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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sem analgésico
Mesmo que tardias – e isso já comentei em outras oportunidades – as medidas adotadas pela Prefeitura no sentido do uso consciente da água parece que têm alcançado os resultados esperados. Apesar de tudo, o bolso ainda continua sendo o órgão mais frágil do ser humano. É só mexer nele que dói.

É só fiscalizar...
Exemplo interessante: o número de lava-rápidos que a Prefeitura fechou por irregularidades. Inclusive falta de documentação. Eis a prova ,mais que comprovada, de que ainda há deficiência na fiscalização municipal. Ou vistas grossas mesmo?

Perdeu o medo
O “racionamento” velado em São Paulo continua. E é fácil comprovar. O que mudou da pré-eleição para hoje é que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não está desmentindo mais os números.

Nuvens pesadas
Previsão, como dizem os meteorologistas, é previsão. Com possibilidades de acertos e erros. Está na hora de acertar mais quando há indícios de chuva. Protelar sempre para o próximo final de semana esgota qualquer paciência.

Ecos da eleição
O resultado da eleição presidencial continua rendendo discussões. Nas redes sociais, pelo menos, a “xenofobia caseira” deu um arrego. Triste mesmo foi ver demonstrações de preconceito, intolerância e ódio partirem de pessoas com alto nível de escolaridade e conhecimento. Decepção com muita gente.

Números reais
A matemática é a melhor resposta. Só para mostrar aos mais “xenófobos”. Toda a região Nordeste rendeu, para Dilma Rousseff (PT), 18.975.063 votos, e as regiões Sul e Sudeste, 26.627.802 votos. Minha calculadora fez esse registro.

A última de hoje
Às vezes é preciso rever certos conceitos. Para que não se transformem em preconceitos. Do resto, todos nós conhecemos os detalhes. Só é preciso admitir.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Resumo da eleição: as lições que ficaram

Neste artigo de hoje vou meio que plagiar o tema descritivo do Prêmio Gazeta de Literatura, recém-encerrado, apenas trocando uma palavrinha: em vez de Copa, eleição. Embora muitos ainda acreditem que andam juntas, não foi o que se viu na campanha eleitoral deste 2014, ano também em que, nos meses de junho e julho, o País sediou o Mundial de futebol da Fifa. Se sobraram lições da Copa, muito bem exploradas por todos os participantes em suas redações e, de forma consciente, expostas à comunidade estudantil, produzindo reflexões interessantes para quem julgou os trabalhos, não foi diferente com as eleições. O pleito, que teve seu ápice no último domingo, com a recondução da petista Dilma Rousseff – com vitória apertadíssima sobre o tucano Aécio Neves – para mais quatro anos frente ao Palácio do Planalto, também deixou muitas lições. E em todos os sentidos. Vou citar duas. Do como fazer política, e do como não fazer também. E se fôssemos destacar esses dois caminhos, o “não fazer” ganharia estourado, sem margem de erro para mais ou para menos. Foi, infelizmente, o escolhido pelos dois candidatos, Aécio e Dilma, desde o primeiro turno, apenas com uma paradinha básica para desconstruir a socialista Marina Silva, que cresceu nas pesquisas e assustou a ambos. Isso, entretanto, faz parte de uma história recente, que mais à frente será muito discutida sobre todos os vieses que produziu.
“Campanha agressiva”, exclamou a candidata à reeleição, ao votar em Porto Alegre. “Campanha sórdida”, da mesma forma, expressou seu adversário, em Belo Horizonte. Um reconhecimento ao baixo nível dos ataques e contra-ataques um pouco tardio (um mea-culpa dos dois candidatos, talvez), que poderia ter sido evitado através de um debate propositivo e não de beligerância declarada. Como foi. Primeira lição fácil de aprender, mas que parece não entrar nas cabeças daqueles que querem manter, como também daqueles que querem reconquistar, o poder. Como se o mais importante fosse justamente garantir esse status (que ficou bem claro, principalmente pelo lado do PT) e demonstrado também pelo PSDB. E, nesse caso, a imprensa cumpriu de forma brilhante o seu papel ao mostrar diariamente esse clima de “guerra”, que se espera, agora, volte à civilidade através de atitudes sensatas dos dois grupos que polarizaram na reta final.
A segunda lição, de tão velha e surrada discussão, entendo ser a mais importante e que deve nortear as condutas daqui para frente: uma reforma política imediata, tão prometida quanto esquecida nas gavetas dos gabinetes palacianos, que possa devolver a credibilidade aos agentes públicos com cargos eletivos. Qualquer outro debate que não seja esse, significa dizer que está bom para todos os envolvidos e, então, até daqui a quatro anos. Essa sim, uma lição difícil, mas não impossível de ser ensinada e aprendida. A política partidária não pode ser pretexto para romper amizades e tampouco estimular o preconceito, o ódio e a intolerância. Um voto vale um voto. Não importa se do Sul, ou do Norte, do Sudeste, do Nordeste ou do Centro-Oeste. O livre arbítrio garante essa matemática. Ensinado está, resta fazer a lição de casa de forma correta.   

domingo, 26 de outubro de 2014

Ação do poder público e consciência popular

Com as primeiras medidas anunciadas pelo prefeito Paulo Hadich (PSB), no último dia 17, pela sua conta particular no Facebook e pela imprensa no dia seguinte, sobre a crise hídrica e os primeiros decretos assinados no início da semana que passou, assume-se a gravidade que a situação realmente exige. Depois de todas as tentativas de garantir a “normalidade” a qualquer custo, e que não seriam necessárias ações mais contundentes, o poder público toma para si o controle da situação. Talvez com certo atraso, mas a tempo de rever conceitos e chamar a população a participar, de fato, nas decisões sobre economia e uso racional da água e busca por soluções que possam evitar o desabastecimento. Mesmo com toda a eficiência do mundo, a concessionária Odebrecht Ambiental também precisou se enquadrar e optar pela reserva técnica. Agora é preciso que o cidadão cumpra também o seu papel, de forma consciente e como o momento exige. O futuro não está tão longe assim, e o risco de um racionamento não pode ser descartado. Acertou o prefeito na receita, e se espera que todos sigam as indicações, para que não venhamos a ter efeitos colaterais danosos.

Uma luta de todos
Além de envolver a população nessa cruzada para que a escassez de água não seja tão sentida, o Município começa a chamar segmentos empresariais e lideranças locais à luta, impondo-lhes regras pontuais. E assim é preciso agir. Afinal, se minha torneira secar, com a do meu vizinho também acontecerá a mesma coisa. E se o uso for racional e equilibrado, todos poderemos usufruir dos bons resultados.

Egoísmo nefasssto
Apesar disso, ainda se percebe que nem todos acreditam na extrema gravidade que o momento nos apresenta. Que essa condição climática atípica possa, de fato, trazer algum tipo de efeito indesejado. Vale lembrar que já estamos vivendo sob esses efeitos, e que podem ser ainda mais drásticos, caso não compartilhemos dessas ações. Somos nós, humanos, nossos piores inimigos. Egoístas por natureza.

Mão no bolso dói
Embora defensor de um racionamento, mesmo que em pequenas doses, sou obrigado a concordar que a mão no bolso do contribuinte também vai doer, caso haja descumprimento das medidas contidas no decreto municipal. E deve ser uma investida rigorosa mesmo. Para que isso ocorra, entretanto, será preciso a ajuda dos limeirenses, com as devidas denúncias na presença de desperdício.

O fato e a notícia
E essas denúncias vêm acontecendo, porém, há um dado novo mostrado por esta Gazeta, em manchete da última sexta-feira: o aumento no consumo de água em Limeira, a partir do anúncio das medidas restritivas. A Odebrecht Ambiental registrou 8% de acréscimo no consumo de água, o que pode provocar medidas mais drásticas, como o racionamento, assumido agora pela própria concessionária.

Questão de saúde
A impressão que esse novo dado nos mostra é que já há gente armazenando água, daí o consumo mais elevado registrado nos últimos dias. E isso, muito mais que uma atitude egoísta, é perigosa. O armazenamento de forma indevida pode piorar a qualidade da água e, se em recipientes mal fechados, pode acelerar o processo de criação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Esse é um risco sério, caso seja comprovado essa atitude de parte da população, preocupada com a falta de água.

Todos pela água
Mais uma vez, é o apelo ao uso consciente e racional da água que deve mover as ações da população neste momento. Neste caso, o poder público e a concessionária que opera o serviço de captação, tratamento e distribuição estão fazendo a sua parte – de forma bem feita, diga-se – e cabe ao cidadão fazer a sua. Nunca é tarde lembrar que são as ações do próprio homem as responsáveis pela situação que vivemos hoje.

E que chova logo
Há uma expectativa de que a chuva chegue o mais rápido possível. As previsões apontam para isso. Mesmo assim, e isso é importante destacar, a recuperação dos mananciais será demorada. E o mínimo que façamos já é uma contribuição.

É a hora do voto
Se a chuva está chegando, a hora do voto já chegou. Hoje todos nós, brasileiros, cidadãos e eleitores, estaremos voltando às urnas para decidir quem será o próximo presidente da República. Se teremos uma reeleita ou um eleito. Em alguns Estados, governadores também. Mais que uma simples ação de escolher entre um e outro - ou nenhum dos dois – e preciso pensar no que temos hoje e no que queremos para o depois. Analisar as propostas (que foram poucas, de ambos os lados) e ter a percepção de quem está melhor preparado ou até mesmo tem mais poder político para enfrentar os próximos anos, que prometem ser difíceis. E isso seja quem for o escolhido. O fato é que mais uma vez ficou a polarização entre duas correntes, que se repete há 20 anos. As lideranças envelheceram, mas ainda são a preferência do eleitorado.

Quase plebiscito
Muito se fala, e as críticas sobre essa polarização entre PT e PSDB são contundentes. O que não se tem, entretanto, é uma força capaz, ainda, de enfrentar essa situação e mostrar que é preciso mudar. Quem sabe em 2018. Por enquanto, a escolha é essa.

Sem derrotados
Hoje, quase 144 milhões de eleitores devem sacramentar o destino político da nação para os próximos quatro anos. E que o resultado, independentemente de quem favorecer, seja respeitado e aplaudido por todos. Afinal, numa democracia, é a maioria que vence.

O “não”, de novo
Outro reflexo aguardado no pós-eleição é o que diz respeito à crise hídrica no Estado de São Paulo. Não é questão de ser repetitivo, mas de chamar à realidade os envolvidos no problema, em especial o governador reeleito – e com larga margem - Geraldo Alckmin (PSDB). Infelizmente sua atuação, até aqui, tem sido um desastre e de uma irresponsabilidade memoráveis. Suas repetidas negações dessa crise, e seu discurso e preocupação em desmentir os técnicos envolvidos no assunto, são lastimáveis. Não dá para entender tamanha obsessão em negar o óbvio. Mesmo com tudo e todos – inclusive a Sabesp, que opera o sistema de água – mostrando que a situação é crítica. Nem mesmo a disputa eleitoral é motivo para isso. A própria Sabesp reconheceu ingerência política.

Pergunta rápida
Será que amanhã o governador Geraldo Alckmin decreta racionamento de água?

E de volta à casa

Amanhã deve ser um dia conturbado na Câmara de Limeira. Entre os assuntos a serem discutidos, uma bomba prestes a explodir: a situação do vereador André Henrique da Silva (PMDB), o Tigrão, e a instalação de uma possível comissão, que pode apenas advertir, suspender temporariamente e até mesmo cassá-lo, devido às suas indiscrições e ações intempestivas. Uma verdadeira “sinuca de bico” para todos os integrantes da Casa. E pelos interesses políticos que representa à própria divisão de poder, uma vez que hoje ele faz parte da bancada governista e seu suplente imediato, Bruno Bortolan (PMDB), deve acompanhar a oposição. Promete.

Nota curtíssima
Como nos mostra a sabedoria popular: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.

Frase da semana
“Não retiro nada do que falei”. Catarina Albuquerque, relatora da ONU sobre a crise da água, que foi criticada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), após cobrar investimentos para o setor. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 23.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Louvor ao talento
Emocionante a festa de entrega do Prêmio Gazeta de Literatura 2014, aos vencedores do concurso, que chega à sua 24ª edição. Mais que os 45 finalistas e nove vencedores, vale lembrar que todas as 600 redações pré-selecionadas são vencedoras. Uma festa que premia o conhecimento e a competência dos mestres que acompanharam seus alunos.

Detalhe animador
O que me chamou a atenção e mais me emocionou foi a juventude e a garra dos educadores, que traziam o orgulho estampado no rosto, a cada presença no palco da premiação. Talentos que precisam ser valorizados também.

Investir e garantir
A educação, sobre a qual tanto falam os candidatos em campanhas eleitorais, mas quando eleitos têm crises permanentes de amnésia, é o verdadeiro pilar da democracia, do crescimento humano e do desenvolvimento social e econômico de um povo. O Estado tem obrigação de valorizar seus professores com salários melhores, estruturas adequadas e principalmente  segurança, para que possam exercer esse sacerdócio.

A negação doentia
Ainda estou à procura de uma explicação lógica, convincente e corajosa sobre o porquê de o governador reeleito, Geraldo Alckmin (PSDB), continuar negando a crise hídrica, contrariando o que, infelizmente, é uma realidade. Se for apenas uma questão política, como penso que é, trata-se da maior covardia de um governante com seu povo.

E na pauta do dia
É impressionante o que tem de administrador público tentando pautar a imprensa através de redes sociais. Às vezes se recusam a falar com jornalistas para, em seguida, postar a informação pedida em suas contas particulares. O Facebook que o diga... 
 
A última de hoje
O vereador André Henrique da Silva (PMDB), o Tigrão, agora está recorrendo aos céus para não perder o cargo. Anteontem ele ligou no Programa Robson Cabrini, identificou-se e pediu uma oração, muito comum aos ouvintes do programa. Motivo da oração: manter seu mandato, que está correndo risco. 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Crise hídrica. Facebook e contradições



As redações dos meios de comunicação limeirenses foram tomadas de surpresa com uma postagem do prefeito Paulo Hadich (PSB) em sua conta particular no Facebook, no início da noite de sexta-feira, 17. Não fosse a gravidade da notícia e a necessidade premente em torná-la pública de forma mais efetiva, passaria despercebida da curiosidade jornalística e se tornaria mais uma amenidade na rede. Sem consequências. O fato é que a informação postada, mais que um anúncio oficial, mas de forma extraoficial, afetaria – como afetará – toda a população limeirense. E de forma drástica. Tratava-se de uma confirmação do que todos já esperavam, mas ninguém ainda tivera coragem de assumir: um provável - e já tardio -  racionamento de água, devido à longa estiagem e à baixa vazão dos mananciais que abastecem o Município. E, apesar da excelência dos serviços prestados pela concessionária Odebrecht Ambiental, nada credencia Limeira como um oásis de tranquilidade.
A vazão do rio Jaguari diminuiu ainda mais. Se não chover até o início da próxima semana, começaremos a usar a reserva técnica. E, nesse caso, teremos que decretar o racionamento”, escreveu Hadich na sexta-feira. E o mais curioso é que esse anúncio extemporâneo corroborava uma crítica que fiz na coluna Texto&Contexto na Gazeta da última quinta-feira, 16, e que foi contestada pela concessionária, porém, não de forma pública, que queria entender o que eu tinha comentado num minúsculo tópico de quatro linhas (Um pote vazio). Acho que não preciso mais explicar o significado do que escrevi. Estava explícito no “post” do prefeito e, posteriormente, oficializado em reunião emergencial que ocorreu no último sábado entre todos os envolvidos nesse processo. Prefeitura, SAAE e a própria Odebrecht.
As questões técnicas e limitações do sistema hoje são tão importantes quanto as medidas práticas que  já estão sendo tomadas. E devem mesmo ser adotadas, e com a urgência que a gravidade do problema requer. O que eu gostaria de chamar a atenção, entretanto, é sobre a forma encontrada para divulgar um fato tão contundente e que diz respeito à população de todo um município. Uma conta particular em rede social na internet. Nada contra o uso das redes sociais (Facebook e Twitter, entre as mais utilizadas), para promover a informação. Sou um entusiasta ferrenho das redes. E defensor dessas ferramentas, mesmo porque não há mais como negar a sua importância na comunicação social. Nada contra o direito de um homem público em cargo eletivo se valer disso para expor suas ideias e delas fazer uso para informar toda a comunidade que está afeta à sua atuação. É um dever de ofício. Apenas que, nesse caso, a notícia mereceria muito mais do que algumas palavras no Facebook. Deveria vir em forma de comunicado oficial, devidamente distribuído pela Prefeitura aos meios de comunicação, para que mais pessoas tivessem acesso, via noticiário na mídia impressa e eletrônica, para ampliar o alcance da informação. Ante as contradições até aqui expostas, Hadich acaba de assinar o decreto restringindo o uso de água que caracterize desperdício. Por que não o racionamento imediato? O momento exige uma ação drástica.

domingo, 19 de outubro de 2014

Promessa sem compromisso. Falta de conteúdo

Mais uma semana se fecha e se abre a última, antes do segundo turno da eleição presidencial. E em dez dias de propaganda eleitoral gratuita, entre a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e o candidato tucano (que quer tomar o Palácio do Planalto de volta para o PSDB), o senador mineiro Aécio Neves, ninguém conhece o programa de governo de nenhum dos dois. Além das acusações – e defesas – de ambos os lados, com Petrobras daqui, aeroporto de Cláudio dali, defesa de uma ética que só os dois mesmos conhecem, mas dão de costas para ela, o que mais imperou foi o “eu vou fazer”, “eu vou mudar”, “eu vou continuar” e etc., mas sem falar como conseguirão levar adiante tanta promessa sem compromisso. A briga pela manutenção e retomada do poder são os únicos discursos que o tucano e a petista desfilam pelas telas das TVs e alardeiam pelas emissoras de rádio. O resto é vácuo. Somente isso pode explicar os números das duas primeiras pesquisas eleitorais, tanto do Datafolha como do Ibope, em que ambos aparecem em empate técnico, pela margem de erro. Aécio está dois pontos numericamente à frente de Dilma.

Expectativa fria
Com a virada histórica do tucano no primeiro turno, exaltada em opiniões e análises, era de se esperar um arranque maior de Aécio entre uma pesquisa e outra, pelo próprio momento que o País atravessa. O que não aconteceu. E está, aliás, provocando um silêncio estranho entre seus partidários, que não estão comemorando nem mesmo pelas redes sociais. Aliás, a bola baixou para os dois lados.

Ponto por ponto
Esses números, pelo contrário, acentuam uma divisão sem precedentes nas campanhas eleitorais, desde que as eleições diretas foram retomadas. Até 2010 havia folga entre primeiro e segundo colocados. Parece que todos prenderam a respiração, à espera do próximo dia 26. E ninguém sabe quem vai gritar mais alto assim que os dados da última urna forem descarregados. Daí o silêncio desses dias.

FHC errou feio
A divisão está quase sacramentada. E não é entre classes sociais (ricos e pobres, como querem fazer valer nas peças publicitárias), regiões do País, e níveis de escolaridade. Atinge a todos indistintamente. O preconceito, que tratei nesta mesmo coluna no último domingo, está apenas na cabeça de alguns. E esses nem merecem atenção. E não é ele quem está proporcionando essa divisão. É a política partidária.

Os indecisos fiéis
Será, salvo acontecimento extraordinário que desestabilize qualquer uma das candidaturas, uma eleição decidida no dia. Os 6% de indecisos detectados na pesquisa Datafolha serão os responsáveis para apontar quem governará o Brasil pelos próximos quatro anos a partir de 2015. E pelas viradas ocorridas no primeiro turno, não captadas pelas próprias pesquisas, exercício de futurologia, nem pensar.

Reflexos por aqui
Para o Município, ganhe Dilma ou Aécio, a perspectiva é de pouca mudança. Não vou dizer “nenhuma” mudança, pois Limeira conseguiu eleger seu próprio deputado federal: Miguel Lombardi (PR). Também não dá para jogar toda a responsabilidade sobre sua atuação na Câmara Federal, pois, como colegiado, a Casa tem outros 512 mais, também ávidos por conquistar ganhos para seu reduto eleitoral.

O lado de Miguel
Ao iniciar a nova Legislatura, em janeiro do ano que vem, é preciso ver para que lado vai Lombardi. Se vai compor com a bancada da situação – e neste caso não importa o vencedor do pleito presidencial – ou vai estar na oposição. O mais provável, dada sua conduta na Câmara Municipal de sempre estar na bancada majoritária, é que ele venha compor com a ala governista. Isso se houver uma, com ampla maioria.

Guinada à direita
Sem perder o raciocínio sobre apoios políticos, o governo de Paulo Hadich (PSB) já sente a diferença com o atendimento do Estado, governado pelo PSDB, a Limeira. Sua adesão ao tucano Geraldo Alckmin, com direito a outdoor e tudo mais, reflete na vinda do Poupatempo – já em funcionamento – e do Bom Prato, cujas obras de reforma do prédio onde vai funcionar tiveram início. O engraçado – ou curioso – dessa situação é justamente ser de tucanos limeirenses os maiores e mais virulentos ataques à administração de Hadich. A explicação para isso pode ser entendida como inoperância do PSDB local, que pouco fez – ou faz – para conseguir benefícios a Limeira. Por óbvios motivos políticos. Carlos Sampaio foi bem votado em Limeira. Thame não foi eleito...

Adesão perigosa
Outra questão política: Hadich foi eleito tendo como vice o petista Lima, e amparado por uma bancada forte do PT. Se ele “tucanou” de fato, vai ser difícil a convivência. A docilidade do Legislativo está por um fio. Vêm aí dois anos difíceis para o socialista.

A missão literária
Estaremos todos juntos, na terça-feira, 21, para celebrar as letras e o desenvolvimento do senso crítico. Serão conhecidos, às 20h, no Teatro Vitória, os vencedores do 24º Prêmio Gazeta de Limeira de Literatura.

O poder ausente

O problema da agressão a professores da rede pública de ensino, lembrado por esta Gazeta na última quarta-feira, 15, justamente o Dia do Professor, está praticamente incontrolável. É a dignidade dos mestres que está em jogo. E a integridade física e mental daqueles que assumiram a difícil tarefa de ensinar – educação é responsabilidade da família – por vocação e pensando no desenvolvimento sociocultural de crianças, jovens e adolescentes. A questão é que os professores não têm o devido respaldo do poder público, que prefere negar ou relativizar o problema. Em alguns casos, nem mesmo a direção das escolas apoia e prefere esconder o problema, convencendo as vítimas a não procurarem a polícia. Ou até mesmo a imprensa.  O problema é grave.

Pergunta rápida
Qual é a real situação da crise hídrica no Estado de São Paulo?

Alta voltagem...
...e choque de interesses. O trocadilho é proposital. De um lado o prefeito Paulo Hadich, que insiste na cobrança da Contribuição para Iluminação Pública (CIP) e, do outro, a população e entidades classistas totalmente contrárias a mais esse tipo de imposto. Abaixo-assinados e movimentos de protesto estão sendo preparados pela oposição, que deverá ter adesão popular irrestrita. E amanhã deve chegar à Câmara o projeto que cria CIP e mais uma divisão à vista. Entre os próprios vereadores, como mostrou a Gazeta na última sexta-feira. Está praticamente meio a meio a intenção de votos para o projeto do Executivo. Até a base governista está rachada e há situacionistas convictos, sinalizando pela reprovação. Se a questão política pesar...

Nota curtíssima
No quesito agressão, há um rigoroso empate técnico entre Dilma e Aécio.

Frase da semana
“Presidencialismo é assim, é canelada. Mas acho que eles estão exagerando". Do governador Geraldo Alckmin (PSDB), sobre o debate entre Dilma e Aécio. Na Folha de S. Paulo, coluna Painel. Sexta-feira, 17.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Se fosse antes?
O relatório do corregedor da Câmara de Limeira, José Eduardo Monteiro Jr. (PSB), o Jú Negão, que apurou as últimas estripulias do vereador André Henrique do Santos (PMDB), o Tigrão, foi contundente. Embora com atraso de quase dois anos, desde a primeira “escapadinha” do vereador peemedebista com carro oficial.
 
Mão na cabeça
Até agora, e pela gravidade dos deslizes de Tigrão, a Câmara, tal qual mãe que acha graça nos “malfeitos” do filho mimado, apenas passou a mão na cabeça do vereador, corroborando para que os limites fossem ultrapassados. E até com frequência. Talvez lá atrás, uma reprimenda mais severa, tivesse estimulado o vereador a não escorregar mais.
 
Sem pizza, né?
Espera-se que o corporativismo do Legislativo não seja empecilho para atitudes mais drásticas. E que precisam ser tomadas. Afinal, é a própria reputação da Casa que está em jogo.
 
O bonde passou
O racha PT-PSB em Limeira chegou tarde demais. Pelo menos para o PT, que perdeu a oportunidade de se firmar como partido competitivo, ao aderir incondicionalmente ao governo municipal. Na Câmara, a defesa ferrenha de tudo o que o Poder Executivo queria acabou levando a sigla na mesma enxurrada de críticas. Foi do céu ao inferno em cada sim dos vereadores petistas, sem qualquer contestação e fiscalização aos atos da administração.
 
Um pote vazio
A crise hídrica paulista – paulista, sim, porque atinge todo o Estado – precisa ser assumida pelas autoridades públicas e pela iniciativa privada (no caso a Odebrecht Ambiental, em Limeira). A situação é crítica, e é irresponsavelmente perigoso negá-la ou afirmar que tudo está normal. 
 
A última de hoje
O PSDB tem a síndrome da negação. Negou, negou e negou enquanto pôde o risco de um apagão elétrico. Em 2001, no governo de FHC, ele veio e levou o candidato tucano à Presidência à derrota. Agora Alckmin nega, nega e nega a crise hídrica. Reeleito, apesar disso, ele continua negando. E o pior, de forma irresponsavelmente perigosa. E eleitoreira.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O que fazer todos sabem. Como fazer ninguém diz

Em quase uma semana de propaganda eleitoral gratuita para o segundo turno das eleições presidenciais, os eleitores brasileiros – excluindo correligionários e partidários de cada um dos candidatos – ainda estão órfãos de uma proposta de governo que tire o País do marasmo econômico (da inflação em alta e do fraquíssimo desempenho industrial), mas que mantenha os ganhos sociais conquistados até aqui. Tanto Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, quanto Aécio Neves (PSDB), têm o discurso na ponta da língua do que pretendem fazer para que o Brasil volte a crescer, mas preferem os ataques pessoais e a desconstrução do adversário em detrimento à apresentação dos programas de governo. Preferem se autoelogiar, baseados no “eu fiz e, portanto, vou continuar fazendo”, do que apresentar possíveis soluções para os problemas nacionais, que existem e não há mais negação capaz de ocultá-los. Nem mesmo através do discurso otimista da petista, e muito menos pelas previsões mais pessimistas do tucano.
Ambos preferem se apegar ao passado para tentar fazer com que o presente possa lhes garantir o futuro no poder. A retórica é clara e simples. Todos querem o filé, mas na hora de roer o osso o culpado é o adversário político. De qualquer um dos lados. Quem está na situação ou na oposição, tentando voltar ao status da primeira, encontra razões de sobra para se apegar apenas na propaganda e na imagem que ela lhes possa garantir na continuidade. Ou protagonizar a ruptura do modelo vigente. O jogo das palavras está encastelado na cabeça dos marqueteiros, que transformam os candidatos em produto de prateleira. Em algo que se vende como sabão em pó, mas não tem a eficiência na hora de padronizar a própria marca.
E o que é mais assustador, se levarmos em conta o direito ao livre arbítrio, é que neste segundo turno as opções se resumiram a apenas dois produtos. Um já bastante conhecido e o outro tentando ganhar o devido espaço – que um dia lhe pertenceu – na tentativa de atrair os consumidores. Nesse caso os eleitores, que ainda navegam à deriva, perdidos nas naus dos que ficaram pelo caminho e agora pretendem ancorar sua embarcação nos portos que restaram. Interesses que logo tomarão outra direção, assim que um dos barcos afundar. Se eu não quiser optar por nenhum deles, azar. Ou partir para o esculacho mesmo, votando branco ou nulo, o que não representa e nunca vai representar protesto ou contestação. E não há tempo hábil para uma decisão pensada, se os próprios candidatos não ajudam nessa decisão.
O fato é que todos sabem o que fazer, mas não dizem como. Ou não sabem mesmo, apresentando-nos uma propaganda mais enganosa do que a realidade nos permite absorver. E que acentua as semelhanças entre ambos os concorrentes em detrimento às diferenças, que poderiam dar algum alento de mudança estrutural. Não apenas na forma de construir o poder. E é justamente isso que o brasileiro menos quer.

domingo, 12 de outubro de 2014

De volta o velho preconceito. Somos brasileiros!

Nem bem o primeiro turno da eleição presidencial havia sido concluído, uma das pragas mais danosas que o ser humano cultiva, o preconceito, começou a pipocar nas redes sociais. E de boca em boca, por quem desconhece a extensão territorial e a diversidade cultural brasileiras. A exemplo do que ocorrera no pleito de 2010, uma enxurrada de mensagens, desta vez mais veladas e sempre apagadas em seguida, tentava caracterizar os eleitores de Dilma Rousseff (PT) de forma pejorativa, como se fossem a escória da sociedade e não tivessem o direito à escolha. Como se seus votos valessem menos que os de outros. Como se os nordestinos, o endereço principal desse preconceito, não fossem brasileiros. Vale lembrar que somos, sim, todos brasileiros de um Brasil de cultura rica e de uma multiplicidade socioeconômica impressionantes. E que, independentemente, do lugar (Estado ou município) em que estamos, os direitos – e os deveres – são os mesmos. Desde aquele que vive no extremo Sul do País até o habitante mais isolado em regiões inóspitas e, muitas vezes, de difícil acesso.  Do doutor formado nas universidades ao sertanejo que habita as regiões mais pobres, o valor do voto é o mesmo. E deve ser respeitado.

Um desvio de rota
Trata-se (essa postura arrogante em pensar que por estarmos em determinado local somos melhores que os outros), da desconstrução da democracia e dos princípios republicanos, do direito à escolha. Do livre arbítrio para pensar diferente do que pensam tantos outros, que se julgam melhores que seus semelhantes. Um desvirtuamento da percepção do que o ser humano é capaz. 

Iguais e diferentes
Infelizmente, nesse processo, há quem corrobore com esse tipo de pensamento. E o difunda de maneira irresponsável, levando até mesmo ao ódio entre os próprios iguais. E que acham graça nessa forma preconceituosa de pensar e agir. São os pobres de espírito e os desprovidos da capacidade de entender que são as diferenças que fazem a riqueza de uma nação. E a pluralidade de seu povo.

Lamentar, apenas
Nesse raciocínio, infelizmente, é que muitos avançam e cruzam o limite da razão. Ainda no dia 6, um dia pós a contabilização dos votos do primeiro turno, o ex-presidente, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, também embarcou na canoa da intolerância, ao tratar os eleitores do PT como “desinformados e que vivem em grotões”. E que são os mais pobres. Não me consta que esse voto não seja válido.

Desrespeito total...
Se foi no calor dos resultados, impensada ou não, a triste declaração de FHC, que pelo que foi e pelo que ainda é na história do Brasil, foi de uma infelicidade extrema. Desrespeita os 43.267.668 eleitores que escolheram Dilma, entre os quais, provavelmente, muitos deles, um dia já votaram nele próprio, quando retomou suas atividades políticas após o exílio forçado pela ditadura militar.

E quem é o eleitor?
Contra todo esse ódio, intolerância e preconceito, sugiro a leitura de um artigo publicado na Folha de S. Paulo, na última quarta-feira, 8, de autoria de Mariliz Pereira Jorge, cujo link publico a seguir. Desfaz todo esse barulho de roda de carroça na cabeça de alguns “letrados ignorantes” (ou seriam ignorantes letrados? http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marilizpereirajorge/2014/10/1529058-o-fim-do-eleitor-tipico.shtml Não custa perder alguns minutos com sua leitura.

Só para lembrar
Rui Barbosa, Thiago de Mello, João Cabral de Mello Neto, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Maria Betânia, Gal Costa, Chico Anysio, João Gilberto, Celso Furtado, Teotônio Vilela, Romero Britto, Gonçalves Dias, Castro Alves... Só para citar alguns, entre os séculos que se passaram. Alguém poderia me dizer qual é a origem desses nomes ilustres?

As coincidências

Em 2002, 800 empresas iriam embora do Brasil. Em 2006, o mensalão não saía da mídia; em 2010, escândalo envolvia Erenice Guerra, do gabinete  de Dilma; em 2014, o escândalo dos doleiros e da Petrobras. Esqueci-me que é véspera de eleição...

E a emenda ficou...
...pior que o soneto. Aliás, acabou mesmo com a poesia toda. As duas tábuas encontradas obstruindo uma adutora de água no Centro de Iracemápolis, mostradas pela Gazeta de Limeira na quarta-feira, renderam mais que o esperado. Desta vez com o ex-prefeito Fábio Zuza (PSDB), rebatendo seu sucessor, Valmir Almeida (PT). Em matéria publicada na sexta-feira, também nesta Gazeta, Zuza disse que obras estão sujeitas a defeitos e, para ele, a atual administração não está fazendo mais que sua obrigação ao detectar os problemas. Obra inconclusa, com problema e sinal de má fiscalização, que por sinal é prova de incompetência. Pelo visto, ele também “não sabia de nada”. Zuza praticamente assumiu que houve uma falha. E gravíssima, diga-se.

É fácil de explicar
O fato é que nem Zuza e o PSDB estavam preparados para perder a eleição em Iracemápolis, em 2012. Aliás, Claudinho Cosenza era o favorito, e tudo estaria “em casa”. Esse é um grande erro do político, ou seja, subestimar a capacidade do adversário.

E corou o Pinóquio
Três dias após a reeleição do tucano Geraldo Alckmin para mais um mandato ao governo de SP, os técnicos da Sabesp, estatal paulista para as questões hídricas, anunciaram que falta água em São Paulo. As reservas do Cantareira estão a níveis históricos de baixa vazão. E, no mesmo dia, o próprio Alckmin desmentiu o que seus técnicos falaram. Venho escrevendo sobre a manipulação dessas informações desde o início da campanha eleitoral e, principalmente, afirmando que, passadas as eleições, a população começaria a perceber a realidade camuflada no interesse pelo voto. Alckmin vai se sustentar nessa mentira até o final do segundo turno. Se alguém ainda tinha dúvidas...

Pergunta rápida
Quem de fato está mentindo, a Sabesp ou o governador Geraldo Alckmin?

A grande virada
Se nem mesmo o PSDB acreditava mais em Aécio Neves, e no auge do crescimento de Marina Silva (PSB) acenou até com um possível apoio à então favorita nas pesquisas, o crescimento do senador mineiro, que agora aparece numericamente à frente de Dilma Rousseff (PT) pode ser considerado histórico. E não há como negar. Ele, que não saía dos 19% e chegou até a cair, quando Marina ascendeu ao posto de Eduardo Campos, acabou beneficiado pela incoerência da própria candidata socialista. Ela preferiu o corporativismo religioso ao programa de governo do próprio PSB, e teve forte queda. Suas contradições levaram Aécio onde ele está hoje. Se vai conseguir se manter sob o fogo cerrado do PT, é uma outra história. Neste momento o cenário lhe é favorável.

Nota curtíssima

O meu voto tem o mesmo valor do de qualquer outro brasileiro. Ele vale um voto.

Frase da semana
“Não é PSDB que está ganhando corpo, é o PT que está perdendo discurso”. Da jornalista Eliane Cantanhêde. Em sua coluna na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 10.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Equívoco claro
Não há voto perdido, voto em candidato de fora e tudo mais que se escreve ou se comenta como justificativa para a não eleição de candidatos locais. Parece-me um bairrismo exagerado e fora de propósito, repetido há várias eleições. Movimentar-se eleger candidato local é louvável. Chorar sobre o leite derramado é perda de tempo.
 
Voto soberano
Há de se lembrar, para isso, que o voto é individual, intransferível e está na consciência de cada eleitor. Mesmo votos brancos e nulos precisam ser analisados sobre outro contexto e não sobre a ótica do erro. Se há algo errado é com o sistema político e com os próprios políticos e não com o eleitor, que merece respeito com suas escolhas. 
 
Facultativo, sim
São, infelizmente, os reflexos da obrigatoriedade do voto. Amadurecer é preciso.
 
Nem erros ou...
...acertos. Como costumo escrever sempre em meus comentários e quando expresso minhas opiniões, nada pode ser dado como certo quando o assunto é uma eleição. Analiso e, conforme o cenário, faço minhas próprias projeções. Só que, como numa peça teatral, o cenário muda a cada ato. Os institutos de pesquisa que o digam.
 
E vai começar
Vem aí a propaganda eleitoral gratuita para o segundo turno. No caso do Estado de São Paulo, só para presidente da República. Terá 1% de conteúdo programático e 99% de desconstrução. Tanto de Dilma para com Aécio, quanto de Aécio para com Dilma. Vai ser de entupir qualquer rede de esgoto. A democracia não merece isso.
 
A última de hoje
O prefeito de Iracemápolis, Valmir Almeida (PT) não está imune a críticas. Como qualquer político ou administrador público. Com certeza, porém, não foi ele quem deixou uma tábua interrompendo uma adutora de água no centro da cidade, sob uma rua asfaltada, como mostrou ontem a Gazeta. Tem bico grande nessa história.  

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Temos deputado. O que esperar dele?

Depois de duas décadas Limeira tem, novamente, um deputado federal eleito com votos majoritários de limeirenses. E com suas origens também locais. Um resultado que parecia impossível, devido ao excesso de candidatos na disputa e mais os de fora que aqui aportaram. Mesmo sem expressiva votação, mas o suficiente para garantir uma cadeira na Câmara Federal, o vereador Miguel Lombardi (PR), puxado por Tiririca na proporcionalidade dos votos e o número de cadeiras garantido pelo coeficiente eleitoral, quebrou esse desconfortável jejum de representatividade. O Município bateu na trave com o candidato mais votado, também em Limeira, para deputado estadual, o ex-vereador Mario Botion (PEN), que perdeu a vaga por apenas 92 votos. Mesmo assim, é preciso conter o entusiasmo e recolher um pouco os aplausos, porque agora começa uma nova etapa, que se sabe será das mais difíceis, na qual apenas uma andorinha terá que se juntar às demais, para garantir que o voo pode ser,de fato, alto. O parlamento é outro e Lombardi terá que se sobressair sobre seus novos parceiros, para garantir que sua eleição não tenha sido em vão, e faça um trabalho profícuo. E que, de fato, representará os avanços tão esperados por todos nós, numa casa legislativa que há anos não contava com ninguém da cidade por lá.
Independentemente de ideologia ou coloração partidária, a população limeirense – a que nele confiou e a parcela que optou por outros candidatos também – espera ansiosa para acompanhar a atuação de “Miguelzinho”, como é conhecido por aqui, em Brasília. E mais que isso, deverá cobrá-lo, mesmo sabendo que ele é apenas uma voz a ser ouvida, em meio outras 500 que lá estarão também representadas. A euforia não pode se sobrepor à razão, mesmo quando o coração aparente felicidade. E é justamente nesse ponto que devemos abraçar a realidade e pensar no que poderá ser feito daqui para frente. Como é preciso louvar o mérito da conquista, pois é do conhecimento de todos – e nesse caso não é necessário ser especialista – o grau de dificuldade para se chegar a um patamar como esse. É essa consciência que deve nortear, obrigatoriamente, o trabalho do vereador Miguel Lombardi, que a partir de 2015 terá, pelos próximos quatro anos, sua cadeira cativa no parlamento federal e precisa se preparar para isso. Principalmente por que lá ele não contará com pares tão conhecidos e previsíveis, como aqueles que hoje fazem assento na Câmara Municipal. Essa é, sem dúvida alguma, a primeira dificuldade que deverá superar para que tenha uma jornada vitoriosa no Planalto Central. Tanto quanto a que já conquistou por aqui.
O ex-prefeito, eleito deputado federal na década de 1980, Jurandyr Paixão, costumava dizer que ele era só mais um, em meio a tantos outros, e aqui ele estava entre os seus e sempre em evidência. Tanto que para cá voltou para se eleger prefeito, mais uma vez, e ter sua notoriedade e autoridade (de que tanto gostava) de volta.
Espera-se que, 20 anos depois, Lombardi não seja tomado pelo mesmo sentimento - que trouxe Paixão  de volta - e tenha ofuscado esse momento pelo qual tanto lutou. E pelo qual faz exatos 20 anos que os limeirenses lutam. Sua jornada não será fácil. Assim como conquistou seu espaço por aqui, terá que brigar muito mais por elem de agora em diante. Se tiver levado tudo isso em conta quando se candidatou, tem chances de se sair bem. Caso contrário...

domingo, 5 de outubro de 2014

Apesar de tudo, vamos ao exercício da cidadania

Dizem que cada eleição começa quando a última termina. Afinal, neste país de políticos profissionais – há exceções, e muitas – o que mais se se considera, transformada em prioridade, é justamente a preocupação em manter-se no poder ou chegar até ele. Nesse processo todo, porém, é a vontade do cidadão que, no final, vai prevalecer. Seja pela continuidade ou alternância entre as correntes ideológicas e partidárias, quem decide é sempre o eleitor. Se impulsionado pelo marketing de cada candidato ou por convicções próprias, é o “sim” de cada um de nós nas urnas eletrônicas que vai transformar o candidato em eleito. É uma prerrogativa inalienável da cidadania. Por isso é fundamental que estejamos preparados para essa escolha. É o nosso futuro que estaremos depositando, em confiança, nas mãos de quem vamos eleger. E a consciência deve ser nossa maior arma, embora muitos tiros que disparamos acertam o alvo errado e, consequentemente, colocamos em risco esse futuro. Faz parte do jogo. Entre erros e acertos, sempre se aprende uma lição nova para a próxima aula.

Sempre se aprende
Finalmente é chegada a hora de mostrarmos se aprendemos com os erros passados. É preciso levar em conta, também, que muitos foram os acertos. Enfim, se estamos respirando um processo eleitoral grandioso há algum tempo, não faltou, nesse período, oportunidades para o aprendizado. E agora vamos exercê-lo integralmente, para que desta vez erremos menos do que na aula anterior.

Uma conversa séria
É preciso juntar tudo isso, e trazer para o ambiente local essa expectativa. Muito se falou, e não faltou espaço para isso nos meios de comunicação. Se parecemos repetitivos em nossas análises, é por que a responsabilidade cresce junto com a preocupação sobre nossas escolhas. Não podemos nos alienar, deixar o bonde da história passar para nos arrepender depois, quando não há mais tempo hábil.

Decisão importante
Todas as opiniões são importantes, e devem ser tratadas com respeito. O pensamento não deve ser linear e nem buscar por uma unanimidade impossível, e nada saudável também. Mas é preciso que todos os pingos estejam postos corretamente nos “is”. Depois disso, cada um deve saber que caminho tomar. Mais que um direito é uma obrigação, e que assim seja. Mesmo que não haja nenhum caminho.

O barco é de todos
Durante todo esse período eleitoral, venho me utilizando deste espaço para, ao expor minha opinião, dar uma pequena contribuição para o processo político em questão. Afinal, somos seres eminentemente políticos e não podemos renegar esse plano que a nós foi destinado. Sem esquecer, jamais, para que não se transforme em arrogância, que o meu voto vale tanto quando o de qualquer outro cidadão.  

Nossos candidatos
Limeira, a exemplo de outros municípios, tem seus próprios candidatos que buscam mandatos legislativos na Assembleia Estadual e na Câmara Federal. O voto exclusivo em cada um deles não deve ser tomado como regra, mas sim considerado pela representatividade do próprio Município que, infelizmente, há muito não temos. Não que isso represente maior ou menor força. Mas será uma voz a ser ouvida.

Parte de um todo
Não se pode confundir um deputado, seja estadual ou federal, com executor de obras, como muitos tentam nos convencer em suas propagandas eleitorais. Não o são, como também, sozinhos, nada poderão fazer. Mas podem legislar – como o próprio nome define – por causas locais, a partir do momento em que se inserem na realidade do Estado e do País. E o Município está dentro dessa realidade. Daí a importância.

É preciso acertar...

Se hoje é o dia, aproveitá-lo da melhor maneira possível é, muito além de um direito, um dever para conosco mesmos. Para isso é preciso levar em consideração que somente daqui a quatro anos poderemos corrigir o erro cometido por nossa própria escolha. 

Denunciar. Sempre
De volta à realidade do nosso cotidiano, esta Gazeta mostrou, em manchete na última sexta-feira, como aposentados estão sendo, cada vez mais, vítimas de golpes. Golpistas profissionais (ladrões disfarçados e bem vestidos) e até mesmo agindo dentro do que a lei permite, aproveitam-se da necessidade de cada um. Exploram a boa vontade e, às vezes, a inocência desses idosos, em benefício próprio ou de instituições financeiras para atrair uma clientela diferenciada e apta a lhes garantir o retorno financeiro. O que é pior ainda, pois agem dentro da lei, bastando para isso o consentimento e assinatura de contratos nunca explicados como deveriam. E quais benefícios e obrigações trazem neles embutidos. Uma extorsão, com a cumplicidade da lei.

Situação vulnerável
Os casos de golpes contra aposentados relatados na edição da última sexta-feira da Gazeta, corroborados por testemunhas, são chocantes e tristes. Atingem uma parcela considerável da população. Um alerta ao qual todos devem se atentar.

Exploração branca
Outra situação mostrada também por esta Gazeta, também na sexta-feira, que se não é um golpe, no mínimo é uma atitude deliberada e mal intencionada. Trata-se do cartão com desconto para o usuário do transporte público. Se a tarifa paga em dinheiro, na catraca, custa hoje R$ 3, aquela que o usuário utiliza, quando adquire um cartão na concessionária, custa R$ 2,75. Ou seja, R$ 0,25 a menos por passagem, que no final do dia, utilizada por quatro vezes, corresponde a R$ 1 de economia e, ao final de três dias, o valor de uma tarifa inteira. O sistema de integração, que garante troca de ônibus sem nova tarifa, também está longe da divulgação necessária. Com a palavra, e se tiverem respostas convincentes, a própria Prefeitura e as empresas de ônibus. 

Pergunta rápida
Quantos candidatos estão, de fato, preparados para o exercício legislativo?

Quem é o pai? E...
...o padrasto? Com a chegada do Poupatempo assistimos a uma guerra de DNAs, no mínimo ridícula e desnecessária. Cada um dos lados – o do governo do Estado e seu séquito e Prefeitura de Limeira – arvorou-se em chamar para si a paternidade da chegada do serviço, como se isso fosse mais importante do que o próprio órgão estadual. Uma estupidez que só pode ser explicada pelo interesse político partidário, que contamina tudo e todos. Conhecido pela sua eficiência e pelos ótimos serviços que presta (em sendo um órgão público) o Poupatempo é muito mais importante que o seu pai, seja ele quem for. Uma pena que a pequenez rançosa de uma política velha ainda norteie o discurso do atraso.

Nota curtíssima

Que a consciência seja o guia de cada cidadão neste domingo de eleições.

Frase da semana
“Mafalda está cada vez mais atual”. Do cartunista Joaquím Salvador Lavado, o Quino, sobre sua personagem, que a tudo e todos questionava, ao completar 50 anos do quadrinho. Na Folha de S. Paulo. Quinta-feira, 2.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Triste espetáculo
O protagonismo que o vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB), tenta exercer com atitudes polêmicas e frases de efeito reflete uma ingenuidade (reconhecida por ele) imensa. Culpar a imprensa é tentativa inútil de mostrar seu despreparo ao cargo.

Sem sobressaltos
Não fosse o fato Tigrão, notícia constante, a Câmara Municipal está levando em banho-maria as sessões nesse período eleitoral. Ninguém quer se comprometer com nada. Nunca houve calmaria tão grande pelos lados do Legislativo. Os vereadores-candidatos não querem se comprometer.

A ajuda do Prada
Até o prefeito Paulo Hadich (PSB) resolveu dar um tempo. A anunciada contribuição para a iluminação pública – CIP – só vai para a apreciação dos vereadores após as eleições. As chances de ser aprovada será muito maior.

Coisa bem antiga
Enquanto isso, o marketing pessoal de Hadich é cada vez mais escancarado pela Secretaria de Comunicações. Um retrocesso na maneira de divulgar um político, que remonta, por baixo, 40 anos atrás. Lugar-comum dos prefeitos que descobriram a comunicação como ferramenta importante junto à opinião pública.

Risos e lágrimas
E já que o assunto é marketing político, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) têm empate cravado num quesito: falta de carisma. Nenhum dos três se sustenta pela própria imagem.

A última de hoje
Entre os não eleitores de Dilma Rousseff (PT) e principalmente os que odeiam o partido e a candidata, o Nordeste é o grande vilão e responsável pela petista estar à frente nas pesquisas. O Datafolha desmente esses dados e mostra que o preconceito é a pior das mazelas do ser humano: Dilma vence em todas as cinco regiões do País.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Uma lição fácil de aprender. Quem se habilita?

Na reta final do período eleitoral, uma dúvida ainda atazana a cabeça do brasileiro. Do eleitor que se prepara para ir às urnas no próximo domingo: a indecisão para escolher candidatos a deputado federal e estadual. Se alguns nomes se cristalizam com alta probabilidade de ser eleitos – até podendo repetir votações expressivas, como é o caso de Tiririca – nos bastidores os partidos fazem os cálculos e esperam por seus puxadores de votos, para medir a força da representatividade que terão na próxima legislatura. E é justamente essa insensibilidade com as necessidades de um Poder Legislativo forte, atuante, mas extremamente enfraquecido pelas lideranças políticas, que almejam apenas medir o poder de barganha que terão lá na frente, aliada ao excessivo número de candidatos, é que leva a essa indefinição, ainda porcentualmente alta. É o interesse corporativo que predomina, relegando a segundo plano a importância das competências e de gente de fato preparada para o exercício desses cargos, fundamentais ao desenvolvimento social, político e econômico de uma nação.   
As plataformas de cada concorrente à Assembleia Legislativa ou Câmara Federal, se analisadas pelo que eles apresentam no horário eleitoral gratuito, em seus folders e “santinhos” e nos cartazes, bandeiras e faixas expostas em cada esquina, são incrivelmente semelhantes entre si. Como se fizessem parte de um único projeto. E lançam-se à disputa como se fossem propostas inéditas e de exclusiva paternidade política. Muitos – a maioria, sem medo de errar na afirmação – desconhecem qual é a verdadeira função de um deputado e as implicações legais que isso lhes confere. Entendem tão pouco do trabalho legislativo, que misturam as atribuições, que são de exclusiva responsabilidade legal do próprio Poder Executivo. Em resumo, não se preparam, nem teórica e praticamente, para o cargo que aspiram conquistar. A alegação é sempre a mesma: “vou ser deputado para trazer mais educação, saúde, segurança, moradia...”, e tudo o que vemos diariamente, como se o simples fato de serem eleitos os cacifem para tal empreitada.
Quem acompanhou as entrevistas que esta Gazeta realizou com cada candidato que se dispôs a falar e, dessa forma, ter seu espaço na mídia, pôde perceber como eles sabem pouco sobre aquilo que podem ou não fazer como legisladores. Esqueceram-se do principal: explicar como pretendem legislar, já que essa é a prerrogativa primeira de um parlamentar. Uma ou outra exceção, de políticos já afeitos e no exercício das funções legislativas, se sobressaiu na apresentação de ideias. Os demais, infelizmente, exibiram um despreparo assustador. O que reflete, sim, na percepção do eleitorado na hora de escolher um candidato. O fato é que a cinco dias das eleições, temos apenas um amontado de números e siglas, que não refletem necessariamente a vontade popular. Não traduzem os anseios de um eleitor cansado, que para demonstrar esse descontentamento, acaba votando no imponderável. O resultado todos nós conhecemos, por lições passadas mal aprendidas. 

A reta final se aproxima e a democracia agradece

Mais uma semaninha completa e todos nós, brasileiros, estaremos diante das urnas para exercer nossa maior responsabilidade como cidadãos. Escolher quem vai nos representar na assembleias legislativas, Câmara Federal e Senado; aqueles que guiarão os destinos dos Estados e o dirigente máximo do País. Ao longo deste período eleitoral, que começa a se transformar em eleição de fato, cada um e à sua maneira deu (e está dando) sua contribuição para que o resultado do pleito seja o que melhor represente a vontade popular. E contra isso não há argumentos. Ideologias e partidos à parte, a imprensa vem dando mostras de um grande amadurecimento no tratamento aos candidatos e às siglas as quais defendem. Mesmo espaço editorial na mídia impressa é garantido a todos, assim como o tempo nas emissoras de rádio e TV, fora do horário eleitoral obrigatório. E não poderia ser diferente, a partir do momento em que a defesa da democracia e da liberdade de expressão são ingredientes imprescindíveis a essa prática. As exceções à regra não ofuscam a lisura desse processo.
 
Necessário preparo
Ao longo desses últimos meses o eleitor vem assistindo a um desfile de nomes e propostas, que deverão ser analisados com cuidado e com a devida atenção que o momento exige. Muito além da aparência e das ideias que representam, é preciso perguntar se estão preparados para a importância do cargo que estão disputando. E se conhecem, de fato, o significado dessa responsabilidade.
 
Seriedade; projetos
Outro fator importante para que possamos escolher um candidato - que nos represente com dignidade e que seja fiel a seus princípios políticos - é a percepção de seriedade que ele traz consigo. E para isso é preciso estar atento àquilo que anunciam e aos compromissos que assumem, em suas aparições-relâmpago nas propagandas eleitorais. É importante analisar o conjunto da obra e suas consequências. 
 
O espaço garantido
Ao longo da oficialização das candidaturas, esta Gazeta tem mantido postura isenta e importante, no sentido de dar vez e voz a todos. Sempre com o mesmo espaço de texto, tamanho de foto na proporção igual dos candidatos e a divulgação das propostas de cada um que já frequentou as páginas do jornal. Seja local ou de fora da cidade – faz parte da democracia – não se furtou a recebê-los de forma justa.
 
Informar e formar
E esse é, sem dúvida, o princípio básico da atuação dos meios de comunicação e dos profissionais que neles militam. Como agentes da informação e formadores da opinião pública, a missão de cada um de nós, jornalistas, é apresentar o fato e deixar que o leitor e, nesse caso o eleitor, tire suas próprias conclusões. Não é necessário – nem ético – abrir ou incentivar voto nesse ou naquele candidato. 
 
É a vez do cidadão
O caminho – e todas as suas variantes – foi aberto para que cada um possa escolher o seu. E é justamente nessa escolha que reside a maior responsabilidade de cada um de nós. Não pode ser a esmo e muito menos por simpatia ou benesses prometidas, mas pela competência que cada postulante demonstra e pelas atitudes que possam defini-los como aptos a merecer a nossa confiança. 
 
Dia de faxina geral
É preciso – e imprescindível – não cair na tentação de fazer do voto um instrumento de barganha. Os resultados dessas escolhas, como a experiência e a prática nos mostram, é danosa a todos. O único beneficiado é o mau político, que forma um agente público descompromissado com sua maior obrigação, que é zelar pelo bom funcionamento das instituições. E, principalmente, descompromissado com os princípios republicanos.
 
Consciência e voto
Se tudo isso não sensibilizar o eleitor, ainda há tempo para uma reflexão. Toda uma semana pela frente, para um exame minucioso dessa mistura política. Para se livrar, principalmente, da pregação ao voto útil. Ele não existe. É argumento dos derrotados. 
 
Tempo para mudar
Na última quinta-feira, um grupo de entidades – 42 ao todo – da sociedade civil esteve reunido para tentar resgatar a representatividade política de Limeira. Sem assumir candidaturas ou partidos, o manifesto “Limeira acima de tudo”, que já foi slogan do governo do ex-prefeito Waldemar Mattos Silveira, o Memau, tenta chamar à responsabilidade o eleitor limeirense para os candidatos locais. Principalmente após a divulgação da pesquisa Gazeta/Limite Consultoria, que mostrou a intenção de quase 50% do eleitorado local em votar em políticos de fora. Empresários e dirigentes de entidades assumiram esse compromisso, que é louvável e merece respeito. Só não sei se há tempo hábil para esse trabalho, devido à proximidade das eleições. 
 
Vaidade e...política
A ideia é boa. O entrave, entretanto, está no número de candidatos locais, pois muitos estão pouco se importando se serão eleitos ou não. Estão pensando apenas no futuro político, e se utilizando dessas eleições como balão de ensaio. O que é uma pena. 
 
Máquina azeitada
Não tem jeito mesmo. De uma forma ou de outra, independentemente de partido, a máquina administrativa será sempre usada por quem está no poder, e pensa em nele continuar. Luta para isso. Na última quinta-feira foi dada a largada para o início das obras de duplicação da Limeira-Mogi Mirim (SP 147). Há muito reclamada como forma de conter a onda de acidentes violentos e as sucessivas mortes, a obra tem início a poucos dias da eleição, na qual o governador Geraldo Alckmin (PSDB) concorre à reeleição. Ele, por lei, não pode estar presente, mas teve sua dose de propaganda garantida. Isso me fez lembrar da duplicação da Limeira-Piracicaba. Que foi palanque de outro tucano, Mário Covas. Interessante. Muito interessante mesmo.
 
Pergunta rápida
Com quantos SMSs se ganha uma eleição?
 
Na mesma linha...
Só para não perder o hábito e para mostrar que tudo isso é uma enorme coincidência, outra obra de importância capital teve início há pouco mais de 20 dias. Também do governo do Estado, e viária. Trata-se da duplicação do restante da SP 304, que liga Piracicaba a São Pedro e, da mesma forma como a Limeira-Mogi Mirim, useira em provocar mortes em acidentes. Reclamada há mais de 20 anos e, à época, tendo tucanos à frente das prefeituras das três cidades, só agora, mais uma véspera eleitoral, ela é iniciada. A obra, para quem conhece o trecho, é fundamental. É a ética política que se põe em dúvida com essas decisões. Quem pode atirar a primeira pedra?
 
Nota curtíssima 
A maquiagem deve ser usada apenas para corrigir pequenas falhas. Não grandes erros.
 
Frase da semana
“Eles embolsam a grana da genialidade e descansam até a próxima eleição”. Do ex-ministro Antônio Delfin Neto, sobre o trabalho dos marqueteiros políticos. Em artigo na Folha de S. Paulo. Quarta-feira, 24
Torre de Babel
Está difícil a comunicação entre as próprias secretarias municipais. Principalmente quando são instadas a dar alguma explicação de denúncia evidente e, necessariamente, envolve mais de uma pasta. O que um fala o outro não sabe e por aí vai.
 
(Des) integração
Por incrível que possa parecer, a situação fica mais complicada ainda, quando há uma resposta inicial, um desmentido no meio e uma interrogação final. Integração é o quesito que falta entre alguns secretários municipais. Corporativamente falando é fundamental para o bom funcionamento de qualquer sistema administrativo.
 
E...vade retrum
Tem secretário municipal que foge da imprensa como o diabo foge da cruz. Não há exorcismo que dê jeito. Nem água benta, estaca e alho resolve.
 
Elogios também
Para não dizer que não falei das flores, mas falando... as primeiras impressões que o novo sistema de segurança municipal, a chamada Muralha Digital, está causando em quem o conhece é só de elogios. Há, sim, competências que devem ser aproveitadas e muita gente competente na administração atual. Basta deixá-los trabalhar sim. 
 
Muito blábláblá
O que estraga, mesmo, são o discurso e a teoria. O primeiro é bem articulado e reflete na segunda, que traz com propostas interessantes. Mas a prática fica em segundo plano. E aí lasca tudo.
 
A última de hoje
O auto-elogio é uma prática antiga de agentes políticos com cargos eletivos. Com isso tentam camuflar todos os problemas, transformando-os em obras imaginárias. Política antiga a afeita aos velhos e conhecidos “coronéis” sem farda, que tentam passar imagem de competência e austeridade. Coisa antiga, mas ainda em uso...