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domingo, 5 de outubro de 2014

Apesar de tudo, vamos ao exercício da cidadania

Dizem que cada eleição começa quando a última termina. Afinal, neste país de políticos profissionais – há exceções, e muitas – o que mais se se considera, transformada em prioridade, é justamente a preocupação em manter-se no poder ou chegar até ele. Nesse processo todo, porém, é a vontade do cidadão que, no final, vai prevalecer. Seja pela continuidade ou alternância entre as correntes ideológicas e partidárias, quem decide é sempre o eleitor. Se impulsionado pelo marketing de cada candidato ou por convicções próprias, é o “sim” de cada um de nós nas urnas eletrônicas que vai transformar o candidato em eleito. É uma prerrogativa inalienável da cidadania. Por isso é fundamental que estejamos preparados para essa escolha. É o nosso futuro que estaremos depositando, em confiança, nas mãos de quem vamos eleger. E a consciência deve ser nossa maior arma, embora muitos tiros que disparamos acertam o alvo errado e, consequentemente, colocamos em risco esse futuro. Faz parte do jogo. Entre erros e acertos, sempre se aprende uma lição nova para a próxima aula.

Sempre se aprende
Finalmente é chegada a hora de mostrarmos se aprendemos com os erros passados. É preciso levar em conta, também, que muitos foram os acertos. Enfim, se estamos respirando um processo eleitoral grandioso há algum tempo, não faltou, nesse período, oportunidades para o aprendizado. E agora vamos exercê-lo integralmente, para que desta vez erremos menos do que na aula anterior.

Uma conversa séria
É preciso juntar tudo isso, e trazer para o ambiente local essa expectativa. Muito se falou, e não faltou espaço para isso nos meios de comunicação. Se parecemos repetitivos em nossas análises, é por que a responsabilidade cresce junto com a preocupação sobre nossas escolhas. Não podemos nos alienar, deixar o bonde da história passar para nos arrepender depois, quando não há mais tempo hábil.

Decisão importante
Todas as opiniões são importantes, e devem ser tratadas com respeito. O pensamento não deve ser linear e nem buscar por uma unanimidade impossível, e nada saudável também. Mas é preciso que todos os pingos estejam postos corretamente nos “is”. Depois disso, cada um deve saber que caminho tomar. Mais que um direito é uma obrigação, e que assim seja. Mesmo que não haja nenhum caminho.

O barco é de todos
Durante todo esse período eleitoral, venho me utilizando deste espaço para, ao expor minha opinião, dar uma pequena contribuição para o processo político em questão. Afinal, somos seres eminentemente políticos e não podemos renegar esse plano que a nós foi destinado. Sem esquecer, jamais, para que não se transforme em arrogância, que o meu voto vale tanto quando o de qualquer outro cidadão.  

Nossos candidatos
Limeira, a exemplo de outros municípios, tem seus próprios candidatos que buscam mandatos legislativos na Assembleia Estadual e na Câmara Federal. O voto exclusivo em cada um deles não deve ser tomado como regra, mas sim considerado pela representatividade do próprio Município que, infelizmente, há muito não temos. Não que isso represente maior ou menor força. Mas será uma voz a ser ouvida.

Parte de um todo
Não se pode confundir um deputado, seja estadual ou federal, com executor de obras, como muitos tentam nos convencer em suas propagandas eleitorais. Não o são, como também, sozinhos, nada poderão fazer. Mas podem legislar – como o próprio nome define – por causas locais, a partir do momento em que se inserem na realidade do Estado e do País. E o Município está dentro dessa realidade. Daí a importância.

É preciso acertar...

Se hoje é o dia, aproveitá-lo da melhor maneira possível é, muito além de um direito, um dever para conosco mesmos. Para isso é preciso levar em consideração que somente daqui a quatro anos poderemos corrigir o erro cometido por nossa própria escolha. 

Denunciar. Sempre
De volta à realidade do nosso cotidiano, esta Gazeta mostrou, em manchete na última sexta-feira, como aposentados estão sendo, cada vez mais, vítimas de golpes. Golpistas profissionais (ladrões disfarçados e bem vestidos) e até mesmo agindo dentro do que a lei permite, aproveitam-se da necessidade de cada um. Exploram a boa vontade e, às vezes, a inocência desses idosos, em benefício próprio ou de instituições financeiras para atrair uma clientela diferenciada e apta a lhes garantir o retorno financeiro. O que é pior ainda, pois agem dentro da lei, bastando para isso o consentimento e assinatura de contratos nunca explicados como deveriam. E quais benefícios e obrigações trazem neles embutidos. Uma extorsão, com a cumplicidade da lei.

Situação vulnerável
Os casos de golpes contra aposentados relatados na edição da última sexta-feira da Gazeta, corroborados por testemunhas, são chocantes e tristes. Atingem uma parcela considerável da população. Um alerta ao qual todos devem se atentar.

Exploração branca
Outra situação mostrada também por esta Gazeta, também na sexta-feira, que se não é um golpe, no mínimo é uma atitude deliberada e mal intencionada. Trata-se do cartão com desconto para o usuário do transporte público. Se a tarifa paga em dinheiro, na catraca, custa hoje R$ 3, aquela que o usuário utiliza, quando adquire um cartão na concessionária, custa R$ 2,75. Ou seja, R$ 0,25 a menos por passagem, que no final do dia, utilizada por quatro vezes, corresponde a R$ 1 de economia e, ao final de três dias, o valor de uma tarifa inteira. O sistema de integração, que garante troca de ônibus sem nova tarifa, também está longe da divulgação necessária. Com a palavra, e se tiverem respostas convincentes, a própria Prefeitura e as empresas de ônibus. 

Pergunta rápida
Quantos candidatos estão, de fato, preparados para o exercício legislativo?

Quem é o pai? E...
...o padrasto? Com a chegada do Poupatempo assistimos a uma guerra de DNAs, no mínimo ridícula e desnecessária. Cada um dos lados – o do governo do Estado e seu séquito e Prefeitura de Limeira – arvorou-se em chamar para si a paternidade da chegada do serviço, como se isso fosse mais importante do que o próprio órgão estadual. Uma estupidez que só pode ser explicada pelo interesse político partidário, que contamina tudo e todos. Conhecido pela sua eficiência e pelos ótimos serviços que presta (em sendo um órgão público) o Poupatempo é muito mais importante que o seu pai, seja ele quem for. Uma pena que a pequenez rançosa de uma política velha ainda norteie o discurso do atraso.

Nota curtíssima

Que a consciência seja o guia de cada cidadão neste domingo de eleições.

Frase da semana
“Mafalda está cada vez mais atual”. Do cartunista Joaquím Salvador Lavado, o Quino, sobre sua personagem, que a tudo e todos questionava, ao completar 50 anos do quadrinho. Na Folha de S. Paulo. Quinta-feira, 2.

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