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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A se apurar, sim
A morte de uma mulher de 68 anos de enfarte, no hospital de campanha da dengue, na última segunda-feira, conforme mostrou esta Gazeta, é um caso a se apurar. E é gravíssimo. Se ela estava no PS da Santa Casa e foi encaminhada para lá é preciso investigar, sim. E apurar responsabilidades. Se é que alguém vai assumir alguma.

Outros hospitais
A informação de que outros prontos-socorros, inclusive particulares, estão deslocando pacientes para o hospital da dengue, com outros sintomas, que não seja os da própria doença, também merece uma investigação aprofundada. Estão confundindo as situações.

E que nota fora!

Muito oportuna a manifestação do vereador de Cordeirópolis, Alceu Silva Guimarães (PPS), sobre a secretária de Mobilidade Urbana de Limeira, Andréa Júlia Soares. Repudiar sua declaração, quando disse que a rodovia não apresenta riscos e situações que comprometam sua segurança foi, no mínimo, infeliz. E de completo desconhecimento da real situação da vicinal.

É ausência total
Outro setor da atual administração, que anda capengando, é o da Cultura. Não há explicações para o marasmo que se apossou do desenvolvimento cultural do Município.

O prato na mesa
Façam suas apostas. Primeiro foi Zezo, da Educação. Agora deve ser Zeuri, secretário Executivo de Governo e Desenvolvimento. Mais um petista que Hadich deve “excluir” de sua administração. E, provavelmente, sem reposição ao partido. Enquanto isso, na Câmara, o PT não assinou requerimento para abertura da CPI da dengue.

Nem para cá e...
...nem para lá. Lula só manda recados, mas não aparece para explicar. FHC articula nas sombras, mas também não abre a boca. Por que será que ambos estão tão silenciosos?

A última de hoje
A partir de hoje entro em período de férias e deixo de publicar minha coluna pelos próximos 20 dias. Volto a publicá-la regularmente no próximo dia 12 de março, dando, então, um descanso para os leitores.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

2015, um ano que ainda não começou

É costume no Brasil – e vem de longe – dizer que o ano só começa após o carnaval. Hoje é a chamada terça-feira gorda, um feriado que é sem nunca ter sido. Ou seja, oficialmente ele não existe, mas todos o guardam religiosamente. E marca, também, o último dia da folia, que neste ano está de pijama em vez de fantasia, para, a partir de amanhã, Quarta-Feira de Cinzas, o ano começar de fato. Apesar de discordar desse adágio, é fato que nesse período todo o brasileiro empurra suas expectativas para após o entrudo, como à espera de um milagre. Um toque mágico que possa resolver todos os seus problemas, para poder afirmar que “agora vai’. Mas não é o que está acontecendo. Será preciso muito mais que fincar o pé no chão, para, de fato, fazer 2015 andar.
E isso não pessimismo. É uma pretensa realidade, que está estampada todos os dias nas páginas dos jornais e é levada ao ar em horário nobre, através das redes de televisão. E martelada diariamente pelas emissoras de rádio. Enfim, a mídia é a porta-voz oficial dessa desesperança, que vem afetando o dia a dia de todos nós. Um exagero aqui, outro ali e muitos interesses políticos acolá, também entram nessa catastrófica pauta que se abate sobre o ânimo dos brasileiros. Um buraco que pode surgir à nossa frente a qualquer momento. E do jeito que está sendo escavado, torna-se um verdadeiro precipício sem escalada de volta possível. Pelo menos é uma impressão que muitos querem passar, como que dizendo um “eu avisei que ia acontecer”. E se seu aviso não foi levado tão a sério assim, é porque também não tinha a oferecer para a salvação de um moribundo. Nem tanto o céu, nem tanto o inferno. O purgatório é suficiente.
Quando digo que não é pessimismo, é justamente o que quero dizer. Não acredito que a receita ideal possa ser aviada por ninguém neste momento, nem por quem está com o paciente nas mãos e nem por quem está querendo tratá-lo de fora. O que dá para garantir é que não é doença terminal. Basta apenas acertar no diagnóstico e, daí sim, começar o tratamento. E, com certeza, será um tratamento demorado e doloroso, com sacrifícios para todos os lados. E é justamente nesse ponto que há uma quebra na cadeia de soluções, quando um dos lados não está disposto a experimentar esse amargo remédio. Ou não quer ministrar a dose certa. Não sei, o ano começa de fato amanhã. Acredito que ainda está longe de seu início, porque 2014 ainda não acabou. Quando todos perceberem que é preciso enterrar o que passou, dando adeus ao ano velho, talvez a razão possa falar mais que qualquer interesse. Tanto de quem está dentro e não quer sair como de quem está fora e quer entrar. Difícil mesmo é pedir uma volta à razão a quem tem dificuldade em lidar com ela.
A desesperança, que citei no início deste texto, é fruto apenas de um embate entre forças antagônicas, mais preocupadas em exibir o próprio umbigo, em vez de despir-se da arrogância.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O protesto que vem da população é justo

Nestes dias de epidemia de dengue e do descontrole da doença, conforme atestaram médicos ligados à urgência-emergência dos hospitais locais, a população vem colaborando de forma bastante consciente. Raras exceções, que representam mais desconhecimento sobre suas causas e efeitos e outros que insistem em manter verdadeiros criadouros do Aedes aegypti ao ar livre, a maioria vem, de certa forma, colaborando com a necessária prevenção. Denunciando através dos canais competentes, como o 156 e buscando, principalmente, a imprensa para denunciar descasos, que estão diretamente ligados à infestação do mosquito transmissor. Uma situação, em especial, tem chamado a atenção daqueles que procuram os jornais e emissoras de rádio e TV para reclamar, é com relação a áreas públicas. Aquelas pelas quais a prefeitura, portanto, o poder público, tem responsabilidades. Terrenos e praças com mato alto e áreas como as fontes em praças, que se não estão com água, acumulam por causa da chuva. “Não adianta fazermos a nossa parte, se o poder público não faz a dele”, relatam populares, que diariamente ligam às redações.

Onde tem mato...
...tem criadouro escondido. E se tomarmos como exemplo a quantia de reclamações que chegam diariamente, e o que é constatado pelas equipes de reportagem, todos têm razão. Há um quase abandono ou a prefeitura não dá conta da limpeza ou, ainda, só o faz quando a notícia é publicada no dia seguinte. Já abordei esse assunto por aqui, mas não custa insistir nele. A responsabilidade é de todos.

Menos... menos
Com a confirmação de mais de cem casos diariamente, não há como dizer que tudo está sob controle. Apesar de estar no direito de expor seu lado, o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva, não tem como contestar a situação, que é gravíssima. Defender-se da afirmação dos médicos é uma prerrogativa legal, mas é preciso cuidado em querer mostrar tranquilidade, quando na realidade ela não existe. 

É direto ao bolso
Outro fato que gera descontentamento é a questão das multas. Para muitos só há interesse nesse tipo de penalidade e que a administração pública só pensa em arrecadar. Não é bem assim. Às vezes, para conscientizar, é preciso ir direto ao órgão mais sensível do ser humano, seu bolso. Pois é dessa maneira que muitos entendem. O verbo nem sempre leva à conscientização. Falar, apenas, não resolve.

Só para explicar
Mesmo porque, aquele que não deve, isto é, não tem criadouros do mosquito em casa, não tem o que temer. É abrir a propriedade à inspeção e mostrar que está cumprindo com seu dever. Com certeza não será notificado ou, posteriormente, multado. O poder público, entretanto, precisa dar o exemplo, dando maior atenção àquelas áreas que são de sua propriedade e podem causar riscos. 

A dengue e a CPI
Se a situação chegou a esse ponto, não foi de graça e nem é obra do acaso. Vem lá de trás. Ou seja, especialistas em controle de pragas garantem que a origem de tudo está no serviço que não foi feito por causa daquele contrato suspeito, quando a empresa não fez o que deveria ser feito. Lembram-se? Teve até CPI e está na Justiça. É nesse passado recente que está a origem de tudo. Ainda há muito que explicar.

Serviço malfeito
Ninguém foi objetivamente punido e, agora, quem está sofrendo as consequências é a população. É preciso fazer uma reflexão sobre isso. E marcar bem o nome de todos que estiveram envolvidos naquele imbróglio da Vital Garden. O que não foi efetivamente feito lá, no passado, é que está causando todo esse problema no presente. Aí sim, é a inépcia de um serviço público viciado e cheio de armadilhas.

Porcentual é alto
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, só pouco mais de 40 mil casos de dengue. Em Limeira já chegou, em 45 dias, a 1500. É desproporcional esse número. Limeira é uma estatística muito pesada no cômputo geral dessa história.

Queixas e queixas
Uma das denúncias mais frequentes é a falta de ação da fiscalização da prefeitura. São protocolos e protocolos refeitos através do 156, que não têm retorno à população. Principalmente àqueles que reclamam. É comum, diariamente, que leitores acionem o jornal para criticar esse descaso. Credito essa situação não à ineficiência do Serviço 156, mas à falta de fiscais que possam dar conta dessas demandas. A verdade é que muita gente acaba associando essa deficiência à má vontade também. O que precisa é diminuir o prazo de validade desses protocolos e um atendimento mais ágil. Mas, infelizmente, para isso parece que falta estrutura da prefeitura.

Uma ótima ideia
A prefeitura está instalando, ao longo da pista de caminhada, no Parque Cidade, coletores para recicláveis: metal, plástico e papel. São três recipientes em cada ponto, nas cores próprias para cada material. Resta agora que os usuários do espaço entendam esse propósito descartando corretamente latinhas, garrafas ou copos de plástico entre outros nesses locais. É um exercício de educação ambiental. Mesmo porque há coletores também para lixo orgânico. A resposta a isso virá de cada cidadão. Se ele entendeu e vai assimilar a lição ou vai continuar apenas criticando.

Andar para trásLimeira retornou ao final da década de 1980 e início da de 1990, tendo a Limeirense com 100% da concessão do transporte público. É emergencial? Sim. Porém, não deixa de causar estranheza. Cabe, nesse caso, um questionamento maior que a explicação.

Pergunta rápida
Alguém acredita que políticos de outros partidos não estejam nesse imbróglio todo?

Um pedacinho só

Interessante a ideia do governo de São Paulo em propor dispositivo nos caixas eletrônicos de agências bancárias, que destruam as notas quando esses equipamentos forem explodidos por bandidos, na tentativa de roubo. Apesar de ser responsabilidade legal do Banco Central a destruição de papel moeda, parece-me que seria uma saída bem apropriada para controlar esse tipo de crime. Dar ao ladrão a sensação de que seu “trabalho” será inútil é uma forma de desencorajar sua execução.

Nota curtíssima

O fundamentalismo religioso não diferencia muçulmanos de cristãos.

Frase da semana
“Não é opção, é um dever. Não investigar significa prevaricação”. Do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, sobre possível investigação da Petrobrás no governo de FHC. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 13.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

De volta à briga
Longe da presidência da Câmara Municipal, o vereador Ronei Martins (PT) andou passando uma carraspana no também vereador José Roberto Bernardo (PSD), o Zé da Mix. E em plenário.

Estilo retomado
A bem da verdade, esse é o “estilo Ronei”, que ele nunca deveria ter perdido. Os dois anos em que passou como governista, defendendo a atual administração, que agora vira as costas ao próprio PT, fizeram mal à sua atuação legislativa. Quem sabe agora ele não volta a ser o vereador da época da cassação do então prefeito Silvio Félix.

Eu quero o meu

Os nobres pares como costumava dizer o agora deputado federal, Miguel Lombardi (PR), quando era vereador, ainda não perderam a mania de criar dia disso, dia daquilo e tantos outros. Os dias são de todos. Não é privilégio de ninguém.

Vem pra mídia!

Por falar em Lombardi, está na hora de o deputado começar a aparecer um pouco mais. Parece que foi engolido por Brasília. A política não aceita ostracismo.

Não assimilou?

Outro que anda quieto é o vereador André Henrique da Silva (PMDB), o Tigrão. Parece que o castigo abalou sua confiança.

Questão prática

As derrotas em série que o governo vem sofrendo na Câmara Federal, não pode ser imputada ao presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB), mas à incompetência dos articuladores do Planalto.  

A última de hoje

A presidente Dilma Rousseff (PT) está conseguindo superar, com seus atos, toda a arrogância que é marca registrada do PSDB e, principalmente, de Aécio Neves. Ou ela muda e começa, de fato, a governar, ou então terá que se mudar do Planalto.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Uma breve cronologia de causa e efeito

O País atravessa uma grave crise climática. Do desmatamento da Amazônia à pecuária invasiva; de obras públicas sem licenças ambientais à especulação imobiliária, que avançam sobre áreas de preservação sem o mínimo pudor; e do cultivo desproporcional da cana-de-açúcar ao eucalipto, que apenas sugam a terra sem nada devolver. Não sou especialista, nem militante ambientalista, mas um defensor do desenvolvimento sustentável e que possa garantir, lá na frente, uma vida digna e confortável aos nossos descendentes, sem que para isso seja preciso abrir mão do progresso. E não precisa ser expert no assunto para se chegar a essa conclusão. Basta analisar resultados de trabalhos científicos e pesquisas, que mostram nossa imensa riqueza natural e todos os seus recursos, que nos garantem energia limpa e abundante, sem termos que atacar o meio ambiente, provocando inequívoca degradação e, com ela, os resultados catastróficos que estamos sentindo agora, como a estiagem quase plena em período que deveria ser chuvoso. E não tenham dúvidas, aqueles que me leem neste momento, que a ganância do homem ao “assaltar” a natureza e as riquezas que dela advêm, é a principal responsável por esses infortúnios.
Crise hídrica e ameaça de racionamento de energia são duas das mais trágicas consequências desse processo. A falta de chuva não é obra do acaso ou da vontade “divina”. É, sim, o resultado de uma série de combinações causadas pela exploração indevida e o avanço sobre os bens que nos garantem a vida e que também podem nos tirá-la pela devastadora ação que o ser humano lhe impõe. Aliadas a isso e à falta de investimentos governamentais em energias alternativas – e temos um enorme campo a ser explorado (no bom sentido) nesse segmento – e nos sistemas de abastecimento de água das cidades, teremos períodos de escassez e sofrimento. Tudo em nome de um lucro predatório e da irresponsabilidade de governos – do federal aos municipais, passando pelos estaduais – que não fiscalizam esse verdadeiro saque ambiental. E está tudo à nossa frente. Estamos assistindo aos municípios se emendarem ao longo de suas divisas devido à construção de condomínios de luxo e núcleos habitacionais, que avançam sobre matas regulares e nascentes indefesas, que vão sendo soterradas. Sem a mínima vergonha e que, na conta final, se ajusta apenas às necessidades dos predadores. Das corporações que pouco se lixam para o futuro e vislumbram apenas a receita imediata que entra em suas contas bancárias.
Não se discute aqui a livre iniciativa, ao lucro necessário que ela deve ter para se sustentar e a seu corpo funcional. Discute-se, sim, a responsabilidade, que boa parte dela não tem, a partir do momento que, escorada em licenças oficiais, provocam a destruição. Exemplos não faltam, nem aqui em Limeira e nem por toda a região. Quiçá pelo restante do País. Em pouco mais de 70 km, entre Limeira e São Pedro, passando por Piracicaba, caminho que fiz neste final de semana, é possível observar, com clareza toda essa devastação, que está devolvendo em dobro seus malefícios. E se a mãe natureza nos garante a vida em sua plenitude, também sabe nos castigar sem clemência. E isso já está acontecendo. Ainda há tempo, mas é preciso repensar nossas ações sobre a consciência ambiental.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Uma semana de decisões acertadas. Ufa...

O governo municipal teve que se virar na semana que passou. Em duas decisões mostrou que é possível acertar sem estardalhaço ou necessidade de propaganda institucional. Ou política, como queiram os caros leitores. Para quem é crítico – e exerce a crítica com agudeza, mas não sistemática e nem por paixões partidárias – da administração Paulo Hadich (PSB), não custa falar também dos acertos, quando eles acontecem. E longe do puxa-saquismo e da bajulação dos vassalos do poder (que insistem em criticar a mídia, mas eles não apontam quem é quem nesse processo todo), a crítica afirmativa, ou seja, aquela em que são apresentados os pontos positivos também é possível. E deve ser exercida. Até pela isenção de quem sabe exercê-la e pela objetividade que a situação requer. Posto isso, vamos aos fatos. Na terça-feira, 3, o Município anunciou o rompimento do contrato com a Viação Rápido Sudeste, do transporte público, por deficiência e descumprimento contratual. Decisão acertada e prática. Na quinta-feira, 5, outro anúncio que merece aplausos: o cancelamento do carnaval, devido ao avanço da dengue.

Sim. É preciso agir
No primeiro anúncio, aquele que rompeu o contrato com uma das concessionárias do transporte público, a Rápido Sudeste, a prefeitura, através da Secretaria da Mobilidade Urbana, simplesmente exerceu seu poder de concedente do serviço. Se apesar do polpudo subsídio que o Município repassa, a empresa não cumpre o mínimo possível do acordado, nada mais justo do que punir essa desobediência.

Para ser o exemplo
Mais que uma simples quebra contratual – e agora espera-se que seja levada a efeito, como o prometido – é uma ação didática para mostrar que há regras. E elas devem ser seguidas. Seja de que lado for. Afinal, trata-se de serviço essencial e o usuário não pode ficar à mercê de um sistema ineficiente. Afinal é ele, como cidadão e contribuinte, que paga seus impostos e quer o retorno em benefícios reais.

E...que assim seja
É esse o espírito do negócio. A satisfação deve ser mútua. Do empresário, que lucra com o produto que oferece ao cliente – nesse caso um serviço – e do próprio cliente, que quer um produto de qualidade. Uma máxima que a Rápido Sudeste não vinha cumprindo. Isso não exclui também a outra (???) concessionária, a Limeirense, que precisa melhorar, e muito, os serviços oferecidos?

Uma ação positiva
O simples, o óbvio, às vezes, é de difícil compreensão. Mas, em certas ocasiões, tem alcance de grande espectro. O caso do cancelamento do carnaval, devido à epidemia – e não dá para classificar de outra forma – de dengue, pode parecer atitude corriqueira, mas também demanda de decisão. Neste caso porque afeta uma festa popular, que todo ano é esperada com expectativas e ansiedade por muitos.

Sem reclamações...
Vale lembrar que há muito tempo o carnaval em Limeira deixou de existir. Em sua concepção original, de um festejo popular e de desfiles em improvisadas passarelas do samba, há décadas não se viam mais. Os próprios bailes, nos salões dos clubes sociais, também mudaram sua configuração. Nesse caso extremo, entretanto, de riscos à saúde pública, o poder público cumpriu com sua obrigação.

Folia do mosquito
Embora a dengue não seja uma doença contagiosa, é bom lembrar que aglomerações podem induzir a um aumento nos casos, uma vez que facilita a vida do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, que pode picar um maior número de pessoas. E esse é o risco, já que o carnaval sempre atrai um grande público. Mesmo uma simples folia em bairro. E a situação começa a ficar insustentável. Melhor prevenir, então.

A epidemia chegou
Com 902 casos confirmados, a dengue já virou epidemia em Limeira, que está em estado de emergência. A tendência é um aumento nos casos e mais preocupação com a prevenção. Assim como o desperdício de água, parece que a população ainda não acordou.

No fim de fevereiro
Apesar da importância da obra piscinão, embora muitos relutem em entendê-la, sugerindo até soluções milagrosas e simples, para um problema que não é simples, continua rendendo reclamações. Principalmente pelo fato de as ruas no seu entorno ainda estarem sem asfalto. O atraso nos repasses dos valores contratuais à empreiteira, que diminuiu o ritmo das obras, é a alegação para essa demora. A contrapartida financeira do governo federal estaria atrasada. Na edição da última quinta-feira, 5, esta Gazeta noticiou, mais uma vez, o problema. Agora com mais alento para os moradores desse entorno. Até o final deste mês, garante a empresa, o asfalto estará concluído.

Hora de pressionar
Menina dos olhos – e obra mais badalada da atual administração – o piscinão do Tiro de Guerra, como é chamada essa ação antienchente, começou a mil por hora, mas teve que reduzir a velocidade. O cronograma teve que ser revisto no final do ano passado, mas já há atraso de um mês no seu desenvolvimento. O governo federal, nessa onda de cortes de dinheiro, parece estar fechando as torneiras do dinheiro fácil. Esta é, sem dúvida, a hora mais exata para ver se o deputado federal eleito por Limeira, Miguel Lombardi (PR), vai conseguir exercer seu poder, para que o Município não fique na mão.

Treino para 2016??

Constância Félix (PDT) quer marcar, definitivamente, seu terreno nesse mandato tampão de deputado federal. Agora ela vai propor uma lei estadual para inibir veículos com som alto, como a Lei do Pancadão, em Campinas. Em Limeira, o vereador Ronei Martins (PT) vai atualizar, para ser votado, o projeto de sua autoria, que está na Câmara desde 2013.

Pergunta rápida
Por que Lula e FHC estão em silêncio em tempos de petrolão?

Trunfo à reeleição
Apesar da ausência de políticos de cidades vizinhas, que nem foram convidados, a festa de lançamento da pedra fundamental da Mercedes-Benz, em Iracemápolis, foi sobretudo um ato político. Com direito ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) pousar ao volante de um exemplar do veículo que será produzido na montadora. O prefeito Valmir Almeida (PT) pouco se incomodou com a presença tucana, que desembarca sempre onde Alckmin comparece. O petista fez seus pedidos de benfeitorias para o município, ouviu do governador algumas promessas e circulou com desenvoltura pelo evento.

Nota curtíssima
O Brasil é um país laico. Não pode aceitar qualquer tipo de aventura religiosa.

Frase da semana

“A ignorância não tem partido político. Independe da formação acadêmica ou da capacidade intelectual. A ignorância é simplesmente ignorância”.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Identidade perdida, partido enfraquecido

Maior bancada na Câmara Municipal de Limeira, o Partidos dos Trabalhadores (PT) ficou sem cargo na Mesa Diretora da Casa. Maior bancada na Câmara Federal, a sigla também ficou sem representante entre as sete mais importantes cadeiras do Legislativo nacional. Mais que isso, sai enfraquecido em sua hegemonia partidária e se vê numa situação nada confortável perante seus pares, após anos de domínio. Ao perder gradativamente os espaços necessários à uma agremiação partidária, que detém o principal posto de comando da Nação, a Presidência da República, o PT enfraquece, também, o Poder Executivo, que já está cambaleante e repleto de contradições, das quais não consegue se desvencilhar. A isso se dá um nome: perda de identidade. Ou seja, o PT perdeu, a partir de sua ascensão ao poder, sua principal característica: ser diferente dos outros. Não ter, até então, os conhecidos e danosos vícios que tanto fazem mal à política brasileira. A ética, sua principal bandeira, foi rasgada e pisoteada a partir do momento em que teve que fazer concessões equivocadas a outros partidos, para garantir uma base aliada à governabilidade.
E, também, por conta de sucessivos escândalos, envolvendo vários cardeais petistas, figuras de destaque no cenário nacional, que se viram às voltas com a Justiça e, alguns condenados, do alto escalão partidário, dos quais não é possível dissociar também o partido. Não houve o enfrentamento necessário a essas mazelas, que pudessem continuar colocando o PT como um diferencial, tanto ideológico quanto prático. A recusa em cortar o mal pela raiz, ou “na própria carne”, como se costuma dizer, separando as maças podres da fruteira, acabou por enfraquecer - como está acontecendo agora -os ideais petistas. A ponto de perder figuras que davam peso intelectual e político à sua existência e se viram alijadas das decisões, por conta estritamente de um projeto de poder – e não político – que agora esbarra na incoerência de um discurso totalmente fora dos padrões partidários, que levou o próprio PT a se transformar numa das maiores agremiações políticas do país.
Se ainda tem a maior bancada na Câmara dos Deputados, hoje está carente de lideranças, justamente por conta do próprio esfacelamento em suas fileiras e dessa conduta de negação da própria realidade política, social e econômica, pela qual atravessamos. É burrice não reconhecer essa situação e, maior burrice ainda, não enfrenta-la como se deve. Há uma escassez de coerência nos discursos e uma centralização de decisões, que está arruinando aquela que foi a grande novidade dos anos 80. Junte-se a isso o fisiologismo de seus “aliados”, mais interessados em cargos do que propriamente aos interesses dos brasileiros e ao parasitismo do PMDB, do vice-presidente da República, os ingredientes de uma bomba-relógio estão completos e prestes a implodir (não explodir) o PT. Está na hora de o partido se refundar para não afundar de vez. E isso exige competência e novas lideranças. Requer uma profunda inflexão, para não jogar no lixo quase 35 anos história, que ajudaram a mudar este país.   

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Uma ouvidoria mais que eficaz: a imprensa

Dentre as tantas funções da mídia, seja ela impressa ou eletrônica (aqui se incluem hoje todas as redes sociais na internet), uma delas, principalmente no interior, é dar vez e voz ao cidadão que reclama do poder público e não é assistido. Sem deixar de lado a informação, principal matéria-prima para o produto notícia, as redações são verdadeiros muros de lamentações do cidadão, que cansado de procurar soluções simples onde elas deveriam estar, recorre à força dos meios de comunicação para ter exposta sua insatisfação com os agentes políticos que administram o município. Sem deixar de lado o impacto de uma manchete assustadora, ou mesmo que revele a seriedade de propósito de jornalistas bem formados e atentos, impressiona o número de ligações telefônicas – e-mails ou postagens em Facebook, Twitter, WhatsApp - que chegam diariamente como sugestões de pautas para reportagens. Quase todas de interesse público. Trata-se de um porto seguro para o contribuinte que não vê ações básicas de manutenção levadas a efeito pela Prefeitura. Situações que deveriam estar em ordens de serviço bem detalhadas nos departamentos responsáveis.

Última trincheira
Quem vive diariamente o ambiente de uma redação de jornal sabe do que estou falando. E quem não convive com isso vai conhecer, agora, como funciona o trabalho cotidiano nesse centro nervoso de poder. E põe nervos nisso. E mais correria para atender a população que, no desespero de protocolos mal resolvidos – por vezes não solucionados – buscam a imprensa como derradeiro apoio. 

De tudo um pouco
De um simples buraco no asfalto a situações constrangedoras, como matagais em áreas que deveriam ser de lazer, cidadelas voltadas à comercialização e consumo de drogas e lixo espalhado em áreas públicas, os contatos são inevitáveis. E quando o leitor percebe que tem esse poder à sua disposição, não deixa de exercer seus direitos. Que às vezes lhes são negados pelo próprio poder público.

Necessário respeito
Não há um dia sequer em que as páginas da Gazeta não tragam uma notícia dessa natureza. É a imprensa fazendo seu papel de cobrar as autoridades, e que só o faz por conta da inoperância dessas próprias autoridades. E para o cidadão – e eleitor – o raciocínio é simples: “faço meus pedidos, não sou atendido, vou atrás dos meios de comunicação, para exercer essa necessária pressão para ter meus direitos respeitados”.

Direto ao cidadão
O mais engraçado, desse processo todo, é que a resposta da Prefeitura – quando ela é a envolvida – é sempre a mesma: “vamos deslocar uma equipe ao local e avaliar”. Ou, então: “os trabalhos estão no cronograma dos próximos dias”. Por que então não responder dessa forma, quando o munícipe faz a reclamação? Por que não explicar a ele essa situação, em vez de esperar cobrança pública?

A inútil burocracia
Isso é o que podemos chamar de precarização do serviço público. Que burocraticamente emite protocolos, quase sempre não cumpridos. Quando não, pede ao reclamante prazos exorbitantes para um simples trabalho de capinação ou manutenção de logradouro público. Daí o recurso de apelar à imprensa, como última tentativa de ter seu problema resolvido. São os fatos que vivenciamos diariamente.

Como diria Nelson
A conclusão é tão óbvia quanto ululante. O colunista, que também é um jornalista de redação, não precisa pedir licença para mostrar a incompetência do governo. Não precisa pedir explicação para o inexplicável e atestar o descaso do poder público com os direitos básicos da população. Nós, colunistas, convivemos cotidianamente com isso e, nesse caso, temos autoridade para exercer nosso direito à crítica.

Para alarmar, sim
Até o momento em que escrevia esta coluna, os casos de dengue já ultrapassavam os quatrocentos em apenas uma mês; 481 para ser mais exato.  Numa progressão diária assustadora da doença. Aquela história de que vai acontecer com a gente não tem final feliz. Nunca.

Longe da solução
O que mais assusta, em tudo isso, é que apesar de estarmos em período que deveria ser de chuvas, isso não está acontecendo. Ou seja, não se pode culpar o tempo pelo aparecimento de criadouros do mosquito Aedes aegypti. E, mais ainda, a maioria dos casos são contraídos no próprio Município, o que nos leva a imaginar que há muitas áreas de risco espalhadas por imóveis no Município. Portanto, de responsabilidade do próprio morador. Ou proprietário. E que, aliado à falta de trabalho preventivo, acaba se transformando em verdadeira bomba-relógio, que a cada dia explode um pouco.  Corre-se sempre atrás do rabo que, evidentemente, nunca será alcançado.

Pão e circo. Apenas
Por 14 votos a quatro, o vereador André Henrique dos Santos (PMDB), o Tigrão, foi suspenso por dez dias de suas funções, por suposta falta de decoro em suas atitudes e palavras. Mais uma vez os vereadores, pelo menos os que votaram pela punição, deram uma lição inequívoca de estupidez. Ao tentar mostrar que não toleram os chamados desvios de conduta, acabam por protagonizar um espetáculo circense desnecessário. Quantas outras situações, até piores do que as provocadas por Tigrão, não aconteceram antes, envolvendo outros vereadores? E nada aconteceu. Esse tipo de resposta, nem de longe, dá credibilidade a um poder que, faz tempo, não a tem mais.

Jogar para o público
Os senhores “edis” como se dizia no passado, poderiam ter evitado uma saia justa dessa natureza. Já que é para punir, então que seja de verdade. Brincar com coisa séria não é bom sinal. Muito menos o que se espera de homens públicos eleitos pelo voto. Triste.

Austeridade? Que...
...é isso? Enquanto a maioria dos trabalhadores sofre para conquistar seus porcentuais de aumento, sempre com base na inflação ou até mesmo abaixo dela e, outros, mais organizados, através de dissídios, nem sempre vantajosos para a classe trabalhadora, a Câmara de Limeira, na proposta de seu presidente recém-eleito, Nilton Santos (PRB), dá um aumento de 17% aos funcionários da Casa. Ele próprio não votou, mas 15 outros votaram. E votaram pela obrigação assumida, ou seja, pelo toma-lá-dá-cá da eleição do próprio Nilton. O momento político e econômico não é favorável a esse tipo de ação. Vale lembrar que o funcionalismo público municipal está em campanha pelo dissídio, e pede 15%¨. Está aí uma reflexão interessante a ser feita.

Pergunta rápida
Alguém sabe o verdadeiro significado da palavra dízimo?

É 171 comprovado
Dilma Rousseff (PT) prometeu, na campanha à reeleição, no ano passado, que aumento de impostos era coisa de tucano. Ela jamais faria isso. E fez. Sem dó ou corte de gastos do governo. Outro candidato à reeleição, desta vez o tucano Geraldo Alckmin, ao governo de SP, bateu o pé no chão, dizendo que não havia crise hídrica e nem haveria racionamento de água em São Paulo. A medida será posta em prática pela Sabesp. Se serve de consolo, estelionato eleitoral não tem partido. Dois exemplos clássicos.

Nota curtíssima
Os funcionários públicos municipais estão em campanha, e pedem 15% de aumento.

Frase da semana
"Para fazer rodízio, teria que ser muito pesado, muito drástico”. Paulo Massato, diretor metropolitano da Sabesp, que já admite o corte de água em São Paulo. No UOL Notícias. Terça-feira, 27.