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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Por que não acreditamos mais?

Difícil nos dias de hoje entender o bem. Quem o faz e para quem faz. Não deveria ser dessa forma, mas estamos tão ocupados em procurar os fantasmas, que arrastam correntes e fazem as tábuas rangerem em velhos casarões, que nos esquecemos dos verdadeiros espíritos de luz. Ou simplesmente duvidamos da bondade e daqueles que a praticam, porque nossos gestos e atitudes não bastam mais para demonstrar o quanto estamos alheios. Principalmente ao sofrimento do outro.
Difícil, também, reconhecer essa incapacidade e insensibilidade, que temos, em não absorver verdadeiros atos de boa-fé. E quando somos parte dessas ações nos assustamos e, surpresos, exclamamos: ainda existe gente boa nesse mundo! Mesmo que tudo nos conduza a outro raciocínio. Pela falta de humanidade, de bom senso, de razoabilidade. Daí ao descrédito total é um passo menor que o próprio pé.
Vez ou outra somos chamados à realidade. À razão, como gostam de enfatizar filósofos e pensadores. E nesse clamor - que soa tal qual um forte puxão de orelhas - nos deparamos com os incógnitos, que fazem de enredos desinteressados, exemplos de vida. Protagonistas de pequenas histórias, que nunca terão a recompensa devida, a não ser estar bem consigo próprios. Esse sim um sentimento que deveria nortear a vida de todos nós. Alguém já experimentou essa sensação? De como uma simples atitude pode fazer uma grande diferença? Muito mais, talvez, para quem a pratica, do que para quem a recebe? Basta experimentar!
Neste início de semana uma pessoa, que talvez eu nunca vá conhecer, me fez escrever este artigo. Mais que o valor da economia que seu gesto me proporcionou foi a lição tirada dessa experiência. Na sexta-feira minha filha, que estuda em São Carlos, perdeu sua carteirinha do ônibus. Na volta para lá, ontem, me dirigi à sede da empresa para solicitar outra, pela qual pagaria o equivalente a dez passes. Quando apresentei a identidade, o atendente buscou o cadastro no sistema, pegou uma pasta azul de seu arquivo e conferiu o documento com a carteirinha que tinha em mãos. Alguém a encontrou. Devolveu-a intacta e com todos os créditos. Ao final ele me disse ser comum as pessoas fazerem aquilo. Esse “comum” soou-me como um verdadeiro ensinamento à cidadania. Difícil, mesmo, é a pergunta que vem depois: por que não acreditamos mais? Se fatos como esses desmentem a nossa orgulhosa descrença? Quem souber - ou puder - que me responda!

Antonio Claudio Bontorim

domingo, 29 de agosto de 2010

O consumidor e seus direitos

Os leitores às vezes nos surpreendem. Recebi e-mail de uma leitora, indignada com o tratamento dado por uma operadora de telefonia celular sobre uma tarifa extra cobrada em sua conta sem nenhum propósito. Mais que a tarifa, o que irritou essa leitora foi a forma como os atendentes da empresa a trataram, sem dar-lhe uma solução possível e rápida e sem conseguir provar seu "gasto extra". Depois de muito custo - ligações derrubadas pelos atendentes e desculpas de "não posso fazer nada" - ela conseguiu falar com a Ouvidoria, que não tendo como provar sua adesão a um suposto plano, acabou por devolver a quantia cobrada a mais. O importante, nisso tudo, foi a lição deixada por ela de perseverança e de não ser conivente com esse tipo de situação, até bem pouco tempo atrás patrocinada também pelas operadoras de cartão de crédito. E não aceitar pura e simplesmente as razões dessas empresas. Ou como ela mesma escreveu: "todos os cidadãos, se estiverem certos, que não desistam e não aceitem o 'infelizmente senhor (a) não posso fazer nada'. Devemos ir sempre atrás de nossos direitos".

Minha experiência
Também passei, no primeiro trimestre deste ano, por uma situação parecida, com uma compra pela internet. Minha filha precisava de um livro de Psicologia, que não conseguia encontrar. Depois de muita busca apareceu um site (www.tudonlineprodutos.com), que parecia bastante confiável. Comprei o livro. Depois, que sufoco! Foram semanas para conseguir recebê-lo.

Depois de muito...
...insitir, Procon nele. Foram muitos e-mails trocados, desculpas, problemas com fornecedor... Cansado, juntei toda a documentação que tinha e fui ao Procon aqui de Limeira abrir um processo. Coincidência ou não, poucos dias depois recebi um comunicado, que o livro estaria sendo entregue. O que acabou acontecendo. Se eu tivesse desistido, não sei se teria recebido o livro.

Limeira-Cordeiro
As duas mortes violentas, nesta semana, na Limeira-Cordeirópolis, continua gerando críticas por parte dos usuários, inconformados com o descaso das autoridades municipais. "É inadmissível mesmo que em uma via municipal, que num estado com o de SP, onde se cobra pedágio a cada 25 Km, que as pessoas ainda morram por causa de animais na pista. Este fato e muito comum, inclusive na Rodovia Limeira a Piracicaba. Será que uma simples cerca, que se pode pagar com a arrecadação de poucas horas de cobrança destes tais pedágios é pedir muito! Ou vamos continuar perdendo vidas? Vergonha". De um leitor, por e-mail, à Gazeta.

Participação ativa
Tenho pautado esta minha coluna de domingo em conversas com o leitor. E-mails recebidos, contatos telefônicos, Twitter, entre outros meios, o que tem garantido boas pautas e um debate saudável, além de análises interessantes e bem explicadas, sobre tudo que acontece por Limeira e Região. Essa interatividade é importante, à medida que aproxima o leitor do jornal e do colunista. E também dá vazão às suas necessidades de expressão livre do pensamento. Aos poucos vamos melhorando o conteúdo. E-mail para contato: claudio.bontorim@gazetadelimeira.com.br e Twitter www.twitter.com/claudiobontorim.

Se você quer ler
Pelo que estamos vendo no horário eleitoral gratuito, com os candidatos aos cargos proporcionais (alguns majoritários também), não me resta indicar como leitura obrigatória a cronologia Febeapa (ou o Festival de Besteiras que Assola o País), de Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, lançado em 1966, como uma "uma reação cômica, irreverente, à mediocridade política da época, mas que se adapta muito bem aos dias de hoje. Foram três volumes (Febeapa 1, 2 e 3). É riso puro do começo ao fim. E uma reflexão muita séria a respeito do nosso cotidiano. Em especial da política praticada por aqui. Li os três, emprestei-os posteriormente à leitura e nunca mais os vi de volta à minha biblioteca. Uma pena!

Estava proibido?
Supremo Tribunal Federal (STF) dá liminar e humoristas podem fazer piada com os políticos no período eleitoral. Mais do que já estamos assistindo???

Eu Recomendo!
O inigualável Charles Chaplin de volta por aqui. O filme desta vez é Luzes da Ribalta (Limelight - EUA, 1952), com direção do próprio Chaplin, também o personagem principal. Ao lado dele outro gênio da comédia, Buster Keaton, e mais Claire Bloom, Norman Lloyd e outros seis de sua família Sydney, Geraldine, Josephine, Charles Jr., Michael e Oona, todos Chaplin. Na Londres de 1914, um velho comediante, que no passado fizera sucesso foi esquecido, tornando-se quase um alcoólatra. Porém tudo muda, quando na pensão onde vive sente um estranho cheiro e constata que é gás, vindo do quarto de uma jovem, que estava inconsciente, que ele e um médico carregam para o seu apartamento. Ela tentara o suicídio, pois sonhara em ser uma grande bailarina, mas suas pernas estão paralisadas. Ele promete fazer tudo para ajudá-la, mas o que não imagina é que é ela quem vai ajudá-lo. Drama, 132 minutos de duração.

Frase da Semana
"Custei a entrar nas redes sociais porque já sou um blog vivo. TV, rádio e 25 jornais por dia... Que me resta dizer?" Arnaldo Jabor - modéstia a parte e com toda sua conhecida humildade - na terça-feira, no seu Twitter @realjabor, criado por ele na segunda-feira, 23.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cadê o respeito?
Novamente os moradores da Avenida Saudades se vêem tolhidos em seu direito ao sossego, pela irresponsabilidade de jovens - e outros nem tantos - motoristas que estacionam seus carros com o som ligado “nas alturas”, como que se todos fossem obrigados a ouvir as músicas de seus duvidosos gostos. E como relataram moradores à Gazeta, em matéria publica nesta semana, as viaturas policiais passam e repassam por lá e nada fazem. E os agentes de trânsito não possuem o decibilímetro para monitorar e coibir o som alto. Essa história é antiga. A denúncia é recorrente, mas o silêncio das “otoridades” é irritante.

Descaso é total!
Para fazer companhia aos jovens, segundo os moradores, agora uma igreja, instalada numa antiga fábrica de chopp, também dá o ar de sua graça. E além do barulho, muitos veículos ficam estacionados em frente às guias rebaixadas das garagens, impedindo entrada e saída dos próprios moradores. O abuso com som alto e potente não é recente em Limeira. E não tem hora para começar ou terminar. Às vezes circula pelas ruas na madrugada, sem a mínima preocupação com o descanso das pessoas. Será que algum dia alguém vai tomar alguma providência? Quem terá coragem de por um fim a essa bandalheira?

Números e fatos
“No Estado de São Paulo, 31% das cidades não têm delegados; desde 1995, enquanto a população de SP cresceu 21%, o número de policiais civis se mantém o mesmo; são apenas 3 mil delegados para os 42 milhões de habitantes; o estado mais rico da nação é o que pior remunera seus delegados de polícia”. Essas informações são da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), que mais uma vez ganhou na Justiça o direito de divulgar essa situação, contestado pela Coligação Unidos por São Paulo, que reúne o PSDB e outros partidos aliados, que hoje governa SP.

Censura à Polícia
Pela segunda vez o PSDB entrou com representação contra a campanha publicitária da Adpesp. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) considerou a representação improcedente e entendeu seu “caráter meramente informativo e que descrevem fatos sem conteúdo eleitoral”, como lembrou o desembargador Luiz Francisco Aguilar Cortez, do TRE. Segundo a Associação, “os delegados de SP têm os piores salários do País”.

Português claro
A palavra do dia é brocoió. Alguém sabe o significado de brocoió? O novo dicionário da língua portuguesa - já com revisão ortográfica - Houaiss diz que brocoió é um substantivo masculino. São vários regionalismos que o define. No Brasil: indivíduo do interior, simples, sem traquejo; caipira, capiau, jeca. E no Ceará: engenhoca que fabrica rapadura; casa ou tendinha onde são vendidos doces típicos e caldo de cana. Brocoió pode ser também um adjetivo de uso informal: que ou aquele que é tolo, sem préstimo; que ou o que é reles, desprezível, de baixa qualidade e/ou mau gosto (diz-se de coisa). Para engrossar o dicionário Texto & Contexto que já conta com capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, contradição, déspota, boquirroto, idôneo, edil, alcaide e mentira.

Dá para votar???
No sábado, passeando pelo centro da cidade, pela manhã, percebi como os candidatos - todos - estão emporcalhando ruas e calçadas. Os chamados “santinhos” e impressos maiores (como jornais e folhetos informativos) compunham o cenário daquela região. Um exemplo anti-cidadania. Alguém vota em candidato assim?

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Muito além da eleição

Na semana passada, após publicação da coluna Texto & Contexto da quinta-feira, 19, recebi um e-mail, irônico até certo ponto. Nem terminei de ler o conteúdo da mensagem, de apenas uma linha, e percebi que a referência recaía sobre a primeira nota (Afagos do poder), na qual comentava as tortuosidades da campanha política em Limeira e as trombadas entre partidários de uma mesma sigla, que ao não se entenderem contribuíam ainda mais para a desaglutinação política limeirense, hoje carente de lideranças na essência que o termo requer. Isto é fato.
O tempero da ironia estava ali misturado. Em poucas palavras. “Eu não fiquei sabendo ou já implantaram o voto distrital no Brasil?”, perguntou-me o leitor, pois entendera que com minha informação estaria tentando direcionar o voto ou propondo que os candidatos limeirenses são melhores que outros. Muito ao contrário. O que eu queria mostrar era justamente o descompasso existente dentro dos próprios partidos. Vocação ao egocentrismo. À vaidade pessoal em detrimento do social. Do conjunto. Da comunidade. Ao lhe responder - num primeiro momento também irônico - e expor minhas impressões, eu refletia sobre suas palavras, que aquela troca de mensagens estava desencadeando um novo processo. Comecei a enxergar alguma coisa além, que uma simples luz no fim do túnel.
Fica mais que evidente que no foco da questão, o da lembrança do voto distrital (utilizados em países como Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Alemanha), o que me chamou a atenção, direcionava-me justamente à campanha desta Gazeta no espírito “Valorize o que é nosso”, que não deve mais se ater apenas às questões políticas eleitorais, mas a todo um contexto que pode se expandir. Daqui para fora. Não estou falando apenas do chamado a eleger candidatos limeirenses - fica ao livre-arbítrio de cada um - mas de um debate muito mais amplo. E que pode estender-se além das nossas fronteiras, que é justamente sobre o voto distrital. E que pela sua abrangência - e definição teórica do sistema - é o gene perfeito e completo do que seja representatividade política de fato. Há quem seja contrário, mas é uma opinião e como tal deve ser respeitada.
Quando se percebe que uma campanha está mexendo com as pessoas, a ponto de provocar discussões e reflexões, está na hora de levá-la a extremos. Então por que não o voto distrital? Agora, em tom mais ameno, vou continuar o debate com o leitor!

Antonio Claudio Bontorim

domingo, 22 de agosto de 2010

As teorias que conspiram...

Por diversas vezes comentei, aqui neste espaço, o significado das chamadas “teorias conspiratórias”. São aquelas mentiras sem qualquer nexo ou significado, que muita gente gosta de transformar em verdade. Principalmente as correntes políticas de todos os naipes ideológicos. A esquerda gosta de responsabilizar a direita pelas mazelas sociais do povo. E a direita, por sua vez, vê monstros da esquerda escondidos em todo o lugar, à espreita do bote fatal. É em época eleitoral, entretanto, onde há maior concentração dessas teorias, que incautos cidadãos vivem difundindo como se fossem verdades indiscutíveis e irreversíveis. Mais ou menos assim: “olha, se fulano vencer a eleição vai dividir sua casa para dar metade para os mais pobres...”; “se for sicrano o vencedor, ele vai privatizar até universidade pública ...” E assim por diante. “A democracia está em perigo”, diz um. “Vai ter pedágio até no portão de cada casa”, alega o outro. Numa sucessão de coisas tão ridículas e estapafúrdias, que eu não consigo imaginar como essa gente se presta a passar tais informações em correntes infindáveis. Haja tempo perdido.

Apago...sem ler
As mensagens que costumo receber, nesse sentido, sejam de que lado for, costumo apagar sem nem sequer abrir seu conteúdo. Vão todas devidamente organizadas para a lixeira. E, de lá, para o espaço. Portanto, amigos que me acompanham agora através desta coluna, se estão pensando em enviar qualquer mensagem dessa natureza para mim, desistam! Agora, se for piada de político, desde que não seja preconceituosa, pode enviar. Essas são sempre bem-vindas!

Soneto e emenda
A foto que a assessoria de imprensa do deputado José Luiz Gazotti (PSDB) distribuiu, ao lado de Pedrinho Kühl e Clodoaldo Araújo, e o texto de apoio do renunciante ao estadual, que preferiu dobrar com um federal de fora, não convence ninguém dessa unidade forçada.

Os casos diários...
...que chegam até nós, jornalistas, dão-nos uma mostra da irresponsabilidade ambiental. Dezenas de e-mails, nesta semana e na semana passada, denunciavam a chuva de fuligem que caía sobre a cidade, oriunda de queimadas. Mesmo com a umidade do ar baixa, os praticantes desse “crime” - porque não tem outra palavra para explicar tal atitude - não se intimidam e continuam a queimar, queimar, queimar...

Leitor reclama!!
Vou transcrever uma das mensagens de uma dona de casa que trabalha fora e que está bastante irritada com a questão do pó preto dessas queimadas. Um drama que ela relatou por e-mail. “Gostaria de aproveitar este espaço, para reclamar sobre a chuva de fuligem de queimada que caiu em nossa cidade ontem à tarde. Eu como cidadã consciente separo meu lixo, o orgânico do reciclável. Essa é uma das atitudes para cuidar e preservar o meio ambiente. Mas infelizmente as usinas não têm essa responsabilidade. Eu trabalho fora o dia inteiro e acordo quase de madrugada para limpar minha casa, pois não tenho condições de ter uma funcionária para este fim. Ontem, porém, aquela chuva de fuligem invadiu a nossa casa, trazendo-nos prejuízo, financeiramente, pois fomos obrigados a usar mais água, como pode nos causar problemas de saúde. Essa é a minha reclamação”, escreveu. Está registrado no e-mail.

Temos lei. Porém...
Em Limeira temos lei específica contra as queimadas, de autoria do vereador e presidente da Câmara Eliseu Daniel dos Santos (PDT). Foi considerada uma das mais avançadas para o setor, porém os usineiros através de entidade de classe conseguiram liminar no Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo seus efeitos.

Se você quer ler
São dois livros. Mas na verdade o tema é um só e um continua o que o outro começou. Estou falando de “1968 O ano que não terminou” e “1968 O que fizemos de nós”. Ambos de um dos mestres do livro-reportagem no Brasil, o jornalista Zuenir Ventura. Lançados em 2008 pela Editora Planeta, as duas obras são uma vasta e detalhada reportagem do mais emblemático ano do Século XX, que marcou movimentos renovadores praticamente no mundo todo. E o Brasil fazia parte deste contexto com a ditadura militar, o AI-5, perseguições, tortura e mortes, envolvendo intelectuais, políticos, artistas, o movimento estudantil, entre outros, no qual Zuenir trafega como observador e personagem ao mesmo tempo. Uma ótima recomendação de leitura, que resgata um pouco dessa rica, triste e, ao mesmo tempo, humana e maravilhosa história que faz parte de todos nós. O leitor vai se surpreender com os fatos narrados e seus protagonistas.

Eu Recomendo!
Um bem-sucedido arquiteto leva uma vida regrada ao lado de uma bela esposa, que se casaram por conveniência e abriram juntos uma empresa, mas nem mesmo a filha é capaz de minimizar as indiferenças. Ele suporta a situação até conhecer uma jornalista. Eles se apaixonam e, agora, ele terá que decidir entre continuar com a esposa e a filha ou abrir mão de tudo o que construiu para ficar com a amante. Esta é a história do filme que recomendo hoje. Trata-se do drama americano Uma Escolha, Uma Renúncia (Intersection), de 1994. Com 98 minutos de duração e direção de Mark Rydell, traz no elenco Richard Gere, Sharon Stone, Lolita Davidovich, Martin Landau e David Selby. Uma boa pedida em DVD nas locadoras. E um ótimo filme.

Frase da Semana
“Uma ex-poste que ameaça converter José Serra no mais preparado ex-futuro presidente que o Brasil já teve”. Do jornalista Josias de Souza, em seu blog, na Folha de S. Paulo, sobre a arrancada de Dilma Rousseff na campanha presidencial. Ontem, na Folha Online-Blogs.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Afagos do poder
Limeira é mesmo uma cidade engraçada. E que não consegue se livrar de alguns ranços. O PSDB tinha dois candidatos aqui, um ao cargo de deputado estadual e outro a deputado federal. Pois bem, o candidato a estadual resolveu dobrar com outro, de fora. E ontem o candidato a federal renunciou à candidatura. No PT, pior ainda: o vereador do partido, Ronei Martins, não apoia o candidato a federal do próprio PT daqui, preferindo duas candidaturas paraquedistas. Explicações...

Loteando espaço
Hoje tem mais comitê político por metro quadrado em Limeira, que eleitores prontos a eleger deputados. Os preceitos constitucionais da liberdade de escolha devem sempre nos guiar, a todos, porém o bom senso manda que muitos deveriam se preocupar com o bem-estar social e não com seu próprio umbigo.

Política e Twitter
Como sempre faço, sempre que recebo a informação, gosto de divulgar. De forma imparcial e sem privilegiar ninguém. Enviou, tá na coluna. Mais um candidato a deputado por Limeira, desta vez o radialista Kleber Leite, que concorre à Assembleia Legislativa, pelo PTB, anuncia sua adesão a uma rede social na internet. Neste caso o Twitter. Seu endereço é @KLEBERLEITETV, que está disparando e-mails “convidando” as pessoas a segui-lo.

Candidato direito
No Paraná inauguraram o comitê eleitoral do candidato João Destro (PPS). Será que existe algum Zé Canhoto ou Zé Sinistro na lista de candidatos pelo Brasil? Tem o Zé Serra! Mas o da motosserra está preso no Acre.

É preciso pagar?
Essa é para a Prefeitura responder: por que a Secretaria dos Transportes não regulamentou no prazo correto, em dezembro do ano passado, a questão das vagas especiais para estacionamento em áreas públicas, conforme a Resolução 302 do CONTRAN, em seu artigo 6º? Se eu quiser saber precisarei pagar os R$ 8,00 para fazer oficialmente esse questionamento? No aguardo de uma resposta ou explicação...

Português claro
Outra palavra interessante: mentira. Quem já não contou alguma, alguma vez na vida. Segundo novo dicionário Houaiss da língua portuguesa, já com a nova ortografia, mentira é um substantivo feminino e com vários significados: ato ou efeito de mentir; engano, falsidade, fraude; hábito de mentir; afirmação contrária à verdade a fim de induzir a erro; ideia, opinião, juízo falso ou equivocado; aquilo que é enganador, que ilude; pequena mancha branca nas unhas; albugem, leuconiquia. Regionalismo na culinária carioca e mineira: bolacha redonda preparada com massa de pão de ló; mentirinha; pastel desprovido de recheio. Mais uma para enriquecer nosso vocabulário, que já trouxe capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, contradição, déspota, boquirroto, idôneo, edil e alcaide.

Pergunta rápida
Cadê a Câmara Municipal de Limeira - e os vereadores de oposição? - sobre as denúncias publicadas no jornal “Estado de S. Paulo” do último sábado, sobre a questão da merenda terceirizada? Silêncio corporativo!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vou assistir! E você?

Para muitos, a única oportunidade de estar na mídia e tornar rosto e nome conhecidos para futuras incursões políticas. Para outros, uma tentativa de alavancar candidaturas ou reverter uma situação incômoda, perante o eleitorado. E para a maioria, ou seja, nós eleitores, quase três meses de suplício - diante da telinha ou nas ondas do rádio - observando uma metamorfose digna de Kafka. Não teremos, não, nenhum Gregor Samsa se transformando em barata, como propõe a inigualável obra do escritor tcheco, mas assistiremos ao desfile de verdadeiros santos, em altares purificados por currículos bem elaborados e realizações invejáveis, pedindo-nos um voto de confiança. E um sim na urna eletrônica, para canonizar de vez o milagre dessa transformação. Esses filhos do precioso marketing.
Ao analisar as preliminares do resultado da enquete no site da Gazeta (www.gazetadelimeira.com.br) no ar desde o último sábado, que trata da audiência do horário eleitoral gratuito, as perspectivas para quem espera contar apenas com essa mídia - ou dela tirar melhor proveito - não são das melhores. O porcentual de quem não vai assistir à propaganda eleitoral tem oscilado entre 73% e 77%. Nunca abaixo de 70%. É óbvio que essa enquete não tem valor científico, mas pode estar indicando o hábito do eleitor e dar um diagnóstico interessante àqueles que têm suas pretensões amarradas à opinião pública.
Como não acredito que haja quem não “dê uma espiadinha” marota - só para lembrar o slogan do grande irmão global - na apresentação dos candidatos, também não acredito numa influência direta - pela própria indiferença - desse tipo de propaganda. Sem desmerecer seu poder de persuasão, pois existe uma fatia do eleitorado pronta a receber tais divindades de braços e portas abertas, mas há regras e exageros verbais serão punidos. Ou pelo próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou mesmo com o tradicional direito de reposta. Então também não acredito em fatos novos e relevantes, porque ninguém vai querer perder o já escasso tempo, ou dele abrir mão, para ver adversários invadindo suas próprias trincheiras. Até porque propaganda difamatória volta-se sempre contra o difamador...
Então o que fazer? Dar à mídia eletrônica o mesmo tratamento ao que se dá à impressa, na qual quem tem dinheiro compra espaço. Quem não tem... Sem que emissoras de rádio e TV tenham que abrir mão de tempo e faturamento preciosos. É muito mais democrático que minutos a mais ou menos para cada candidato.

Antonio Claudio Bontorim

domingo, 15 de agosto de 2010

Os avisos que a natureza dá!

Em menos de dez dias, dois fatos noticiados por esta Gazeta representam um alerta grave de que o meio ambiente está cada vez mais sendo degradado pelo bicho homem. No dia 23 de julho, matéria sobre um filhote de veado-campeiro, fêmea, que entrou numa loja de materiais de construção no Recanto Alvorada. E na última quinta-feira, 12, um lobo-guará foi encontrado no quintal de uma casa, pela sua proprietária, que ouviu barulho à noite e resolveu averiguar. Ambos os casos com finais felizes: a fêmea de veado foi levada pelo Pelotão Ambiental da GM e solta em uma área de seu habitat rural. E o lobo-guará ao zoológico! Essa seja, talvez, uma pequena mostra dos efeitos que ainda sentiremos, caso não detenhamos nossa forte tendência degradadora. Nosso desrespeito ao meio ambiente.

Planeta em risco
O homem cria e o homem destrói. E depois se assusta com suas próprias atitudes. Ou não se assusta e continua destruindo. Alguns fenômenos naturais são as provas cabais dessa condição predatória do ser humano. Ao mexer com o meio ambiente se dá início a um círculo vicioso na degradação - inundações, calor intenso, geleiras derretendo, secas, etc. - até chegar à fauna. O lobo-guará está em processo de extinção. Sem as matas, não tem como se alimentar e vem procurar esse alimento na terra do homem. Depois é perseguido e, em casos, até morto, como relatou a própria estudante que o encontrou em sua residência.

Adesões legais!!
A campanha Valorize Limeira (www.valorizelimeira.com.br) está ganhando adeptos. Tem até uma comunidade no Orkut, que a está divulgando e atraindo seguidores e simpatizantes. A comunidade foi criada por Cleiton Leandro e tem como moderadora Roberta Morelli. Parabéns pela iniciativa!

Resposta rápida
Na coluna Texto&Contexto da última quinta-feira, como última nota, perguntei se “supermercados, padarias, farmácias, etc., etc., continuam com o direito de demarcar vaga especial, com o tradicional tempo de ’15 minutos com pisca-alerta ligado’?”. A resposta chegou na última quinta-feira, através do estudante de Direito e ex-coordenador operacional de Trânsito em Limeira, Ronildo José da Silva, que autorizou a publicação na íntegra. De forma bem didática e baseada na atual legislação de trânsito. Que as autoridades de trânsito municipais deveriam saber e também responder. Porém, não o fizeram!

A fala do leitor
“Tentarei sanar sua dúvida quanto às vagas consideradas privilegiadas (farmácias, carro-forte, juízes e promotores entre outras). De acordo com a resolução 302 do CONTRAN, somente vagas destinadas a idosos, deficientes físicos, carga e descarga/embarque e desembarque (pisca ligado até 30min), ambulâncias, próximo a hospitais, viaturas policiais próximo às áreas de segurança(fórum, delegacia, base policial), veículos de aluguel (táxi, van escolar) e área azul, somente essas podem ser regulamentadas. E de acordo com o art.6° desta mesma resolução, são irregulares todas as vagas que não estão elencadas na lista acima. O poder executivo municipal, na pessoa da autoridade de trânsito com circunscrição sobre nossas vias, tinha até o dia 13/12/2009 para se adequar às regras da referida resolução”. Escreveu Ronildo. E pelo que deixou no ar, ele tem várias outras respostas sobre o tema. Quem sabe ele não nos responde futuramente!!!

Se você quer ler
Um livro curto, de apenas 63 páginas, mas grande no seu conteúdo. Principalmente para todos nós, jornalistas. Estou falando do “Padrões de manipulação na grande imprensa”, do grande jornalista Perseu Abramo, com apresentação de José Arbex Jr. e prefácio de Hamilton Octavio Souza e com postfácio de Aloysio Bonde. É da Editora Fundação Perseu Abramo e a primeira edição é de 2003, após a morte de seu autor. O título do livro é sua maior explicação. Boa leitura!

Eu Recomendo!
Já que o assunto é manipulação de informações.... Assisti a este filme ainda no segundo ano na universidade, como parte de uma das disciplinas do curso de jornalismo. Trata-se de um clássico de Orson Welles, que também o dirige: Cidadão Kane (Citizen Kane), lançado em 1941 nos EUA. Com 119 minutos, este drama que tem no elenco, além do próprio Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead, Ruth Warrick entre outros, trata da ascensão de um mito da imprensa americana, de garoto pobre no interior a magnata de um império dos meios de comunicação. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst, conta como ele manipulava as informações, para alcançar seus próprios interesses. Foi exibido na última quarta-feira no canal fechado TCM.

Coisa atual aqui
Vale uma reflexão interessante que um documentário - este um pouco mais recente, de 1993, exibido pelo Channel 4, uma rede pública de televisão do Reino Unido - nos mostra, inspirado também na obra de Welles. O título é sugestivo Beyond Citizen Kane (no Brasil Muito Além do Cidadão Kane) de autoria do britânico Simon Hartog, e retrata a posição da Rede Globo na sociedade brasileira, com ênfase no seu ex-presidente e fundador, Roberto Marinho, principal alvo das críticas do documentário, que chega a compará-lo ao personagem Charles Foster Kane e suas manipulações grosseiras para influenciar a opinião pública.

Justiça proibiu...
É bom lembrar também que este documentário está proibido pela justiça no Brasil, por obra da própria Globo. A Rede Record, do bispo Macedo, comprou seus direitos de transmissão exclusiva por US$ 20 mil.

Frase da Semana
“Para mim, trata-se de interesse político e também pessoal. Muitos políticos veem a saúde pública como um filé mignon”. Da conselheira da Saúde, Ivanice Silveira Santos, sobre os ataques do vereador César Cortez (PV) à Secretaria e secretário da Saúde, em sessão da Câmara. Na Gazeta, sexta-feira, 13.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Fala de mim aí!
Se a moda pega, vamos ter que aumentar o espaço em nossas colunas para falar de cada candidato. Tem político pedindo para “dar notinha” sobre ele. Os e-mails são curiosos e mostra bem a carência que muitos têm, quando o assunto é mídia. Para dar a tal “notinha”, porém, é preciso uma situação concreta e que mereça destaque ou então seja uma informação relevante. Falar simplesmente que fulano ou sicrano é candidato é fazer publicidade gratuita, correndo inclusive o risco de ser identificado como eleitor ou simpatizante do seu nome ou campanha.

Enquanto isso...
... o cidadão comum vai pagando pela ineficácia dos serviços públicos. E sofrendo com o jogo de empurra em algumas situações, que poderiam ser de simples solução. Esta vem de um leitor, que por e-mail, afirma que há dois meses está tentando resolver problemas com abelhas em sua residência, mas não consegue sequer uma resposta do que fazer. Prefeitura joga para os Bombeiros, que por sua vez joga para a Defesa Civil. O risco ninguém assume!

Mídia é a saída
Quando não encontram mais respostas nos agentes públicos, que têm obrigação de dar satisfações ao contribuinte, o cidadão vai à imprensa. Então vem aquela explicação padrão: “vamos averiguar e resolver o problema”. Constatação: poucos são de fato resolvidos.

Cobrança por...
...serviços, como retiradas ou transplantes de árvores, nos cemitérios, entre outros, até aí nada contra. Agora, cobrar por informações ou explicações vai além do nosso entendimento de pobres mortais. É preciso investigar bem tudo isso para ver se pode mesmo! Nesse sentido há uma enquete, que vence hoje à tarde, no site da Gazeta, perguntando justamente sobre isso. No final da tarde o resultado estará no Twitter @gazetadelimeira e nova enquete no ar.

Domingo legal
É o ultimo dia para os tribunais eleitorais (TREs) realizarem sorteio para a escolha da ordem de veiculação da propaganda de cada partido político ou coligação no primeiro dia do horário eleitoral gratuito, conforme a Lei nº 9.504/97, art. 50 - lei eleitoral. Horário eleitoral gratuito começa na terça, dia 17!

Português claro
Outra palavra antiga e que não significa o que muitos pensam. A palavra é alcaide. E segundo novo dicionário Houaiss da língua portuguesa alcaide é um substantivo masculino, com os seguintes sinônimos: antigo governador de castelo, província ou comarca, com jurisdição civil e militar; antigo funcionário incumbido de cumprir as determinações judiciais; oficial de justiça; atualmente, autoridade da administração espanhola com funções que correspondem às de presidente da câmara. E na categoria Regionalismos pelo Brasil: objeto velho ou sem utilidade, imprestável; encalhe, resto de mercadoria que, sem valor de venda, não desperta o interesse dos compradores; pessoa muito velha ou sem beleza; cavalo de má qualidade e ferro-velho. Quantas palavras já aprendemos? Foram capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, mentira, contradição, déspota, boquirroto, idôneo e edil.

Pergunta rápida
Supermercados, padarias, farmácias, etc, etc, continuam com o direito de demarcar vaga especial, com o tradicional tempo de “15 minutos com pisca-alerta ligado”? Se alguém puder responder....Agradeço e publicarei aqui a resposta!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Eles não aprendem nunca

Nós sempre aprendemos alguma coisa. A nossa vida é um aprendizado constante, que não se esgota em si mesmo. Dos primeiros passos à procura dos braços paternos (um tombo aqui, um tropeço ali e sempre chegamos ao nosso objetivo) até a professorinha do bê-á-bá, lá no Jardim de Infância. Da universidade às bancas de dissertações e teses e pós-doutorado. O processo é dinâmico e se desenrola à medida que se ganha conhecimento e experiência para, quem sabe, alcançarmos a sabedoria, que não é inatingível, mas está num patamar muito além da genialidade. A sabedoria nos faz necessariamente mais humanos. A genialidade, nem sempre!
Se a oportunidade é de todos, o que impressiona mesmo é que muitos não sabem aproveitar as lições dessa vida efêmera e nem sabem para que vieram neste mundo. Ou se sabem preferem insistir no “é errando que se aprende”. E repetem sempre o primeiro e mais grosseiro erro, que é para não aprender mesmo. E quer melhor prova de que a genialidade nada tem a ver com a sabedoria? O universo político como resposta! Está cheio de gênios e escasso de sábios. Porque em política a melhor lição é aquela que não se ensina. E a teoria distancia-se da prática, como o rio da montanha, na busca pelo mar.
Dois exemplos, nesta semana, trouxeram à tona essa distorção. Uma “prova dos nove” de que alguns políticos gostam de recorrer sempre ao erro anterior para justificar outro futuro. O mais assustador deles foi a verborragia do ex-presidente cassado - hoje senador da República - Fernando Collor de Mello. Irritado com um repórter da revista IstoÉ, que mostrou sua ficha nada limpa, o homem que se dizia com “aquilo roxo” se escondeu atrás da imunidade parlamentar para, da Tribuna do Senado, num ataque pessoal ao jornalista, atingir a imprensa como um todo e a própria democracia, mostrando seu destempero dos tempos da Casa da Dinda. O tempo mostrou que ele perdeu de vez a razão, desnudando ainda mais sua personalidade violenta e doentia. Falta de decoro, que precisa ser punida.
O outro mostrado no Fantástico, flagrou a irresponsabilidade de vereadores de cidades o sul do País, que a pretexto de participarem de cursos e congressos, faziam turismo familiar com o dinheiro público. E ainda pediam recibos a maior. Depois corriam das câmeras ou se embaraçavam nas explicações. Assim como Collor revive seu curto mandato presidencial, os parlamentares flagrados em praias e cassinos insultam nossa inteligência. Aprender, que é bom, passa longe de seus princípios.

Antonio Claudio Bontorim
Meu querido, ...
....meu velho, meu amigo. E acima de tudo, meu pai! Hoje, 8 de agosto, segundo domingo do mês, é consagrado comercialmente ao Dia dos Pais. Quando digo comercialmente é porque virou uma data puramente comercial, na qual as lojas tentam emplacar seus presentes - ou lembrancinhas. O importante, entretanto, é que aqueles que tenham seus pais vivos, lhes deem carinho, um forte abraço e digam um “eu te amo” bem sonoro. Eles não precisam mais que isso, apenas o amparo fraterno em sua jornada terrena. E aqueles que não desfrutam mais de sua companhia, o mantenham na memória. Sempre! ...

Quem ganhou?
Amanhã, no Programa Segunda Esportiva, na TV Jornal, comandado pela Equipe de Esportes da Gazeta de Limeira, será divulgado o vencedor da promoção via Twitter do @2esportiva. O sorteio já foi realizado e será transmitido durante o programa, que começa às 20h30 e vai até as 22h. A TV Jornal pode ser sintonizada nos canais 39 em UHF e 113 pela NET. Quem participou precisa ficar atento ao Segunda Esportiva.

Mãos abanando
Não sou comentarista de esportes, nem narrador ou repórter de campo. Mas vale um registro aqui. Despretensioso e muito, mas muito, engraçado. Depois da Jules Rimet, agora é a vez da famosa Taça das Bolinhas desaparecer. Famosa pela disputa entre Flamengo e São Paulo, a taça deveria ser entregue ao primeiro time que conquistasse o título brasileiro por cinco vezes ou então fosse tricampeão de fato. O São Paulo se tornou os dois. A CBF decidiu entregar a Taça das Bolinhas ao tricolor paulista. E agora ela sumiu da Caixa Federal, onde deveria estar guardada. Mistééééééériíiiiiiio... Curioso, vocês não acham?

Não entrego, não!
A Caixa, por sua vez, diz que a Taça das Bolinhas (não sei por que escrever com letras maiúsculas...) não está sumida. E que não vai entregá-la à CBF. Está ficando engraçado tudo isso. O troféu leva, justamente, o nome da Caixa Econômica Federal. Engraçado. Então vai para a galeria de troféus da Caixa?

9 anos na WEB
No próximo dia 11, quarta-feira, o site Cordero Virtual (www.corderovirtual.com.br) vai completar nove anos na rede mundial de computadores, a internet. Fundado por Marcos Calderaro, ele é, segundo ele, o principal portal de notícias de Cordeirópolis e conta hoje com aproximadamente 2.500 acessos diários. Seus usuários provêm de vários países, como Brasil, Portugal, Espanha, Itália, Japão, Estados Unidos, entre outros. O site foi lançado no dia 11 de agosto de 2001 e sua estrutura e perfil dos usuários pode ser conhecida, acessando o link www.corderovirtual.com.br/publicidade.

Se você quer ler
Então que seja a coletânea de contos “Histórias Extraordinárias”, do escritor americano nascido em Boston, que morreu na juventude de seus 40 anos, Edgar Allan Poe. Muitos o tratam como inglês, porém sua mãe é que era inglesa. E de seu pai nada se sabe. O livro reúne vários contos de terror, como os consagrados “O Poço e o Pêndulo”, “Os crimes da Rua Morgue”, “O Gato Preto”, “Nunca aposte sua cabeça com o diabo”, entre outros arrepiantes. Em especial “O Barril de Amontilhado”. Sua obra mais conhecida é a poesia “O Corvo”, cuja última estrofe é a mais emblemática. E o Corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda,/ No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais./ Seu olhar tem a medonha dor de um demônio que sonha,/ E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão mais e mais./ E a minh’alma dessa sombra que no chão há de mais e mais,/ Libertar-se-á... nunca mais!”. Em tradução de Fernando Pessoa.

Eu Recomendo!
Hoje vou voltar no tempo, na época do velho oeste, lembrando um ator que marcou época nesse gênero: Giuliano Gemma. Estou falando de O Dólar Furado (Un Dollaro bucato / Blood for a Silver Dollar), co-produção França/Itália, de 1965, com 99 minutos de duração e direção de Giorgio Ferroni. Além de Gemma, traz no elenco Ida Galli, Judy O’Hara, Massimo Righi entre outros. O soldado Gary O’Hara retorna da guerra para lutar por outra em casa. Sem ele saber, seu irmão se transformou num pistoleiro infame chamado “Black Jack”, que derrota os pistoleiros locais. Ele concorda em fazer uma emboscada para matar “Black Jack”. E somente aí que descobre quem realmente é o fora-da-lei. Uma moeda de um dólar no bolso da camisa lhe salva a vida após um tiro e vira sua marca.

Quem se lembra?
Quando você queria desmerecer alguém ou dar-lhe pouco valor, dizia-se que aquilo ou aquela pessoa não “valia um tostão furado”. Deve haver alguma referência com o filme que recomendei acima. Tostão era como as pessoas, lá de tempos remotos, de 60 a 70 anos atrás, chamavam as moedinhas pequenas e de baixo valor financeiro no Brasil.

Com a grana toda
Para nós, jornalistas, o período eleitoral é fértil. Em notícias, análises políticas e muita futurologia. O cidadão comum não gosta muito. O descrente, abomina. Mas é possível tirar algo positivo: muita gente no mercado de trabalho, recheando os comitês eleitorais. E mais dinheiro em circulação.

Frase da Semana
“Candidatos se preservam; Serra e Dilma não surpreendem. Marina foi... Marina e Plínio foi o mais à vontade e único vencedor”. Do jornalista Fernando Rodrigues, em seu blog (Blog do Fernando Rodrigues), após o primeiro debate presidencial, promovido pela Band, na última quinta-feira.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Transparência já
Amanhã, 6 de agosto, é mais uma data nos prazos do Calendário Eleitoral do TSE. E importante. Então vamos a ele. “Data em que os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante a campanha eleitoral, a divulgar, pela rede mundial de computadores (Internet), relatório discriminando os recursos em dinheiro ou estimáveis em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e os gastos que realizarem, em sítio criado pela Justiça Eleitoral para esse fim, exigindo-se a indicação dos nomes dos doadores e os respectivos valores doados somente na prestação de contas final de que tratam os incisos III e IV do artigo 29 da Lei nº 9.504/97 (Lei nº 9.504/97, art. 28, § 4º)”.

Está faltando ele
Ainda não vi, da varanda do meu quarto, o cartaz do candidato a deputado federal por Limeira, que em diversas eleições - inclusive as da Câmara Municipal - ilustra a parede do outro lado da rua. Pelo menos enquanto escrevia esta coluna, nem sinal do sorridente rosto. Vale lembrar que, neste momento, há muitas e belas árvores floridas a cobrir o local. Será que ele terá coragem de pedir poda para essas árvores?

Em quem votar?
A CNT divulga hoje, às 10h30, em Brasília, mais uma pesquisa eleitoral CNT/Sensus à Presidência da República. Comitês com os nervos à flor da pele!

Isso é Século XXI
É inadmissível, nos dias de hoje, uma pessoa morrer por erro de um diagnóstico de apendicite. Alguém tem de explicar de forma clara e transparente o porquê da ocorrência desta natureza dentro de um hospital em Limeira. Notícia publicada anteontem por esta Gazeta. O próprio secretário municipal da Saúde, Gerson Hansen Martins, que por sinal é médico, também ficou surpreso. Com a palavra....

É para acreditar...
....ou desconfiar? Obras no novo aeroporto de Limeira, na Limeira-Mogi. “Uma obra longa”, segundo a Secretaria de Obras, devido à extensão da área. O valor dessa obra? R$ 3,7 milhões. Esse numerário, se não me engano, já teria sido menor. Obra, também, que teria começado, parado, começado, parado, começado... bom. Agora dizem que é para valer. E que venham os Boeings...

Português claro
Sempre é bom lembrar as palavras que já defini neste espaço, mostrando a maneira correta de escrevê-las. São elas capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, mentira, contradição, déspota, boquirroto e idôneo. Muitos entenderam meu propósito. Hoje, a palavra é Edil. Na antiga Roma, edil era um funcionário ou magistrado cuja função era observar e garantir o bom estado e funcionamento de edifícios e outras obras e serviços públicos ou de interesse comum, como ruas e o tráfego, abastecimento de gêneros e de água, condições de culto e prática religiosa etc.; nas municipalidades do Império Romano, funcionário administrativo regular, de segundo escalão; também usado para definir vereador ou mesmo prefeito (o chefe do poder executivo). Está no novo dicionário Houaiss da língua portuguesa. Semana que vem tem mais!

Até o domingo!
O tópico com o qual eu encerrava a coluna das quintas-feiras - Eu recomendo! - sempre com uma sugestão de filme, será publicado a partir desta semana, na Texto&Contexto dos domingos. E tem mais novidades na coluna.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Agosto chegou! E agora?

Agosto é um mês emblemático. Minhas saudosas mãe, avó e sogra não gostavam dele, pois ventava muito. Minha sogra dizia que não deveria se registrar filhos em agosto. Coincidência ou não, mamãe aniversariava dia 24 de agosto. E meu irmão faz aniversário dia 14. Tinham, ainda, outras broncas com o mês, tido de “mau-agouro” e “de cachorro louco”. Isso mesmo, devido à campanha de vacinação contra a raiva, embora a explicação mais conhecida seja que neste mês - agosto - há uma maior concentração de cadelas no cio, deixando os cães assanhados e, com isso, aumentando a incidência de contaminação entre animais sadios e infectados. Diriam, também, minhas mãe, avó e sogra, que era o “mês mais longo do ano, pois não acabava nunca”. Mitos e costumes acumulados por nossos ancestrais.
Não sei se por esse acúmulo de histórias ou por percepção, mesmo, agosto é um mês estranho. Iguais a todos os outros, mas estranho. Provoca certo frenesi, nada que nos faça sair por aí procurando água benta, benzimentos, despachos e outras crendices populares. Logo os 31 dias passam e a gente diz “graças a Deus”.
Para alguns políticos, é o fim das férias de inverno (não sei por que as têm!) e início do segundo semestre legislativo. Vereadores, deputados estaduais e federais e senadores voltam ao batente. E neste ano com trabalho dobrado, pois terão que se dividir entre os respectivos parlamentos e a tarefa de nos convencer porque devemos elegê-los - ou reelegê-los - para que possam, assim, ter as férias de verão e continuar nos seus respectivos postos. É ano de eleição!
Até na política agosto é peculiar. No calendário eleitoral, elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE - acesse o site http://www.tse.gov.br e clique no banner Calendário Eleitoral), tem ‘último dia’ para tudo. Inclusive para as decisões dos juízos eleitorais e para o próprio eleitor. E começa a valer amanhã, dia 4, estendendo-se pelos dias 6, 9, 11 (outra data carimbada de agosto, com o Dia da Pendura, para os estudantes de Direito), 14, 15, 17, 19, 24, 25, 28 e 30. É o dia 17 de agosto, entretanto, que marca, definitivamente, o ano eleitoral e dá aquela impressão de que, dai para frente, teremos muitos candidatos, babando feito loucos, atrás do voto: começa a propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV. E todos se apresentarão com suas fichas limpíssimas. Alvas. E batendo no peito: “eu sou santo”, numa ladainha que vai até 30 de outubro. Isso só no primeiro turno. É, pensando bem, agosto não é tão ruim assim. Só tem 13 dias de propaganda eleitoral.

Anotnio Claudio Bontorim

domingo, 1 de agosto de 2010

Hoje é domingo
Dia em que mais se lê jornal, dizem os especialistas, quando analisam pesquisas de hábitos de leitura do brasileiro. Por aqui não é diferente. Estou começando neste espaço a partir de hoje. Importante transição da coluna, que antes era publicada aos sábados, na página 2 da Gazeta. Com essa apresentação, quero dar boas-vindas ao leitor, que a partir de hoje estará comigo. Agora aos domingos. A dinâmica por aqui será um pouco diferente da costumeira. Boa leitura a todos!

O carteiro trouxe
Vou começar com uma carta que recebi do leitor Paulo Gonçalves de Freitas, do Jardim São Manoel, via Correio, selada e tudo o mais. É interessante a citação, uma vez que é extremamente gratificante, para quem está acostumado com e-mails e outras comunicações rápidas, receber uma carta desse tipo. É estimulante, porque prova o verdadeiro interesse do leitor. Pois quem dá um tempo de sua vida para redigir alguns comentários, como fez o Paulo, inclusive com elogios a este colunista - aos quais agradeço - ir a uma agência dos Correios para postagem, conhece o verdadeiro sentido da liberdade de se expressar. E quer praticá-la.

Comentários!!
Com propriedade e de forma clara, o leitor mostrou sua indignação com a política, seu respeito aos professores (“desrespeitados pelo poder público”), cobrou por mais segurança, elogiando a necessidade da GM e dos Agentes de Trânsito, além de criticar a impunidade neste País. Está assim comprova a sabedoria do povo, que muitos teimam em não respeitar. E, principalmente, autenticidade. Caro Paulo, continue me enviando suas impressões. São muito importantes.

Pode escrever
E aproveitando a deixa do leitor do Jardim São Manuel, gostaria que mais leitores se manifestassem, deixando registradas suas impressões, o que para nós é muito útil, pois podem ser informações para nossos comentários e análises. Por carta, e-mail, seja qual for o meio. A nossa função, como colunistas, é justamente essa: conversar com os leitores e transformar seus anseios em informações úteis e compartilhá-las com outros leitores. Portanto, vamos participar!

A internet, é...
...a ferramenta! Cada vez mais em uso. Para comunicação e leitura. Foi o que mostrou a pesquisa de satisfação do cliente, encomendada à Limite Consultoria, pela Gazeta, entre os últimos meses de junho e julho. Os resultados foram expressivos. Vamos a eles: 59,7% dos leitores da Gazeta acessam a internet e 55,7% têm o hábito de ler jornais na web. Já visitaram o site da Gazeta 86,5% e a aprovação foi de 87,3%.

....Retuitando
O termo é novo, mas muito utilizado pelos usuários do Twitter. Dar um RT (Retweet, em inglês) significa reproduzir uma mensagem que você recebeu para os seus seguidores.

Vamos seguir?
A dica da semana é seguir o Twitter @gazetadelimeira com informações atualizadas, que a edição impressa da Gazeta traz diariamente. Até este momento são 1.368 seguidores. E deve pintar um novo sorteio em breve... Estamos conversando com a direção deste jornal para a disponibilização de um prêmio a ser sorteado, assim que atingirmos a marca dos dois mil seguidores. Então, é só ficar atento para a promoção!

Que notícia boa
A Fumagalli inaugurou, no último dia 29, a escola Formare em parceria com a Fundação Iochpe. É a segunda unidade desse tipo de empreendimento implantada na cidade - a primeira funciona na Mahle Metal Leve. O objetivo do projeto é a inserção social por meio da educação e visa desenvolver as potencialidades de jovens de baixa renda para o mercado de trabalho. Quer iniciativa melhor que esta?

Novos incentivos
Taí uma boa ideia para outras empresas interessadas no desenvolvimento social e humano dos nossos jovens. Uma verdadeira prova de cidadania, que dá a devida proporção às necessidades básicas para o desenvolvimento do País. E a Educação, com “E” maiúsculo, é a principal delas. O Senai é um exemplo antigo disto!

Você vai adotar?
Essa é a nova fase da campanha “Valorize o que é nosso. Valorize Limeira”. A semente brotou e agora já é uma plantinha crescida. E ganhou um selo para ser colocado no vidro do carro, com o slogan “Eu Adotei!. Siga esse exemplo e adote essa ideia você também!

Frase da Semana
“É uma pena, pois enquanto se discute se dar palmadas é certo ou não, há perigos mais expressivos no silêncio da rede”. Roberto Lucato, em seu artigo Limites da exposição, na coluna Ponto Um, analisando a dependência cada vez maior dos jovens pela internet. Na Gazeta. Quinta-feira, dia 29.

Antonio Claudio Bontorim