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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Para pensar
Ainda não está suficientemente claro a quem interessa o mandato do vereador Edmilson Gonçalves (PSDC), alvo de uma Comissão Processante (CP) na Câmara. Ter um suplente assumindo seu lugar - que parece ser a lógica do momento - não vai modificar a conformação numérica entre situação e oposição. Já com o vereador Aloizio Andrade (PT), não há preocupação do partido em relação à outra CP e uma possível cassação. Como o PT correu em raia própria nas eleições proporcionais, o suplente será sempre do PT. Sem prejuízos políticos. Se alguém quiser desmentir...

Pode dar certo
Longe dos embates políticos, o que se percebe é uma Câmara melhor focada e com pouco mais de qualidade que as anteriores. Resta saber se os vereadores estão dispostos ao uso dessa prerrogativa pela população. E a maioria governamental não pode transformar essa condição em subserviência. De triste memória.

Quem sabe faz...
...a hora, não espera acontecer. Vou me apoderar desse verso, da música "Pra não dizer que não falei das flores" - ou Caminhando, como gostam muitos - de Geraldo Vandré, para definir a atitude do papa Bento XVI, que discursou ontem pela última vez em seu papado, após a renúncia anunciada no último dia 11.

Avançar é preciso
Bento XVI, apesar de se dizer cansado, atirou pesado contra aqueles que, sob uma veste religiosa, não cumpriram suas ordens. Estavam preocupados com o poder e a vaidade. Conservador ao extremo - o papa que já não é mais o Sumo Pontífice da Igreja Católica - não fez muita coisa para modernizar a igreja, mas sua renúncia pode propiciar uma renovação e evitar uma debandada maior ainda de fieis. O discurso e as atitudes dessa igreja precisam mudar rápido e caminhar na direção do povo e suas aspirações. E não apenas sob dogmas seculares e ultrapassados. Estamos no Século XXI.

Já está nas ruas
Com 20 meses de antecedência, a campanha à Presidência da República de 2014 já tomou corpo e a troca de farpas entre situação (leia-se PT e coalizão) e oposição (entenda-se PSDB e agregados) ganha força. Resta saber quem terá mais anestesia para aguentar as espetadas. Os dois lados já carregam sacolas de pedras. O problema é que ambos têm tetos de vidro finíssimo. E não precisa muito esforço para quebrá-los. Já os periféricos não têm cacife para o enfrentamento.

A última de hoje
A liberdade de expressão serve justamente para dar vez e voz ao contraditório. O que eu penso pode não ser o que outros pensam e vice-versa. Não há nada mais sagrado que esse direito. Pena que nem todos entendem assim.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Está na hora de deixar a hipocrisia de lado

Tudo o que eu faço - ou não faço - é bom. É do bem. E o que os outros fazem - ou deixam de fazer - não tem valor. Se não se fala diretamente que é do mal, as entrelinhas deixam bem claro a expressão desse pensamento. Não preciso explicar que essas duas afirmações - dentro de um único contexto - se referem à política partidária e suas nuances. Hoje, de forma mais acentuada pela facilidade de acesso à informação e pelo desenvolvimento das redes sociais na internet. Estou discorrendo sobre a desconstrução de ações e até mesmo de pessoas, cujo propósito é levar dúvida à população, na tentativa de ofuscar o trabalho de agentes públicos, mesmo quando estes agem de boa fé e pelo interesse do bem comum. Um dever de ofício do administrador público. E direito do cidadão.
Busca-se determinada imagem, desfocando-a da contextualização geral da ação e, a partir daí, institucionalizar uma crítica mais aguda. Não gosto. Não acho justo quando se mistura instituição com aqueles que a representam e, apesar de um ser complemento do outro, observa-se uma tentativa de mostrar alguma vulnerabilidade ou provar inabilidade no trato com o público. Exageros, nestes casos, em vez de firmar uma imagem positiva, podem descambar  para o ridículo. São muitos os políticos que ainda gostam de se utilizar da ferramenta do marketing de imagens fortes e contundentes, que podem até dar resultado em determinado momento, mas já se mostraram antiquadas e desgastantes. E um prato cheio para advsersários e desafetos. O problema é que essas situações saem do embate no campo das ideias, para se tornar simplesmente uma briga entre siglas. Deixa-se a sensatez de lado. A razão dá lugar à paixão, que ofusca a inteligência.
A imagem que está circulando nas redes sociais desde o final da semana passada, em que o prefeito Paulo Hadich (PSB) aparece de arma em punho, em ação conjunta entre a Prefeitura e as polícias Civl e Militar, no Odécio Degan, na última sexta-feira, 22 (mais que necessária e tardia, diga-se, pois deveria ter sido tomada já na administração passada) é um exemplo típico desse marketing de imagens, que, convenhamos, parece ter comprometido politicamente toda aquela operação, ao gerar uma ação esganiçada entre oposicionistas, que entenderam pôr no centro das atenções apenas aquela imagem e não o propósito pacificador daquele procedimento. Não sei se foi uma imagem vazada clandestinamente ou publicada deliberadamente, mas poderia ter sido evitada. Inclusive por quem fez o flagrante. De fato não pegou bem, mas também não deve ser considerado o objeto principal daquele momento. E Hadich tem que entender que agora ele não está mais delegado, mas é o prefeito de Limeira. E deve preservar sua imagem como tal. Para não dar munição a seus adversários, que estão se aproveitando - e dentro do direito que lhes cabe - para emplacar um julgamento político, neste momento desnecessário. Como é desnecessária também toda a hipocrisia "do bem".

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Prestação de serviços e estímulo à economia

Não estava errado o prefeito cassado, Silvio Félix da Silva (PDT), quando apresentou e ofereceu espaço no Pátio Limeira Shopping - à época apenas Shopping Pátio - a diretores do Poupatempo, serviço desburocratizado do Governo de SP para emissão rápida de documentos, que vieram para vistoriar um local para a instalação de uma unidade local. Não sei se ele pensava na atração de visitantes e, consequentemente, no aquecimento da economia local e do consumo, ou qualquer outra possibilidade, que acabou não acontecendo porque, mais uma vez, o governo tucano paulista negou tal pedido, embora não tenha negado para Rio Claro e mais recentemente Americana. Complementando meu raciocínio iniciado na coluna da última quinta-feira, além de ser um serviço de altíssimo nível (inegável), é uma fonte de captação de recursos ao município. Pude comprovar isso, com minha ida ao Poupatempo de Rio Claro refazer alguns documentos, meus e de minha mulher. A circulação de pessoas por aquela unidade é impressionante. E grande parte - a maioria talvez - de cidades da região. Inclusive Limeira.

Balanço positivo
Essa grande - e põe grande nisso - circulação de pessoas nos Poupatempos fomenta o consumo nos municípios, onde estão instalados. Seja em unidades de shopping centers ou mesmo em imóveis próprios. Como em Rio Claro está em shopping, muito dinheiro de visitantes é deixado por lá. Quer seja na área de alimetação, a meu ver a mais beneficiada, como também em outros comércios.

Fato comprovado

Isso é perceptível pelo movimento dentro na unidade e também no estacionamento do centro de vendas, observando-se as placas dos veículos que lá estão. Une-se, assim, o útil ao agradável. Facilita a própria população local e de cidades vizinhas, algém de ser fonte de divisas, pois a movimentação diária nesses postos de atendimento é intensa. E um dia pelo outro, torna-se uma grande fatia do bolo.

Fora de shopping
Em Piracicaba, por exemplo, o Poupatempo fica na praça central da cidade e a circulação de pessoas é maior ainda. O comércio central, bares e restaurantes também agradecem.

Há algo errado

Se há geração de recursos e circulação de dinheiro, o próprio governo do Estado também tem seu ganho com a arrecadação de impostos. Por isso, fica a crítica e um questionamento pela não existência de uma unidade do Poupatempo estadual também em Limeira: o que não há por aqui, que está sobrando em outros municípios? E que não me venham falar em questões ideológicas e de afinidades de governo, porque essa perrengagem é de muitos anos. Mesmo porque, se assim fosse, seria uma estupidez muito grande, porque o desenvolvimento de cada cidade representa também o crescimento do Estado, como unidade da Federação.

Desinteresse total
Isso dá a entender que deve haver algo muito maior - um ruído, uma sombra e etc - entre a necessidade local e o interesse do governo estadual em mandar uma unidade desse serviço para cá. Talvez esteja faltando aquele importante elo, que é a representatividade política. Algo ou alguém que dê visibilidade ao município pelo lado positivo. Limeira não pode, entretanto, desistir de lutar por seus interesses, que são os de todos. Principalmente da população, que teria sua vida facilitada em muitas questões burocráticas. Se o governo do Estado é refratário a Limeira, está na hora de Limeira ser refratária ao governo do Estado.

Um dever de ofício

Transparência, no poder público, não é qualidade. É dever. É prioridade. E levar essa transparência - até hoje ainda não existente - ao extremo é fundamental para um bom desempenho político e administrativo. A iniciativa dos três poderes locais, em promover um seminário sobre o tema, como o da última quarta-feira é louvável. Mais que isso, coloca Limeira na rota da moralidade, que ainda tem um longo percurso a percorrer, até seu ponto final.

Eles estavam lá?
Acompanhei, pelas redes sociais, críticas e críticos da iniciativa do seminário da transparência. Espera-se que tenham participado - e contribuído - com o evento.

Para não esquecer
Hoje, 24 de fevereiro, é uma data marcante para Limeira. Completa-se um ano da cassação do prefeito Silvio Félix da Silva (PDT), numa das maiores viradas políticas da história recente do município. Talvez o início da caminhada para a transparência, da qual estamos falando agora. Um momento único que  não precisa de muita análise, simplesmente pelo fato de ter acontecido e da forma como aconteceu. E o mais importante: da força que a população tem, quando há interesse em aplicá-la.

Pergunta rápida
Por onde anda e como está Silvio Félix da Silva?

Nota curtíssima
É preciso acreditar, sempre, nos 100% de transparência do setor público.

Falta de educação
Esta não é uma coluna de esportes. Porém, mais que análise esportiva é preciso entender a situação de confronto - ou violência - de torcidas de futebol pelo viés educacional. Quando há morte, como o caso do garoto boliviando atingido por um foguete corintiano, a situação gera comoção e debates muitas vezes longe do racional. Nesse caso, a Conmebol foi racional e tomou a decisão correta. Mesmo que a punição chegue também aos bons torcedores. Ou começa a punir sem dar chances de recorrência ou as tragédias continuarão. Não se pode banalizar o esporte a esse ponto.

A frase da semana
"Oposição pode juntar quem quiser que não derrotará Dilma em 2014". Do ex-presidente Lula, em discurso na comemoração dos dez anos do PT no governo federal. Quarta-feira, 20, no UOL Notícias - Política.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

E que falta faz
Ontem pela manhã estive no Poupatempo de Rio Claro, para confecção de 2ª via da carteira de identidade. Cheguei por volta de 10h e 13h30 estava tudo resolvido. Isso a pouco mais de 12 km de Limeira, sentido interior. E outros 17 km, no sentido capital, Americana também tem um recém-instalado. Limeira, que já pleiteia esse serviço do governo do Estado, há anos rasteja para consegui-lo. E nada. Somos obrigados a um deslocamento, que leva tempo e dinheiro. Então pergunto: por que o governador tucano Geraldo Alckmin desdenha tanto de um município que sempre lhe rendeu excelentes votações? Jeito tucano de governar.

Sempre foi assim
Mesmo quando Limeira era governada pelo tucanato, a situação era a mesma coisa. Limeira está esquecida pelo Estado. E quando não, não aceita discutir alguns temas, como o novo presídio, para mudar seu regime de funcionamento. Mesmo com várias autoridades - até juízes - indo em busca de diálogo.

Quem duvidou...
O vereador Edmilson Gonçalves  (PSDC) foi recundizo à Câmara pela Justiça. Era questão certa, assim que ele ingressasse com pedido de liminar. Agora vamos ver o comportamento dessa mesma Câmara com essa reviravolta.

Medindo palavras
Daqui para frente, os vereadores terão que medir cada palavra. Um "a" escorregado pode levar a um pedido de Comissão Processante. E sempre vai haver um vereador, por um motivo ou outro, pronto a chancelar o pedido, conforme suas simpatias ou antipatias. Trocar alhos com bugalhos pode ser um motivo forte para uma CP. Comentei, em minha coluna de domingo, que aventureiros iriam começar a aparecer. Agora cumpre a cada vereador, que tenha discernimento e bom senso, não entrar na lábia de quem não tem nada a perder. E não cair no ridículo perante a população e seu eleitorado.

Nunca vai acabar
Para quem pensou que a política rasteira havia acabado em Limeira, alguns dignos representantes do povo estão mostrando justamente o contrário. Depois, a imprensa é a culpada.

A última de hoje
Já estão definidos os procuradores mineiros, que vão apreciar as denúncias de Marcos Valério contra Lula, feitas em delação premiada. E pasmem, um deles - Adailton Nascimento - foi acusado de engavetar uma investigação para proteger um deputado tucano. O outro - José Adérico Leite Sampaio - recebeu a medalha da Inconfidência, do governador Antonio Anastasia, também do PSDB. Em qual número apostar? No vermelho, 13, ou no azul-amarelo, 45? Vamos às fichas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Mais longe, impossível. A mídia (quase) esquecida

Apesar da competência dos profissionais, jornalistas na sua maioria, que hoje atuam na Secretaria de Comunicações da  Prefeitura de Limeira, percebo um governo distante da mídia. Há, nas relações entre jornalistas da imprensa diária e dos altos escalões da administração de Paulo Hadich (PSB), uma frieza incompatível com a política. E por mais empenho dos poucos secretários, que têm aparecido por iniciativa de suas próprias pastas, não é o suficiente para que a população conheça quem são os homens e mulheres de confiança, que cercam o novo prefeito. 
A maior exposição, até aqui, se deu por conta do secretário da Administração, Tércio Garcia, o ex-prefeito de São Vicente, que veio nomeado pela cota do partido, comandado nacionalmente pelo governador do Pernambuco, Eduardo Campos. Uma exposição negativa e recheada de denúncias - algumas políticas, com boa carga de revanchismo entre grupos políticos adversãrios - contra seus dois mandatos, exercidos no mais velho município do Brasil, no litoral sul paulista. E por conta de ações já em andamento na Justiça, como a que a Gazeta publicou no sábado e respondida pelo próprio Tércio, na edição de domingo. O secretário da Saúde, Raul Nilsen, só concedeu a primeira entrevista à Gazeta, após a jornalista Renata Reis cobrar, em sua coluna Percepções, por mais atenção.
E apesar do pouco tempo, até aqui, do mandato de Hadich, a impressão que fica é de não haver empatia dos próprios secretários com a população, da qual são representantes indiretos, pela via de seu representante direto, ou seja do prefeito. Os poucos que apareceram, como escrevi lá no começo, o fizeram por dever de ofício, como, Nivaldo Menezes, da Cultura, pela retomada do carnaval popular limeirense, do secretário da Educação, José Claudinei Lombardi, que abriu o ano letivo em reunião com profissionais da Educação no Nosso Clube, e mais um ou dois, em aparições relâmpagos. Um bom time é onde  ha coesão, sem que um ou outro jogador se sobressaia sobre os demais, mas é preciso torná-los conhecidos e participativos. E isso não está acontecendo. Não dá para brincar de esconde-esconde com função pública. Não é possível que não tenham nada a informar de forma direta. E não há, também, por que temer a mídia e nem transformá-la em cúmplice do terror e das maquinações políticas dos adversários. Exemplos não faltam. Nós jornalistas estamos sempre à disposição para ouvir, relatar e analisar. 
Só que temos certa ansiedade por informações. Impossível que não haja nada de positivo a divulgar, que não seja por obrigação e necessidade. O trivial vira notícia diária. Ninguém precisa por o guizo no pescoço do gato, para saber quando ele está se aproximando. Por sorte, a atual administração conta com um corpo de jornalistas, que estão sempre atentos às demandas dos meios de comunicação, suprindo essa falta de contado direto dos titulares das pastas. Se o silêncio é espontâneo e indica tempo gasto com trabalho, ótimo. Se há excessiva centralização de poder, para evitar esse contato, fica tudo como antes. Infelizmente.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Este é o momento de se alinhar ao Século XXI

A renúncia do papa Bento XVI, o alemão nascido Joseph Alois Ratzinger, anunciada por ele próprio no início da semana passada, ainda vai provocar muitas e apaixonadas discussões sobre o poder da Igreja Católica e sua insistente resistência a um alinhamento aos temas debatidos neste Século XXI. Seus dogmas seculares já não comportam mais a manutenção de seu próprio status. A evolução sociocultural e econômica das nações e suas populações ficou em desalinho com os preceitos religiosos pregados pelo Vaticano, que não se abre aos debates atuais. E o principal deles envolve os próprios religiosos, que é o fim do celibato. Bem como as polêmicas envolvendo o homossexualismo, aborto, pesquisas com células tronco e meios de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Em especial a aids. Falar em contraceptivos é assunto proibido. Como se o mais popular deles, a camisinha, não fosse largamente utilizada. Um discurso ultraconservador, que está fazendo poeira do grande poder conquistado ao longo desses mais de dois mil anos de existência. Um computador travado no passado.

Temas cotidianos
Essa é apenas uma face, talvez a mais conhecida, da Igreja Católica Apostólica Romana, quando se fala sobre os debates da atualidade. Existe ainda uma Igreja muito mais complexa (essa sim, atual) e política, que luta esganiçadamente para manter seu poder de sedução junto aos seus fiéis, uma contradição, no momento que ela se recusa a se reestruturar para não perder ainda mais seu espaço.

A perda de espaço
Essa involução de pensamento está empurrando muita gente para o colo de outras crenças, sejam elas mercantilistas ou não, que agradecem e emplacam  uma retórica neurolinguística. Do querer é poder. Principalmente se contar com a consultoria de seus pastores. Mesmo que seja um discurso subliminar, em que se pregam até poderes sobrenaturais de cura e melhoras financeiras, é algo palpável.

Revisar os dogmas
Oferecer esse tipo de "serviço" não passa de engodo. De atração barata para atrair mais fiéis e, consequentemente, aumentar a arrecadação financeira da igreja. O catolicismo não precisa competir com o evangelismo nessa proporção. Basta que mude seu discurso. E atento aos movimentos sociais e culturais nesse início de terceiro milênio, justamene da Era Cristã, partir para o confronto de propostas e ideais. Assimilar o Século XXI como ele é e prever como vai ficar, para então mostrar os caminhos a serem percorridos, sem preconceitos e sem relegar a ciência. As coisas de Deus, hoje, estão profundamente ligadas aos movimentos científicos. Promover a conscientização é uma obrigação, que deve ser levada ao extremo. Não importa que para isso seja necessária uma revisão completa desses dogmas.

Por livre pressão
Nesses seus últimos discursos, após o anúncio da renúncia, Bento XVI já fala em renovação total da Igreja. Uma renovação que ele não conseguiu estimular e, por isso, caiu. Sim, porque sua decisão não foi nada espontânea. Há segredos impublicáveis que circulam pelos corredores do Vaticano. Que assim seja, amém.

Precedente "útil"
A decisão da Câmara de Limeira, em abrir uma Comissão Processante e afastar o vereador Edmilson Gonçalves por até 90 dias, independentemente de sua conduta e ações judiciais que pesam contra ele, pode ter sido um tiro no pé (no politicamente correto) da mesa diretora. Mesmo que impelida por decisão judicial para votar (pelo sim ou pelo não) o pedido protocolado, o presidente da Casa, Ronei Martins (PT) abriu precedentes para aventureiros e embusteiros. Que querem ganhar notoriedade e seus 15 minutos de fama. A participação popular é fundamental numa democracia, porém, não pode ser confundida com mero interesse político.

100% Ficha Limpa
Essa análise que fiz acima vai irritar muita gente. Principalmente os que não aceitam a multiplicidade de opiniões, a não ser que sejam compatíveis com as deles próprios. A Lei da Ficha Limpa é um ótimo dispositivo para que se evitem tais desgastes, como o da última quarta-feira. Só que precisa ser mais abrangente e impedir no nascedouro, que candidatos acionados pela Justiça sejam liberados a participar das eleições e garantir a legenda apenas àqueles com ficha 100% limpa. Muitos tomam essa decisão, pensando na impunidade que o cargo lhe garante. Não dá mais para brincar de meio-termo com coisa séria. Ninguém pode ter ficha meio limpa. Tem sujeira que nem soda cáustica consegue limpar.

Dois temas fortes
Peço desculpas ao leitor, mas era preciso dar destaque especial aos dois temas, que marcaram a semana do carnaval, no mundo e em Limeira. A renúncia do papa e a CP aberta com o consequente afastamento do vereador Edmilson Gonçalves (PSDB), de seu cargo. Ainda vão render muitas e muitas linhas

Pergunta rápida
Qual será o próximo pedido de Comissão Processante a ser protocolado na Câmara de Limeira?

Nota curtíssima
Hipocrisia pouca é bobagem. Um olhar no espelho, em alguns casos, ajuda muito.

Então é assim...
Eu critico, tu criticas, ele critica; nós criticamos, vós criticais e eles criticam. Enquanto essas críticas não atingem justamente os críticos. Depois fica assim, eu reclamo, tu esperneia e ele retruca; nós xingamos, vós esbravejais e eles tiram as calças e pisam em cima.

A frase da semana
"Eu tomei esta decisão de forma livre e para o bem da Igreja". Do papa Bento XVI ao explicar o motivo de sua renúncia. Quarta-feira, 13 de fevereiro, em aparição pública. No Estadão.com.br-Internacional.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sem choro nem...
...vela. A Câmara abriu Comissão Processante, que vai analisar a cassação do vereador Edmilson Gonçalves (PSDC). Foram 19 votos - não votaram o próprio Edmilson e o presidente da Casa, Ronei Martins (PT). Também por unanimidade, Edmilson foi afastado de suas funções por 90 dias. Quem assume é o suplente imediato Luizinho da Casa Kühl, do PSDB.

Real ou moral?
A renúncia da papa Bento XVI, anunciada por ele mesmo na última segunda-feira, sob alegação de recomendação médica e idade avançada, tem cheiro de saída estratégica. Seu Pontificado começou a perder força com o escândalo noticiado em maio do ano passado, envolvendo seu mordomo, Paolo Gabriele, por vazamento de documentos oficiais do Vaticano e correspondências pessoais do próprio papa.

Teoria e prática
Incomodado, Bento XVI se viu atingido por essa questão de Estado. Teorias conspiratórias espalhadas por seus assessores mais diretos dentro do Vaticano, davam a entender que tudo estava sendo feito como forma de estremecer a força da Igreja Católica Apostólica Romana, já estremecida pelo crescimento das seitas evangélicas e do próprio islamismo.

Reestruturação
Isso pode provocar uma renovação da própria Igreja, cada vez mais desgatada por fugir de polêmicas e não assumir uma postura mais realista, dentro do desenvolvimento social e cultural da humanidade deste século XXI. O Vaticano precisa rever suas relações. Inclusive com os próprios católicos.

Farelo de asfalto
Obras que se desmancham com o período de chuvas nos dão a verdadeira noção do que seja gastar mal o dinheiro público. Paga-se por um serviço que é executado, visando apenas mais dinheiro nos cofres da empreiteiras. A impressão - ou seria uma realidade? - é de que a Prefeitura contrata a obra e deixa de fiscalizar sua execução. E o dinheiro sai do bolso de cada contribuinte. De cada cidadão que paga em dia seus impostos. 

A última de hoje
Nem mesmo a "tolerância zero" imposta pela Lei Seca aos motoristas que teiman em dirigir embriagados, parece resolver essa doença crônica que se chama irresponsabilidade. Mesmo antes do fim oficial dos festejos carnavalescos, os números da Polícia Rodoviária já apontavam aumento nos casos em relação ao carnaval de 2012.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval, ano cheio e futebol

Hoje é terça-feira de carnaval. A terça-feira gorda dos católicos, que seguem os preceitos do jejum quaresmal e têm neste dia - o último da folia e véspera da quarta-feira de cinzas - a despedida das delícias da carne, segundo algumas teorias. Carne no sentido do alimento de origem aminal, uma vez que passarão os próximos quarenta dias em abstinência da própria. E de seus derivados. Como preparação à Páscoa e seu significado de religiosidade maior para a igreja católica. É também um feriado que não existe oficialmente, nunca foi decretado, mas está lá no calendário, marcado em vermelho, e todos o seguem à risca. E como seguem. Pois muitos consideram, ainda, que é só depois do reinado de Momo que o ano começa de fato. Embora, de direito, tenha começado lá no dia primeiro de janeiro.
Um sentido figurado - o de começar o ano de fato - mas que tem seu significado arraigado na cultura popular e no inconsciente (???) de todos. E por isso é assim que funciona. A economia anda devagar, ninguém ousa investir em nada e a sensação é de férias prolongadas. Mesmo trabalhando e cumprindo horários e expedientes normais. Ninguém tem pressa, esperando apenas pelo empurrão do último bloco a entrar na passarela, anunciando que, enfim, a realidade chegou.  
Como ainda é dia 12 de fevereiro e o segundo mês do ano nem chegou à sua metade, há uma expectativa positiva de um ano produtivo maior, com pouquísimos feriados a se prolongar (apenas a Sexta-Feira Santa, que encerra a Quaresma e o 15 de novembro) e, portanto, 2013 de vida útil prolongada.
É verdade que o País enfrentará, lá pelo meio do ano - entre 15 de 30 de junho - um período de torpor com a Copa das Conferações, evento esportivo que precede em um ano a Copa do Mundo de futebol, que também será no Brasil, porém, fica difícil mensurar se haverá interrupção no ciclo produtivo, uma vez que outros setores, os relacionados ao turismo, devem receber aporte suplementar de divisas. Do próprio torcedor brasileiro - para quem pode se dar o luxo de desembolsar o preço do ingresso - e também do estrangeiro. Nada que mude radicamente a rotina.
Começar o "ano de fato" mais cedo é sempre um bom negócio. Imaginar que a economia possa receber grana extra em junho renova as expectativas. E se não houver déficit, ninguém sai perdendo. Teoricamente. Como esses números são voláteis e estão à mercê do próprio mercado, não há lógica em prever sucesso ou fiasco do investimento feito. Se até agora os números da economia trazem pessimismo, diariamente transformado em embate político, talvez um 2013 mais cheio transforme essas previsões. Até a "virada" política nos municípios brasileiros pode contar a favor. Vai depender do desempenho dos novos prefeitos, que assumiram o compromisso do choque de gestão. E tem que ser um choque em alta voltagem, para dar uma boa sacudida nos ânimos. Afinal, agora o ano vai começar. Está escrito.

Conhecimento prévio ou herança indesejada

Pouco mais de um mês de governo não é suficiente para análise mais detalhada, sobre ações ou reações da administração pública e dos eleitores e da população como um todo, respectivamente. Ou que não caia na tentação de se cometer uma injusta qualquer. Porém, que a situação da administração pública municipal não está nada confortável, é visível. E era previsível também. Se Paulo Hadich (PSB) tinha conhecimento prévio dos buracos administrativos, ele assumiu um risco e terá que se mostrar competente para conseguir tapá-los. E não são só buracos no asfalto, não. Se ele desconhecia, ou não lhe foi passado, durante a transição, os percalços que seria obrigado a enfrentar, então, ele está frente a frente com uma herança indesejada. O quadro que o então prefeito Silvio Félix da Silva (PDT), cassado pela Câmara em fevereiro do ano passado, pintava era irreal. Toda aquela bonança, assim que ele deixasse o cargo, se transformaria em tempestade. A tormenta não atingiu o vice, Orlando Zovico (sem partido), quando assumiu o cargo. Caiu no colo de Hadich. E habilidade e eficiência devem ser as prioridades a partir de agora.

Mágicas e poções
Silvio Félix era um exímio marqueteiro de si mesmo. E o município, por conta da total falta de transparência de sua gestão, parecia viver um conto de fadas, embora fosse possível perceber algumas bruxas, que reinavam em seus caldeirões de poções mágicas. Era apenas isso. Uma mistura de ingredientes ineficazes, que se transformavam em elixir do desenvolvimento. No imaginário do ex-prefeito.

Espelho quebrado
Na terra do faz de conta, também existe a realidade. E quando esta segunda se sobrepõe à primeira, o resultado é avassalador. Como está sendo para Hadich ao se deparar, diariamente, com as notícias que envolvem os problemas do município. A imprensa cumpre o seu papel, ao mostrar as deficiências e carências que Limeira enfrenta hoje nos mais diversos setores da administração municipal.

Coragem e ação
Os problemas visíveis lá pelos lados do Edifício Prada, entretanto, não é desculpa para choramingar pelos cantos. Hadich terá que administrar muito melhor e sem amarras políticas, se quiser sair dessa encruzilhada de quase oito anos de "terra encantada". É, entretanto, nas dificuldades que se forjam os verdadeiros políticos. Administrar com recursos financeiros disponíveis e com muito marketing pessoal é fácil. Tirar o município desse torpor é que mostrará se ele é um bom administrador, de homens, conflitos e demais obstáculos a serem removidos. Afinal, em 2013 Limeira está caindo na real, depois desse mundo inexistente que foi mostrado até aqui. Mais que ações práticas e técnicas, ele vai precisar de muita coragem. Tem que acertar e não pode ter medo de errar.

Expectativa total
Tudo isso posto, não exime a nova administração de suas responsabilidades. Sobre o que foi deixado no pacote herdado e sobre o que se tem pela frente também. Se o quadro pintado não é nada bonito, espera-se no mínimo uma restauração digna. Os limeirenses, tanto os que votaram em Hadich como os que votaram em outros candidatos, estão na expectativa. O tempo é veloz e ninguém vai aceitar qualquer tipo de vacilo.

Hora de mudança
O dinheiro público gasto pelas prefeituras brasileiras com o carnaval, provoca uma série de questionamentos e reflexões. Se os quatro dias de festas são um atrativo ao desenvolvimento dos municípios, está na hora de a iniciativa privada começar a bancar os festejos, pois é ela - agências de turismo, rede hoteleira, restaurantes, transportes, entre outros segmentos - quem sai no lucro. É preciso seguir o exemplo de Salvador-BA, que conta com cotas publicitárias. Às prefeituras deveria caber apenas a infraestrutura urbana para receber bem os foliões.

Tudo dentro da lei
Por falar em festejos de Momo, este será o ano do carnaval dos alvarás e AVCBs. Todo mundo correndo atrás, para não sofrer as consequências depois. Uma preocupação que deveria ser permanente e não apenas por conta de tragédias, como a que ocorreu em Santa Maria-RS. Com certeza muitos clubes, casas noturnas e sambódromos funcionaram até hoje sem as mínimas condições de segurança, liberados pelo famoso "jeitinho", sem as devidas vistorias.

Pergunta rápida
E as obras na Limeira-Cordeirópolis vão finalmente sair do papel?

É frágil demais
A democracia brasileira tem suas fragilidades. Que se tornam mais visíveis ainda, quando determinado poder avança sobre a soberania de outro. Os princípios repúblicanos acabam esquecidos...

Nota curtíssima
Senhores parlamentares, o Código Penal brasileiro precisa de uma reforma para ontem.

Não solucionado
Seis meses e nenhum desfecho. E a morte de Marcos Francisco Camargo continua um mistério. Como a do empresário Odair Zambom também. Então tá...

A frase da semana
"Infelizmente, me lembro de tudo". Da estudante Ingrid Preigschadt Goldani, que se salvou do incêndio da boate Kiss. Quinta-feira, 7, No UOL Notícias-Cotidiano.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Coerência é tudo
Muito interessantes e produtivos os esclarecimentos do secretário do Meio Ambiente, Alquermes Valvasori, sobre remoção de árvores, na Tribuna Livre da Câmara Municipal, na última segunda-feira, 4. Ele falou como uma autoridade no assunto deve falar. Expôs riscos e perigos de uma remoção desordenada, muitas vezes solicitada por vereadores, que querem ficar bem com o eleitor, mas se esquecem do coletivo. Da comunidade, como um todo, e não como um mero voto.

Alerta necessário
Limeira vem sofrendo, desde o final das décadas de 1970 e 1980, período em que chegou a listar entre as quatro cidades mais arborizadas do Brasil, com a falta de reposição de espécimes (das que envelhecem e morrem, por novas mudas) e o desleixo do poder público. E desde que foi criada a Secretaria do Meio Ambiente, é o primeiro secretário que fala dos riscos e expõe uma situação preocupante. Seus antecessores foram de belos discursos, muita conversa e promessa. Nenhum trabalho.

Um bom começo
Se Alquermes Valvasori puser em prática seu conhecimento e vontade política de trabalhar pelo meio ambiente, terá as maiores chances de devolver a Limeira o verde extirpado, muitas vezes por capricho de moradores e comerciantes. É preciso enfrentar o problema, sem medo de pressões.

Acertos e erros
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu zerar o número de presos em delegacias e distritos policiais. Medida louvável, e mais que necessária. Aliás, é um sério problema do sistema prisional brasileiro, que se tornou um grande depósito de gente. Só isso, e nada mais.

É preciso refletir
Do ponto de vista prático, hoje é muito mais barato construir novos presídios do que garantir educação de qualidade nas escolas públicas. A educação ainda é o melhor maneira de prevenir os males que afligem hoje a juventude. Tem que ter atrativos pedagógicos, para fazer com que a criança, o jovem e o adolescente se interessem pela sala de aula e atividades extracurriculares. No Estado de SP, as escolas públicas também se tornaram um depósito de gente. Passou-se a responsabilidade desse Estado à iniciativa privada. Infelizmente.

A última de hoje
A busca pelo alvará para o carnaval limeirense se transformou em correria, conforme publicou esta Gazeta na terça-feira. Responsabilidade tardia, diga-se. Se não tivesse acontecido a tragédia na boate Kiss, ninguém se preocuparia com alvará, vistorias e tudo mais. Mais uma vez, seria à base do "jeitinho"....

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sem conspiração. Nem caça às bruxas

Não gosto e nunca gostei de teorias conspiratórias, nas quais possíveis vítimas tentam encombrir erros, imputando perseguição e ardis de segundos, terceiros e assim por diante. Muito utilizadas por políticos e agentes públicos (para acobertar falcatruas e desmandos), seus maiores beneficiários. Sou visceralmente contra a caça às bruxas, cujo objetivo é limpar obstáculos - muitas vezes indesejáveis mesmo - mediante perseguição. É uma figura de linguagem, que nos remete à Santa (nem tanto) Inquisição, quando discordar dos dogmas da Igreja era bruxaria e invariavelmente punida com a fogueira, que inquisidores e fanáticos chamavam de purificação da alma. Sentença cruel, para aliviar os próprios pecados dos religiosos e juízes, que precisavam manter privilégios e o domínio das massas, que lhes garantiam o poder.
Não é regra, mas invariavelmente uma precede a outra. Portanto, são quase irmãs gêmeas, pelas ligações que possuem. Enfim, capítulos tristes de uma conjuntura, que favorece a corrupção e a prevaricação sem limites. Causas de serviços públicos mal prestados e enriquecimento ilícito de seus executores.
Dois momentos distintos, mas com potencial poder destruidor, nos fazem refletir sobre essa questão. E ambos bem recentes em nossa memória. O horror que tomou conta da cidade de Santa Maria-RS, com o incêndio na boate Kiss; e o aumento do número de detidos, em decorrência de uma Lei Seca mais rígida, contra essa terrível irresponsabilidade de associar bebida alcoólica e direção. O incêndio na casa noturna já matou 237. E embriagados ao volante fazem vítimas todos os dias. Inclusive eles próprios. E mesmo assim continuam a "se armar", na busca pelo próximo alvo.
No caso gaúcho, já começam a surgir vozes a entoar o discurso dos "panos quentes", cuja alegação principal é a falta de opções de diversão e lazer, e que a onda de lacração de casas noturnas restringirá ainda mais o acesso a elas. Só que diversão e lazer não podem ser sinônimos de catástrofes. E o poder público tem a obrigação de fiscalizar, exigir e em não sendo contempladas essas exigências, fechar o espaço de aglomeração pública. Não é conspiração e nem caça às bruxas. Trata-se simplesmente da obediência às regras, que possam garantir qualidade nesses serviçõs. E tranquilidade às famílias. É preciso fiscalizar, sim, conforme manda a ocasião e punir com o rigor da lei todos os implicados nessas ocorrências, que marcam definitivamente um ciclo da vida de muita gente.
Quanto à Lei Seca mais rigorosa e de tolerância zero, é preciso que ação do policial que fiscaliza e prende os infratores seja ratificada nas instâncias superiores, reduzindo cada vez mais as brechas legais de infindáveis recursos que bons e hábeis advogados conseguem para liberar seus clientes, que às vezes ainda deixam a cadeia cambaleantes. Uma ação conjunta entre legisladores, juízes e Poderes Executivos. Ninguém propõe cercear a defesa e o direito ao contraditório. Também não é conspirar contra a happy hour nossa de cada dia. Nesse caso, algumas bruxas precisam perder definitivamente suas vassouras. Para evitar que façam mais estrepolias.  

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Contar a história para embasar uma crítica

A manchete desta Gazeta de Limeira da última quinta-feira (Prefeitura está sem brigada de incêndio) nos dá a exata dimensão de como anda a situação de prédios públicos - além de casas de espetáculos, shoppings, estádios entre outros locais fechados de aglomeração de pessoas. Ora, se um prédio público, o centro do Poder Executivo limeirense, como o Paço Municipal Valdemar Mattos Silveira - o antigo Edifício Prada - está nessa situação, como exigir de outros que também cumpram a legislação no tocante a incêndios? O bom exemplo não tem endereço nem tamanho, mas nos permite a uma sequência de questionamentos e reflexões, que vão muito além da nossa percepção. No caso do Edifício Prada, durante a edição do jornal, ao ler a manchete, veio-me à memória um pouco da história do próprio Corpo de Bombeiros local, originado justamente dentro da Cia. Prada Indústria e Comércio, a partir da criação da primeira Brigada de Incêndio, em 1952, dentro da fábrica, por sugestão do mecânico de manutenção Santo Fabri Neto ao gerente Eduardo Peixoto. Hoje não há brigada por lá.

De tudo um pouco
A história, entrentanto, nos reaviva a memória. E após esse insight, resolvi buscar mais informações, para fundamentar melhor ainda a crítica. Apesar de ser interna, a Brigada da Prada atendeu ocorrências externas. A primeira, em 1954, no dia 7 de gosto, na Usina São Jerônimo. Em 1963, um incêndio de grandes proporções, no Posto da Comercial Batiston exigiu, novamente, a presença da Brigada da Prada.

Corporação à vista
No incêndio do posto da Batiston, o Corpo de Bombeiros de Piracicaba foi solicitado e daá à criação de uma corporação local foi um passo e boa vontade do Conselho das Entidades de Classe criado em 1964, composto por cidadãos, comércio e indústria e prefeitura municipal, que acabou adiquirindo um caminhão Ford 1963, com tanque de 5 mil litros e outros acessórios necessários ao combate ao fogo.

E como ele é hoje
Com a construção da atual sede, na Vila São Roque, o Corpo de Bombeiros passou a ser administrado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, ganhando o status que tem hoje. Antes, fora dirigido pelo sargento reformado da extina Força Pública, João Barbosa e, após ua morte, pelo próprio Santo Fabri Neto autor da idéia da brigada da Cia. Prada e, posteriormente por Rubens Aliberti, que comandava também a Guarda Municipal. Foi preciso reavivar um pouco dessa memória, para perceber a grande contradição e o descaso do Poder Público, que vem de longe, ao não servir de exemplo ao próprio município.

Irresponsabilidade
E não é só pela questão de estar no Edifício Prada, a origem de tudo, mas por não fomentar a cultura da prevenção, praticamente abandonada na administração passada - oito anos funcionando sem alvará dos Bombeiros, como apurou esta Gazeta, é muita coisa -  useira em emitir alvarás provisórios sem fiscalizar, com episódios recentes e quase catástróficos amplamente divulgados pela mídia. Fiscalização, que é uma palavra-chave no processo preventivo às grandes catástrofes, é sem dúvida a maior deficiência do Poder Público. Seja da Prefeitura, dos setores sanitários e até mesmo do Corpo de Bombeiros, que muitas vezes se omitem no exercício da função ou preferem o chamdo "jeitinho". É fato.

Crimes e... crimes
O fato é que parte disso reside nos crimes dos agentes públicos, que vai da prevaricação no exercício do cargo à corrupção explícita, quando são "pagos" para não enxergar nada. Vamos explicitar: é o início de tudo.

Uma história bonita
Quando comentei com o companheiro de Redação, o jornalista José Encinas, na quarta-feira à noite, no momento em que fechávamos a edição da manchete em discussão, logo veio-me à memória que o início do Corpo de Bombeiros tinha sido com a Brigada de Incêndio da Prada. Fui buscar na história e encontrei um texto de Otto Ricardo Hornhardt Filho, em "Memórias de Limeira", e de lá pincei essas informações, que compartilho com todos. Um agradecimento especial ao Otto.

Pergunta rápida
Quando acontecerá a próxima tragédia que poderia ser evitada?

Para se aprender
Ex-deputado federal, ex-ministro e articulador da emenda da reeleição de FHC, entre outros cargos que ocupou, faleceu na quinta-feira, 31, aos 80 anos, Luiz Carlos Santos. Ele foi tão exímio articulador político, que até hoje não tem sucessor à altura. Enquanto atuava, Santos conseguiu fazer aprovar a emenda da reeleição presidencial e, principalmente, limpar os bastidores das denúncias de compra de votos para aprová-la, um segredo que acabou levando com ele. Seria o primeiro mensalão de um governo federal, sobre o qual todos se calaram. E até hoje ninguém negou sua existência, apenas deu de ombros. São duas faces da ética: uma que me ajuda e me dá respaldo moral; e a outra - que é a mesma - com a qual eu denuncio meus adversários.

Um mês de poder
O governo de Paulo Hadich (PSB) completou um mês na última sexta-feira, dia primeiro. Pouco tempo para uma análise mais apurada, apesar de alguns escorregões que ainda carecem de explicações.

Nota curtíssima
O sindicalismo no Brasil virou um negócio rentável. Tão rentável, que a sucessão chega a ser hereditária.

A frase da semana
"Há boates em Limeira sem alvará". Do Corpo de Bombeiros, e manchete desta Gazeta. Terça-feira, 29 de janeiro, após a tragédia de Santa Maria-RS.