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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dengue: consciência e prevenção

Depois da constatação de um caso de dengue contraído aqui mesmo em Limeira (o chamado autóctone) e mais de duas dezenas de suspeitas de pessoas contaminadas, a população precisa se conscientizar de que não há outra saída para se evitar uma nova epidemia a não ser a prevenção, para eliminar os criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença. Nem todos, infelizmente, têm essa consciência. E apesar da simplicidade das ações corretivas, ainda tem gente que ignora as campanhas educativas e mantém hábitos e manias, que só fazem aumentar esses criadouros. Isso quando não impede os agentes da saúde de inspecionar suas residências ou apartamentos. Além disso, o poder público tem que participar ativamente dessas ações, colocando nas ruas número suficiente de agentes de saúde, para intensificar a fiscalização e para levar justamente o conhecimento necessário àqueles que têm dificuldades para compreender a gravidade da situação. Estamos num momento crítico, em que qualquer descuido pode representar um grave problema de saúde pública. A responsabilidade é de todos nós!

E está por pouco
O primeiro mês do ano bom já está se despedindo de todos nós. Hoje é o último domingo de janeiro e amanhã o último dia do mês. E na terça já chega fevereiro, que nos convida a engraxar as engrenagens de 2011, para que ele transcorra suave, sem solavancos. A rotina vai sendo retomada, ainda de forma lenta, pois temos o carnaval, que neste ano será em março. Só não podemos perder o foco da vida.

É gente nova lá!
Nesta terça-feira, dia primeiro de fevereiro, toma posse a 54ª Legislatura no Congresso Nacional. A novidade deste ano é o deputado federal eleito por São Paulo, o palhaço Tiririca (PR), que abocanhou mais de 1,3 milhão de votos. Pior que está, decididamente não fica, uma vez que Tiririca é um palhaço na sua essência, porém, os demais gostam de fazer seus eleitores de palhaços. E tome nariz vermelho!

Papel malfeito...
Primeira sessão ordinária da Câmara de 2011. Nada mais nada menos que 42 indicações de melhorias para a cidade, elaboradas pelos vereadores e endereçadas ao Poder Executivo. Segundo matéria publicada pela Gazeta na quarta-feira, 26, isso representa três vezes o volume de pedidos dessa natureza, feitos por sessão. De acordo o Expediente da Câmara, a média é de 13 por sessão ordinária. A maioria dessas 42 indicações trata de solicitações de manutenção especialmente em razão dos estragos causados pelas chuvas. Isso posto, pergunta-se, não é responsabilidade da Prefeitura - ou de cada secretário ou técnico - observar essas condições? E determinar a resolução dos problemas?

Tirando o foco
A impressão é que há uma predeterminação para que isso aconteça. Com os vereadores preocupados, indicando manutenção de praças, ruas, jardins, calçadas, etc..., eles têm menos tempo para cumprir sua principal função, que é a fiscalização do Executivo, exercida por pouquíssimos vereadores. É uma pena!

É perigo à vista
Parte da pavimentação asfáltica na Rua Duque de Caxias, logo no cruzamento com a Deputado Octávio Lopes, está rachando. A fenda, que já é bem visível, tem cerca de 2 metros e parte dela começa a afundar. Em épocas passadas, aquele cruzamento já sofreu bastante e teve que ser reparado várias vezes. Principalmente após as chuvas. Ali tem galeria pluvial, adutoras da Foz do Brasil, gás encanado.... Está na hora de alguma providência!

E a competência
Os agentes de trânsito, chamados popularmente de laranjinhas, sumiram de circulação novamente. Depois de multar algumas motos em vagas de carros na área azul, a bagunça voltou. Motoqueiros - não motociclistas - continuam utilizando-se de vagas não destinadas aos automóveis. Sem a menor cerimônia, às vezes apenas uma moto impede dois veículos de estacionarem. Situação triste e recorrente, que diariamente se repete e periodicamente é pauta para matérias jornalísticas publicadas na mídia impressa e eletrônica. É chato e cansativo para nós, jornalistas, repetir e repercutir esses problemas, porém, cumpre-nos esse papel, para que nenhuma autoridade negue desconhecimento de causa.

Se você quer ler
Não é um livro de fácil leitura, porém, vale pelo conteúdo e nos mostra como viver coletivamente é difícil. Trata-se do livro Comunidade - a busca por segurança no mundo atual, do sociólogo polonês e professor universitário radicado na Inglaterra, Zygmunt Bauman. A principal ideia do livro é mostrar que viver em comunidade, às vezes, nos priva da liberdade. São os condomínios fechados, transformados em guetos chiques e elegantes. Ao associar a ideia de comunidade com uma sensação boa de proteção, o autor mostra que há tensão entre os valores e entre comunidade e individualidade. Segundo Bauman, “segurança e liberdade são dois valores igualmente preciosos, que podem ser equilibrados, mas é pouco provável que sejam plenamente conciliados”. Boa leitura a todos.

Pergunta rápida
Do que você mais gosta, da hora da merenda ou do momento da pizza?

Eu Recomendo!
O filme da semana tem tudo a ver com esta semana. Nada melhor que um musical da década de 50, estrelado pela loiríssima Doris Day. Trata-se de Ardida Como Pimenta (Calamity Jane – EUA, 1953), dirigido por David Butler. Traz no papel principal justamente e inesquecível Doris Day, no auge de sua carreira e popularidade. Ela encarna a invocada pistoleira Calamity Jane, que promete trazer uma famosa cantora para sua cidade, mas leva por engano a empregada dela, que acaba se transformando na sensação local. Traz no elenco, ainda, Howard Keel, vivendo Wild Bill Hickok; Allyn Ann McLerie, como Katie Brown além de Philip Carey, Dick Wesson, Paul Harvey, interpretando Henry Miller, Chubby Johnson e Gale Robbins. 101 minutos, em preto e branco.

Frase da semana
“Não vamos começar a ditadura nesta casa novamente. A senhora me deixe falar”. De Eliseu Daniel (PDT) para a presidente da Câmara, Elza Tank (PTB), que insistia em não deixá-lo se defender das acusações do também vereador Sílvio Brito (PDT). Segunda-feira, 24, na primeira sessão da Câmara, em 2011.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Começo quente
Quem ouviu, assistiu e presenciou a primeira sessão da Câmara, de 2011, já sob a Presidência de Elza Tank (PTB), pôde observar e perceber que ela vai fazer de tudo para barrar ou dificultar os pronunciamentos dos vereadores da oposição. Um lembrete: a Câmara, em tese, pertence ao povo. Não tem propriedade e nem dono. E o direito à livre expressão do pensamento é um dos primeiros preceitos da Constituição Federal. Quer a nova presidente queira ou não!

Só para lembrar
Um refresco na memória daqueles que gostam de esquecer certos detalhes. No Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos) em seu artigo 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...”, nos incisos IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato e IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988.

Diferença clara!
Um pequeno detalhe do qual muitos parecem ter se esquecido na questão do decreto de “estado de emergência” para Limeira. Obras emergenciais são apenas corretivas. O que precisamos, de fato, são de obras preventivas, para que na próxima estação chuvosa, não se gaste desnecessariamente o dinheiro público com as mesmas obras corretivas. A dose certa do controle dos gastos públicos é a prevenção. Consertos são garantia de novos gastos e com os mesmos estragos.

Campanha legal
Quem tem livros e não está mais usando, pode doá-los para que outros tenham condições de utilizá-los. A AEAL-Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Limeira está recebendo livros para a biblioteca pública do bairro Nova Conquista, aqui em Limeira. As entregas podem ser feitas na sede da Associação, na Avenida Antônio Ometto, 475, Vila Cláudia. O telefone para contato é (19) 3441-4940. O e-mail aeal@aeal.com.br . Uma ação verdadeiramente cidadã!

Português claro
Hoje é dia de uma palavrinha legal. Que muitos defendem arduamente, mas poucos a praticam como deveria, apenas da boca para fora ou por pura conveniência. Estou falando da palavra democracia, um substantivo feminino, segundo o novo dicionário Houaiss da língua portuguesa. Os significados de democracia são: governo em que o povo exerce a soberania; sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas; regime em que há liberdade de associação e de expressão e no qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários. E, por extensão de sentido: país em que prevalece um governo democrático. Mais uma palavra para esta segunda fase do dicionário Texto & Contexto, que já tem conluio, omisso, submissão, incompetente, hombridade, esperança e política.

A última de hoje
A vigilância sanitária precisa dar uma “batida” em supermercados da cidade, à noite, após o encerramento dos expedientes, para fiscalizar os balcões e gôndolas frigoríficas desses estabelecimentos. Já constatei produtos descongelados e fora dos padrões nesses setores. Sem contar, em alguns casos, os balcões velhos, enferrujados e, às vezes, com muita água. É questão de saúde pública. É preciso saber se andam desligando a refrigeração à noite. Urgente!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Exagero ou oportunismo?

O limeirense deve ter sido surpreendido com a manchete desta Gazeta de domingo - Félix decreta estado de emergência após prejuízos e estragos da chuva - e estar se perguntando o que poderia ter levado o prefeito Silvio Félix (PDT) a decretar tal situação e com “certo” tempo decorrido dos acontecimentos mais contundentes, provocados pela forte chuva que atingiu a cidade. Apesar das explicações dadas pelos técnicos da administração municipal, parece-me que não se justifica a inédita medida, anunciada oficial e solenemente no Jornal Oficial do Município, do último sábado, dia 22, e fonte geradora da manchete deste jornal.
O leitor mais atento vai concordar comigo à medida que estiver lendo este artigo, após análise atenta da matéria completa produzida pela jornalista Daíza Lacerda.
O município de Limeira não tem encostas, morros ocupados irregularmente e, pelo que se sabe, não há desabrigados em decorrência deste janeiro ainda chuvoso. Há estragos, sim, uma morte, pura fatalidade no momento do transbordo de um córrego e danos pontuais, que a Prefeitura terá obrigatoriamente que reparar. Nada comparado a outros municípios, como Atibaia, por exemplo. E muito menos inserido no rol da tragédia que arrasou São Luiz do Paraitinga, em janeiro de 2010; e, mais longe ainda, das enchentes paulistanas ou da catástrofe ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro neste 2011.
Dados do relatório de serviços prioritários e dos estragos também não são novidades, e vêm de longa data. De outras chuvas, como os já conhecidos e tradicionais pontos de alagamento do município e dos córregos que precisam ser retificados de desassoreados, conforme matéria da jornalista Renata Reis publicada hoje pela Gazeta. Fatos repetidos em períodos chuvosos de anos anteriores. Basta consultar edições de outros janeiros deste jornal. Nada é novidade. A não ser a emenda à Lei Orgânica aprovada na Câmara, em 2010, de autoria do vereador Mário Botion (PR), que instituiu o procedimento. Vejo neste decreto uma ação com elevado teor de dramaticidade, que o atual momento não comporta. Tivesse sido tomada lá atrás, no dia 7 de janeiro, talvez estivesse melhor amparada pelos acontecimentos.
Ao decretar a situação emergencial só agora, a medida parece-me exagerada. Uma jogada de marketing da tragédia desnecessária pelo próprio quadro geral do município, que em nada lembra destruição. E pelo fator facilitador provocado pelo decreto, dá-se a nítida impressão de certa dose de oportunismo político.

Antonio Claudio Bontorim

Uma história para ninguém esquecer

Hoje, dia 23, completa-se uma semana do desabamento do teto da Praça de Alimentação do Shopping Pátio Limeira. Notícia em redes nacionais de rádio e televisão em tempos de tragédia carioca. E muito bem retratada em várias reportagens nesta Gazeta, desde a segunda-feira, dia 16. As fortes chuvas que vêm caindo em janeiro está no banco dos réus. Como se fosse a única culpada de todos esses acontecimentos. Em parte tem parcela nessa culpa, porém é preciso refletir e buscar seus cúmplices que respondem pelo apelido de “homem”, que costumam provocar estragos na natureza, muito antes da formação do ciclo das águas. Devastação de matas, ocupação indevida de solos que não deveriam jamais receber a ação humana, enfim, é quem costuma dar início a essas catástrofes, que poderiam ser evitadas. Os eventos no Rio de Janeiro foram uma mostra disso. Em Limeira, no caso do Shopping Pátio, entretanto, é preciso refletir friamente sobre o ocorrido. E buscar, nos mínimos detalhes, todo e qualquer indício de falha, que ocasionou o incidente. Felizmente sem vítima fatal ou grave.

Laudos isentos
Todas as medidas cabíveis até o momento foram anunciadas, inclusive com o compromisso do próprio shopping em anúncio na mídia limeirense. Laudos técnicos independentes e ações do poder público municipal para garantir a segurança e continuidade das obras assim que os problemas forem conhecidos e sanados também foram efetivadas. Os empreendedores devem ser parceiros nesse árduo trabalho.

A volta à rotina
Saldo negativo apenas nos prejuízos ao empreendimento e à sua imagem. Agora o Shopping Pátio deve retomar a sua rotina e os consumidores não podem ter medo de frequentá-lo. Muito pelo contrário, é esse consumidor quem vai dar sustentação à essa retomada. É quem vai garantir o crédito ao seu desenvolvimento. É, entretanto, uma história para ninguém esquecer. E cobrar a verdade todos os dias.

Após as férias...
...o trabalho novamente. Com a pilha recarregada e me inteirando dos acontecimentos aqui da terrinha. Desta vez consegui me desligar, porém acompanhei parte dos estragos da chuva ocorrida em Limeira, assim que um conhecido me contou a história, ainda nas areias quentes de Ubatuba.

Fakes na Rede
Nestas últimas semanas alguns perfis têm aparecido e desaparecido - quase que instantaneamente no Twitter. Entram com fotos e nomes de terceiros, provocando confusão, utilizando-se do anonimato para amparar a própria covardia. Alguns até pousam de arautos da verdade. É só bater o pé, que saem correndo...

Português para...
....poucos privilegiados. Qualquer dia destes dou o significado destas palavras no Português claro, que publico semanalmente em minha coluna de quinta-feira. Por enquanto é só para mostrar termos eruditos da nossa língua portuguesa. Leiam a seguir: “Considerando o quérulo decesso... considerando o sentimento de entrançamento.. desta Casa Legiferante... espontâneos laços de amizade e blandícia... considerando o inescurescível exemplo... sua caroável.... uma operosa e memorosa progênie... considerando o que de imensurável e estuante pesadume”.

Fica assim então
Tudo isso para notificar o falecimento de uma pessoa e traduzir os sentimentos em pêsames aos familiares. Curioso e interessante! Eruditíssimo...

Desprezo oficial
Uma cena flagrada pelo repórter-fotográfico da Gazeta, Mario Roberto, na última sexta-feira, durante reunião da CPI da Merenda na Câmara, dava nítidos contornos de como os vereadores da situação e seus aliados tratarão as investigações. Sentado na mesa da Presidência, o secretário de Negócios Jurídicos da Casa, Luís Fernando Lencioni era só sorrisos, enquanto caixas e mais caixas com documentos eram descarregadas no Plenário. Os gestores do oficialato, aqueles que defenderão com unhas e dentes o Poder Executivo e os vereadores envolvidos nas denúncias do Ministério Público (MP), agora contam a participação da vereadora Iraciara Bassetto (PV), que moralmente deveria se declarar suspeita. Escárnio com a opinião pública. Com os eleitores. Limeira não merece isto!

Se você quer ler
Para quem gosta de poesia e conhece algumas obras-primas de autores brasileiros, minha sugestão de hoje é para o livro Faz Escuro mas Eu Canto, de 1966, do poeta amazonense da cidade de Barreirinha, Thiago de Mello. Uma das poesias tratadas no livro é Os estatutos do homem, escrito no Chile em 1964, na qual ele prega a liberdade e o amor entre os homens, em que todos trabalhem por uma vida verdadeira. “A liberdade será algo vivo e transparente, como um fogo ou no rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.” escreve. Faz Escuro mas Eu Canto resgata o amor ferido, as cantigas de roda, o açude, a fome, os sem-terra, entre outros. Tomei contato com essa obra em 1978, quando participei da direção deste texto em trabalho final de conclusão de curso na faculdade de jornalismo, sobre os auspícios do então professor de Cultura Brasileira (se não me falha a memória), José Antonio Carlos David Chagas. 112 páginas.

Eu Recomendo!
Uma das mais célebres comédias da filmografia de Amacio Mazzaropi e que ainda provoca muitos risos em quem a assiste. Trata-se de Jeca Tatu, de 1959, baseado no personagem homônimo de Monteiro Lobato e dirigido por Milton Amaral. Jeca é um caipira preguiçoso e simplório, que tem sua propriedade ameaçada pela ganância de um latifundiário. Traz no elenco, além do próprio, nomes como Geny Prado (sempre presente nas obras do ator, produtor e diretor), Roberto Duval, Marlene França, Francisco di Franco, Agnaldo Rayol, Cely Campello entre outros. 95 minutos de duração. Apesar de pouco reconhecido, à época, e com extensa filmografia, Mazzaropi hoje entrou para a geração do cinema cult.

Frase da semana
“Não tem explicação para tanto abandono. É uma vergonha não ter banheiro”. Luís Gonçalves, motorista, sobre a falta de banheiro público na Praça Luciano Esteves. A Prefeitura não tem projeto para esse tipo de obra. Na Gazeta de Limeira, ontem.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tempos de liberdade... ou mordaça?

Logo mais a Câmara Municipal estará às voltas com as sessões ordinárias do ano legislativo. Sob novo comando na Mesa Diretora, tendo mais uma vez a vereadora Elza Tank (PTB) na Presidência e uma “diretoria” 100% governista - entre fiéis e cooptados - não será muito diferente da anterior. A única diferença, talvez, seja com relação ao trato com a imprensa. Eliseu Daniel dos Santos (PDT), o presidente que saiu e agora vai ocupar uma das cadeiras no Plenário, era bastante receptivo aos jornalistas e apesar das divergências, nunca impôs nenhum empecilho à imprensa. A vereadora petebista, por sua vez, não gosta de ser contestada ou criticada. Muito menos confrontada. É preciso, entretanto, esperar para ver se teremos tempos de mordaça na Câmara. Estamos no Século XXI, Terceiro Milênio da Era Cristã e as liberdades democráticas estão consumadas, assim como a liberdade de expressão do pensamento, de imprensa. Este é um caminho sem volta. A imprensa livre fará, com certeza, muito barulho. Afinal não dá mais para aceitar o silêncio das ditaduras! Não estamos mais na década de 80.

Muita animação
Depois de um Natal considerado o melhor dos últimos 10 anos, os empresários do segmento comercial estão exultantes e fazendo planos interessantes para este ano. E o mais significativo é a efetivação de um contingente de 25% dos temporários contratados para o horário especial de vendas de fim de ano, conforme esta Gazeta publicou na última quarta-feira. Contribuição importante à economia local.

É preciso elogiar
A importância desta ação dos empresários limeirenses é um reflexo, também, do bom momento pelo qual o País está passando. E, apesar de alguns ainda não reconhecerem - e até mesmo fazer pouco caso - um legado do governo Lula. Mais uma vez volto a repetir, que é preciso nos livrar, de uma vez por todas, desse infindável “complexo de vira-latas”, que ainda nos assola. Viva Nelson Rodrigues!

É segurança zero
As agências bancárias são, hoje, em Limeira, os lugares menos seguros para buscar serviços. Os bandidos estão agindo com a maior desenvoltura e ninguém percebe nada. Medidas de segurança propostas por vereadores e que se tornaram lei foram revogadas pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo em liminares concedidas à Febraban (entidade que congrega os bancos). E os correntistas ficam à mercê da própria sorte e são abordados ainda no interior dessas agências e lesados em seu patrimônio. E o que mais impressiona é que ninguém se incomoda com isso. A não ser a própria vítima, que fica sem saber o que fazer!

Quem vai pagar?
Em sua edição da sexta-feira, 7, a Gazeta mostrou mais um caso de golpe, aplicado dentro de uma agência bancária no centro da cidade, por um “cidadão” que se passava por supervisor do banco. Mais uma vez prejuízo ficou com o usuário. Um aposentado, que perdeu cerca de R$ 2,4 mil.

Se você quer ler
Vamos relembrar hoje, um clássico da literatura mundial. Trata-se de O Lobo da Estepe (no original em alemão, Der Steppenwolf), do escritor, também alemão naturalizado suíço, Hermann Hesse, publicado em 1927. Até hoje é considerado o melhor dos livros de Hesse e, ainda, um dos romances mais representativos do século passado. É a história contada de Harry Haller, um cinquentão alcoólotra e intelectualizado, angustiado e que não vê saída para sua tormentosa condição, autodenominando-se “lobo da estepe”. Muito interessante o desenvolvimento do enredo, desse escritor, que em 1946 ganhou o Prêmio Goethe e meses depois Prêmio Nobel de Literatura. O Lobo da Estepe é, também, uma crítica ao militarismo e ao revanchismo vigente em sua terra natal pós Primeira Guerra Mundial.

Ele aderiu à rede
O prefeito Silvio Félix é mais um twitteiro nessa concorrida rede social com o @silviofelix_, o “Twitter oficial do prefeito municipal de Limeira. Aderiu ontem!

Eu Recomendo!
Vou começar o ano com o filme O Preço de um Homem (The Naked Spur – EUA, 1953). Um clássico do faroeste da década de 50. Anthony Mann dirigiu neste filme astros e estrelas do porte de Janet Leigh, Robert Ryan, Ralph Meeker, James Stewart, Millard Mitchell entre outros. E conta a história de Howard Kemp (James Stewart), um colonizador taciturno, que perdeu suas terras enquanto lutava na Guerra Civil e para recomeçar se torna um caçador de recompensas no Colorado. Howard tenta capturar o assassino Ben Vandergroat (Robert Ryan) por uma recompensa de US$ 5 mil. Seus esforços são comprometidos pela presença da devotada namorada de Ben, Lina Patch (Janet Leigh). Howard arrumou dois “sócios”que acham que têm o direito de receber parte da recompensa, pois ajudaram a prender Ben, mas se dividir a recompensa não terá dinheiro para comprar as terras que almeja. 91 minutos.

Agora uma pausa
Nos próximos dez dias, a contar de amanhã, dou um tempo por aqui para recarregar minha bateria. E também para dar um descanso aos meus leitores. Após meu artigo da terça-feira, dia 11, esta coluna voltará normalmente às páginas da Gazeta no próximo dia 22 de janeiro, um domingo. Até lá!

Frase da semana
"Sonhar e perseguir os sonhos é exatamente romper o limite do possível". Da presidente empossada, Dilma Rousseff, em discurso no Parlatório, após receber a faixa presidencial das mãos do ex-presidente Lula. Sábado, 1.º de janeiro de 2011.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Segunda década
Já é 2011. Entramos no ano-bom e na segunda década do Século XXI. Terceiro Milênio. Fôlego renovado e expectativas das melhores para que todos possam enfrentar o que vier pela frente. Ano de grande importância para o País e na torcida para que Limeira saia, definitivamente, do marasmo. Bem-vindo, leitores!

Não é a minha....
...praia, mas é difícil não fazer um comentário: a situação do Limeirão, no libera-não-libera para os torcedores, nos jogos do grupo de Limeira, da Copa São Paulo de Futebol Jr. Ser interditado por que a PM e Bombeiros não viram condições de segurança é uma questão técnica. Agora, por problemas sanitários e de higiene é o grande absurdo dessa história. Ontem à tarde, por volta das 17h, o Limeirão foi liberado pela PM após nova vistoria. E pôde receber público já para o jogo de abertura do Grupo, aqui em Limeira, também ontem, entre Inter de Limeira e Itabuna-BA. A Imagem de Limeira, entretanto, já estava arranhada. E muito!

Dinheiro pesado
Janeiro começa sob o signo da gastança. Gastança, diga-se, com impostos, tributos, taxas, etc. IPVA é a primeira delas e já começa a vencer semana que vem. E para quem tem filho na escola, em especial no ensino fundamental, é hora de pensar nas listas encaminhadas pelas escolas. É preciso, entretanto, atenção, pois muitos itens não são obrigatórios e são dever da própria escola fornecer. Informe-se detalhadamente e, na dúvida, basta procurar o Procon, para orientações.

Para gastar bem
Outra dica ao consumidor, neste início de ano, é saber aproveitar bem as liquidações que o comércio oferece. Principalmente durante todo o mês de janeiro, para desovar os estoques não vendidos no Natal e na virada. São os chamados “saldões para queima de estoque”. Há muitos produtos de qualidade nesse pacote!

Para quem pode
Belíssima e marcante a imagem do ex-presidente Lula, ao descer a rampa do Planalto, quebrar o protocolo e fugir dos seguranças para ir ao encontro da população, que o aplaudia e queria receber seu cumprimento. FHC, lembro-me muito bem, saiu de fininho e pelos fundos do Palácio.

Português claro
Para começar bem 2011, a palavra da vez é política, um substantivo feminino. Política, segundo o novo dicionário Houaiss da língua portuguesa tem muitos significados, que se seguem: arte ou ciência de governar, da organização, direção e administração de nações ou Estados; ciência política; orientação ou método político; arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido, influência da opinião pública, aliciação de eleitores; prática ou profissão de conduzir negócios políticos; habilidade no relacionar-se com os outros, tendo em vista a obtenção de resultados desejados. Para ensinar a alguns essa fabulosa arte do relacionamento humano. Mais uma palavra para esta segunda fase do dicionário Texto & Contexto, que já tem conluio, omisso, submissão, incompetente, hombridade e esperança.

A última de hoje
Nesta primeira coluna de 2011 não falei nada sobre a política limeirense. Ela está tão ruim e tão carente de políticos com “P” (com raríssimas exceções), que não merece ser comentada neste início de ano. Poder Executivo e Legislativo contribuíram para este descrédito total. Estou com urticária de placa dos políticos locais!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um convite especial

A passagem de um ano para o outro, a virada, como se convencionou dizer, traz sempre embutida em si expectativa de mudança. De todo tipo de transformação que, espera-se, seja sempre para melhor. Que permita o crescimento e o amadurecimento em todos os segmentos e, principalmente, nas relações humanas. Pois está claro, nesse processo, que nada acontece sem que a mão do homem se faça presente. Ele, homem - ou melhor a raça humana - é que dá o exato significado, prático e afetivo, ao curso da história. Que chama para si toda responsabilidade (quando a tem) por ações efetivas no seu próprio cotidiano.
Se o homem não mudar, não evoluir ou despir-se de seus traumas e preconceitos a cada ano que passa, deixa de ser o agente dessa história, passando a ser um simples paciente, que tenta se mostrar inconformado e contestador, mas não consegue separar seus anseios, tornando-se amargo e descrente. É preciso fugir dessa passividade sem dar chances à acomodação e ter em mente o quão extraordinária é sua inteligência. Não à pequenez da ignorância e da pobreza de espírito.
Mais uma vez (e não sei por quantas mais isso acontecerá) está se assistindo ao triste espetáculo da amargura e da descrença, daqueles que não se dão à mínima chance de crescer e derrotados na vida por si próprios, buscam fomentar uma derrota coletiva, antes de pensar - ou sonhar - com uma vitória possível. Antes de mirar na probabilidade do sucesso, sustentam o desprezo e escancaram suas previsões no fracasso, como se a primeira gota fosse responsável pelo transbordo do copo.
Estamos faz apenas quatro dias no novo governo e urubus travestidos de intelectuais assoviam seu canto agourento e arrepiam suas penas aos deslizes verbais da presidente Dilma Rousseff (PT), como se todos nós não os cometêssemos vez ou outra. Como diariamente faziam com Lula para se vangloriar de seu falso eruditismo, escorado na língua presa do então presidente e de sua mão faltando um dedo. Os desafios nacionais são muito maiores que toda essa mesquinhez. Transcendem o óbvio, na mais pura demonstração de que esse preconceito nunca acaba, ao fazer de características pessoais, como uma impressão digital, motivo para chacotas. Os homens precisam reaprender a humildade para mudar. Então, por que não mudamos? Porque não queremos mudar, ao cultivarmos a arrogância como nossa principal qualidade, quando na verdade trata-se de uma grande falha de personalidade. Esses exemplos são apenas um convite. Um convite para mudança.

Antonio Claudio Bontorim