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domingo, 30 de novembro de 2014

Apesar de previsível, a cada dia uma surpresa

A previsibilidade das ações dos agentes políticos, principalmente os que detêm cargos públicos eletivos, não é o suficiente para que não proporcionem, diariamente, surpresas, entre agradáveis e desagradáveis. A segunda com maior incidência sobre a primeira, uma vez que é a incoerência que pauta o dia a dia da classe política. Não é privilégio desse ou daquele partido e muito menos dos níveis hierárquicos, nos quais se encontram. Tornou-se regra, com raríssimas exceções (ou quase nenhuma, mesmo), o “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço” entre aqueles que estão no topo da cadeia de poder. Desde o presidente da República, em sentido descendente, até chegar ao vereador. Ou seja, da Federação ao município, passando pelos estados, não há muita diferença, quando se discutem benesses e facilidades com o dinheiro público. Estamos assistindo, em camarote nada confortável, ao escândalo da Petrobras, que se agiganta a cada nova denúncia; no Estado de São Paulo, um governo turrão, que não reconhece o que já está tecnicamente comprovado, o caso da crise hídrica. E, aqui em Limeira, a bola da vez é a gastança com viagens e hospedagens.  

E só para começar...
Petrobrás e falta d’água à parte, vou me ater, nestas análises, às questões locais. Que são dignas de um bom debate e nem de longe cheiram a conspiração política da oposição e, muito menos, perseguição de setores da mídia como, com certeza, a tropa de choque midiática do Executivo vai fazer parecer. Estão diretamente associadas à prática dessa incoerência, à qual me referi no início deste texto.  

É dinheiro público
E, apesar de parecer ironia, com nuances de humor, a situação é muito mais séria e grave do que possa parecer. Duas surpresas com o mesmo grau de espanto na semana que passou. E dois exemplos vindos dos poderes Legislativo e Executivo, dentro da mesma prática do falar e fazer. Os vereadores poderão fazer até seis viagens cada e o prefeito quer gastar 300 diárias e passagens aéreas em um ano.

Quer gastar quanto?
Para não perder o tom e nem o bom humor que o momento exige, vamos por partes, como diria o conhecido serial killer, Jack, o estripador. Na última segunda-feira a Câmara aprovou projeto de resolução, que garante até seis viagens e gastos adicionais por ano a cada vereador. Apesar da atenuante de que o pedido deva ser aprovado em Plenário, há um exagero nos números. E que é questionável.

Limites da coerência

Não acredito que esses limites sejam usados, conforme redação do projeto, que beira ao absurdo. Mesmo porque, por mais eficiente que seja um vereador no exercício de seu mandato, sua representatividade é muito restrita aos limites do município, embora ele possa, sim, pleitear benefícios públicos fora de seus domínios. Não se critica a ideia em si, mas seu conteúdo, que extrapola a própria racionalidade.

A classe política vai...
...ao paraíso. Parafraseando o título do filme do italiano Elio Petri (A classe operária vai ao paraíso, 1971), dá para fazer uma analogia com toda essa situação. E perceber que seu reflexo é imediato na opinião pública. É, também, o caso da licitação aberta pelo prefeito Paulo Hadich (PSB), para aquisição de 300 passagens internacionais e nacionais, e seus gastos complementares, para viagens do alto escalão do Executivo.

Caçar investimentos
Mesmo que a motivação seja coerente com as necessidades do Município, como a busca por investidores, parece-me um gasto que não condiz com a atual situação econômica local, cujo orçamento, apertado segundo o próprio prefeito, mal vai dar para as necessidades básicas, inclusive com cortes em áreas essenciais. Soa contraditório querer gastar mais, quando se quer cobrar mais uma taxa do contribuinte.

Sintonia nos exageros
Infelizmente, Legislativo e Executivo se perdem em estratégias parecidas, quando a questão é a “causa própria”. Ficam a dever explicações e, principalmente, agir conforme o momento requer. Para seguirmos um exemplo, precisamos ter esse exemplo.

Alhos e bugalhos. Só
Na semana que passou, o Jornal Oficial do Município trouxe a publicação do Código de Posturas, que o Poder Executivo enviou à Câmara para ser lido, discutido e “apreciado” pelos vereadores. Nele, embutida, vem uma série de revogações de leis anteriores, que nunca foram cumpridas e muito menos fiscalizadas. Em especial a da sujeira publicitária com folhetos e afins, que sujam as calçadas e emporcalham os para-brisas dos veículos estacionados na área central e, agora, chegando também aos bairros. Mais que disciplinar ações dessa natureza, é preciso fazer cumprir as leis existentes, o que, infelizmente, nem de longe acontece. Os lobbies são sempre mais fortes do que a necessidade do cidadão e tudo fica por isso mesmo. Se essas leis fossem de fato fiscalizadas esse “código” seria desnecessário.

Excesso de legislação
O problema maior do sistema legal brasileiro, é que há excesso de leis para, em muitos casos, nenhuma aplicação prática. E, boa parte delas, nem regulamentada é, embora aprovada desde antanho. E lei sem a devida regulamentação existe apenas no papel. Outras são apêndices de legislações superiores e, portanto, já estão em vigor.  

Dezembro chegando
Enfim, vamos deixar as questões legais para os legisladores (???), para entrar num outro assunto. Desta vez a chegada do último mês do ano, que a partir de amanhã dá início à contagem regressiva, em 31, para que 2015 possa nascer. É preciso, nesse tempo restante do ano que já agoniza, uma reflexão sobre o que fizemos ou deixamos de fazer e, principalmente, se fomos coerentes com nossa missão.

A lógica da política
E para melhor entender o que aconteceu em 2014 é preciso apelar para a teoria do copo de água. Se ele está com água até a metade são duas as interpretações. O otimista diz que ele está meio cheio e, o pessimista, meio vazio. Na política, questão simples. O copo de água do PT estava meio vazio e voltou a se encher. E o do PSDB, que estava meio vazio, esvaziou-se. E, ao que tudo indica, o PMDB não vai morrer de sede. 

Não deixa saudades
Brincadeiras e trocadilhos à parte, 2014 é, de fato, um ano para ser esquecido. Em todos os sentidos. O fiasco da seleção brasileira na Copa do Mundo da Fifa no Brasil e o sucesso na organização do evento soou contraditório. As disputas eleitorais foram das mais baixas dos últimos tempos, e por todos os lados. E quem sofreu com tudo isso foi a economia, que fecha o ano em frangalhos e com expectativas nada otimistas. A reversão desse quadro depende apenas da vontade política do governo em fazer a coisa certa.

Pergunta rápida
Quem tem teto de vidro pode atirar pedras nos outros?

Nos olhos dos outros
Ler ou ouvir certas coisas, às vezes, nos dá a exata sensação de oportunismo de quem fala ou escreve. Ainda na sexta-feira, em entrevista ao UOL-Esporte, o ex-atacante Ronaldo, o chamado “Fenômeno”, criticou duramente a CBF, afirmando que ele gostaria de ver mais transparência na entidade máxima do futebol brasileiro. Por tudo o que ele representa para o futebol canarinho, sua opinião, nesse caso, é desnecessária, embora ele tenha o direito em proferi-la. Que tal se ele também fosse mais transparente e contasse a verdade sobre o que aconteceu no Mundial da França, em 1998. Até hoje são especulações e vagas informações. Pedir transparência é fácil. Ser transparente não é para todos.   

Nota curtíssima

A farra com o dinheiro público não tem limites. E quem paga somos nós.

Frase da semana
“Rechaço completamente. É só o que eu posso falar”. Do ex-prefeito (cassado) Silvio Félix, rebatendo as denúncias sobre eventuais propinas da Hora Park durante seu governo. Na Gazeta de Limeira. Quinta-feira, 27.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O lado bom e...
... e o lado ruim. São dois pontos que devem ser levados em consideração com a aprovação da lei que regulariza as chácaras de recreio em Limeira. O primeiro faz justiça aos proprietários que compraram os imóveis. O segundo, dependendo da localização desses imóveis, é extremamente prejudicial ao meio ambiente.

Ação rigorosa
Ao mesmo tempo que garante um direito – ao bem adquirido e pago – a lei deve ter mecanismos de proteção ambiental. E esses devem sofrer fiscalização rigorosa, pois mesmo o proprietário tem obrigação e responsabilidade nesse sentido. As penalidades previstas por qualquer dano ao meio ambiente devem ser imputadas ao proprietário.

Vem de longe
Infelizmente essa é uma situação que vem lá de trás. De antigas administrações que permitiram – e até incentivaram – o parcelamento do solo, sempre, é bom lembrar, em nome da especulação imobiliária. A preocupação com os riscos à degradação ambiental não existia. E sabe-se que o ser humano é único animal que tem consciência de seus atos. Ele é movido pela ganância e não pela preservação da espécie.

E que ironia
O vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB), votou contra o projeto de resolução que obriga aprovação em Plenário para gastos com viagens de vereadores. Justo ele, que no início do mandato viajou às expensas da Câmara. Suas explicações podem ter convencido a Corregedoria na época. A mim não convenceu não.

Para entender
É de simples compreensão o voto do Tigrão. Como as viagens e gastos terão que ser aprovados em Plenário, em voto aberto, fica difícil dar escapadelas. Aloízio Andrade (PT) que o diga.

A última de hoje
Enquanto a Prefeitura quer tirar dinheiro do contribuinte para custeio da iluminação pública, nova licitação vai contratar agência de viagens para atender às “necessidades” do Poder Executivo. Apagão de bom senso.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A história na ponta de uma caneta



Confesso. Sou, hoje, um aficionado pela preservação de qualquer patrimônio histórico ou cultural que resgate o passado de forma a mantê-lo vivo na memória daqueles que vivenciaram seu apogeu e, principalmente, na das gerações futuras, para que não percam o contato com sua própria história. Mas  não foi sempre assim, e mais adiante explicarei o porquê. Passado, presente e futuro se entrelaçam, de tal forma, que o descuido ou um momento de desatenção com as experiências vividas, e pode ser tarde demais para a construção dessa identidade. E quando o descuido se torna o principal algoz dessa preservação, então está na hora de rever conceitos e pensar, com seriedade, nos erros cometidos e o que fazer para não repeti-los. E, dessa forma, garantir que o pouco que ainda resta não desmorone perante nossa ineficiência ou desinteresse, ou se perca na falta de planejamento de quem, definitivamente, deveria estar atento a essas questões.
São duas as experiências que quero retratar aqui, levando em conta a autorização, dada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e mostrada por esta Gazeta na edição do último sábado, para que alguns prédios da baixada da Estação, na Barão de Cascalho, sejam demolidos. Em nome de um empreendimento que pouco está preocupado com a história e muito menos com o patrimônio cultural e da especulação imobiliária. A primeira delas, seria ingênuo de minha parte achar que questões financeiras não estão envolvidas nesse processo, assim como não acreditar que aquelas paredes desabem a qualquer momento, de forma “acidental”. Já vi essa história antes e, tenho certeza, não será diferente agora. Não está, aqui, em discussão, a decisão técnica dos desembargadores do TJ e nem o interesse do referido empreendimento. Mas, sim, a inoperância do poder público por não ter agido antes que a deterioração daqueles imóveis chegasse a esse ponto crítico. Penso que o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Limeira (Condephali), apesar de afirmar o contrário, também tem sua parcela de culpa. Sem trocadilhos, não se pode esperar que tudo caia no colo. O mínimo a fazer nem sempre é o suficiente.
A segunda, uma experiência pessoal, que tive lá nos anos de 2002 e 2003 – e que ratifica todo o meu comentário acima – ao tentar resgatar a história da imprensa limeirense. As dificuldades em reunir material histórico (antigas edições de jornais e revistas), que estava jogado (e esse é o termo correto mesmo) em prateleiras na antiga biblioteca municipal, à mercê do desgaste provocado pelo tempo e pelas intempéries climáticas. Consegui registros importantes. O que me assustou, entretanto, foi que pouco pude resgatar da história mais recente, porque eu havia me descuidado de arquivos pessoais, que retratavam minha participação no processo comunicacional limeirense. Senti, por não ter sido mais atencioso com o material que dispunha em mãos, como sendo impossível conseguir exemplares de outra forma. Fui omisso e dei pouca atenção aos detalhes, que mais tarde me privaram de registros importantes acerca do tema que pesquisava. É o mesmo caso dessa omissão e descuido do poder público com os casarões históricos da Barão de Cascalho, pois mais adiante estaremos privados de sua arquitetura e do que representaram lá atrás. Foi-se empurrando responsabilidades, que logo mais empurrarão para deitá-los ao chão.

domingo, 23 de novembro de 2014

Um domingo para refletir sobre posturas

Qualquer avanço – ou controle – do Estado sobre o cidadão é questionável. E nos três tempos verbais, passado, presente e futuro. Ratifica-se, essa intervenção legal sobre a vida cotidiana de cada um de nós, quando não se consegue o controle de determinado segmento social, ou mesmo do comportamento individual, para que direitos e deveres tenham o mesmo peso e caminhem lado a lado, sem que eu avance para o território do outro e vice-versa. Não gosto muito – aliás, não gosto nada mesmo – da máxima que estabelece que “meu direito termina onde começa o do meu próximo”, porque é sabido que há grupos afeitos a reivindicar mais direitos, buscando desobrigação aos deveres. Ou seja, “todos somos iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros”. E quando esse Estado quer impor código de conduta ou de boas práticas de convivência, significa que nossas ações estão sendo tuteladas e vigiadas. E isso é invasão de privacidade. Monitorar o que eu devo ou não fazer dentro dos meus domínios significa instalar um “big brother” diuturno de minha porta para dentro. É confundir território privado com o espaço público. É inaceitável.

Da razão à loucura

Essa reflexão acima tem um significado. E, confesso, não gostaria de estar neste espaço discutindo o que vou expor a seguir, com base em matéria escrita pela jornalista Érica Samara da Silva e publicada na última quinta-feira nesta Gazeta. Não sei se me espanto ou se caio na mais profunda gargalhada, ao saber que “banho em fonte, bituca no chão e sacudir tapetes serão proibidos”. Pérolas políticas.

Obrigatório por lei
O comportamento do cidadão deve ser pautado pela boa conduta, pelo respeito ao seu semelhante e por ações que não comprometam seu convívio em sociedade. Isso, entretanto, não requer nenhuma lei específica. E nem perda de tempo em redigi-la e tomar espaço em pauta de sessão legislativa. Está na lista de deveres constitucionais e, portanto, tema de lei maior. Mesmo porque muitas proibições já existem em outras leis.

Dias Gomes revive
E não é que isso está acontecendo em Limeira? E não é que o prefeito Paulo Hadich (PSB) protocolou projeto de lei nesse sentido, na semana passada na Câmara Municipal? E por mais inteligentes que sejam as alegações contidas na sua redação e as explicações práticas dadas pelo seu chefe de Gabinete, Marco Aurélio Magalhães Farias Júnior, não deixam de provocar risos. É uma exposição desnecessária.

Código de estética
É o novo “Código de Posturas”, conforme foi batizado o projeto, muito bem explicado na matéria em questão. São 25 páginas de textos e as mais estranhas proposições que se tenham notícia nos anais do Legislativo Municipal. Fica proibido, portanto, sacudir tapetes em janelas e portas que dão acesso às vias públicas, varrer lixo para as ruas depositar resíduos e bitucas em logradouros públicos...

Outras providências
...estão proibidos, também, cuspir, urinar e defecar em áreas públicas e tomar banho em chafarizes e fontes; amarrar animais em postes ou árvores (John Wayne vive). Só para citar os mais pitorescos. E tem mais, até o tamanho do saco de lixo e como deve ser disposto para coleta faz parte do “Código de Posturas”. São ações naturais, e que não carecem regulamentação. Devem ser parte do comportamento humano.

Ironia não. Humor...
Desculpem-me se exagerei na ironia. É que um pouco de humor faz bem. E para refletir, nada melhor que abusar desse humor, para que não fiquemos à mercê de nossos pensamentos mais destrutivos. Mas me belisquem, pois tudo isso não deve ser verdade. Estou sonhando, ou em transe total. Mas é que é real. Os vereadores terão que apreciar o projeto. E aprová-lo, caso assim entendam necessário.

E ainda não é tudo
A justificativa: “visa, acima de tudo, estabelecer regras de convivência democrática e cidadã no espaço urbano, de forma que prevaleça o interesse coletivo”. Para isso, leis anteriores deverão ser revogadas para que tudo fique numa única legislação. A ideia não é ruim.

Faça o que eu falo...
...mas não faça o que faço. Ninguém, em sã consciência e até mesmo na insanidade mais profunda, é contrário à disciplina. A questão é quando essa disciplina chega como imposição do poder público, que dificilmente tem os melhores exemplos a serem mostrados. Só para que fique registrado e que não se trata de uma crítica gratuita, lembremos que da indisciplina do Poder Executivo para com suas obras e seus próprios. Esta mesma Gazeta mostrou, recentemente, o abandono do Palacete Tatuybi, que sediou a Câmara por mais de três décadas e faz parte de um complexo de valor histórico vem mostrando, há tempos, o desinteresse para a inauguração da nova Biblioteca Municipal, que já tem lugar amplo e confortável para recebê-la, mas ela continua em minúsculo espaço na área central. Só para citar dois exemplos.

E tem muito mais
Ainda no último domingo, mais um péssimo exemplo da conduta do poder público, também mostrado pela Gazeta, na antiga Machina São Paulo. Lixo, mato alto, início de construção se deteriorando sob as intempéries do tempo e muito dinheiro lá enterrado, em obra que terá uma outra destinação. E também não se sabe quando.

É importante sim
Não é preciso desmerecer a importância de mostrar ao cidadão que ele também é responsável para manter sua cidade limpa, bonita e bem cuidada. É preciso que isso não seja feito da forma como está sendo colocada. E, principalmente, por que pode cair naquele conhecido rol de legislações criadas, aprovadas, regulamentadas, mas nunca postas em prática. Em resumo, mais tempo perdido. E por nada.

Cobrada no carnê
Há ex-vereadores que juram que já existe uma taxa para manutenção para iluminação pública, embutida na cobrança do IPTU. E que uma nova cobrança seria bitributação. E que não há necessidade de nova contribuição a onerar ainda mais o bolso do contribuinte. Será que os atuais vereadores não conhecem a própria casa? Pois se, de fato, já há uma cobrança nesse sentido, faz-se necessário uma explicação coerente. Ou, então,se desminta essa informação.

Pressão sem razão
Apesar da iminência de ser votada este ano, para que possa valer já em 2015 é preciso que haja aprovação dos vereadores, a Contribuição para Serviços de Iluminação Pública, a Cosip, vai dar muita discussão ainda. Mas o pior exemplo vem do Poder Executivo, que tem bancado alguns secretários e, às vezes o próprio prefeito, a ameaçar com serviços precários e desinvestimento no setor, caso não seja aprovada. Vamos pôr os pingos nos “is”, isso beira a chantagem política. Todos estão na berlinda...

Pergunta rápida
Quem tem teto de vidro pode atirar pedras no vidro dos outros?

Leitura interessante
Quem gosta da história da TV e contada por quem é o maior responsável pela sua evolução não pode deixar de ler o Livro do Boni. Uma autobiografia de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o grande mentor da evolução da TV Globo. Em capítulos especiais ele desenvolve o tema com a maestria de quem vivenciou cada passo dessa história. Numa das passagens mais interessantes do livro, Boni relata sobre uma das maiores revoluções da teledramaturgia brasileira. O processo de criação de “O Bem Amado”, de Dias Gomes, que foi a primeira telenovela a cores da TV brasileira, que faz um retrato caricato da política nacional, através do prefeito Odorico Paraguaçu e seu séquito na fictícia cidade de Sucupira.   

Nota curtíssima
A história das falcatruas na Petrobrás é antiga. Podem perguntar ao Joel Rennó.

Frase da semana
“É como se fosse um Código de Ética do Cidadão limeirense”. Do chefe de Gabinete do prefeito, Marco Aurélio Magalhães Faria Júnior, sobre o projeto de lei do “Código de Posturas” enviado à Câmara. Na Gazeta de Limeira. Quinta-feira, 20.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Talher, garfo e...
...faca. Conversas entre políticos a portas-fechadas têm dois significados: a busca da cumplicidade e divisão de responsabilidades ou lavagem de roupa suja entre quatro paredes. Em qual deles se enquadrou a reunião do prefeito Paulo Hadich (PSB) com os vereadores na última segunda-feira, na Câmara?

É parto dolorido
Convencer vereadores a votar a fórceps uma nova taxa para o contribuinte – a chamada Cosip –  parece-me, à primeira vista, uma atitude inconveniente. Pode ser um parto natural ou então uma cesariana.

Mais desemprego
Outra de Hadich aos vereadores: redução de cargos comissionados a partir de 2015. Análise: não deveria nem ter nomeado. Principalmente os de cota partidária. Em qualquer nível da administração pública direta, além de tornar a máquina ineficiente – há exceções – não deixa de ser cabidão de emprego.

Opções variadas
O estacionamento rotativo nas ruas de Limeira tem várias faixas. Tem as vagas especiais – justas e necessárias – e também as zonas branca e azul. Já o trânsito, este sim, é uma verdadeira z... . Que fase.

Convite explícito
A secretária de Mobilidade Urbana, Andréa Soares, e seus técnicos bem que poderiam dar uma passeada, de carro, pela área central da cidade nos horários de pico. Para sentirem, ao volante, os horrores dos semáforos.

Regra e exceções
É assim que deve ser. Percebe-se, nos últimos tempos, uma maior abertura do secretariado de Hadich com a imprensa. Com uma ou duas exceções, todos têm sido atenciosos e falado abertamente com jornalistas. Sem intermediários.

A última de hoje
E os absurdos não param de chegar à Câmara em forma de projeto de lei. Viva Sucupira. Viva Odorico Paraguaçu.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Petrobras: mar de óleo, lama e cifrões

Se há corruptos – e como – na classe política, é a iniciativa privada quem mais alavanca esse processo, ao bancar candidatos e mais candidatos e, posteriormente, cobrar as faturas. E, de quebra, repassar as “sobras” a partidos ou seus representantes. Corruptor e corrupto têm o mesmo peso nesse tipo de ação criminosa e danosa ao erário público e, por isso, devem receber o mesmo tratamento. A prática, entretanto, é outra. Dificilmente se vê um deputado ou senador saindo algemado ou escoltado por dois soldados, como diz trecho de conhecida música sertaneja. Eles são “conduzidos” com a devida proteção policial, mas não ficam de fato onde deveriam. Dividindo celas apertadas com a bandidagem encarcerada. São beneficiários de um dispositivo legal e corporativo, chamado imunidade parlamentar. A Justiça comum, aquela que cuida do batedor de carteiras ou do ladrão de galinhas, não serve para esses casos. Uma distorção da forma de fazer valer as práticas judiciais que, pasmem, somente eles – deputados e senadores – podem corrigir. O que o corporativismo acima citado impede de prosperar nas casas legislativas para desatar esse nó górdio.
Os movimentos que se têm notado nas últimas semanas e as prisões de altos escalões da iniciativa privada, envolvidos nos escândalos com a Petrobras, que já recebeu a alcunha de “petrolão” (numa relação direta com o mensalão), são o mais claro exemplo dessa narrativa. E não deveria ser diferente. Difícil imaginar que são apenas as empresas a origem das propinas, embora são elas que dispõem de toda essa dinheirama, em malas, cuecas, sacolas de papel e etc. Como é difícil, também, saber onde elas começam. Se com os empresários ou com os políticos, por que um não vive sem o outro. E cai naquela velha metáfora do ovo e da galinha. Ninguém, que eu me lembre, ainda conseguiu responder ou definir esse ciclo, que tem início, meio, mas não tem fim. Carregar “figurões” em camburões, por si só, abre o precedente de que cadeia vale para qualquer um. Desde o maltrapilho até o colarinho branco. Isso, entretanto – embora às vezes nos passe um recado positivo – não apaga a sensação de impunidade porque a outra parte envolvida tem foro privilegiado na hora de acertar as contas de seus próprios atos. Porque se sabe que será um procedimento lento, eivado de recursos sobre recursos e, que em certos casos pode até prescrever. Ou não chegar a lugar nenhum, como mostrou recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF), no caso do ex-presidente Fernando Collor de Melo.  
O mérito da Operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal em apoio ao Ministério Público Federal, que tenta limpar o óleo misturado com lama e cifras que podem chegar ao bilhão, está sendo indicar os locais e os guardiões das burras cheias de dinheiro. E é de importância histórica. Para que seja concluída com êxito, entretanto, requer esforço hercúleo para apontar, nominalmente, os destinatários dos cifrões. E dar a eles o mesmo tratamento “especial”, que vem sendo dado aos empresários presos. Que já chegou ao olho do furacão e ao centro do poder, é amplamente sabido. E divulgado diariamente pela mídia. Agora faltam apenas os nomes e cargos daqueles que “assinam” os recibos.

domingo, 16 de novembro de 2014

Se 2014 está indo embora, que venha 2015

A eleição já passou. Novembro chegou e, com ele, a espera pela chegada do fim de ano revela as expectativas de todos, e em todos os segmentos. No político, conta mais o início de 2015 do que propriamente o fechamento de 2014. Não haverá transmissão de cargo, apenas o reinício de um novo mandato à presidente Dilma Rousseff (PT), que com certeza não será nada fácil. Para ser suave nessa análise, será de enormes desafios, tanto técnicos como dentro da própria esfera política, que terá um peso ainda maior, devido ao crescimento da aposição e, mais que tudo, da oposição dentro do próprio governo, que se encarna no PMDB e também no PT, partido da própria presidente. Briga de gigantes, para estabelecer hegemonia e poder. O maior desafio, entretanto, será na economia e, por enquanto, não dá para analisar, por que o novo ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, ainda não foi escolhido. Apenas um nome, que agita os mercados de tal forma, pode transformar a tempestade em bonança. Ou em tsunami. Um nome, que não pode entrar no jogo de empurra dos partidos da base aliada, mas sim por sua capacidade técnica   

Compasso de espera
A questão é que essa indefinição política mexe com toda a conjuntura socioeconômica e, principalmente, daqueles que estão em ritmo de espera para poder investir ou não. E o reflexo de tudo isso concentra-se no comércio, que é a grande estrela deste período, considerado uma verdadeira mina de ouro para os empresários do setor. E também oportunidades dentro do próprio mercado de trabalho.

O bom... e o melhor
As entidades que representam o setor também não conseguem se entender quanto aos números. Uns, mais otimistas, esperam repetir ou até crescer sobre 2013, mas há pessimistas, também, que estão retardando suas próprias expectativas, para não dar um passo em falso. Se o marasmo em que se encontra a economia nacional pautar esse dinâmico setor, os pessimistas saem na frente. Então...

É preciso definição
O movimento ainda é de avaliação e oportunidades. Se há um atraso na busca por reforçar seus times de vendas para as festas de Natal e ano novo, não há desconsolo total, e isso é bom. Talvez o grande mote para dar o start nessa movimentação seja, de fato, a definição em torno de quem vai gerir a economia do País de 2015 em diante. Um pouco mais de sensibilidade do governo é a deixa.

E tem que ser logo

Para fazer o País correr, em vez apenas de andar, é preciso que o combustível seja de ótima qualidade. E na avaliação de especialistas, passa justamente pela escolha do novo ministro da Fazenda a arrancada para um novo tempo de prosperidade. Fazer jogo político e de acomodação só emperra todo esse processo. Seria um sinal de boa vontade e, principalmente, de fortalecimento da economia.

Olho no consumo
Em Limeira também há um compasso de espera, e talvez até uma prudência exagerada, no segmento comercial. O de varejo, que atende o consumidor direto, está no “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”. Como se trata de um setor que tem na criatividade sua melhor competência, está nas mãos dos empresários e dos próprios trabalhadores a garantia do sucesso. Com ou sem crise econômica. 

Aposta  necessária
O que move todo esse mercado do consumo direto, entretanto, é a capacidade industrial que estagnou e vai perdendo nutrientes diariamente. Alie-se a isso a pouca – ou nenhuma – capacidade de o Município atrair novos investimentos e a equação se fecha. E nesse caso não há milagres, mas soluções técnicas e de ordem estrutural, o que não impede a busca pelas criativas. Que pode ser um diferencial, pelo menos, neste período  

Sempre bem-vindo
Iracemápolis acaba de anunciar uma nova empresa. Uma fábrica de telhas, que investiu R$ 14 milhões e vai investir mais. São 90 empregos, 80 dos quais para iracemapolenses. Os números não são espetaculares, mas  positivos. Limeira nem isso consegue. 

Exemplo às avessas
Quando as fotos conseguem expressar o seu próprio conteúdo, o texto é apenas um acessório. E esta, do repórter-fotográfico JB Anthero, da Gazeta, é uma delas, cujo significado traduz total imprudência.  A Prefeitura de Limeira, através da Secretaria de Mobilidade Urbana, deu início a um projeto de instalação de grades de proteção aos pedestres nas calçadas. Outros 30 pontos também deverão receber os gradis. A primeira etapa aconteceu na calçada da escola Professora Flora de Castro Rodrigues. Na tarde de quinta-feira, ao se dirigir ao local para fotografar a novidade, que se tornou matéria jornalística, o flagrante foi muito feliz, do ponto de vista do profissional, e infeliz, ao mostrar tamanha falta de consciência do pedestre. Enquanto a maioria trafegava pela calçada, um senhor se arriscava andando pela rua, ao lado da grade.

Descuido perigoso
A foto, estampada na primeira da edição da sexta-feira, e com destaque, nos remete aos constantes apelos à consciência do cidadão, que se arrisca quando poderia estar protegido. Tal qual o pedestre que atravessa uma rodovia movimentada, a poucos metros de uma passarela. Cena comum na Limeira-Piracicaba ou via Anhanguera.

Uma razão ausente
A atitude desse cidadão, que talvez até se identifique com a foto, reflete a falta de educação no trânsito, tal qual o motorista que dirige alcoolizado ou mesmo falando ao celular. É um risco desnecessário que, a despeito de toda a exploração da mídia, não deixa de ser presenciado constantemente pelas ruas e avenidas da cidade. O que não é, com certeza, exclusividade de Limeira. Se o poder público é cobrado por ações que garantam a segurança da população, o mínimo que se espera é retribuição com consciência.

Com chapéu alheio
Na última quarta-feira, o prefeito Paulo Hadich (PSB) exibiu em sua página pessoal do Facebook uma foto sua e pequeno texto sobre as obras de acesso ao Shopping Nações, cujas obras “encontravam-se em ritmo acelerado”. Era a informação. Na realidade se trata de uma retomada de obra iniciada pelo próprio shopping, que vai servir ao acesso.

Abandono sem fim
O dinheiro público infelizmente não tem dono mesmo. A não ser o próprio contribuinte, que “investe” em impostos, taxas e contribuições, que dificilmente retornam em seu próprio benefício. E Limeira é rica nesses exemplos. Depois de mostrar o abandono do Palacete Levy, que sediou por mais de três décadas a Câmara Municipal e onde morou a primeira prefeita do País, Maria Tereza de Barros Camargo, agora é a vez do que restou a Machina São Paulo, espaço que tem projeto e obra iniciada, mas está abandonado e terá, segundo a Prefeitura, nova destinação. Falta apenas explicar o que vai acontecer com o dinheiro já investido nas obras, que começaram lá atrás. E os cofres públicos...

Pergunta rápida
Quem é, de fato, oposição ao governo, o PSDB ou o próprio PT?

Consciência zero
Não é só o poder público que deve zelar pelo próprio patrimônio. A população também deve ter papel fundamental na fiscalização e bom uso dos próprios públicos, uma vez que se trata de um bem comum. Já citei, em nota anterior, que é fácil cobrar responsabilidade do poder público. Difícil é assumir a responsabilidade que leva à cidadania plena. O banheiro público da Praça Toledo Barros, bastante criticado por usuários de uma maneira geral, foi totalmente reformado e entregue no início da última semana e, nem um dia se passou, e já estava danificado pela ação humana. Uma válvula de descarga quebrada e uma torneira destruída, interditadas para o uso, conforme mostrou também esta Gazeta na última sexta-feira. Qual é o objetivo de tamanho vandalismo?

Nota curtíssima
A viúva Porcina da política é o PMDB, aquele que sempre é, sem nunca ter sido.

Frase da semana
"Lava Jato poderá tirar do Brasil imagem de 'república das bananas'". Do jurista Walter Maierovitch, sobre as prisões de empresários envolvidos no caso Petrobras. No UOL Notícias-Política. Sexta-feira, 14.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Está na berlinda
A Câmara de Limeira não vive seu melhor momento. Terá que votar o projeto da Contribuição para Serviços de Iluminação Pública (Cosip), sobre o qual vários vereadores sinalizam que votarão contra. Vive a expectativa do caso Tigrão e, agora, tem vereador com acusação de assédio moral.

E nos bastidores

Na questão da Cosip, uma fonte de livre circulação no Legislativo me garantiu que essa história de se opor à cobrança, inclusive de vereadores da base de Hadich, é apenas jogo de cena. E que, na hora do voto, a nova “taxa” passa. É esperar para ver.

Novo presidente
Os outros problemas, como o do Tigrão e do assédio moral, devem mesmo ficar para a nova mesa diretora da Câmara. Apesar de toda a pressão por punições exemplares, devem ser mais algumas pizzas que irão para o forno.

Se a moda pega...

...parece ter chegado a Limeira. Essa história de queimar ônibus para protestar contra ações policiais é um modismo de péssimo gosto. Exemplos copiados de grandes centros, onde o Estado não consegue o controle da situação. Nem mesmo preventivo.

De novo, as redes

Um dia após o incidente registrado no Santa Adélia, as redes sociais “bombaram” com incrível boataria, que se espalhou mais rápido que o fogo. A rapidez com que os internautas compartilham essas informações é assustadora. Ninguém mais se preocupa em checar as informações ou sua origem. O clique é instantâneo.

A última de hoje

Ainda sobre os ataques aos ônibus em Limeira, foi muito estranho o comportamento e o silêncio da Prefeitura. Nem o prefeito Paulo Hadich (PSB) e a secretária de Mobilidade Urbana, Andréa Soares se manifestaram. Ninguém está entendendo esse silêncio. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O custo e o benefício do bom planejamento

Apesar da longa e dolorosa estiagem, que está obrigando administradores públicos e empresas de saneamento a ações restritivas e, por vezes, impopulares¸ é sempre bom ler notícias de investimentos contra enchente, o lado negativo da chuva. E o estudo sobre áreas de risco e o desenvolvimento de projetos básicos de intervenções necessárias às correção desses problemas, são o ponto de partida para qualquer prática que possa aliviar o sofrimento, que o excesso de água também pode causar. E, para que isso ocorra de forma programada e seja viabilizado na prática, o planejamento é fundamental para obter resultados positivos nesse processo. E o sucesso de intervenções dessa natureza passa, primordialmente, pelo reconhecimento da causa, que precisa ter seus efeitos reduzidos por ações concretas e opções viáveis às suas realizações. E, principalmente, recursos financeiros disponíveis.
Parece-me – e essa foi a primeira impressão que tive ao ler sobre o tema – que o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), elaborado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Limeira e muito bem detalhado, em manchete desta Gazeta do último domingo, contempla essas necessidades. No caso do limeirense, que há anos sofre com enchentes quando elas vêm, que atingem áreas bastante conhecidas nas mais diversas regiões do Município, o diagnóstico já é conhecido, faltando agora a prescrição do melhor remédio para o seu tratamento. Com os pontos críticos listados e muito bem descritos na matéria da jornalista Daíza Lacerda, o PMRR já tem projetadas as soluções, há muito pedidas pela população. Especialmente aquela que vive nessas áreas de risco.
Outras administrações públicas, ao longo de um período de 30 anos, e que passaram por grandes enchentes – inclusive com destruição e mortes – sempre optaram em remediar com soluções pontuais e localizadas. Só que esperavam a chuva chegar para depois correr atrás da enxurrada, quando já havia levado tudo o que encontrava pela frente. Não me recordo, pelo menos nessas últimas três ou quatro décadas, de nenhum prefeito que tenha apresentado um plano, como esse agora, detalhado pelo presidente do SAAE, Osmar da Silva Júnior. Como Limeira perdeu muito investimento público pela ausência de projetos básicos, espera-se, agora, que com o PMRR, esmiuçado da forma como foi, haja uma mudança de direção e tudo caminhe para a segunda parte do programa, que é a busca pelo dinheiro necessário às obras, avaliado pela própria autarquia, em torno de R$ 19 milhões. Espera-se, no mínimo, que não seja mais um projeto engavetado e tenha sucesso na sua execução. No papel ele já está. Agora é preciso que se transforme em realidade. Ou melhor, em obras efetivas e que contribuam definitivamente para a melhora da qualidade de vida do limeirense. Afinal, a prevenção sempre tem o melhor custo-benefício, mais do que qualquer remediação. E todos sabem muito bem disto.

domingo, 9 de novembro de 2014

Mesma história de sempre. Explicações, idem

Reportagem publicada por esta Gazeta na última quinta-feira, de autoria da jornalista Érica Samara da Silva, transformada na manchete da edição, dá-nos um “exemplo” daquilo que não é um “bom exemplo”. A deterioração do Palacete Tatuibi, que abrigou a Câmara Municipal por mais de três décadas e, posteriormente, alguns órgãos públicos, é tão visível como inaceitável é a explicação do poder público para tamanho descaso. Não foi a primeira e nem será a última abordagem sobre aquele imóvel, que já foi residência da família de Trajano de Barros Camargo, o dr. Trajano, pioneiro na industrialização do Município, com esse conteúdo. A casa, outrora símbolo político, abrigou também a primeira mulher prefeita do Brasil, justamente a esposa do dr. Trajano, Maria Tereza de Barros Camargo, hoje não passa de um amontoado de lixo, sujeira, pichações e trincas pelas paredes. Um cenário que remonta a filmes de gangues que brigam por domínio de território. Cada um fazendo uma marcação diferente. E, mais uma vez, as explicações não convencem. São repetições do que já sabemos.

É preciso insistir
Não é possível que as autoridades públicas, aquelas que têm a obrigação de zelar pelo próprio patrimônio, ainda mais quando tem caráter histórico comprovado (se eu estiver enganado que me corrijam), fiquem omissas e amparadas em desculpas recorrentes. Se há dificuldades em enfrentar o problema – e acredito que elas existam mesmo – a busca por soluções práticas é o melhor caminho. É preciso respostas.

Não sai do lugar
Mais triste ainda – pelo menos de cruel sinceridade – é a Prefeitura reconhecer a falta de ações, no sentido de evitar a deterioração do prédio. Admitir que a atual administração nada fez é um bom começo. Foge da lengalenga do “estamos buscando soluções; há dificuldades burocráticas”, mas não a exime das responsabilidades. A situação só piora. E, com certeza, maiores serão os obstáculos para corrigi-la.

Está. Não está??
As contradições nas explicações que a própria Prefeitura deu à jornalista são visíveis. E demonstram a total falta de sensibilidade para com o problema. “O prédio não está em risco e está sendo monitorado”, afirmou o Executivo, por meio de nota. Mas as rachaduras, portas e janelas quebradas e até mesmo a sujeira no interior do “palacete” demonstram justamente o contrário. É preciso agir logo.

Imagens fortes
Outra contradição. Se não há riscos estruturais e mesmo funcionais, por que então insistir que o prédio não está em condições, no momento, de receber novamente qualquer serviço público? E tome abandono. Quanto às pichações e ações de vandalismo, a informação é de que ronda da Guarda Civil Municipal pode ser acionada. Fotografias mostram justamente o contrário.

Repetir e repetir
Quanto às questões que envolvem andarilhos e usuários de drogas, a informação da nota oficial é de que o local está no cronograma de abordagem do Ceprosom. Porém, acho que já ouvi isso antes. Em outras matérias de igual teor. “Será feita a abordagem esta semana”, diz. E quantas semanas já se passaram desde as reportagens anteriores. Colchões, cobertores, etc., continuam por lá. 

E vem de longe...
É preciso, entretanto, fazer justiça e reconhecer que o problema não é da atual administração do ponto de vista do seu início, ou seja, as que passaram também nada fizeram. Trata-se de uma herança que vem sendo dividida entre essas gestões públicas, sem que haja uma ação efetiva para resolver o problema. Empurrar com a barriga virou prática política. Independentemente de quem esteja no poder.

A cereja do bolo
Só para fechar esse raciocínio, mais uma informação interessante. Enquanto prédios públicos se deterioram ou são subutilizados (como o novo da biblioteca), a Prefeitura vai pagar, até o fim do ano, R$ 4,3 milhões em alugueis para terceiros.

Falta cidadania
Se na maioria das vezes o poder público não cumpre com o seu papel e ignora suas responsabilidades, a população – ou boa parcela dela – também não dá exemplos concretos ao exercício da cidadania. A crise hídrica tem sido um bom teste. Muitos simplesmente empurram, literalmente, com um rodinho, a água pelo ralo. Não sei se por ignorância mesmo, ou por pura falta de consciência. Mesmo com as denúncias, multas e campanhas explicativas, tem gente que ainda continua desperdiçando. E são os mesmos que irão, posteriormente, criticar o próprio poder público pelo problema. Que é grave, e não há indícios de resolução a curto prazo. A chuva chega, espera-se que ela fique, mas acaba indo embora para mais um período de estiagem. Por isso é preciso que todos se engajem nessa batalha, com a utilização racional e controlada da água.

Outros exemplos
As ruas de Limeira também entram no mapa da falta de consciência do cidadão. Não é raro ouvir reclamações sobre veículos abandonados – ou deixados – pelas ruas da cidade, muitas vezes dificultando a passagem de outros veículos e até mesmo causando riscos a motoristas e pedestres.

Espaço de todos
Vale lembrar que ruas são espaços públicos. Não são depósito ou garagem. Só para constar: na Avenida Araras, que apesar de ser chamada como tal é bem estreita, há uma carroceria de carreta, sem o cavalo, deixada há meses quase na esquina com a Praça Adão Duarte. A via é de grande movimento, inclusive de ônibus, e aquele mostrengo é um transtorno onde se encontra. Não é peça velha, mas está lá. Os fiscais do Município bem que poderiam dar uma passadinha por lá. E remover aquele estorvo.

Sem reclamações
Está funcionando, e bem, o sistema semafórico na rotatória do Viaduto Antônio Feres, conhecido como Viaduto da Ford. Motoristas e pedestres, que reclamaram e criticaram muito, abriram mão da zona de conforto e entenderam a importância daquele controle. Disciplina é bom. E prática. 

O velho problema
Já nas ruas centrais, parece que está distante o sincronismo dos semáforos. Faz tempo que não comento nada por aqui, mas sempre é bom dar uma relembrada às autoridades do trânsito. Com exceção dos corredores das ruas Boa Morte e Dr. Trajano – e às vezes na Barão de Campinas também – que têm quase uma “onda verde”, as demais ainda dão muita dor de cabeça aos motoristas. Somando também a imprudência, a falta de educação e o desleixo dos motoristas e pedestres, a situação fica ainda mais complicada. Como escrevi acima, se o poder público falha em muitos setores, muitos cidadãos também dão sua contribuição para o agravamento de certos problemas.

Pergunta rápida
Se Maomé não vai à montanha, a montanha vem mesmo até Maomé?

Espírito cidadão
Hoje a Gazeta de Limeira abre mais uma Copa Gazeta, na categoria Menores. Um incentivo à formação de crianças e jovens, que procuram no esporte a base para seu futuro. É mais um exemplo positivo e uma contribuição efetiva deste jornal à cidadania. Assim como foi – e vem sendo há mais de duas décadas – o Prêmio Gazeta de Literatura, encerrado no último dia 21 de outubro com a premiação dos vencedores. E que trouxe, justamente, um tema relativo ao futebol (“Resumo da Copa – as lições que ficaram”), incentivando o despertar de um pensamento crítico sobre uma situação real vivida pelo País, que foi a Copa do Mundo da Fifa. Essa feliz união entre educação, cultura e esporte fortalece ainda mais a participação deste veículo de comunicação na formação da sociedade limeirense. 

Nota curtíssima
Nenhum eleitor pode ter seu voto menosprezado. Independentemente de quem ele tenha votado.

Frase da semana
"Aqui tem muita coisa que estimo". Da idosa da Vila Queiroz, de cuja residência a Prefeitura retirou, através de mandado judicial, mais de 100 toneladas de coisas que ela guardava. Na Gazeta de Limeira. Sexta-feira, 7.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Intolerância 100%
Passadas quase duas semanas da eleição presidencial, a intolerância e o ódio não arrefeceram entre as duas partes litigantes. Os protagonistas fazem política, mas os personagens secundários é que contribuem para isso. E as redes sociais são a maior prova disso. É preciso desarmar os espíritos, e um respeitar o direito do outro.

Ninguém é do...
...bem. Muito menos do mal, como propagam os mais exaltados. São dois lados que fizeram suas escolhas. Cada um com sua responsabilidade. Isso se chama livre arbítrio.

Ainda falta algo
Seria cômico. Mas é trágico. São justamente os que disseminam esse ódio pela internet, hoje, e se valem da liberdade de expressão, os mesmos que ontem exerciam e aplaudiam a censura. Viúvas e órfãos da ditadura militar, que não aprenderam com o exemplo da história.

Um novo começo
E não demorou muito, não. Na edição do último domingo fiz um balanço no pós-eleitoral sobre os desafios do prefeito Paulo Hadich (PSB) e sua base. E agora, a confirmação. Vereadores, entre eles alguns pesos-pesados da situação, começam a cobrar algumas faturas. Como mostra claramente a matéria da jornalista Erica Samara da Silva, sobre as cobranças ao Executivo. E foi rápido.

Era de esperar
A lua de mel entre Hadich e sua base está, hoje, mais para divórcio. E vou chutar na direção do gol: a postura do atual presidente da Câmara, o petista Ronei Martins, deve ser diametralmente oposta nos dois últimos anos da atual Legislatura. É quase gol.

A última de hoje
A oposição, com o Partido Republicano, assumiu o controle do Senado dos Estados Unidos nas eleições realizadas na última terça-feira. E manteve a maioria na Câmara de Representantes. Lá o voto não é obrigatório. Ninguém morreu por isso, e o mundo não acabou.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Utopia? Vamos chamar de agenda positiva

Não se tem conhecimento, neste país, de qualquer tipo de aliança entre políticos de partidos adversários que possa traçar um caminho onde situação e oposição sigam juntas pelo bem comum. O que é muito mais complexo ainda em se tratando de política, uma vez que as lideranças de maior expressão de cada segmento envolvido não aceitam negociar, senão sob seus próprios argumentos. E ninguém abre mão de uma vírgula sequer, em seus manuais, que possa proporcionar ou direcionar um entendimento. Não significa aceitação e muito menos adesão de um grupo ao outro, mas pontos comuns de seus programas que poderiam se complementar em benefício de todos. E do crescimento do País. O debate, diferentemente de outros países com maior grau de desenvolvimento, não sai do entorno do umbigo dos caciques partidários, que veem em qualquer tipo de aproximação uma negação à própria condição de seu status. Ou de situação ou de oposição. Os discursos podem até confundir a opinião pública, mas a prática desmente qualquer boa intenção, da qual, como se diz no popular, o inferno está cheio.
Ceder em questões pontuais e reconhecer que ambos os lados têm soluções viáveis e até parecidas para os graves problemas que o Brasil enfrenta neste momento, não significa capitular. Muito menos abrir mão dos princípios elementares que regem cada partido político. Afinal, são apenas adversários e não inimigos (penso...). Nem deve ser encarado como fraqueza do governo ao admitir que enfrenta dificuldades e menos ainda soberba da oposição, como se só ela tivesse as respostas a todas as perguntas ou o direito a arrestar par si a única forma de conduta ética possível. Trata-se de um preceito básico à garantida da civilidade. Arrefecer os ânimos e pensar na cidadania como esteio a qualquer governo seria oportuno neste momento em que a insatisfação toma conta da nação, mas mesmo assim optou pela manutenção do atual modelo de governo. Seria, talvez, um voto de confiança que traz embutido em seu significado a expressão que marcou aquele junho de 2013: mudança. E urgente. Não há senhores da verdade nesse processo, mas a responsabilidade para arejar o sistema político nacional. Sem que ninguém perca sua identidade.
É possível partir dessa premissa para chegar a um denominador comum? Sim. Resposta curta e grossa, que passa pelo alinhamento de ideias – não de poder – para espantar o tradicional “nós vencemos” sobre o “vocês perderam”. Posso até parecer utópico, mas se PT e PSDB abrissem mão da beligerância instalada a cada processo eleitoral em favor de um protagonismo maior – e não seria aliança incondicional – estariam dando um grande passo para erradicar o fisiologismo, que ainda continua sendo o grande entrave a qualquer reforma que se faça necessária. E nada melhor para essa configuração do que a elaboração de uma agenda positiva e propositiva, visando ao presente e futuro do País. O que só será possível se as vaidades forem deixadas de lado. Não é pedir muito, acredito.

domingo, 2 de novembro de 2014

A política como ela é. Sem tirar e nem por

Passadas as eleições, seus resultados e consequências, que embalam as expectativas da população para 2015, quando Dilma Rousseff (PT) começa seu segundo mandato, é preciso voltar um pouco à realidade política local. Se a administração Paulo Hadich (PSB), parece ter encontrado um pouco – eu disse um pouco – de objetividade, com algumas obras importantes em andamento, como a do piscinão – ou bacia de contenção, em sua denominação técnica – do Tiro de Guerra, por exemplo, uma nova batalha está no ar. Paira sobre as cabeças de todos aqueles que compõem a base governista, para garantir governabilidade, um insustentável clima de animosidade, embora todos corram com desmentidos e adulações. Se a situação de crise hídrica deu um descanso nas críticas ao governo municipal, que tem, sim, tomados decisões acertadas (apenas tardias) e está demonstrando rigor nas ações necessárias, o ambiente político está conturbado. E deve ficar ainda mais carregado daqui para frente, com alguns embates em andamento e que interessam diretamente ao comando do Edifício Prada. E as previsões são pouco alentadoras no sentido de contorná-los.    

Os enfrentamentos
O que até agora parecia fácil para o Poder Executivo,  com uma oposição frágil e desconexa, centralizada em um ou outro vereador e sem lideranças externas locais, pode ter alguns complicadores, se levados em conta os últimos acontecimentos envolvendo a base aliada de Hadich na Câmara. O primeiro deles, e que vai dar muita dor de cabeça, é o caso do vereador André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB)

Uma troca indigesta
Situacionista, com alguns rompantes de oposição, Tigrão é um número importante na bancada governista. E a Comissão de Ética instalada para avaliar sua conduta recente, e até mesmo passada, pode levá-lo à cassação. Se isso vai acontecer, é difícil prever qual será o resultado das investigações. Há interesses outros em jogo, que apenas a falta de decoro do vereador. Há substituições nada palatáveis ao Prada.

É matemática pura
Há um conflito ético em jogo. Como há, também, uma preocupação maior ainda, caso o peemedebista seja cassado. Seu suplente, o também peemedebista Bruno Bortolan, deverá compor com a oposição. E, na matemática, um número a mais pode desequilibrar a balança. Mesmo porque há muitos descontentes, que poderão se distanciar do governo e, dessa forma, adeus conforto na hora das votações.

Caminhos opostos?

Embora o próprio PT esteja na defesa quase intransigente da atual administração municipal – e perdeu muito com isso, politicamente falando – é claro o desconforto entre o atual presidente da Câmara, Ronei Martins, e o prefeito. Notou-se, em aparições recentes, um certo distanciamento entre ambos, que nem deu para disfarçar. E as eleições estadual e federal foram a gota d’água da tempestade.

Diferencial político
De um lado o vice, Antonio Carlos Lima, do PT, fazendo campanha para Padilha e Dilma e, de outro, o prefeito, alinhado com Alckmin e Aécio. Difícil não se incomodar com isso. E de ambos os lados. Em 2015 será eleito um novo presidente da Câmara, e todos os seus pares. Ronei volta à sua cadeira no plenário e seu posicionamento, a partir daí, é uma incógnita. Se optar pela independência, é mais dor de cabeça ainda.

De alta voltagem
Tem ainda votação da taxa da iluminação, batizada pomposamente de Contribuição para Serviços de Iluminação Pública, de sigla não mesmo pomposa (Cosip). Como será votada no pós-eleição e ainda neste ano (até pode ser que passe), mas as mágoas com certeza não se apagarão. E pode não ser com tanta folga assim, como foram outros projetos polêmicos da atual administração. É preciso ver se vale o desgaste.

Pinceladas iniciais
Como estamos fazendo ilações no campo político, há uma grande probabilidade de tudo isso não acontecer e continuar como está. Um quadro pré-pintado. Ampla maioria governista, rolo-compressor e tudo mais. Mas que 2015 será explosivo, isso será.

Serão anos difíceis
O próximo ano não será exclusivo em turbulências locais. O que aguarda a presidente reeleita Dilma não são tapetes vermelhos, pétalas de rosas e afagos. Ela será obrigada a um jogo de cintura política que, infelizmente, não é o seu forte. A convivência com o Congresso não será nada fácil. Ou melhor, com o PMDB, partido da base aliada, mas de um virulência implacável. Um verdadeiro parasita que se aboletou do poder e manteve refém FHC, Lula e a própria presidente neste seu primeiro mandato, que está chegando ao fim. E seria da mesma forma, caso o tucano Aécio Neves tivesse vencido as eleições. Sem lideranças nacionais, o partido do vice-presidente (que ironia...) se garante através de chantagens e do “é dando que se recebe”, para permanecer no comando. Puro fisiologismo.

Na própria família

É preciso reconhecer, também, que o PT hoje é refém do próprio PT. E Dilma terá que acomodar seus correligionários e ceder às pressões partidárias, caso queira governar. Ou então partir para o enfrentamento e, quem sabe, contar com a oposição.

Mais semelhanças
O maior problema da política nacional é que a palavra conciliação não existe no vocabulário de nenhuma liderança política. De nenhum partido, porque os interesses corporativos se sobrepõem aos da própria nação. É tudo do mesmo.

Isentando as redes
E por falar em intolerância¸ as redes sociais continuam exímias difusoras do preconceito e do ódio. Ou mau uso dessas ferramentas, que são território livre. Ninguém deve atingir seu semelhante moralmente, tendo como pano de fundo o direito à livre expressão do pensamento. Os meios legais para um ressarcimento a ataques morais ainda são difusos e ficam à mercê de uma decisão individual, uma vez que o Código Penal brasileiro não contempla crimes praticados através da internet. A não ser os já conhecidos: injúria, calúnia e difamação, cujas penas nem sempre são proporcionais à gravidade do crime cometido. O que não se deve é, entretanto, culpar as redes sociais por seu mau uso, cuja responsabilidade é de quem as utiliza. Falta de consciência.

Pergunta rápida
Por que o ser humano ainda é refém da intolerância?

Reconhecer o erro
As eleições passaram, mas os ânimos continuam acirrados. Ainda há uma parcela considerável de pessoas que não baixaram a guarda, para apostar no pior. Defino-os como desinformados que não conseguem fazer o uso da matemática básica, e somar dois mais dois para chegar a quatro. Insistem em suas teorias conspiratórias, para não reconhecer o recado das urnas. Que se deram a vitória ao PT deixaram um claro recado de insatisfação. E mais que continuar com a “campanha eleitoral” como se fosse prorrogação de um jogo, deveriam investir no reconhecimento da própria falha. Mais que a conhecida competência petista, houve uma enorme e recorrente incompetência tucana. Uma reavaliação de postura faria muito bem para esse entendimento.

Os números finais
Outro reflexo aguardado no pós-eleição é no que diz respeito à crise hídrica no Estado de São Paulo. Não é questão de ser repetitivo, mas de chamar à realidade os envolvidos no problema, em especial o governador reeleito – e com larga margem - Geraldo Alckmin (PSDB). Infelizmente sua atuação, até aqui, tem sido um desastre e de uma irresponsabilidade memoráveis. Sua repetida negação dessa crise, e seu discurso e preocupação em desmentir os técnicos envolvidos no assunto, são lastimáveis. Não dá para entender tamanha obsessão em negar o óbvio. Mesmo com tudo e todos – inclusive a Sabesp, que opera o sistema de água – mostrando que a situação é crítica. Nem mesmo a disputa eleitoral é motivo para isso.

Nota curtíssima
O escândalo da Petrobras e a crise hídrica paulista sumiram das pautas na mídia.

Frase da semana
“Devo, não nego. Pagarei quando puder”
. De Ricardo Coutinho (PSB), reeleito ao governo da Paraíba, ao recorrer à presidente Dilma Rousseff (PT), para ajudá-lo. Na Folha de S.Paulo. Sexta-feira, 31.