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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Educação líquida

Duas pessoas extremamente indignadas e uma única fonte geradora dessa indignação: o péssimo hábito de alunos do ensino público rasgarem cadernos e livros textos - a maioria vindos do Estado - para comemorar o encerramento de ano letivo. O fato, já tratado nesta Gazeta em outras oportunidades inclusive com fotos de estudantes cometendo essa verdadeira barbárie, voltou a se repetir. Desta vez na área externa da Escola Ely de Almeida Campos e no Castello Branco. Uma atitude digna do surrealismo que tomou conta do ensino público no Estado de São Paulo. A partir do próprio governo, chegando às unidades escolares estaduais nos municípios. E do próprio descontrole desse Estado em coibir ações dessa natureza, numa demonstração que a autoridade educacional está em crise.
A primeira pessoa indignada foi minha esposa, logo no sábado à tarde, que ao caminhar pela rua Deputado Otávio Lopes, na quadra onde está o Ely, deparou-se com todo aquele mundo de papel picado e, ao se aproximar, viu o estrago em cadernos e livros, que poderiam servir para outros alunos em anos subsequentes. Senão em sala de aula, pelo menos para apoio ou pesquisa. Uma selvageria que não tem explicação e nem argumento que possa defendê-la. Inconformada, ela não encontrava as palavras para descrever a cena, num misto de tristeza e desolamento pelo caminho tomado pelo ensino público.
Indignação também compartilhada, no domingo, por uma professora, que resolveu ligar à redação da Gazeta, solicitando um plantão jornalístico para fotografar e mostrar tamanho absurdo. Agora citando também o Castello Branco. Coincidência (ou não), fui eu quem atendeu a ligação - estava terminando material sobre as competições da Copa Gazeta do dia - e, atentamente, ouvi o seu desabafo. E com toda sua experiência, ensinando em escolas públicas, traçou um perfil da Educação, apontando todas as suas deficiências e mazelas; clamando pela autoridade, ausente e negligente; alertando os pais, sobre o que seus filhos estão fazendo em horário de aula e assim por diante. E chamando a atenção para o simples fato de que o ano letivo ainda não se encerrou, quebrando qualquer possibilidade de defesa dos defensores dessa prática hostil a livros e cadernos.
Resolvi, então, comentar o asssunto. Mesmo sabendo que vai bater no destinatário e voltar sem resposta, com toda a indiferença característica do poder público.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ação com responsabilidade

A nota que publiquei nesta coluna, na quinta-feira, (http://new.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=44118) “Vale para todos”, teve repercussão positiva com os leitores, que elogiaram a cobrança sobre os templos religiosos que não respeitam os vizinhos. Entre quinta e sexta-feira, vários desses leitores ligaram para este colunista, fazendo a mesma reclamação e cobrança e solicitando para que essas críticas tivessem continuidade. Uma dessas ligações, em especial, partiu de uma senhora, vizinha de um templo religioso no início da Rua Dr. Trajano, nas proximidades da Capitão Kehl, que sem proteção acústica vem causando incômodo naquela região, a profissionais que têm escritórios e consultórios, pessoas idosas e portadores de deficiências. Já houve reclamação ao pastor, mas até agora nada. Segundo a leitora, os vizinhos estão, inclusive, pensando em entrar com uma ação na Promotoria do Meio Ambiente para resolver o problema. No domingo passado, de acordo com ela, o som alto foi até as 23h e ela teve que fechar portas e janelas para ter um pouco de sossego. Estamos de ouvidos atentos!

Sem impostos
Vale salientar que os templos religiosos, em Limeira, são isentos de taxas e impostos. Daí a proliferação de todo tipo de negócio dessa natureza. Negócio sim, pois muitos pastores tratam a religião dessa maneira, apenas como fonte de renda. E desrespeitam a tranquilidade da população - que tem direito ao sossego - quando descumprem a “lei do silêncio”. Até em nome de Deus há limites.

Após pressão
Por unanimidade. E não poderia esperar que fosse outra forma a aprovação, na última sexta-feira, durante a Sessão Extraordinária na Câmara, do Projeto de Lei Complementar nº 327/10, de autoria do Prefeito Municipal, para permuta de área, garantindo assim a continuidade da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, FAAL. A sessão teve presença dos alunos.

Você entendeu?
Projeto de Lei Complementar nº. 305/10 de autoria do Vereador Miguel Lombardi (PR), que altera a Lei Complementar nº. 111 de 12 de Abril de 1993, alterada pela Lei Complementar nº. 281, de 11 de Novembro de 2002, alterada pela Lei Complementar nº. 392, de 2 de Agosto de 2007, alterada pela Lei Complementar nº. 459, de 15 de Maio de 2009 e dá outras providências. Será votado na Câmara, na sessão ordinária de amanhã!

Inferno astral...
A semana que passou não foi nada boa para o prefeito Silvio Félix (PDT). Ouviu poucas e boas sobre os problemas com a FAAL - por culpa da própria falta de agilidade de seu governo - e teve que aguentar cobranças em todos os sentidos. Acompanhado pelo silêncio da bancada situacionista da Câmara, que quando acuada fica mais perdida que cachorro que cai de caminhão de mudança. E, de quebra, viu “seu candidato” à presidência do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindisel), José Lourenço Aparecido, ter uma derrota acachapante para a atual presidente Eunice Ruth Lopes, que tem sido uma pedra em seu sapato. Água benta é bom!!!

Pergunta rápida
Algum técnico, na Secretaria Municipal de Transportes, já tem estudo pronto - ou já pensou - sobre o fluxo de trânsito nas ruas Boa Morte, Presidente Prudente, João Guilherme, Dr. Trajano e Avenida Campinas, assim que a Covabra abrir seu novo hipermercado na antiga sede da revenda Ford em Limeira?

Ainda que tardia
A esperança, às vezes, bate à nossa porta. E, preferencialmente, deve entrar pela porta da frente. Essa esperança agora parece-me renovada com a notícia da venda, em leilão, do antigo Limeira Shopping. Participei ativamente de sua inauguração, em 1989 junto com o então prefeito Paulo D’Andréa. Frequentei suas lojas, cinemas, restaurantes e lanchonetes e vi meus filhos crescerem correndo pelos seus corredores e assistindo a alguns filmes, como os primeiros da saga Harry Potter. Gostaria, imensamente, de vê-lo funcionando como nos seus primeiros anos de atividade. E poder frequentá-lo novamente em encontros com amigos às sextas-feiras à noite.

Se você quer ler
Dentre os escritores de minha preferência, um em especial me chamou a atenção entre as décadas de 70 e 80. Trata-se de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Ou simplesmente Pablo Neruda. Nascido no Chile, Neruda é um dos mais expressivos poetas da língua espanhola e tornou-se cidadão do mundo, por suas obras e também pelo seu cargo de diplomata. Canto General, Odas Elementales, Veinte poemas de amor y una canción desesperada, Residência en la tierra, Cien sonetos de amor estão entre suas obras mais conhecidas e lidas, e outras tantas, publicadas a partir de 1923 até 1980, mesmo tendo falecido em 1973. Mas a que vou recomendar é uma outra, a última delas, publicada após sua morte. A autobiografia Confesso que Vivi (Confieso que he vivido), de 1974, na qual ele narra toda sua trajetória literária, política e de homem público. Ótima leitura. Lições e mais lições de sensibilidade para todos os gostos.

Epitáfio moral
Aqui jazem a honradez, a integridade e a honestidade. Três velhas senhoras falecidas, que não frequentam mais as rodas políticas. Suas lições foram esquecidas! E seus preceitos foram rapidamente varridos para debaixo dos grossos tapetes de gabinetes arejados e lustrosos. Jazem sem direito ao ora-pro-nóbis!

Eu Recomendo!
Minha recomendação de hoje, além da qualidade do filme, vale para a beleza da protagonista Catherine Deneuve. Estou falando de A Bela da Tarde (Belle de Jour – EUA, 1967), que tem na direção Luis Buñuel e um elenco de primeira composto ainda por Jean Sorel, Michel Piccoli, Geneviéve Page, Pierre Clémenti, Muni, Françoise Fabian, Maria Latour, Macha Méril e Francisco Rabal. O filme conta a história de Séverine (Catherine Deneuve), jovem rica e infeliz que procura um discreto bordel para realizar suas fantasias sexuais e conseguir o prazer que seu marido não consegue lhe dar. Drama, 100 minutos.

Frase da semana
“Com todos os defeitos, eu sou o resultado da liberdade de imprensa deste país”. Do presidente Lula, durante entrevista inédita e ao vivo com blogueiros, na última quarta-feira, dia 24, pela manhã. No Uol-Notícias.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

E não vem mais
Esta Gazeta noticiou, no último dia 10, que a Caterpillar estaria interessada em instalar uma fábrica de locomotivas em Limeira. Na realidade Limeira era um dos municípios sondados pela indústria, entre outros concorrentes. Agora a notícia que vem lá de dentro da multinacional, que tem uma de suas sedes em Piracicaba: Limeira foi descartada dessa escolha. Explicações para o descarte de Limeira? Com a palavra a diretoria da Caterpillar e o prefeito Silvio Félix (PDT)!

Agora é certeza
Com o avanço das investigações sobre a máfia da merenda, no Ministério Público (MP) e na Justiça, eu sinceramente tinha alguma esperança de que a CPI, instaurada na Câmara Municipal, também fosse investigar de maneira séria e transparente todo esse escândalo, que não é pequeno e envolve muito mais gente do que os já indiciados. Minha “ficha caiu”, como costuma se dizer na gíria, e desde a última terça-feira eu tenho plena convicção de que já estão montando uma bela pizzaria. O endereço, apesar de ser bastante conhecido, eu não vou falar ainda! No momento em que se confirmar a primeira fornada, eu conto!

Fada madrinha
Sete entre sete vereadores da base situacionista têm local obrigatório de freqüência, quando a situação aperta para o lado do prefeito. Assiduidade a toda prova!

Vale para todos
Antes de querer limitar ainda mais os espaços da já escassa diversão popular, como parques e circos, os vereadores Iraciara Bassetto (PV) e Almir Pedro dos Santos (PSDB) deveriam se perguntar, antes de qualquer propositura, se o barulho de certas igrejas também não incomoda a vizinhança...

Será que vai??
Analistas vêm apontando que o vereador Paulo Hadich (PSB) pode assumir uma cadeira na Assembleia. Cálculos e especulações estão em alta sobre ele!

Banca valiosa
Primeiro foram quadros do Museu. Depois, pavões do Zoológico e, agora, uma jiboia, também do Zoo. Alguém quer apostar qual será o próximo sumiço?

Português claro
Estou começando, nesta edição, uma nova rodada de palavras, para deixar bem claro o português, nossa língua pátria, aqui neste espaço de todas as quintas-feiras. E vou começar uma palavrinha bastante utilizada nestes últimos tempos. Sempre com auxílio do novo dicionário Houaiss da língua portuguesa. A palavra de hoje é conluio, que é um substantivo masculino. E pode significar: cumplicidade para prejudicar terceiro(s); colusão, trama; combinação, ajuste maléfico; acordo, aliança, coligação. Para bom entendedor, a palavra inteira é melhor que meia-palavra.

A última de hoje
Leitora sugere, por e-mail, que a população “organize um mutirão para limpeza do Parque da Cidade, pois ao que parece a prefeitura o abandonou. É lamentável que um lugar tão bonito esteja tão sujo...”. Um lembrete ao prefeito: nós, jornalistas, somos as vozes da população, que está reclamando. E muitos!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Preconceito, hipocrisia e cegueira

O preconceito, seja qual for sua origem ou destino, sempre nos torna menores. Transborda ódio ao mesmo tempo que esvazia o espírito de quem o pratica. Empobrece a alma. Seja de maneira acintosa, direta e com alvo definido; ou apenas subconscientemente, quando sem querer fazemos um comentário, envolvendo outros povos, etnias, opção sexual ou religiosa, pessoas portadoras de deficiências enfim, no momento em que menosprezamos determinado indivíduo ou grupo, pelo simples fato de exibirem suas diferenças. Ou então nos esborrachamos de rir depois de uma piada, na qual o engraçado está justamente nesse protagonismo.
Resolvi tratar desse assunto hoje, como complemento à nota que abriu minha coluna de domingo (Texto & Contexto) nesta Gazeta (Vida de gado, povo marcado...), sobre a total ausência de políticas públicas voltadas à juventude limeirense, que a obriga - não por vontade, mas por falta de opções - a ficar limitada às divisas impostas por cordas e a caminhar, num vai e vem frenético, de um lado para o outro num ponto, onde não há nada que possam fazer, senão o encontro e a conversa. A paquera ou “azaração”, como costumam dizer os adolescentes. Dificilmente frequentam as dependências do shopping.
Sobra então o preconceito contra todos esses “desocupados”, “manos” ou “minas”, que só “servem para tirar a tranquilidade dos frequentadores do local”. Definições, palavras e frases, que já ouvi de muita gente. Gente que se autodefine como “de bem”; que enxerga naquelas pessoas um risco para seu sossego ou mesmo à sua própria integridade física. Talvez esse seja um claro exemplo do preconceito subconsciente, por que a visão daquelas centenas de criaturas humanas, divertindo-se numa espécie de “mangueirão” improvisado, ao relento, e sem nenhum objetivo visível - a não ser a convivência e troca de informações - desnude uma triste realidade. E o grande dilema de que é preciso enfrentar e, de imediato, encontrar uma solução que possa alterar substancialmente esse tipo de situação, possibilitando a integração, sem constragimento, dessa parcela da população, que talvez ao agir com suas provocações - algumas violentas, até - estejam querendo apenas pedir ajuda. Clamando contra a omissão desse poder público, desinteressado e ausente dos problemas que afligem o bem-estar social.
A hipocrisia, neste caso, é o alimento do preconceito. E o preconceito impede uma visão sensata dessa realidade. Um ponto cego da atual administração pública.

Antonio Claudio Bontorim

domingo, 21 de novembro de 2010

“Vida de gado, povo marcado...

...ê povo feliz!” Este pequeno verso, o estribilho da música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho, representa bem um cena que presenciei na sexta-feira à noite, no entorno do Shopping Pátio. Entre as ruas Carlos Gomes, Tiradentes e Alberto Ferreira, em frente do Edifício Prada. Centenas de jovens aglomerados e andando de um lado para o outro nas calçadas dessas três ruas, espremidos por uma corda (segurança?... ou confinamento?). Apesar de evitar que tomem as ruas, é triste ver aquela juventude daquele jeito, caminhando sem destino e sem opções reais de lazer. Aquela triste situação representa a realidade de uma falta gritante de políticas públicas para a juventude de Limeira. E nos remete à música de Ramalho - “vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro”. Então pergunto: que futuro? Nenhum, com certeza. Principalmente por promessas não cumpridas e amplamente divulgadas e alardeadas pelo Poder Executivo. No papel pode estar escrito, mas na prática está longe de acontecer. “É duro tanto ter que caminhar e dar muito mais do que receber”. Zé Ramalho tem razão!

Castigo Político
Obras paradas. Falta de fiscalização e ausência dos agentes de trânsito nas ruas da cidade. Esses são alguns problemas que Limeira vem enfrentando no pós-eleição. Quando da não eleição de candidatos apoiados pelo prefeito, aventei neste espaço a possibilidade de uma paralisia no serviço público. A letargia tem sido uma marca de lá para cá. Veio bem mais cedo que eu esperava.

Carona. Ou a pé
Na sexta-feira uma equipe de reportagem da Gazeta deu carona a dois GMs que atenderam à ocorrência e fizeram registro de Boletim de Ocorrência em Distrito Policial de Limeira. Como não havia viatura disponível para levá-los à base, o jeito foi a carona do repórter. Há várias semanas esta Gazeta vem noticiando os problemas operacionais com a Segurança Municipal. Foi mais um!

Como que pode?
Estive no estádio do Morumbi na quinta-feira pela manhã, buscando um ingresso para o show de Paul MacCartney. Ao dar a volta pela avenida que circunda o estádio e no retorno a Limeira vim me perguntando: como CBF e FIFA têm a coragem de negar a abertura da Copa 2014 para aquele verdadeiro monumento ao esporte. Sou palmeirense, porém reconheço, não há arena nenhuma a ser construída - nem a Palestra e nem o Itaquerão, ou Fielzão - capaz de substituí-lo à altura. E também à sua história. Uma pena essa teimosia rasteira de megalômanos e insipientes dirigentes do esporte paulista. Egoístas na essência do termo!

Desconectados
Após as eleições, os três principais candidatos à Presidência da República, deram um tempo no Twitter. A @silva_marina continuou e agora parou. O @joseserra_ bem que tentou, ontem deu alguns RT, mas está bem ausente ainda. Deve voltar logo. E a eleita, @dilmabr, prometeu que voltará logo à rede social em breve.

Pergunta rápida
De quem é a incompetência no serviço público? Daquele que é nomeado para um cargo sem o devido preparo ou de quem o nomeia?

Leitor responde
Para responder à Pergunta rápida de hoje vou pedir a ajuda dos leitores. E aqueles que tiverem interesse em participar dessa pequena “enquete” podem enviar as respostas para o meu e-mail: claudio.bontorim@gazetadelimeira.com.br , que serão publicadas no próximo domingo. Evidente que estarei preservando o nome daqueles leitores que assim o desejar, desde que se identifiquem no e-mail. Vamos participar!

Se você quer ler
Um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa. Assim pode ser definida uma crônica, seja nas páginas de uma revista ou de um jornal. Muitos jornalistas se notabilizaram por esse tipo de produção. Um em especial, tornou-se um dos maiores e melhores cronistas do País: Rubem Braga. Por isso minha sugestão de hoje é a coletânea 200 Crônicas Escolhidas, que reúne os melhores textos produzidos por Rubem Braga entre 1935 e 1977. O próprio autor escolheu as crônicas, a partir da seleção original do amigo Fernando Sabino. Com uma linguagem sensível e poética, Rubem Braga capta flagrantes da vida cotidiana que ele próprio viveu ou testemunhou, abordando assuntos de seu cotidiano, de sua infância e mocidade. A antologia é de 1978. Braga morreu em 1990 aos 77 anos de idade.

Eu Recomendo!
Independentemente de profissão ou função todo mundo tem seu dia de chilique. Aqui, nesta comédia dirigida e estrelada por Woody Allen, acontece a mesma coisa. Por isso eu recomendo, hoje, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall – EUA, 1977). No elenco, além do próprio Allen, Diane Keaton, Shelley Duvall, Jeff Goldblum, Sigourney Weaver, Truman Capote entre outros. O filme conta a história de Alvy Singer (Woody Allen), um humorista judeu e divorciado que faz análise há quinze anos e acaba se apaixonando por Annie Hall (Diane Keaton), uma cantora em início de carreira com uma cabeça um pouco complicada. Em um curto espaço de tempo eles estão morando juntos, mas depois de certo período crises conjugais começam a se fazer sentir entre os dois. 94 minutos.

Frase da semana
“Os ‘três porquinhos’ foram muito bem-sucedidos na coordenação da campanha. Encontrei neles companheiros de todas as horas”. Da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), em reunião festiva no Diretório do partido, ao falar sobre o trabalho dos coordenadores de sua campanha, José Eduardo Dutra, José Eduardo Cardozo e Antonio Palocci. Na Folha.com. Sexta-feira, 19.

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 20 de novembro de 2010

Admirável Gado Novo

Sigam e reflitam sobre a letra da música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho. E amanhã leiam minha coluna Texto&Contexto na edição impressa da Gazeta.


Vocês que fazem parte dessa massa, que passa nos projetos do futuro

É duro tanto ter que caminhar, e dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem, à margem do que possa parecer

E ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer


Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz


Lá fora faz um tempo confortável, a vigilância cuida do normal

Os automóveis ouvem a notícia, os homens a publicam no jornal

E correm através da madrugada a única velhice que chegou

Demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou


Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz


O povo foge da ignorância, apesar de viver tão perto dela

E sonham com melhores tempos idos, contemplam essa vida numa cela

Esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar

A arca de Noé, o dirigível, não voam nem se pode flutuar


Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CPI...ndecisa
Se o vereador Silvio Brito (PDT), presidente da CPI da Merenda não agilizar procedimentos, vamos ter outra CPIzza. Ele não pode e não deve deixar o Poder Executivo determinar o andamento da comissão. Afinal são poderes autônomos e com atribuições distintas. A Câmara, vereador, é quem fiscaliza o Executivo.

Volta à rede??
Ontem à tarde o vereador César Cortez (PV) afastado do cargo pela Justiça ensaiou um retorno ao Twitter. O que ele escreveu: “Teste”. Sua última postagem havia sido feita no dia 30 de setembro. Uma espécie de desabafo, três dias antes do primeiro turno das eleições.

Santo vernáculo
A vereadora Iraciara Bassetto (PV) inovou ao criticar a publicação de sua condenação na Ação do MP, por improbidade administrativa. Ela disse que os jornalistas fazem da notícia um “palanque editorial” para alavancar suas carreiras. Sinceramente, gostei da expressão “palanque editorial”. Só vai enriquecer meu vocabulário e conhecimentos jornalísticos. Agora, quanto à sua reclamação, de que o processo está sob segredo de Justiça, não procede, pois as matérias feitas divulgaram apenas a sentença, que foi passada pelo próprio Ministério Público, que é parte interessada. E quando uma das partes divulga o que é de seu interesse, o segredo fica apenas nas peças processuais onde há os sigilos fiscal, telefônico, bancário, etc. Isso sim, está sob o chamado segredo de Justiça.

E quem deve...
...esconder o rosto? Como foi e como deverá ser daqui para frente as relações entre o presidente da Câmara Eliseu Daniel (PDT) e seus pares, em especial Mário Botion, depois do caso Fernando Lencioni? Haverá clima suficiente para “panos quentes”? Ou o conhecido “deixa como estar, para ver como é que fica?”.

Português claro
Entre a semana passada e agora nesta, dois casos explícitos de falta de sintonia política dão bem o significado da palavra, que vou definir hoje: chilique. Segundo o novo dicionário Houaiss da língua portuguesa, chilique é substantivo masculino de uso informal e significa um ataque nervoso ou histérico; faniquito, fricote; perda temporária dos sentidos; desfalecimento, desmaio. Aqui já foram definidas e explicadas as seguintes palavras: capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, contradição, déspota, boquirroto, idôneo, edil, alcaide, mentira, brocoió, abalado, sigilo, aloprado, baixaria, ideologia, privatizar, resiliência, imposto, horda, elite e ressentido.

Cuidar é preciso
A bandeira do Brasil, na rotatória do marco dos 500 Anos do Descobrimento, está novamente rasgada. Desfiando. Amanhã, dia 19, é o Dia da Bandeira.

A última de hoje
Normalmente todos os comentários referentes às matérias que costumo postar no meu blog da coluna Texto & Contexto são publicados. Inclusive mensagens de leitores, que solicitam o anonimato. O sigilo da fonte é um direito do informante e um dever do jornalista. Portanto, aqueles que nos escrevem e se identificam, pedindo a preservação de suas identidades, são de pronto atendidos. Mensagens que não trazem nenhuma identificação serão prontamente descartadas.

Antonio Claudio Bontorim

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Apenas tratamento igualitário

O vereador Miguel Lombardi (PR) protocolou projeto de Lei na Câmara para garantir a gratuidade à pessoa idosa em qualquer vaga nos locais denominados “área azul”. Na redação do seu artigo 3º diz: “haverá a dispensa da cobrança de qualquer tarifa ou imposição de qualquer penalidade por infração ao Código Nacional de Transito, bem como ao disposto no artigo 14 da Lei Municipal n.° 2187/89, nos locais denominados “área azul”, nas vagas reservadas aos idosos”. Excelente a proposta, levando-se em consideração que nessa faixa etária homens e mulheres já contribuíram e pagaram muitas taxas e impostos. Livrá-las de mais uma é forma de reconhecimento à sua participação na sociedade. A questão, entretanto, vai muito além dessas isenções e benefícios. É preciso respeito aos direitos dos idosos e um tratamento igual a todos, como seres humanos. E um exemplo da falta de respeito é justamente com as vagas especiais destinadas a eles. Como vereador, Lombardi deveria cobrar, do Executivo, uma fiscalização ao cumprimento das normas já existentes. E com a isenção da tarifa em qualquer vaga!

Espírito Natalino
Algumas lojas do Centro Acima começam a se preparar para o Natal. Muitas já estão com as tradicionais árvores decoradas e com a mangueira de luzes a iluminar os contornos de suas vitrines, portas e janelas. Todas estão se preparando para aquele que deve ser, segundo as pesquisas, um dos melhores natais (comercialmente falando) dos últimos tempos. Otimismo dobrado.

Horário especial
Para completar este otimismo dos empresários do setor, é preciso agora a negociação entre patrões e empregados, visando ao estabelecimento do horário especial de funcionamento das lojas. Trabalhadores e empresários precisam agora se unir para proporcionar o melhor atendimento ao consumidor, que também está otimista. Para que isso se confirme, só mesmo o bom atendimento.

E agora, Eliseu?
O episódio envolvendo o vereador Mário Botion (PR), que registrou boletim de ocorrência contra o secretário de Negócios Jurídicos da Câmara, o advogado Fernando Lencioni, por desacato, merece reflexão. E vem justamente no sentido da postura do presidente da Casa, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), que tem obrigação de defender o vereador, apurando todos os fatos de forma imparcial e tomando as providências cabíveis em tal situação. Se Eliseu não agir com rigor, seu forte discurso proferido logo após as eleições vai por águas abaixo. E pode minar suas pretensões políticas futuras. A sociedade aguarda uma resposta à altura de um parlamentar presidente de Câmara, cuja gestão termina no dia 31 de dezembro. Espera-se que Eliseu não seja o José, de Carlos Drummond de Andrade.

Quem viu, calou!
Os vereadores Raul Nilsen Filho (PMDB), Silvio Brito (PDT), que participavam da mesma reunião do incidente, se calaram e não quiseram falar com a imprensa. Eles também têm obrigação de defender o colega de Legislativo. Antonio Braz do Nascimento (PR), o Piui, que é do mesmo partido de Botion, também teria presenciado a cena, mas a exemplo dos dois primeiros, se calou. E viva Pilatos, o das mãos lavadas em público. Quem se habilita a levar uma toalha?

Pode melhorar
Em política nada é inexplicável.Tudo é permitido, embora muita coisa difícil de ser admitida do ponto de vista ético ou moral. Na prática, entretanto, algumas atitudes, mesmo carentes de lógica, não são isentas de análises. Ao nomear José Carlos Pejon para o cargo de secretário chefe de Gabinete - seu adversário político até então - o prefeito Silvio Félix pode ter contribuído para uma melhora nas relações Poder Executivo-imprensa, que é complicada. Não adianta Félix dizer que está sempre aberto, que não é verdade. Até mesmo alguns de seus secretários são inatingíveis. Pejon, por sua facilidade de comunicação e atenção que dá aos jornalistas, pode mudar esse panorama. Ou melhor, espera-se que haja essa mudança. Transparência maior para ambos os lados.

Se você quer ler
Minha sugestão de leitura para esta semana é Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad, no original), de Gabriel Garcia Márquez. A obra, que é um clássico da literatura latino-americana e mundial, conta a história de Macondo, uma cidade mítica, e a dos descendentes de seu fundador, José Arcadio Buendía, durante um século. Lançado em 1967, o livro mescla revoluções e fantasmas, incesto, corrupção e loucura, tudo tratado com naturalidade. Mesmo com o chamado “realismo mágico” García Márquez, não esconde a realidade de que trata, neste caso a história brutal e às vezes inacreditável dos países latino-americanos. Alguns estudiosos dão conta que ele escreve, também, um pouco sobre sua infância. Enfim, é um livro para ser lido e entendido.

Eu Recomendo!
Hoje vou de clássico. E do diretor sueco Ingmar Bergman (Gritos e Sussurros, Cenas de um Casamento...). O filme recomendado é Morangos Silvestres (Smultronstället - Suécia, 1957). O roteiro também é de Bergman e traz no elenco Gunnar Björnstrand, Bibi Andersson, Victor Sjöström, Ingrid Thulin, Gunnar Sjöberg, Jullan Kindahl, Folke Sundquist e Max von Sydow. O velho professor Isak Borg viaja de carro para uma universidade para receber uma homenagem. No caminho, depara-se com estranhos e parentes, o que o faz reviver velhos momentos de sua vida e tentar descobrir o significado de estranhos sonhos que vinha tendo. 91 minutos. E apesar de ser em preto e branco, tem um fotografia maravilhosa.

Frase da semana
“Acabou a tranquilidade do bairro”. De um morador do Granja Machado, sobre a insegurança no local, após duas ações criminosas. Na sexta-feira, 12, na Gazeta.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Gás na escola
O caso do adolescente de 17 anos, que espirrou gás de uso restrito das Forças Armadas nas dependências da escola Castello Branco, atingindo colegas e funcionários, precisa de uma ação mais contundente do que uma simples expulsão e depoimentos à Vara da Infância e Juventude. As medidas civis estão coerentes e são justas. Não há outra atitude a tomar. É preciso, com urgência, porém, que o Exército brasileiro entre em cena para averiguar as condições desse tubo de spray: lote, número de série, fabricante, etc. E fica uma questão: por que estava no local onde o estudante disse ter encontrado? (se é que essa é, de fato, a verdade...). Se houve negligência, furto, conivência. O caso é muito mais sério do que possa aparentar. E exige respostas claras de todos os evolvidos.

Em baixa total
Os tucanos ficaram tão em baixa nas últimas semanas que até urubu está provocando estragos quando bate de frente com eles. Ainda no domingo um urubu chocou-se em pleno voo com um avião Tucano da Esquadrilha da Fumaça, na Festa Aviatória aqui em Limeira, que abriu um rombo na fuselagem da aeronave.

Uma coisa é...
...uma coisa. Outra coisa é outra coisa! Um estrago, diga-se, que uma bolinha de papel não conseguiu fazer numa outra espécie de tucano, há algumas semanas. A regra é clara: um urubu é um urubu; uma bolinha de papel é uma bolinha de papel!

Noite romântica
No sábado passado, dia 6, na Praça João Pompeu (conhecida como pracinha da Buzolin), as pessoas que tomavam lanches nos trailers, nas mesas espalhadas pela praça, o faziam à meia-luz. Motivo: a iluminação pública da área estava apenas com 40% de seu total. Não faltou quem comemorasse um “lanche à luz de velas”.

Abandono geral
Matéria publicada nesta Gazeta, ontem, sobre o uso de áreas públicas para estacionamento de particulares e oficinas mecânicas, mostra como a cidade está no ocaso. O trabalho seria dos agentes de trânsito, que voltaram e repentinamente sumiram. Não há fiscalização e a prova maior dessa negligência - negligência, mesmo - é a total falta de respeito ao estacionamento rotativo da área central, onde motos ocupam vagas de automóveis, jovens ocupam a de idosos e pessoas sadias as destinadas às pessoas com necessidades especiais. Todas devidamente sinalizadas e delimitadas. O pós-eleição está sendo traumático para a cidade.

Português claro
A palavra de hoje é ressentido. Segundo o novo dicionário Houaiss da língua portuguesa, ressentido é um adjetivo e substantivo masculino. É como se diz de ou indivíduo que se ressentiu, que está magoado, abalado, ou que se ressente com facilidade, rancoroso. Como adjetivo, e no uso informal seu significado é outro: é o fruto que começa a apodrecer. Já foram definidas por aqui: capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, contradição, déspota, boquirroto, idôneo, edil, alcaide, mentira, brocoió, abalado, sigilo, aloprado, baixaria, ideologia, privatizar, resiliência, imposto, horda e elite.

A última de hoje
Está na hora de os vereadores requererem ao Executivo, em Plenário, mais competência de alguns secretários municipais. Requerimento aprovado pela população.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Efeito dominó

A série de novas ações na Justiça envolvendo a administração pública municipal e o “imbróglio” chamado merenda ainda vai provocar muita dor de cabeça a todos os envolvidos. Deveria também causar muito mais preocupações do que aparentemente eles têm demonstrado no trato com o assunto. Se o caminho legal é permeado por prazos, recursos, agravos e outras ferramentas jurídicas, que estendem o tempo dessas ações e garantem sobrevida àqueles diretamente denunciados, é preciso levar em consideração - pela quantidade e qualidade das provas apresentadas - que o desembarque na sentença possa ser catastrófico.
O prejulgamento e a percepção de que as leis são frágeis e dificilmente atingem autoridades constituídas, têm dado provas suficientes e reais de que o caminho não é mais tão simples assim - já foi, outrora, e deixava o cidadão comum com cara de bobo e nariz de palhaço. E tal qual peças de um dominó enfileiradas em pé que, ao primeiro toque vão caindo de forma contínua - uma derrubando a outra - sem chances a nenhuma delas de se manterem em pé até que a última desabe. Vale lembrar, ainda, que tais ações já não são simples inquéritos, mas fruto dessas investigações, cuja serventia é o julgamento final do mérito de cada uma delas, que vai definir quem é inocente, culpado e quais imputações e punições caberão a cada um.
A questão da Lei da Ficha Limpa, que a despeito de estar enfrentando um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por sua validade ainda neste ano e já apeou do poder vários figurões, conhecidos do submundo político, é um exemplo de que as instituições estão atuando de forma mais autônoma em relação a cargos, nomes e sobrenomes conhecidos, deve acender a luz amarela àqueles que ainda se sentem inatingíveis. Como deve ser no sistema republicano. Numa verdadeira democracia.
Se uma investigação e julgamento políticos - via CPI - caminham de acordo com a vontade de seus próprios membros e numericamente favorecem, hoje, a manutenção desse status a vários implicados, não se pode dizer o mesmo do trâmite (adiantado, diga-se), que avança em salas e corredores do Ministério Público e da Justiça. Negligenciar quaisquer das possibilidades de desfecho dessa história é dar oportunidade ao imponderável. Os prejuízos serão consideráveis. Do ponto de vista prático e especialmente do político. Resta saber quem será a primeira peça desse dominó!

Antonio Claudio Bontorim

domingo, 7 de novembro de 2010

As boas ações de cada um de nós

Alguém já parou para pensar na importância de, no dia a dia, participar da vida de seu semelhante através de um ato positivo? Altruísta? Por mais simples que possa parecer, como ajudar um idoso ou um portador de necessidades especiais a atravessar uma rua? São através dessas ações, que podemos nos reconhecer como seres privilegiados, dotados dessa capacidade imprescindivelmente humana, que é o sentimento. Ainda na noite de quinta-feira um colega de Redação contava-me duas experiências, uma de dor e outra de amor, que presenciou em um consultório médico e o fez refletir e se emocionar. Na manhã de sexta-feira, parei meu carro antes da faixa de pedestre para que uma senhora e sua filha - 5 ou 6 anos, estimo - atravessassem a rua. Ambas agradeceram, mas a garota, com seu sorriso puro de criança, me fez um gesto de positivo com o polegar, expressando o meu gesto de atenção e paciência, enquanto outros motoristas, obrigados a parar, ficaram irritados e “arrancaram” com seus veículos ou buzinaram, desaprovando minha atitude. Coloquei o egoísmo de cada um deles no meu sorriso.

Programa legal
Festa tradicional e que atrai grande público, sempre que acontece, está marcada para este domingo no Aeródromo Municipal. Trata-se da tradicional Festa Aviatória com a participação sempre esperada da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira - FAB. Será das 10h às 18h. O evento é da Secretaria de Turismo e Eventos em parceria com o Sistema Jornal de Rádio e TV.

Caíram na real
Finalmente cessaram os e-mails com mensagens depreciativas contra os candidatos à Presidência. Se a eleita Dilma Rousseff (PT) foi a maior vítima das mensagens e perfis falsos, o peessedebista José Serra também não escapou da sanha demolidora dos internautas. Nesse caso, gente sem nenhum compromisso com a realidade com a democracia. Poderiam ser mais úteis à sociedade.

Será que deita?
O prefeito Silvio Félix (PDT), quando ainda era um produtor rural, deitou-se na Limeira-Piracicaba em protesto contra a instalação de uma praça de pedágio na rodovia. E o pedágio foi construído. Será que ele vai se deitar agora lá no Jaguari, para que o Estado desista de construir o novo presídio, cuja área foi indicada por um secretário - ou melhor, ex-secretário - de sua administração?

Pergunta rápida
Por que sempre que precisa se defender de uma notícia publicada na mídia impressa e que não lhe agrada, o prefeito procura emissoras de rádio para desmenti-la e não o órgão que publicou a matéria?

Resposta curta
Por que não tem o que desmentir. A notícia publicada é sempre baseada em fatos e não boatos. É notícia. E com documentos, conforme mostrou esta Gazeta.

Se você quer ler
Para quem gosta de ler peças de teatro em livro, aqui vai uma boa indicação de leitura. Trata-se de Escola de Mulheres (L’école des femmes, no original em francês), de Molière, nascido Jean-Baptiste Poquelin. Trata-se de uma crítica aos costumes, que mesmo escrita no século XVII e apresentada pela primeira vez em 1662, é bastante atual e relata as relações homem-mulher e a traição conjugal. É garantia de bom humor do começo ao fim. Uma trama que envolve personagens caricatos, mas que podem ser ajustados a este século XXI, que conseguem sobreviver e até se superarem. Boa leitura a todos!

E se for dirigir...
...nunca beba. Você pode esquecer que mais a frente tem um radar, que vai fotografar sua placa, caso exceda a velocidade permitida na via. E se essa via não for sinalizada, indicando que é “fiscalizada por radar”, então mesmo sem beber você acabará sendo autuado pelo “olho eletrônico”. Pior ainda se houver vários limites diferentes de velocidade em pontos próximos, como ocorre no anel viário. Aí a solução é uma só: recorrer à Justiça contra a infração anotada.

Eu Recomendo!
O filme indicado de hoje é sugestão do amigo Francisco Gachet. Trata-se de Invictus (Invictus – 2009, EUA), com a direção do competente Clint Eastwood, que reuniu no elenco Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge, Patrick Mofokeng, Matt Stern Julian, Lewis Jones, Adjoa Andoh, Marguerite Wheatley, entre outros. O enredo: recentemente eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião François Pienaar (Matt Damon), capitão da equipe sul-africana, e o incentiva para que a seleção nacional seja campeã. Com 134 minutos de duração. Do site www.adorocinema.com

Frase da semana
“Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”. Dilma Rousseff, presidente eleita pelo PT, em seu primeiro discurso, após sua vitória nas eleições presidenciais. Domingo, dia 31.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hora do Engov
A ressaca eleitoral, parece, chegou ao fim. Paralisou o País, estados e os municípios, nos quais havia candidatos a algum cargo eletivo. Agora é hora de voltar à realidade e somar na calculadora lucros e prejuízos. Espera-se que em Limeira isso também ocorra e que as obras iniciadas não sofram solavancos. Nem paralisações, o que é comum, quando se perde uma eleição. Ou quando não se consegue vencer. Como não elegemos deputados locais - mas locais, mesmo - é preciso buscar pelos eleitos mais próximos. Ou que os eleitos, como boa votação por aqui, tenham Limeira na mira.

Até quando vai?
Ontem, durante a sessão ordinária da Câmara, teve posse da vereadora Iraciara Bassetto (PV), que substitui o outro vereador do partido, César Cortez, afastado por ação do MP na Justiça, devido ao escândalo da merenda. Até quando ela ficará no posto é uma incógnita. Cortez prepara recurso junto ao TJ para voltar...

Constatação real
A manchete da Gazeta, da última terça-feira, nos dá uma amostra clara da deficiência da coleta seletiva para materiais recicláveis em Limeira. Apenas 15% dos bairros são beneficiados com o programa. O que é pouco, levando-se em conta o município como um todo. Já comentei neste espaço há três semanas atrás sobre o problema, cobrando soluções. Já publiquei, também, esclarecimentos da Secretaria do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Bioatividades, mas entendo que ainda falta alguma ação mais concreta neste sentido.

É preciso cobrar
O próprio secretário, Domingos Furgione, ao enviar e-mail a esta coluna, explicou, também, que “a meta a ser atingida pelo município de Limeira é de construção de mais 4 galpões para a montagem de cooperativas de recicláveis”. E o projeto, segundo ele, já está em andamento com verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), junto ao Governo Federal, com algo em torno de R$ 10 milhões, o que permitirá melhorias no projeto Reciclar Solidário. A questão, entretanto, é entender porque estes projetos não mostram mais eficiência nos seus resultados. Os números são bastantes cristalinos.

Devagar, quase...
... parando. Ontem à tarde, por volta de 16h, estava impossível seguir pela Boa Morte desde a Presidente Roosevelt até a Praça Toledo Barros. Semáforos estavam totalmente malucos. Fora de sincronia. Não dava tempo nem de engatar a segunda marcha! O trânsito.....

Português claro
Palavrinha curta e muito usada na política e nos meios sociais. E de fácil entendimento: elite. Como nos mostra o novo dicionário Houaiss da língua portuguesa, elite é um substantivo feminino e significa o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, esp. em um grupo social; minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social. Já foram definidas por aqui: capacho, vassalo, suserano, subserviência, censura, propina, compromisso, corrupção, decente, engodo, improbidade, honesto, contradição, déspota, boquirroto, idôneo, edil, alcaide, mentira, brocoió, abalado, sigilo, aloprado, baixaria, ideologia, privatizar, resiliência, imposto e horda.

A última de hoje
A história da CPI da Merenda atordoou a bancada governista. Ainda não levou a nocaute, mas seus representantes estão sendo duramente "jabeados".

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 2 de novembro de 2010

As sombras de cada um

Logo que teve início a propaganda eleitoral gratutita do segundo turno das eleições presidenciais, escrevi sobre os desafios dos dois finalistas, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Por obra e graça da estupenda votação de Marina Silva (PV), que levou o jogo à prorrogação. Perfeito para a democracia, pois o que parecia uma eleição plebiciscitária transformou-se numa excelente oportunidade para a discussão de propostas. De programas e projetos de governo. Para ambos, que ensaiavam com timidez suas pretensões para o País. Não funcionou, e o plebiscito ficou mais explícito. Desta vez, Lula contra FHC. Venceram os 83% da popularidade do petista.
Ao fazer de uma terceira via - a verde Marina - a ponte que faltava para um debate programático, os eleitores colocaram alguns recados nas urnas, que acabaram não sendo assimilados. E se Dilma entrou focada em ser a voz da continuidade de um governo, que estava dando certo, seu oponente pensou apenas na desconstrução dessa imagem, atendo-se a promessas eleitoreiras, que acabaram não dando o retorno esperado, traduzido em votos. Se as pesquisas iniciais após o 1º turno encheram de alento o ninho da oposição, não tardaram os primeiros baldes de água fria, que recolocavam a candidata do PT - e de Lula - justamente na posição em que estava até uma semana antes do 3 de outubro. Foi um estímulo à ferocidade serrista. E o espetáculo da “bolinha de papel” fez com que despencasse de vez.
E é nesse realinhamento de índices estatísticos que concentro esta análise. Se muitos esperavam de José Serra a apresentação de um forte conteúdo, baseado em programas de governo, viram apenas ataques carregados à petista. E, da parte dela, a defesa. E, óbvio, os contra-ataques. No último dia 28, em sua coluna Ponto Um (Cavalo de Troia), Roberto Lucato analisou de forma didática o que acontecia - http://new.gazetadelimeira.com.br/Noticia.asp?ID=43329 . O retrato de uma situação já vislumbrada pelos eleitores, que descontentes com os desacertos da campanha de Serra, optaram por devolver a Dilma os números das pesquisas de intenções de voto. Ato consumado no domingo, 31. Se faltou um debate mais sério entre os dois nas questões nacionais mais agudas, as reformas política e tributária, sobraram ofensas. Cada um terá o próprio rescaldo a fazer. Dilma Rousseff terá contra si (ou a seu favor) a sombra da popularidade de Lula. A José Serra caberá juntar os cacos quebrados pelo seu próprio personalismo. E com duas sombras a lhe fazer companhia, Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Ainda é cedo, mas 2014 promete!

Antonio Claudio Bontorim