Mais uma semaninha completa e todos nós, brasileiros, estaremos diante
das urnas para exercer nossa maior responsabilidade como cidadãos.
Escolher quem vai nos representar na assembleias legislativas, Câmara
Federal e Senado; aqueles que guiarão os destinos dos Estados e o
dirigente máximo do País. Ao longo deste período eleitoral, que começa a
se transformar em eleição de fato, cada um e à sua maneira deu (e está
dando) sua contribuição para que o resultado do pleito seja o que melhor
represente a vontade popular. E contra isso não há argumentos.
Ideologias e partidos à parte, a imprensa vem dando mostras de um grande
amadurecimento no tratamento aos candidatos e às siglas as quais
defendem. Mesmo espaço editorial na mídia impressa é garantido a todos,
assim como o tempo nas emissoras de rádio e TV, fora do horário
eleitoral obrigatório. E não poderia ser diferente, a partir do momento
em que a defesa da democracia e da liberdade de expressão são
ingredientes imprescindíveis a essa prática. As exceções à regra não
ofuscam a lisura desse processo.
Necessário preparo
Ao longo desses últimos meses o eleitor vem assistindo a um desfile de
nomes e propostas, que deverão ser analisados com cuidado e com a devida
atenção que o momento exige. Muito além da aparência e das ideias que
representam, é preciso perguntar se estão preparados para a importância
do cargo que estão disputando. E se conhecem, de fato, o significado
dessa responsabilidade.
Seriedade; projetos
Outro fator importante para que possamos escolher um candidato - que
nos represente com dignidade e que seja fiel a seus princípios políticos
- é a percepção de seriedade que ele traz consigo. E para isso é
preciso estar atento àquilo que anunciam e aos compromissos que assumem,
em suas aparições-relâmpago nas propagandas eleitorais. É importante
analisar o conjunto da obra e suas consequências.
O espaço garantido
Ao longo da oficialização das candidaturas, esta Gazeta tem mantido
postura isenta e importante, no sentido de dar vez e voz a todos. Sempre
com o mesmo espaço de texto, tamanho de foto na proporção igual dos
candidatos e a divulgação das propostas de cada um que já frequentou as
páginas do jornal. Seja local ou de fora da cidade – faz parte da
democracia – não se furtou a recebê-los de forma justa.
Informar e formar
E esse é, sem dúvida, o princípio básico da atuação dos meios de
comunicação e dos profissionais que neles militam. Como agentes da
informação e formadores da opinião pública, a missão de cada um de nós,
jornalistas, é apresentar o fato e deixar que o leitor e, nesse caso o
eleitor, tire suas próprias conclusões. Não é necessário – nem ético –
abrir ou incentivar voto nesse ou naquele candidato.
É a vez do cidadão
O caminho – e todas as suas variantes – foi aberto para que cada um
possa escolher o seu. E é justamente nessa escolha que reside a maior
responsabilidade de cada um de nós. Não pode ser a esmo e muito menos
por simpatia ou benesses prometidas, mas pela competência que cada
postulante demonstra e pelas atitudes que possam defini-los como aptos a
merecer a nossa confiança.
Dia de faxina geral
É preciso – e imprescindível – não cair na tentação de fazer do voto um
instrumento de barganha. Os resultados dessas escolhas, como a
experiência e a prática nos mostram, é danosa a todos. O único
beneficiado é o mau político, que forma um agente público
descompromissado com sua maior obrigação, que é zelar pelo bom
funcionamento das instituições. E, principalmente, descompromissado com
os princípios republicanos.
Consciência e voto
Se tudo isso não sensibilizar o eleitor, ainda há tempo para uma
reflexão. Toda uma semana pela frente, para um exame minucioso dessa
mistura política. Para se livrar, principalmente, da pregação ao voto
útil. Ele não existe. É argumento dos derrotados.
Tempo para mudar
Na última quinta-feira, um grupo de entidades – 42 ao todo – da
sociedade civil esteve reunido para tentar resgatar a representatividade
política de Limeira. Sem assumir candidaturas ou partidos, o manifesto
“Limeira acima de tudo”, que já foi slogan do governo do ex-prefeito
Waldemar Mattos Silveira, o Memau, tenta chamar à responsabilidade o
eleitor limeirense para os candidatos locais. Principalmente após a
divulgação da pesquisa Gazeta/Limite Consultoria, que mostrou a intenção
de quase 50% do eleitorado local em votar em políticos de fora.
Empresários e dirigentes de entidades assumiram esse compromisso, que é
louvável e merece respeito. Só não sei se há tempo hábil para esse
trabalho, devido à proximidade das eleições.
Vaidade e...política
A ideia é boa. O entrave, entretanto, está no número de candidatos
locais, pois muitos estão pouco se importando se serão eleitos ou não.
Estão pensando apenas no futuro político, e se utilizando dessas
eleições como balão de ensaio. O que é uma pena.
Máquina azeitada
Não tem jeito mesmo. De uma forma ou de outra, independentemente de
partido, a máquina administrativa será sempre usada por quem está no
poder, e pensa em nele continuar. Luta para isso. Na última quinta-feira
foi dada a largada para o início das obras de duplicação da
Limeira-Mogi Mirim (SP 147). Há muito reclamada como forma de conter a
onda de acidentes violentos e as sucessivas mortes, a obra tem início a
poucos dias da eleição, na qual o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
concorre à reeleição. Ele, por lei, não pode estar presente, mas teve
sua dose de propaganda garantida. Isso me fez lembrar da duplicação da
Limeira-Piracicaba. Que foi palanque de outro tucano, Mário Covas.
Interessante. Muito interessante mesmo.
Pergunta rápida
Com quantos SMSs se ganha uma eleição?
Na mesma linha...
Só para não perder o hábito e para mostrar que tudo isso é uma enorme
coincidência, outra obra de importância capital teve início há pouco
mais de 20 dias. Também do governo do Estado, e viária. Trata-se da
duplicação do restante da SP 304, que liga Piracicaba a São Pedro e, da
mesma forma como a Limeira-Mogi Mirim, useira em provocar mortes em
acidentes. Reclamada há mais de 20 anos e, à época, tendo tucanos à
frente das prefeituras das três cidades, só agora, mais uma véspera
eleitoral, ela é iniciada. A obra, para quem conhece o trecho, é
fundamental. É a ética política que se põe em dúvida com essas decisões.
Quem pode atirar a primeira pedra?
Nota curtíssima
A maquiagem deve ser usada apenas para corrigir pequenas falhas. Não grandes erros.
Frase da semana
“Eles embolsam a grana da genialidade e descansam até a próxima
eleição”. Do ex-ministro Antônio Delfin Neto, sobre o trabalho dos
marqueteiros políticos. Em artigo na Folha de S. Paulo. Quarta-feira, 24
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