurando uma nova etapa na interatividade com seus leitores, através dos blogs.
A coluna Texto&Contexto, assinada por mim e que é publicada às terças, quintas e sábados, também terá o seu blog. E eu estou esperando que você, leitor, comente as notícias e as informações da minha coluna, interagindo na condução dessas informações.
Sua participação é importante! Leia e comente.

Antonio Claudio Bontorim

Inimigos nada ocultos

Nada está mais vulnerável, neste momento, que a liberdade de imprensa. O último sinal de alerta vem da Argentina, com a invasão dos jornais "Clarín", "Olé" e "La Razón", por 200 fiscais da Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip, a receita federal do país). O governo da peronista Cristina Kirchner (e seu marido) tentou desvincular o evento de possível perseguição à imprensa, em especial ao maior diário argentino, o "Clarín", assumidamente oposicionista e crítico do casal, mas o recado é mais claro e assustador ainda, quando se sabe que aquele país também prepara uma nova legislação para "controlar" o setor.Está se abrindo, aos poucos, mas de forma contínua e perigosa, precedentes que indicam uma batalha forte contra grupos de comunicação, notadamente àqueles que se opõem - ou melhor, questionam abertamente - aos governos de seus países. E a América do Sul tem sido um campo fértil a administrações públicas aventureiras, que não têm medido esforços para desqualificar a mídia de uma maneira geral e os jornalistas mais críticos. Ou melhor, aqueles que não se rendem ao chamado jornalismo chapa-branca. Que não se vendem por 30 moedas. Coisa comum por aqui também.Exemplos anteriores vêm se sucedendo desde a Venezuela, de Hugo Chávez - o maior algoz de o livre expressar do pensamento - passando pelo Equador, de Rafael Correa e resvalando na Bolívia, de Evo Morales. Todos autores de leis que restringem a atuação da imprensa, em nome de uma suposta democratização dos meios de comunicação. Argumentos que se desfazem, a partir do histórico desses governantes, cujas intenções são muito claras: controlar a opinião pública. Não é justo, porém, ater-se apenas aos vizinhos da chamada "revolução bolivariana". E, agora, à Argentina. É preciso olhar para dentro deste País. De Sarney a Gilmar Mendes. Para entender que riscos existem por aqui também. Da censura prévia para garantir a não publicação de escândalos, que envolvem personagens da República, ao desrespeito do Supremo Tribunal Federal (STF) com os jornalistas, jogando a formação universitária dos profissionais na sarjeta, até a tentativa de limitar a internet durante o período eleitoral, representam uma afronta à liberdade de imprensa. Assim como a interferência de políticos - e isso em todas os níveis de poder - no dia a dia das redações, numa tentativa de cavar uma notícia positiva ou impedir uma negativa. Típico provincianismo. Típico de república bananeira.Estamos no limiar de um de uma nova onda de crimes abertos contra a imprensa livre. Não podemos baixar a guarda. É preciso manter acesa a chama da vocação libertária da imprensa. E a melhor maneira de se precaver desses retrocessos é não deixar que eles passem em branco. Mesmo que a espada de Dâmocles esteja sobre nossas cabeças.

Antonio Claudio Bontorim

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Falando sério
Gostaria aqui, e publicamente, fazer um pedido de desculpas aos pizzaiolos, pela comparação indevida e desrespeitosa que fiz, na última quinta-feira, nesta coluna, na nota "Do outro mundo". Minha intenção não era ofender essa categoria, que tanto nos enche de prazer, com sua arte culinária. Foi um descuido.

Conta fechada
Na próxima semana, mais precisamente no dia 18, a Prefeitura de Limeira retoma seu expediente normal, após um mês funcionando em meio período, para contenção de despesas...Ou melhor, para economizar "em tempos de crise". Será que resolveu? E o cidadão, contribuinte, que precisou dos serviços públicos municipais do Paço Municipal e só tinha o período da manhã para isso? Será ressarcido de suas perdas? São questões que o prefeito Silvio Félix (PDT) deve responder. Não a mim, mas à população limeirense.

Uma reflexão
Eu, particularmente, tenho um ponto de vista bem formado e uma opinião: a idéia do meio período foi apenas um pano de fundo para tentar mostrar que o Município enfrentava dificuldades financeiras, para argumentar contra as reinvidicações dos Guardas Municipais em greve. Parte do jogo entre a Prefeitura e o Sindisel. Um verdadeiro cabo de guerra, que está fugindo das argumentações trabalhistas e encaminhando-se para as políticas. De ambos os lados!

E os suplentes?
Todos os não eleitos no ano passado, que passaram raspando no teste das urnas, estão rezando para que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos vereadores seja definitivamente aprovada na Câmara. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres de Britto, entretanto, manda um aviso: se passar, a validade deve ser a partir de 2012. Ou seja, ninguém da atual legislatura vai tomar posse. Terão que passar, novamente, pelo teste das urnas.

Aumento legal
Acredito, e após ouvir ponderações as mais diversas, que o aumento no número de vereadores (no caso de Limeira, o retorno aos 21) seria interessante e mais democrático. A representatividade seria maior e com menos margem para manipulação, como é hoje. Controlar 21 seria, em tese, muito mais difícil do que controlar 14. A prática, às vezes, contraria uma tese. Principalmente em se tratando de política.

Para intimidar
Depois da Venezuela, Equador e Bolívia, agora é a vez da Argentina perseguir empresas de mídia. A Receita Federal de lá mandou 200 fiscais "invadir" a sede do jornal "Clarín" e casas de seus diretores, para apurar supostas sonegações. O jornal - principal do país - costuma fazer oposição a Cristina Kirchner e acusa o casal Kirchner de enriquecimento ilícito. A presidente, por sua vez, cisma numa nova lei de controle dos meios de comunicação. Qualquer coincidência com os três primeiros países citados é mera semelhança.

E por aqui...
....o presidente Lula garantiu, na semana passada, que não comunga com as idéias de controle da mídia, como faz seu colega venezuelano, Hugo Chávez. Será?

Frase da Semana
"Este país estava mais preparado do que o mundo desenvolvido para a crise. Mais do que a Europa e os Estados Unidos. Esse era o momento de ter ousadia. Hoje, com muito orgulho, os dados do IBGE mostram que não estávamos tão errados". Do presidente Lula ao comentar o crescimento de 1,9% do PIB brasileiro no segundo trimestre deste ano. Ontem, no UOL Notícias.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

De queixo caído!
Confesso que não pretendia mais fazer comentários sobre a Câmara. E muito menos dar publicidade gratuita aos vereadores. Que, infelizmente, não merecem nem os nomes citados. Porém, as cinco assinaturas que garantiram a CPI do suposto "fantasma" (buuuuuuuuuuuuu) da Cultura, mudou um pouco o cenário político local.

The Ghostbusters
Ronei Martins (PT) e Paulo Hadich (PSB) foram os primeiros do quinteto (que no filme e na série de TV era um quarteto). Depois se seguiram Miguel Lombardi e Mario Botion, ambos do PR. E a grande surpresa: Almir Pedro dos Santos (PSDB). Confesso que desde segunda-feira a noite não consigo parar de ouvir aquela musiquinha, entre macabra e engraçada, do filme que fez sucesso na decada de 80, com Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Ernie Hudson, como os doutores Peter, Ray e Egon, além do motorista Winston, respectivamente. Entre outros, como Sigourney Weaver e Rick Moranis. E tinha a secretária engraçada do quarteto e o fantasminha verde Geléia.

Surpresa?? Ou...
...estratégia?? Quem mais defendeu a CPI, o vereador César Cortez (PV) não assinou. E publicou um anúncio grande de primeira página na Gazeta, explicando seu ato. Cada leitor que tire sua própria conclusão dessa atitude. Uma estratégia que pode ser um tiro no pé. O eleitor não gosta de indecisão.

Do outro mundo
A grande surpresa - ou alma pressionada - foi a assinatura do tucano Almir. O vereador tascou sua rubrica no pedido da CPI. Pressão da opinião pública ou pressão do PSDB? Que custo a acreditar. Pela composição da Comissão, entretanto, o fim é previsível. A pizzaria, mais uma vez, entrará em funcionamento. Apenas um churrasqueiro não fará frente à equipe de pizzaiolos. Como diria Lula...

Corporativismo
É preciso, entretanto, tirar o ranço corporativista pelos lados do Legislativo e investigar também a denúncia sobre o vereador Raul Nilsen Filho (PMDB) e os encaminhamentos médicos de seu gabinete. Esse é mais um caso obscuro e que está precisando de muita luz. Também está no Ministério Público, inclusive com as gravações deste jornal. O viés político, entretanto, é imprescindível. Para uma avaliação da estrutura da própria Câmara.

O TSE tira outro
O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), foi mais um governador cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder econômico durante as eleições. Ele se junta aos ex-governadores Jackson Lago (PDT-MA) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Muitos prefeitos também já entraram nessa galeria. Outros, entretanto - que abusaram do poder econômico e da máquina administrativa - ainda continuma ilesos. Os TREs deveriam ter a mesma percepção do TSE.

Uma lista de peso
Miranda é o quinto governador cassado pelo TSE. E além de Lago e Cunha Lima, perderam o mandato Flamarion Portela (sem partido-RR), em 2004, e Mão Santa (PMDB-PI), em 2001.
Da política para......a arena de touros e cavalos. As cócegas que o sedém fazem nos animais de rodeio devem provocar muitos risos. Nos organizadores desses eventos. Só neles. Vi imagens reais do estrago que isso faz e posso garantir que vai muito além da plumas. São imagens chocantes e que deveriam ser vista por muito mais gente.

Antonio Claudio Bontorim

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Recaída perigosa
O anúncio de mais 13 casos de gripe suína, em uma instituição de abrigo para menores desamparados, e que foi manchete na Gazeta de ontem, joga por terra todo o trabalho que a Secretaria da Saúde vinha desenvolvendo na divulgação diária da evolução da influenza A, no município. O secretário Gerson Hansen Martins anunciou o fim do pico, deu-se por satisfeito e, agora, viu-se obrigado a retomar o assunto.

Faltou atenção??
Essa situação nos provoca um verdadeiro "flash back" lá no início do problema, quando se procurou ocultar, a todo custo, a chegada do vírus H1N1 (A), em Limeira. E ai a gente se pergunta: foi tudo esclarecido? O fim do pico da epidemia, anunciado com foguetório, foi real? Questões que ainda permeiam os corredores do governo Félix. Infelizmente!

Consciência limpa
Há um movimento, na cidade, propício a dar uma pressãozinha na Câmara e nos vereadores. Para que situações como a do vereador Raul Nilsen Filho (PMDB) ou mesmo do chamado "fantasma" da Cultura, sejam no mínimo alvos de investigação. O consultor Celso Leite, em contato com este colunista, adiantou algumas ações, como divulgar o endereço eletrônico de cada "edil" (eitcha palavrinha feia!) e enviar e-mails, correspondências, o que for necessário para mostrar que a sociedade está atenta ao desinteresse dos políticos em investigações que atinjam os próprios políticos. Apoio total e incondicional à ação.

O troco em votos
A idéia é interessante. Mesmo por que, se os eleitores começarem a pressionar e se mostrarem dispostos da dar, vamos dizer assim, uma pequena resposta nas urnas, o calo de cada um vai doer. Com certeza. Lembrando que no ano que vem tem eleição. E, principalmente, vereador candidato a deputado.

Piada espirituosa
Tem gente comentando que a Festa do Peão, de Limeira, deveria ser realizada no sertão do Nordeste brasileiro, no período de maior seca. O rodeio, pelo menos por aqui, é sinônimo de chuva. Então, que tal unir o útil ao agradável? Seguuuuraaa, peão!

Inquéritos civis
Quem pensa que as investigações abertas na Promotoria da Cidadania avançam apenas sobre políticos ou agentes públicos, engana-se redondamente. Outras categorias profissionais estão na mira do MP. Algumas até em estágio avançado e com alvos definidos. Muitas podem até surpreender por esses alvos.

Alívio ou pânico?
O presidente Lula afirmou, na quinta-feira, que não utilizaria os mesmos meios de seu colega, o venezuelano Hugo Chavez, para calar a imprensa. No início deste mês, a administração de Chávez tirou do ar mais de 30 emissoras de rádio. Apesar de não concordar com Cavez, Lula também não o repreendeu. Antes disso, diz que a mídia deveria tratar melhor o caudilho. E revelou que também teve seus problemas, mas aprendeu a enfrentá-los, sem medidas radicais. Pode até ser, mas que ele sentiu cócegas para isso, sentiu. Cócegas, não, pois quem sente cócegas são os animais do rodeio.

Frase da Semana
"Sarney bagunçou a estratégia do Lula e colocou um fim no cenário da eleição plebiscitária. Ele é o nosso melhor cabo eleitoral. Sarney conseguiu fazer um estrago no governo Lula que nós tanto tentamos e nunca conseguimos". Roberto Rocha, deputado federal e presidente do Diretório do PSDB no Maranhão. Na IstoÉ. 2 de setembro.

Antonio Claudio Bontorim

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

E la nave va!
Com a confirmação pelo Incra, da liberação de verba para famílias do acampamento do MST , no Horto, o embate judicial tende a caminhar a favor da União, que reconhece, dessa forma, o assentamento. E pelos trâmites e prazos legais, a Prefeitura não tem muito que fazer, a não ser aguardar a decisão final.

Prêmio moral
O que deve acontecer - e o Ministério Público está se batendo para isso - é que a expansão para áreas do aterro e de lazer, como vem acontecendo, não se concretize, pelo próprio impacto ambiental causado, que este jornal também mostrou há alguns dias. Nesse caso o MST terá que acatar qualquer decisão.

Questão lógica
A única certeza que sobra é que a ação do MST deixou, há muito tempo, de ser apenas uma questão ideológica contra o latifúndio e pela reforma agrária, que este País precisa, com urgência (há ainda muita terra improdutiva a serviço da especulação imobiliária). E pela própria estrutura que ostenta hoje, transformou a questão fundiária numa disputa política. Pelos líderes articulados que tem.

Atraso sem fim
A proposta dos empresários do comércio, através do Sicomércio, aos trabalhadores do segmento, representados pelo Sinecol, começou mal no item abertura aos sábados. O Sinecol acha que a abertura apenas em horário estendido aos sábados após o quinto dia útil de cada mês é suficiente. Pelo visto, o sindicato dos comerciários entende que representa, também, todos os consumidores limeirenses.

Contrapartida
É preciso, entretanto, que o sindicato patronal acene com possibilidades concretas e respeite os plenos direitos dos empregados no setor. Não adianta propor, sem nada oferecer em troca. E que seja justo!

Mais que status...
...é o poder que conta. Vale lembrar que as estruturas sindicais - tanto patronais quanto de trabalhadores - viraram uma máquina poderosa e rica. E o que importa é manter essa estrutura intacta. Basta perguntar a um presidente de sindicato (seja ele qual for!): há quanto tempo - ou gestões - você está no poder? A resposta, é evidente, vai comprovar o quanto estão interessados na defesa de suas categorias. Haja contribuição sindical!

Na vala comum
O caso envolvendo o vereador Raul Nilsen Filho (PMDB), denunciado por esta Gazeta, e a história do fantasma na Cultura, estão praticamente sepultados. O primeiro, pelo corporativismo da Câmara em não investigar seus próprios componentes. E o segundo, pela subserviência. Mais duas histórias jogadas na vala comum do esquecimento. Ou como escreveu o ex-vereador José Henrique Pilon, "a Câmara está com o mesmo cheiro do Senado". De uma suculenta pizza.

1988 foi pro lixo
A censura está chegando à internet. Duas comissões - de Justiça e Ciência e Tecnologia - do Senado limitaram o uso da internet durante as eleições, no próximo ano. Articulistas, blogueiros e sites não poderão falar nem a favor e nem contra esse ou aquele candidato. Liberdade de expressão? Para que? A Constituição foi rasgada. Também, o que podiamos esperar dos nossos políticos. Apenas lixo. É no que estão transformando a arte de fazer política. Exemplos temos aqui em Limeira e em Brasília. A proposta será votada no Senado. Alguém tem dúvida que seja aprovada? Só para lembrar: o ficha-suja pode se candidatar!