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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Situação difícil!
A violência explodiu nas últimas semanas em Limeira. Esta Gazeta vem acumulando manchetes e destaques policiais de fazer inveja ao extinto jornal "Notícias Populares". Lembram-se dele? Roubos, furtos, filho matando pai, homicídios, tentativas....Na Gazeta de ontem: Município registra 7 mortes violentas em uma semana; na edição de anteontem: Com 3,5 roubos por dia, limeirense cobra ronda; etc. Só para citar as mais recentes. E nos bastidores comenta-se que há uma briga de egos entre as Polícias Militar, Civil e Guarda Municipal. E o cidadão, esse coitado que paga os impostos e sustenta o serviço público - entre eles os de segurança - fica à mercê da bandidagem, sem saber o que vai encontrar na próxima esquina!

Conto de fadas
Essa onda de violência que assusta os limeirenses coincidiu com a emissão de nota à imprensa da Polícia Militar de Limeira, evidenciando "a diminuição da criminalidade na Região de Piracicaba nos três primeiros meses de 2011". E as estatísticas apontam para 14 mortes violentas em abril e mais duas tentativas de homicídio. Alguma inteligência pode me explicar essas contradições, que minha burrice não consegue entender!

E tem tachinha
A cadeira na Câmara deixada pelo vereador José Farid Zaine, que reassumiu a Secretaria da Cultura - de onde nunca deveria ter saído - parece que tem espinhos. Serginho Sterzo (PDT) renunciou para não prejudicar o pai na Prefeitura; Fausto de Paula (PDT), não quis assumir; o outro pedetista, Carlos Ferraresi, assumiu e foi afastado pela Justiça, assim como César Cortez do PV (que renunciou ao mandato anteontem). Carlos Rossler (PRP) nem bem assumiu e já tem grave denúncia contra ele publicada com exclusividade ontem pela Gazeta em matéria de Rafael Sereno. O próximo suplente é o Tião do Bar.....

Dois relatórios
Terminou a "CPIzza" da Merenda. Piiiizzzzaaaa. Em dois relatórios. O primeiro, assinado pelos governistas Nilce Segalla (PTB), Silvio Brito (PDT) e Iraciara Basseto (PV) mostrou que está tudo azul na América do Sul. Apenas o pedido de comissão processante contra César Cortez, o renunciante. O segundo, dos oposicionistas Ronei Martins (PT) e Mário Botion (PR) inclui, além de Cortez, uma comissão processante para o prefeito Silvio Félix (PDT). O que chamou a atenção, entretanto, foi a atitude de Nilce Segalla. Chorou quase toda a sessão, mostrando-se frágil. Quando a oposição bateu, parou de chorar e foi para o confronto. Afinal, como defensora ferrenha e incondicional de Félix, não há fragilidade. Pois é!

Português claro
Palavrinha curta, mas de muitos significados. Estou falando de desvio, que segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa é um substantivo masculino. Desvio significa: ato ou efeito de desviar(-se); mudança do caminho, da direção ou da posição normal; segmento sinuoso; curva, sinuosidade, volta; afastamento de um padrão de conduta considerado aceitável; erro, falha; extravio fraudulento; desfalque; diferença entre números e o valor médio do conjunto; nas vias férreas, linha secundária ligada à principal, destinada a guardar vagões e, em especial, a servir de estacionamento provisório de trens para dar passagem a outras composições, dispositivo por meio do qual se processa a passagem de uma composição para outra linha contígua; chave; qualquer fuga aos padrões normais, tanto no campo físico quanto no psíquico e anomalia da posição ou direção de um órgão.

A última de hoje
O prefeito Sílvio Félix (PDT) está numa fase tão complicada, que consegue estragar até uma reunião técnica que beneficiaria Limeira. Assim já é demais!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 26 de abril de 2011

Na marca do pênalti!

Esporte não é minha área de atuação profissional. Acredito que nesta Gazeta tenha gente muito mais tarimbada do que eu para tratar do assunto. Como torcedor tenho minhas preferências. Nas últimas semanas, porém, um assunto tem dominado a pauta esportiva e, ao acompanhar o andar da carruagem, percebe-se que ela está parada à espera de um bom cocheiro, que possa fazê-la sair do lugar e, dessa, honrar com as tradições que o esporte limeirense enseja. Os títulos conquistados nas quadras e nos gramados, que hoje estão praticamente “sem casa”.
É triste e desolador ver, a cada ano, uma situação se repetindo sem que haja qualquer atitude concreta para que se estanque esse vertedouro de incompetência. Os estádios municipais de Limeira estão novamente na berlinda e muito próximos de uma interdição judicial. O Comendador Agostinho Prada, a morada do Independente FC, e o Major José Levy Sobrinho, berço das conquistas da AA Internacional, sofrem sempre com os mesmos problemas. As mesmas cobranças nas áreas de segurança pública e sanitária, que levam a Federação Paulista de Futebol a vetar a utilização de ambos. E o que é mais desagradável de escrever: por quase nada. Por minúcias que o prefeito Silvio Félix (PDT) não consegue enxergar, pela falta de vontade e desinteresse demonstrados para com o esporte.
Somem-se, agora, os ginásios de esportes do município. O Vô Lucato, como exemplo que envergonhou os limeirenses ao ser mostrado ao vivo e em cores pelo SporTV, no último jogo da Winner contra o São José, pelo NBB, quando o placar eletrônico deixou de funcionar. Mesários tiveram que, na raça e no grito, cronometrar os tempos regulamentares de uma partida de basquete. Por quase nada também. Um pequeno equipamento, que não tinha sequer um sobressalente para que fosse substituído e, dessa forma, voltasse a funcionar. Como a equipe limeirense não avançou, provavelmente o assunto fique esquecido sobre as mesas dos burocratas, que pouco ou quase nada entendem da prática esportiva, tida como dos mais eficazes meios para a integração social de jovens e adultos.
O choro é sempre o mesmo e as lágrimas derramadas a cada ano por esportistas que querem levar o nome da cidade positivamente Brasil afora, não sensibilizam essa “burrocracia”, que emperra e desorganiza o setor, além de expor tais situações vexatórias. Logo mais, o Galo começa na segundona e não poderá usar o Pradão. Terá que jogar no Limeirão. E se ele for interditado? Em agosto teremos o Paulista de Basquete. O Vô Lucato terá placar eletrônico? Os “trocadinhos” que seriam utilizados para manutenção preventiva dos estádios e ginásios não fazem nem cócegas nos R$ 18 milhões que serão investidos na torre do Morro Azul?

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A inclusão homenageada na prática

A inclusão social, que na prática nada mais é do que o tratamento igual aos iguais, pode ganhar uma homenagem oficial em Limeira. É que o vereador Carlinhos Silva (PDT), apresentou na última segunda-feira, 18, na Câmara, Projeto de Resolução que institui o Diploma de Gratidão às pessoas portadoras de necessidades especiais. A láurea objetiva, segundo o vereador, distinguir "pessoas portadoras de necessidades especiais que tiveram seu trabalho destacado no meio esportivo, artístico ou profissional". A ideia é que aconteça de forma bienal, sempre no dia 3 de dezembro, o Dia Internacional do Deficiente Físico. Trata-se, segundo ele, de mostrar as dificuldades e obstáculos que o deficiente encontra para ser tratado como igual em nossa sociedade. Muito bem lembrada por Carlinhos Silva e uma proposta digna, que contribuirá ainda mais com projetos de inclusão. Principalmente se levarmos em consideração que um portador de necessidades especiais têm que superar seus próprios limites para alcançar seus objetivos. Reconhecer esse esforço é um incentivo. E uma dívida da sociedade para com essas pessoas.

Ainda não sabe
A maioria das pessoas, que se considera normal e apta a tudo, não consegue entender e muitos não aceitam o processo da inclusão de pessoas deficientes (para falar de forma franca e clara). Essas pessoas gostam de fazer do preconceito motivo para piadas e brincadeiras de mau gosto. E costumam tratar com asco até, quando se deparam com tal realidade. Pobreza de espírito sem comparação. Ignorância extrema.

Superação real
“Quando entramos na piscina, não existe deficiência. O esporte permite ao deficiente sair de um mundo fechado para mais oportunidades, para se sentir melhor, outra pessoa”. Frase de Taís Bobato de Souza, 18 anos, com títulos paraolímpicos de natação, inclusive de vice-campeã brasileira, em matéria da jornalista Daíza Lacerda, publicada no último domingo por esta Gazeta. Exemplo de superação. Alguma dúvida?

É ruim demais!
Depois de falar de inclusão, vamos falar de exclusão. Da exclusão que nós, cidadãos, somos vítimas, quando procuramos prestadores de serviços técnicos de manutenção ou reparos. De eletroeletrônicos, de informática ou residenciais. Serviços simples e rápidos, que se tranformam em dor de cabeça pela falta de responsabilidade de profissionais e empresas, que preferem perder - ou não conquistar - o cliente porque o serviço não interessa. Ou porque vai ter pequeno retorno financeiro pelo tempo e tipo de material empregado na sua realização.

Vai custar muito
A impressão que se tem, quando a gente percebe má vontade, é que é o prestador de serviço quem está selecionando seu cliente e não mais o cliente quem precisa do serviço. Ou seja, se o serviço não interessa ele vem com uma série de obstáculos, desde o custo-benefício até críticas aos fabricantes dos produtos. Com exemplos sempre na "ponta da língua" para desestimular esse cliente. E o que é pior, denegrindo o produto em questão. Para mim isso tem nome: incompetência. Sem capacidade técnica para atender ao pedido, as desculpas estão sempre prontas. "Talvez fique mais barato comprar um novo". Foi o que ouvi de um técnico, quando deixei o netbook de minha filha numa "autorizada". Estou, há quase um mês, aguardando o orçamento, que ainda não saiu!

Pergunta rápida
Carlos Rossler (PRP), terceiro na linha sucessória de José Farid Zaine (PDT), vai assumir de fato a vaga do também pedetista Carlos Ferraresi?

Futuro da política
Na próxima terça-feira, dia 26, serão diplomados e tomarão posse os vereadores juniores 2011. São 14 estudantes de escolas públicas e particulares eleitos pelos colegas, que irão conhecer na prática, o trabalho dos vereadores eleitos pelo povo. A ideia é interessante, a partir do momento que pode desenvolver em adolescentes o gosto pela política. E, quem sabe, dessa juventude saiam os verdadeiros políticos, como devem realmente ser e como imaginamos. E que consigam entender, de fato, que é ao eleitor que se deve prestar contas. Não simplesmente ao poder, como acontece hoje. Que todos aprendam como deve ser!

Se você quer ler
Um dos grandes clássicos da literatura mundial e obra inigualável em seu estilo. Estou falando de Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha, no original em castelhano) , do escritor espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra, que viveu entre1547 e1616. Tão importante é sua contribuição à literatura, que uma comissão de críticos e escritores de várias partes do mundo a consideraram "a melhor obra de ficção de todos os tempos". Narra as aventuras de um homem de certa idade, que após leitura de vários romances, põe-se na estrada como cavaleiro errante em seu cavalo Rocinante, a lutar com moinhos de vento, transformados em dragões em suas alucinações, e que vai à busca de sua amada Dulcinéia, em torres imaginárias. Sempre na companhia de seu escudeiro fiel, Sancho Pança. O "Cavaleiro da Triste Figura", como também é conhecido, tornou-se adjetivo para sonhadores e suas utópicas ideias. Vale a pena sua leitura!

Eu Recomendo!
O filme que vou recomendar hoje é um drama interessante, sobre como uma situação pode afetar várias regiões do planeta. Trata-se de Babel (Babel, EUA – 2006), dirigido por Alejandro González-Iñárritu. Traz no elenco Brad Pitt, Cate Blanchett, Gael García Bernal, Jamie McBride, Kôji Yakusho, Lynsey Beauchamp, Nathan Gamble, Adriana Barraza, Elle Fanning e Rinko Kikuchi. A história começa com um ônibus repleto de turistas, que atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes está um casal de americanos. Ali perto os meninos manejam um rifle que seu pai lhes deu para proteger a pequena criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo a mulher. A trama se desenvolve a partir daí e mostra como isto afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo, onde cada um vive um drama diferente, mas interligado pela suspeita de um atentado terrorista. 142 minutos.

Frase da semana
"Buemba! Aécio começa corrida presidencial com 14 pontos a menos!". De José Simão, o Macaco Simão, sobre os 14 pontos que o senador tucano por Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) perdeu em sua carteira de motorista, por ter sua habilitação vencida e se recusado a soprar o bafômetro da polícia carioca. No Monkey News, segunda-feira, dia 18.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Decisão correta
A decisão do juiz da Vara da Fazenda Pública, Adilson Araki Ribeiro, de afastar o recém-empossado 3º suplemente de vereador, Carlos Gomes Ferraresi (PDT) a pedido do Ministério Público, através do promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, foi acertada. Respeitou basicamente o princípio da isonomia, pois deu a iguais, tratamento igual. Como já havia afastado César Cortez (PV) pelo mesmo motivo, Ferraresi também o foi. Tem muita gente assustada nesse imbróglio.

Trabalho árduo
Sempre é bom destacar a atuação isenta e imparcial do MP nestes casos. A CPI da Merenda é meramente política. As ações do MP e do Judiciário são técnicas e não levam em conta as cores partidárias ou influência política. Por isso a maioria dos políticos não gosta de promotores. Porque eles agem. Sem panos quentes!

Virou destaque
A falta de sincronismo dos semáforos em Limeira, que é tema recorrente nesta coluna, virou destaque na Gazeta da última terça-feira, com bela foto de capa, na qual aparece a diferença no timer de dois equipamentos sequenciais. A reportagem percorreu várias ruas e constatou o que os motoristas sofrem pela falta de uma sequência contínua - a chamada onda verde nos semáforos. As críticas constantes que tenho feito vêm justamente no sentido de que é possível uma solução técnica para o problema. Só a Prefeitura e o secretário dos Transportes não a enxergam. O problema é antigo. Vem de gestões passadas até hoje. E sem solução!

E que resposta!
A resposta da secretaria de Rodrigo Oliveira, ao questionamento da jornalista Erica Samara da Silva, foi um primor. Foi assim: “A Secretaria dos Transportes informou que é feito um acompanhamento diário para manter o sincronismo dos semáforos. Estão no cronograma também a substituição de alguns controladores que são antigos por um novo sistema e a troca do cabeamento de comunicação de toda a área Central, contribuindo com um melhor sincronismo dos semáforos”.

É escárnio ou...
...desdém. É desprezo mesmo. Vários sinônimos para definir a conduta da atual administração para com Limeira e seu povo. O município está às traças.

Pode ser, mas...
O leitor Marcelo Oliveira postou um comentário no meu blog sobre a nota O serviço, óóóó!, sobre atrasos nas entregas dos Correios, que escrevi nesta coluna na última quinta-feira, dia 14. O leitor concluiu que pode ser uma ação de desmoralização dos Correios para depois privatizá-lo. Uma alternativa plausível, porém não acredito muito, já que a EBCT é uma empresa “galinha dos ovos de ouro” do governo. Máquina política bastante útil, com muitos cargos interessantes...O leitor não deixa de ter razão. Tudo pode acontecer. Particularmente não acredito nessa possibilidade de privatização, mas sim em uma questão de gestão regional ou local.

Português claro
O que significa desdém? Palavrinha interessante e que define muita coisa. Segundo o dicionário Houaiss da língua português, desdém é um substantivo masculino com vários significados. A saber: desprezo arrogante; altivez, soberbia, sobranceria; comportamento distanciado; indiferença; falta de trato ou esmero (para com algo ou si mesmo); desalinho, negligência. Qualquer coincidência terá sido mera semelhança.

A última de hoje
A empresa espanhola Flex, líder no segmento de colchões e equipamentos de descanso quer instalar uma unidade em Limeira, segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura, como resultado da visita de Silvio Félix (PDT) à Espanha. Nada mais apropriado para o momento! Sono e descanso...

Antonio Claudio Bontorim

Muito além do jardim

Uma alternativa, não solução definitiva. Este deve ser o foco de ações judiciais para internação compulsória de dependentes químicos - mesmo sem a autorização explícita do adicto - como forma de se levar um pouco de conforto e recurso, talvez final, àquelas famílias que não sabem mais o que fazer nesses casos. Principalmente porque se trata da constatação do vício como epidemia mundial, cujos contornos são muito mais escuros do que imaginamos. De consequências imprevisíveis em casos extremos, que levam a verdadeiras tragédias. Como a ocorrida na semana passada, quando um filho matou seu próprio pai a facadas.
A manchete da edição de domingo da Gazeta trouxe informações interessantes e que boa parte dessas famílias que convive com o problema das drogas desconhece, como mostrou a jornalista Érica Samarana da Silva, na matéria “Limeira tem o 1º pedido de internação compulsória de dependente químico”. Se o tráfico, início desse doloroso processo, precisa ser combatido em todo o planeta através de ações planejadas e conjuntas pelas autoridades policiais, a dependência deve ser tratada como questão de saúde pública e, assim, ter no próprio sistema público de saúde válvulas que permitam àqueles que convivem com tal questão social, possibilidades efetivas e acesso rápido ao tratamento.
E a desinformação é um entrave à quebra desse círculo vicioso (desculpem-me pelo trocadilho, mas é necessário). Reportando-nos às ocorrências locais, a possibilidade legal de levar o usuário de drogas ao tratamento mesmo contra sua vontade, dá-nos a ideia do tamanho dessa desinformação. Se Limeia teve o “primeiro pedido de internação compulsória” via Justiça no mês passado, a lei (10.216) é de 2001. Ou seja, está completando dez anos de existência. E então nos deparamos com a dura realidade exposta de forma clara pelo juiz Mário Sérgio Menezes, da 3ª Vara Cível e diretor do Fórum: “A lei pode garantir a internação em caso de recusa do dependente, mas as pessoas não buscam esse recurso, por desconhecimento. Não há divulgação como existe nos casos de dengue”.
E a quem interessa essa desinformação? Aos agentes políticos, que sem estrutura - ou vontade política - para esse tipo de atendimento e tratamento, em vez de garantir os instrumentos à essa obrigação, lavam as mãos, como se a conversa não fosse com eles. E a Justiça, como sempre, acaba sendo o porto seguro para quem não sabe mais a quem recorrer. É uma alternativa. A solução definitiva, entretanto, está justamente com aqueles que não querem enfrentar suas próprias responsabilidades. Preferem apenas enfeitar o jardim, a tratar do mato que cobre as flores ou a combater as ervas daninhas, que destroem as plantas em crescimento.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma coisa puxa outra. Quando não puxa...

Matéria exibida semana passada em telejornal mostrou a situação caótica do trânsito paulistano e a falta de vaga para estacionamento em corredores comerciais e área central do município. São mais de 7 milhões de carros. A conclusão da reportagem foi óbvia: tivesse a população um transporte público de qualidade e o problema começaria a ser resolvido. Sem comparações e guardando as devidas proporções, Limeira que é uma cidade de médio porte também está enfrentando graves problemas no trânsito, também por conta da deficiência do transporte público de péssima qualidade. A frota de veículos, que só aumenta conforme vem mostrando esta Gazeta, também é responsável por parte do problema. Está na precariedade do sistema urbano de transporte coletivo, entretanto, a origem do problema. O poder público é incompetente para solucionar a questão e as empresas concessionárias estão preocupadas apenas com o "equilíbrio financeiro". Explicando: em ganhar muito sem investir quase nada. Resta ao cidadão limeirense, então, tirar seu carro da garagem para tudo. Sem planejamento, o trânsito central se complica.

Paga-se demais
E desde a última quarta-feira, para corroborar tudo isso que escrevi acima, por decreto, a passagem dos ônibus urbanos está mais cara. Passaram de R$ 2,40 para R$ 2,70, mais de 12% de aumento e que ninguém, na Prefeitura, quer explicar. Ou não tem o que explicar, uma vez que o índice aplicado superou qualquer expectativa. Ou seja, mais de 100% sobre o índice da inflação do período. Um absurdo!

Tentativas vãs
Desde o anúncio do aumento, a Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara para assuntos de transporte público está tentando ouvir o secretário dos Transportes do Município, Rodrigo Oliveira. Foi duas vezes convidado a comparecer à sede do Legislativo municipal e, em ambas, pasmem, não compareceu. Numa clara falta de respeito para com os parlamentares que compõem a comissão. É que ele não tem o que falar.

Cena inusitada
Na quinta-feira, a assessoria de imprensa da Câmara distribuiu uma nota, com foto, mostrando a reunião da Comissão do Transporte Público, que aguardava o secretário. Um desolado Ronei Martins (PT) aparecia sozinho em meio a papéis. Explicação: os outros dois membros, os governistas Iraciara Bassetto (PV) e Carlinhos Silva (PDT) também não compareceram. Ao ver a foto questionei o vereador petista sobre as ausências. Segundo Ronei, as faltas foram devidamente justificadas.

(In) Segurança
Depois que critiquei nesta coluna a ausência de viaturas e policias nas noites limeirenses, algumas começaram a circular. Relatei isso também. O fato é que durou pouco e tudo voltou ao normal. Ou seja, o limeirense que precisa se locomover à noite, a pé ou de carro, depara-se, principalmente na região central, com a total ausência de policiais ou GMs. Nem as belas e sofisticadas viaturas dos esquadrões especiais da Guarda Municipal - a SWAT limeirense - circulam. Então ficamos nós conosco mesmos. À mercê do imponderável e das cantadas de garotos e garotas de programa, que circulam no quadrilátero central. E de possíveis abordagens da bandidagem. Tudo muito bom. Tudo muito legal e como é de costume do governo estadual. É o "que se lixe a população" das autoridades estaduais.

Pergunta rápida
A quem um vereador deve satisfação? Ao povo que o elegeu nas urnas ou ao prefeito que deseja sua obediência?

Se você quer ler
Hoje é dia de leitura. E o livro que vou indicar é um dos mais dignos representantes da literatura latino-americana. Trata-se de O Jogo da Amarelinha (Rayuela, no original), de Julio Florêncio Cortázar. Ou simplesmente Júlio Cortazar, que ao lado de Jorge Luis Borges, é o principal representante da literatura argentina. O livro foi escrito em 1963 e o assunto principal do livro não são os personagens, por sinal muito bem trabalhados, com capítulos sobre seus cacoetes, suas manias e suas vidas. O assunto principal é o próprio livro. É um romance onde os personagens oscilam e brincam com a mente subjetiva do leitor, e tem vários finais. Cortázar é filho de pais argentinos mas nasceu em Bruxelas, em 1914 e morreu em Paris, em 1984. Ainda é um dos grandes da literatura mundial.

Eu Recomendo!
O filme desta semana traz um tema bastante atual e realista. E devido aos últimos acontecimentos vale a indicação. Trata-se de o Senhor das Armas (Lord of War, EUA - 2005). Traz como protagonista o excelente Nicolas Cage, além de Bridget Moynahan, Jared Leto, Shake Tukhmanyan, Donald Sutherland, Ethan Hawke, Ian Holm, entre outros. A direção é de Andrew Niccol. Esse drama, com duração de 122 min. trata do traficante de armas Yuri Orlov (Nicolas Cage), que realiza negócios nos mais variados locais do planeta. Estando constantemente em perigosas zonas de guerra, Yuri tenta sempre se manter um passo à frente de Jack Valentine (Ethan Hawke), um agente da Interpol, e também de seus concorrentes e até mesmo clientes, entre os quais estão alguns dos mais famosos ditadores do planeta. Vale pela lição e pelo tratamento sobre as armas e sua utilização. Assistam!

É de fazer rir...
...algumas opiniões sobre a questão das armas e do desarmamento. Muitos ainda tratam o tema, mostrando uma incrível paranoia e trazendo à tona muitas teorias conspiratórias. Chega a ser ridículo a opinião que um possível desarmamento vai desarmar o cidadão e armar o bandido. Balela pura. Mostram, ainda, como muitas cabeças são pequeníssimas e de pensamento curto. Como estamos numa democracia, entretanto, é preciso respeitar tais opiniões, deixando quem venham a público. Afinal só se passa por ridículo quem quer. Como muitos estão achando minha opinião ridícula também. É o direito ao contraponto!

Frase da semana
"Eu não matei ninguém. Ele não falou que era pra isso, falou que era pra defesa pessoal". Manuel Freitas Louvise, 57 anos, preso por ter vendido o revólver calibre 38 a Wellington Menezes de Oliveira, o matador de Realengo. Na quinta-feira, 14, na Folha.com - Cotidiano.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O serviço, óóóó!
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT - já não goza de tanto prestígio como em outros tempos. Tornou-se mais uma, entre as estatais, de eficiência duvidosa. Reclamações sobre atrasos em entrega de correspondência, quando chegam até nós, jornalistas, assustam. Como não há greves em curso, como explicar a má prestação de serviços? Difícil acreditar que isso esteja ocorrendo, até sermos, também, vítimas dessa deficiência.

O meu exemplo
Para que não pairem dúvidas, vou citar, só para exemplificar, dois casos recentes que aconteceram comigo. Semana passada, tinha uma fatura de cartão que vencia no dia 7 e costumo receber sempre no início de cada mês. Pois bem, recebi-a no dia 8. Outra fatura, com vencimento também no dia 7, que recebo com bastante antecedência, chegou apenas anteontem, dia 12. E estava lá, no carimbo de postagem: 31/03/11. Nesse último caso acertei com o emitente e paguei sem multa na própria empresa, um administradora de condomínios. No caso do cartão de crédito terei que pagar a multa pelo atraso. Interessante, não?

Não vem mais?
Começaram a chegar alguns e-mails à Redação da Gazeta sobre o Shopping Nações. Anunciado com pompa na Limeira-Piracicaba, alguns leitores estão questionando o sumiço da placa de sinalizava o empreendimento, retirada há dez dias e, também, a ausência de notícias sobre obras e prazos. Está dado o recado!

E por falar em...
...shopping... sumiram também do noticiário as obras, prazos, melhorias e notícias das correções necessárias no quesito segurança sobre o Shopping Pátio Limeira. Nenhuma informação mais de nenhum dos lados envolvidos no assunto. O alvará já foi expedido? As precariedades foram corrigidas? O consumidor está seguro? Quando será divulgado o laudo técnico definitivo da real situação do local? Lembrar, sempre, para que não caia na perigosa vala do esquecimento.

Foi no mosquito
O que era esperado, porém não desejado, está acontecendo. As previsões do secretário da Saúde, Gerson Hansen Martins, sobre uma nova epidemia de dengue em 2011 vai se concretizando. Triste, mesmo, é a falta de consciência da população, ou de parte dela, obrigando intervenção da Justiça para que agentes de saúde possam entrar em algumas casas para vistoriar possíveis criadouros do Aedes aegypti.

Português claro
Palavra bastante conhecida e proferida às pencas. Em especial em discursos políticos. Estou falando do adjetivo maquiavélico cuja entonação é sempre forte e nos remete a algo perigoso. Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, maquiavélico tem os seguintes significados: relativo a ou próprio do maquiavelismo; em que há maquiavelismo; maquiavelista; que envolve perfídia, falsidade; doloso, pérfido; que se caracteriza pela astúcia, duplicidade, má-fé; ardiloso, velhaco. Em tempo, maquiavelismo é derivado do sistema político de Maquiavel (1469-1527), estadista e escritor florentino, considerado a negação de toda lei moral.

A última de hoje
A Prefeitura convocou mais 7 agentes de trânsito para que assumam suas vagas na Secretaria dos Transportes. Foram aprovados no concurso de 2007... Espera-se que não seja apenas para engrossar o contingente no “QG” dos laranjinhas. Por que as ruas, mesmo, há tempos não vêm um único sequer, atuando no trânsito.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fomento ao ódio

“Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”. Esse é o artigo segundo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que a França parece ter esquecido e jogado no lixo, com a proibição de uma tradição cultural e religiosa entre os islâmicos, o uso da burca ou niqab (trajes femininos, que escondem o corpo e o rosto das mulheres), que vigora como lei desde ontem naquele país europeu e deve acirrar, ainda mais, as animosidades entre muçulmanos e cristãos. Entre os países que professam o islamismo e nós, ocidentais, que sempre fazemos juízo de valores a culturas, não entendemos ou nem tentamos, no mínimo, aceitar e respeitar.
É histórica - e às vezes histérica - a reação ocidental às culturas orientais e as incursões, principalmente religiosas, de dominação sobre os que professam qualquer tipo de fé - ou nenhuma - que não seja a cristã, como fosse esta uma verdade universal. Não é! Nunca foi e nunca será! Uma faceta odiosa, que insistimos em manter acesa como o fogo que membros da Ku Klux Klan americana ateiam às cruzes em suas caminhadas mascadaras e covardes na defesa da supremacia branca.
Como foram odiosas e insidiosas as Cruzadas Medievais à Palestina e a catequese dos Jesuítas sobre povos indígenas - ou considerados primitivos - só porque não acreditavam ou aceitavam o mesmo Deus dos cristãos. Para citar apenas dois exemplos, porém, fortes e marcantes.
Com a aprovação dessa nova lei francesa, precedentes serão abertos e, ao que tudo indica, solidifica-se nova cruzada do Ocidente contra o Oriente, em curso desde o 11 de setembro dos EUA. Cria-se assim um silogismo (já comum entre aqueles que defendem a primazia e o domínio de alguns povos sobre outros): “Bin Laden é terrorista, Bin Laden é muçulmano, logo todo muçulmano é terrorista”, estigmatizando-se, assim, a nomenclatura “terrorismo” para definir, muitas vezes, a luta ideológica e de autodefesa entre as diferentes culturas. Não são menos terroristas os judeus que promovem ocupações em territórios árabes, do que os próprios combatentes da jihad islâmica. É desprezível que se tentem acentuar tantas diferenças na era da informação, que vem transformando o planeta na aldeia global proposta por Marshall McLuhan, cujas fronteiras podem ser abertas em apenas um clique. Diferenças culturais, religiosas e políticas não devem mais interferir nesse globalismo.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sem explicar, sem entender, sem esperar

As tragédias são cíclicas. Impossíveis de ser previstas e, consequentemente, nunca podem ser evitadas. Às vezes são amenizadas com ações aleatórias e pontuais. Ninguém ou nada, entretanto, pode impedir que elas aconteçam. O massacre na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na quinta-feira pela manhã, provocado pelo ex-aluno da mesma escola, Wellington Menezes de Oliveira, 23, é uma dessas insanidades pela qual ninguém espera. Que ninguém entende e muito menos consegue explicar. Quem poderia fazê-lo, não pode mais testemunhar e ficaremos, então, com as teóricas e infindas explicações através de perfis traçados por psicólogos, psiquiatras e psicoterapeutas. Resta-nos, então, a comoção pela dor dos pais, parentes e amigos dos adolescentes e crianças mortos, atônitos e despreparados para enfrentar o desconforto da perda repentina e brusca. Da interrupção da flor em botão, que não vai mais desabrochar, pois foi arrancada violentamente da vida. As palavras saem aos soluços. A escrita é embaralhada pela lágrima, que teima em ensopar os olhos.

Cenas obscenas
Finlândia, Alemanha, Bélgica, EUA, Reino Unido, China são países que já viveram e vivem esse tipo de drama. Agora o Brasil. Para quem estava acostumado a ver tragédias dessa natureza através das transmissões de noticiários de TV, assistir ao massacre da porta de casa foi doloroso. Inacreditável, como se isso não pudesse estar acontecendo. Mas estava e aconteceu. E também virou notícia de TV lá fora. Foi a nossa vez!

Violência urbana
Ainda no domingo passado, mais um caso de violência de aluno contra professor foi noticiado por esta Gazeta. Comentei e escrevi sobre o fato ocorrido e suas consequências, no artigo da terça-feira, dia 5. Professores relatam cotidianamente agressões sofridas em sala de aula. E futuras tragédias podem estar sendo anunciadas, sem que se faça algo para deter essa violência gratuita. Como tirar o pavio dessa bomba?

2011, no Brasil!!
Veja a seguir, através de uma cronologia invertida, do ano passado até 1996, os casos de violência em escolas que ocorreram no mundo. Os Estados Unidos foram os campeões em ocorrências: 2010, cinco nos EUA; 2009, uma na Alemanha e uma na Bélgica; 2008, uma na Finlândia e duas nos EUA; 2007, uma na Finlância e uma nos EUA; 2006, seis nos EUA e uma no Canadá; 2005, duas nos EUA; 2004, uma na Chechênia; 2003, uma nos EUA; 2002, duas na Alemanha e uma nos EUA; 2001, uma no Japão e outra nos EUA; 1999, uma nos EUA; 1998, duas nos EUA; 1997, uma no Iêmen; 1996, uma no Reino Unido.

Só incompetência
É só começar a temporada do futebol profissional em Limeira, que a incompetência do poder público municipal aflora de forma inequívoca. Com dois estádios, o município não tem nenhum, pois a Prefeitura simplesmente não faz a manutenção adequada e necessária para que PM, Bombeiros, Federação Paulista de Futebol, MP, liberem as praças esportivas sem quaisquer empecilhos. Todo ano é a mesma coisa. O prefeito Silvio Félix tem uma grande dívida para com o esporte limeirense.

Se você quer ler
Franz Paulo Trannin de Matta Heilborn. Este é o nome do autor, cuja obra recomendo hoje para uma boa leitura. E o livro indicado é Cabeça de Papel, que foi sua estreia como romancista, no ano de 1977. Até então seus escritos se resumiam a coletâneas de artigos publicados na imprensa. O dono desse nome pomposo nada mais é que o jornalista Paulo Francis. Cabeça de Papel na realidade é uma ficção, onde Francis expõe uma bem ambientada trama na Zona Sul carioca. Hugo Mann, um dos personagens, é um crítico de cinema e ex-trotskista e o personagem principal é Paulo Hesse, editor de um grande jornal conservador carioca que, antes de 1964, era um colunista de extrema esquerda. O resto é só mesmo lendo o livro.

Eu Recomendo!
Para que não nos esqueçamos, que todos estão sujeitos a tragédias dessa natureza, quando o fanatismo vem à tona. Minha sugestão de filme, hoje, na verdade é um documentário e mostra toda a vulnerabilidade do ser humano. Assistam a Tiros em Columbine (Bowling for Columbine, EUA-2002), com a direção e participação de Michael Moore, além de Denis
e Ames, Charlton Heston, Marilyn Manson, Matt Stone, Barry Galsser e John Nichols, todos se autointerpretando. Moore, diretor e narrador do filme, investiga a fascinação dos americanos pelas armas de fogo e questiona a origem dessa cultura bélica e busca respostas visitando pequenas cidades dos Estados Unidos, onde a maior parte dos moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde fica o colégio Columbine. Lá os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana do Rifle.

Uma explicação
Essa indicação de filme, que faço, não tem nada a ver de sensacionalismo, não! Vem a calhar com os acontecimentos da última quinta-feira, no Rio de Janeiro, cuja tragédia se assemelha a Columbine (e até ganhou esse triste apelido), guardadas as devidas proporções e a idade do atirador suicida e suas motivações. E nos remete, novamente, ao referendo do desarmamento. O quanto a decisão dos brasileiros nas urnas foi e é responsável por essa e outras tragédias, envolvendo armas de fogo. Eu, pelo menos - e que me desculpem aqueles que pensam o contrário, pela própria garantia constitucional de discordar - não apertei o gatilho no referendo. Tentei desarmar, mas fui voto vencido e tenho que conviver com isso, pois também me sinto culpado por não ter me mobilizado mais pela opção que fiz.

Frase da semana
“O sentimento é de tristeza pelas crianças. Eu tenho filho nessa idade. Mas também é sentimento de dever cumprido, impedi que ele chegasse ao terceiro andar e fizesse mais vítimas. Se tivesse chegado cinco minutos antes, poderia ter impedido mais alguma coisa”. Do terceiro sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Márcio Alexandre Alves, 38, o primeiro a chegar e impedir que o atirador da escola de Realengo, RJ, provocasse uma tragédia maior. Na quinta-feira, em entrevista a jornalistas de diversas mídias.

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 9 de abril de 2011

Olha só o nível
Estarrecedora e esclarecedora matéria assinada pelos jornalistas Carlos Gomide e Rafael Sereno nesta Gazeta (Indício de irregularidade é detectado pela PF na execução de convênio limeirense), sobre convênio firmado entre a Prefeitura com o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Olhem só os indícios dos crimes que podem ter sido praticados: peculato (apropriação e/ou desvio de dinheiro para benefício próprio); falsidade ideológica; uso de documento falso; formação de quadrilha; fraude de licitação; utilização indevida de recursos públicos; desvio de verbas públicas; e emprego de subvenções/recursos em desacordo com os programas a que se destinam. Prisão perpétua, cadeira elétrica, injeção letal e câmara de gás....

Com tachinhas!!
Tem uma cadeira vaga na Câmara Municipal, à procura de quem queira nela sentar. O primeiro, renunciou para beneficiar o pai. O segundo, não está querendo a vaga e o terceiro está envolvido com a CPI da Merenda. Como naquela conhecida canção Terezinha, de Chico Buarque, interpretada por Maria Bethânia.

E ao contrário...
...de Fausto de Paula (PDT), o terceiro na linha sucessória, Carlos Gomes Ferraresi, também pedetista, diz que não vai renunciar e assume a cadeira. Só que pode haver um impasse. Caso... eu disse caso a CPI da Merenda resolva indicar uma comissão processante para cassar o vereador (ainda afastado) César Cortez (PV), terá de fazer o mesmo com Ferraresi por motivos óbvios. Então, o quarto na linha de suplência é Carlos Rossler, também do mesmo partido. Só que... deixa para lá, é uma outra história!

Fora de propósito
Recebi comentário no blog Texto&Conexto, sobre o artigo de terça-feira (Com BO e tudo o mais), não postado é evidente, de uma aluna que diz ser colega do jovem agressor da professora no Gabriel Pozzi e estudar na mesma classe. Não postado, porque além de citar o nome do adolescente de 15 anos - o que é impedido legalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA - ela diz concordar com a sua atitude. Ou seja, um incitamento à violência contra a educadora. As “autoridades” da Educação paulista ainda não se manifestaram sobre o caso, que vai, mais uma vez, passar em brancas nuvens, mostrando a preocupação dos dirigentes do ensino público estadual com esse tipo de problema. Lamentável, para se dizer o mínimo e não ser grosseiro!

Português claro
Um verbo bastante conhecido e eternizado pelo ex-presidente Jânio Quadros é a palavra de hoje. Trata-se de renunciar. Segundo o dicionário Houaiss, renunciar é um verbo transitivo direto, indireto e intransitivo e seus significados são: não querer; recusar, rejeitar; desistir da posse de; abdicar; deixar de crer em; abjurar, renegar; em jogos de cartas, não acompanhar o naipe lançado pelo primeiro jogador. Bem a propósito, vocês não acham?

A última de hoje
Começou ontem e vai até domingo, em Limeira, o Festival Paulista de Circo. Taí uma opção excelente de lazer e cultura para todas as idades. Uma das boas iniciativas culturais daqui e que merece elogios em todos os sentidos. E a todos que lutaram por essa conquista. Merecem aplausos. Muitos aplausos! Então... hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço o que é? É ladrão de mulher! Respeitável público, todos ao circo. Até domingo!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 5 de abril de 2011

Com BO e tudo o mais

Uma notícia que poderia passar despercebida em meio a tantas manchetes policiais, como sendo mais um caso corriqueiro envolvendo agressões, não fosse o local do fato, como aconteceu e suas consequências. Na edição da Gazeta do último domingo, na página policial, está lá estampada com todas as letras, para quem quiser ler e tirar suas próprias conclusões: “Professora passa mal após ser ameaçada por aluno em escola”. Em seguida um breve relato da ocorrência, que mais uma vez dá a dimensão exata da perda de controle do Estado perante a Educação. Se é que podemos chamar dessa forma, o terror - terror sim e não é exagero - pelo qual estão passando os educadores em sala de aula. A autoridade que foi tirada do mestre no seu reduto está sobrando em autoritarismo ao aluno, que perdeu seu limite.
Em outras oportunidades já tratei do tema, aqui mesmo neste espaço, em que o ato de ensinar, alfabetizar, educar, vira caso de polícia. Com agressões físicas, destruição do patrimônio público e até mesmo danos a bens materiais dos próprios professores, por quem deveria estar aprendendo a ler e escrever, porém não gosta de ser chamado à atenção ou repreendido por ações, que não são condizentes com o ambiente escolar. Não se têm, até agora, notícias de ações efetivas das autoridades educacionais do Estado, no sentido de resguardar a integridade física e psicológica desses professores. Panos quentes normalmente abafam tais situações.
O caso envolvendo uma professora do ensino fundamental da Escola Gabriel Pozzi, que passou mal após ser ameaçada por um aluno da 6.a série, dentro da sala de aula, é mais um dos muitos divulgados, e de forma inquietante, pela imprensa. Apesar de a agressão física não ter se consumado, o estresse do momento levou a professora a ser medicada no pronto-socorro de um hospital local. Ela foi obrigada, ainda, a ouvir alguns palavrões do menino, por tê-lo encaminhado à diretoria, entre outras ameaças. E registrou boletim de ocorrência. Uma delas a polícia tem obrigação de investigar: “agora você vai me conhecer, conhecer minha família. Você vai ver quem eu sou, você está ferrada”, disse-lhe o agressor, dando a entender que a própria família compactua com esse tipo de atitude. O que os dirigentes de ensino têm a dizer sobre isso? Já passou da hora de os responsáveis pela Educação no Estado de São Paulo tomarem atitudes dignas de autoridades.
Não dá mais para ignorar tamanho absurdo e continuar passando a mão na cabeça da agressão. O que se pode esperar, entretanto, de autoridades que discriminam professores concursados, porque são obesos? De autoridades que estão fora das salas de aula e talvez nem saibam como é uma de fato? Vira caso de polícia mesmo!

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Qual é o tamanho do preconceito?

Depois de ações racistas contra dois jogadores brasileiros em campos estrangeiros e da manifestação racista, homofóbica e grosseira do deputado ultradireitista Jair Bolsonaro (PP-RJ) através de um programa de TV, o site da Gazeta postou na terça-feira enquete justamente sobre o preconceito que as pessoas sofrem no dia a dia. Dadas as opções (pela cor da pele; religião; sócioeconômico; por opção sexual e não, nunca), surpreendeu-me o resultado apurado e postado ontem no Twitter @GazetadeLimeira. Não foi a cor da pele ou a opção sexual, que despontaram como principais motivos da discriminação diária, mas sim os fatores sócioeconômicos e a religião, que determinaram o maiores índices de respostas. O que dá a devida dimensão de como estamos sendo tratados por nossos semelhantes. Até mesmo a opção de nunca ter sofrido qualquer tipo de preconceito prevaleceu sobre a cor da pele e questão religiosa. Vamos aos números: sócioeconômico: 35,16% das respostas; nunca ter sofrido preconceito: 25,00%; religião: 21,87%; pela cor da pele: 13,28% e por opção sexual: 4,69%. Revelador!

É mais embaixo!
Quando se fala em preconceito, racismo, o que nos vem logo à memória é a questão da cor da pele. Nunca enxergamos além disso, esquecendo-nos de questões como religião, classes sociais, opção sexual, entre outras, o que nos dá uma visão enganosa de onde se dá, verdadeiramente, a discriminação. No caso desta enquete, sem valor científico, a conclusão é bem mais drástica. O que pesa, de fato, é o dinheiro.

Punição exemplar
E ao analisarmos as esdrúxulas opiniões e pensamentos distorcidos do deputado Bolsonaro, só nos resta esperar por uma punição séria e exemplar. Não se concebe, vindo de uma autoridade federal, como ele, expor tamanho ódio e rancor, só compatível com um grave desvio de personalidade. Além da punição política, Jair Bolsonaro merece ser levado às barras da Lei e responder por seus atos e palavras.

Nada é de graça
Os limeirenses continuam a reclamar dos serviços de limpeza em Limeira. Tanto na capina de mato, quanto de áreas públicas que se encontram em total abandono, em especial as praças públicas. Parece-me que o prefeito esqueceu-se de que cada denúncia vem de um eleitor. Ou de vários, quando moradores de um determinado bairro. Isso pode ser uma das explicações para os 80% da votação que teve na reeleição para prefeito em 2008 terem se transformado em apenas 30% para sua mulher, Constância Berbert Dutra Silva, candidata a deputado estadual no ano passado e não eleita.

Populismo... não
E não adianta ele aparecer com um facão na mão, cortando mato em pose para fotografias. O eleitor-cidadão aprendeu, muito bem, distinguir quando as ações são efetivas e corretas e quando são de puro marketing político. Quando são populistas. O município não merece essa situação pela qual está passando.

Finalmente saiu
Depois de muita negação e desconversa, a edição de ontem trouxe o aumento na tarifa do transporte público em Limeira. Passa de R$ 2,40 a R$ 2,70. Um valor bem acima da inflação do período. Mais que o dobro, para ser mais exato. Provavelmente longe do que as viações desejavam e muito além do que os usuários sonhavam. O poder público, mais uma vez, fica no meio termo e, dessa forma se apresenta como mediador, no estilo “olha, eles pediam tanto e nós autorizamos só isso”. Ainda sem o terminal concluído e, sabe-se lá quando isso vai acontecer, as reclamações mais constantes são de atrasos, falta de ônibus, superlotação...

Mais cara que...
...muitas capitais. Assim pode ser considerada, a partir do aumento, a tarifa do transporte coletivo em Limeira. Vejamos: Curitiba, R$ 2,50; Rio de Janeiro, R$ 2,40 (e pode ir a R$ 2,55 e R$ 2,60); Salvador, R$ 2,50; Florianópolis, R$ 2,38. As melhorias cogitadas pelo secretário dos Transportes, Rodrigo Oliveira, em nota à Gazeta, contrastam com as reclamações dos usuários, que são diárias e muitas. E acreditar no usuário é a opção mais acertada. Está na hora da verdade!

Se você quer ler
Uma das “graphic novels” mais premiadas dos últimos tempos - três prêmios Harvey, dois Eisner e do prêmio da crítica da Associação Francesa de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos. Trata-se de Retalhos, de Graig Thompson. É um romance em quadrinhos, que faz um relato da Vida no Meio Oeste americano, que indico hoje. É o retrato da vida do próprio autor, que narra desde sua infância até o início da vida adulta. São 593 páginas de um estilo próprio e dinâmico desse quadrinhista nascido em Traverse City, Michigan, em 1975 e criado na zona rural de uma pequena cidade de Wisconsin. A edição é de 2009. Boa leitura a todos!

Pergunta rápida
Por que algumas pessoas ainda pensam que é mais fácil pressionar jornalistas para deixarem de publicar fatos, em vez de agirem dentro do estrito limite da lei?

Eu Recomendo!
Vou indicar hoje mais um filme de animação e aventura. Eu mesmo sou um aficionado de filmes nessa categoria, embora não tenha assistido a este em específico. Trata-se de O Fantástico Senhor Raposo (The Fantastic Mr. Fox – EUA, 2009), dirigido por Wes Anderson. Com duração de 87 minutos essa animação conta a história de um grupo de fazendeiros irados, que buscam a todo custo acabar com uma raposa intrometida, que gostava de invadir os galinheiros das propriedades para compartilhar das galinhas. O filme é baseado no livro de Roald Dahl. E traz no elenco de dubladores, atores da categoria de Owen Wilson, George Clooney, Meryl Streep, Willem Dafoe, Bill Murray, Jason Schwartzman, Anjelica Huston e Jarvis Cocker. A sugestão foi do amigo aqui da redação da Gazeta, Denis Martins. Para adultos e crianças.

Frase da semana
“Onde está a coragem para um cidadão que não tem alternativa? Não tenho medo da morte. Não sei o que é a morte.” José Alencar, então vice-presidente da República. Em 17 de fevereiro de 2009. Republicada na terça-feira, 30, no UOL Notícias-Política.

Antonio Claudio Bontorim