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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Amanhã é 2010!
Como passou rápido. Entre acertos, desacertos, gafes e pérolas, a maioria de nós - jornalistas - saiu ilesa das “trombadas” diárias com alguns personagens, que desacostumados à democracia, tentam subverter a ordem da liberdade, enveredando pelo espinhoso caminho da censura. E lá se vai mais um ano...

A pérola do ano
Coube aos vereadores situacionistas baseados na CPI do Fantasma o maior “fora” que se tem notícia na política local. Mesmo a despeito das provas apresentadas, contradições dos depoentes e evidências claras de irregularidades, o relatório final da CPI foi um primor de incongruências, “não encontrando” nada que desabonasse nenhuma conduta de qualquer parte. Tanto da Prefeitura como dos “ectoplasmas” encontrados pelos corredores dos casarões mal-assombrados da municipalidade.

Pode reclamar...
...com o bispo. Esse velho ditado popular vale de fato para Limeira. Pois foi dele, bispo, e da Diocese local, a notícia do ano. A tentativa de censurar, via Justiça, a imprensa limeirense sobre o caso das transferências dos padres, por dom Vilson Dias de Oliveira e padre Reynaldo Ferreira de Mello, foi uma bomba. Não explodiu devido à sabedoria e imparcialidade do juiz Rilton José Domingues, que não só não acatou o pedido de liminar como extinguiu a ação, devido a sua inconsistência, pois não havia, nas reportagens e colunas, ataques, ofensas, calúnias, difamações ou injúrias. A censura é odiosa, sob qualquer aspecto.

Olhos vendados
Para quem deseja saber um pouco mais e ler uma análise real e inquestionável sobre toda essa polêmica religiosa, vou sugerir o artigo “Tirai a trave dos teus olhos”, do diretor desta Gazeta, Roberto Lucato, no seu Ponto Um do último dia 24 de dezembro. Para quem não teve acesso à edição impressa, pode acessar o site da Gazeta de Limeira - www.gazetadelimeira.com.br -, que está lá. Espera-se, agora, que o bispo também não censure os fiéis descontentes e proíba as manifestações contrárias às suas idéias. Como existe também, e muitas, favoráveis às suas decisões. É uma questão de saber conviver com os dois lados. Só!

O ponto positivo
A consolidação do Parque da Cidade, como área de lazer e caminhadas, merece mais que elogios. Tanto para a administração municipal, que bancou a iniciativa, como para a população que está sabendo usar o local. É uma pena que alguns vândalos não entendam assim e continuem a depredar aquele patrimônio, que é de todos. E uma sugestão: mais parques dessa natureza poderiam ser construídos em Limeira.

Feliz Ano Novo
Esta é minha última coluna de 2009. Ao longo deste ano gostaria de agradecer àqueles que entenderam meus elogios, minhas críticas e me apoiaram. E principalmente àqueles que, despreparados para o exercício da liberdade de imprensa, procuraram de uma forma ou de outra interferir no meu livre arbítrio, pois são esses que nos dão mais força ainda para continuarmos nessa árdua batalha por um jornalismo livre e responsável. Seus argumentos não se sustentam. E que venha 2010. E, com ele, quem sabe uma luz para que todos nós entendamos, definitivamente, que somos agentes multiplicadores da paz, da prosperidade e da igualdade. E não pregoeiros da desordem. Um ótimo 2010 para todos!

Eu recomendo
Um filme interessante. E que mostra até onde pode chegar a paciência de um cidadão. Estou falando de Um Dia de Fúria (Falling Down), de 1993. Dirigido por Joel Schumacher, esse drama misturado com policial e suspense tem 113 minutos e produção franco-americana. Retrata a história de um homem desempregado, que chega ao seu limite num dia durante um congestionamento e resolve combater a escória da sociedade ele mesmo e do detetive que estava para se aposentar e tem a missão de encontrá-lo e capturá-lo na imensa Los Angeles. No elenco traz Michael Douglas, Robert Duvall, Barbara Hershey e Tuesday Weld, entre outros.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

2010? Então feliz 2011!

Na próxima terça-feira, quando voltarei a publicar um novo artigo neste espaço, estaremos no ano-novo. Ano emblemático. O último da primeira década do Século XXI e também de eleições - quase gerais - por aqui. Se virou ideia corrente que o ano no Brasil só começa depois do carnaval e como será eminentemente político, seu início de fato deve acontecer apenas depois do pleito que vai eleger deputados (estaduais e federais), senadores, governadores e presidente da República, em outubro. Após o segundo turno. Onde houver. Então será hora de preparação para os festejos de Natal e fim de ano. Pronto! Lá se foi 2010...
Pode até parecer conversa de louco, mas não é não! Basta lembrar que em abril começa a vigorar o calendário político oficial estipulado pela legislação eleitoral , aquele que deve ser cumprido pelos candidatos (os que terão seus nomes e fotos estampados na urna eletrônica). Março, portanto, e sob o signo da Quaresma cristã, passa a ser o único mês inteiro. Novembro e dezembro acabarão sendo diluídos entre os festejos dos eleitos e a figura comercial do Papai Noel.
Fácil de entender! O difícil é compreender tamanha discrepância entre a realidade e esse mundo criado pelos políticos, feito uma verdadeira Torre de Babel, porém corporativo na hora de repartir os dividendos, sejam eles da esquerda, da direita, do centro e de tantas outras direções, que contemplam as mais diferentes ideologias. E a nós, simples mortais, cidadãos e contribuintes, os verdadeiros patrões dessa turba de intocáveis e que bancamos suas conveniências, pouco ou quase nada nos é dado como retorno. Um lucro não repartido a não ser entre essa privilegiada confraria. Mesmo que entre socos e beijos; tapas e abraços.
Essa é uma reflexão importante em ano eleitoral, no qual tudo se converge para umbigos e vaidades. E uma constatação da perversa disparidade que existe entre o mundo real - aquele que trabalha para construir - e o imaginário improdutivo desses políticos. E se nesse período batemos sempre na mesma tecla, esmurramos sempre as mesmas facas pontiagudas e chamamos a atenção para temas recorrentes, é para trazer o eleitor à consciência, provocar nele um tsunami de princípios e despertá-lo para a difícil procura de uma “agulha no palheiro” entre o amontoado de candidatos e números que aparecerão seguidos por currículos quase sempre hilários, com promessas nunca compridas. Ou como Diógenes, que de lanterna em punho em plena luz do dia, vivia à procura de um homem honesto.
Mais uma vez assistiremos a um desfile de personalidades benevolentes, com “invejáveis” folhas de serviços prestados à coletividade e extremamente compromissadas com o povo. Até a apuração do último voto. Depois, tais quais ostras, vão se fechar em suas conchas para se fartarem no banquete da hipocrisia. O ano de 2010 já bate às portas. É preciso precaver-se na hora de confirmar o “sim” na urna eletrônica. Então, para não perder tempo com um ano que não teremos, um feliz 2011.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Atuação forte
Assim como a alta cúpula empresarial esteve em peso na sessão da Câmara da última segunda-feira, que aprovou a doação de um terreno para construção da futura sede do Ciesp, deveria participar mais de outras sessões, em especial daquelas que têm projetos de interesse ou “desinteresse” da comunidade. Pela força e representatividade que tem a categoria, essa pressão seria importante para colocar os vereadores nos seus devidos lugares, obrigando-os a pensarem mais na hora de votar e não simplesmente aprovar tudo o que é empurrado goela abaixo. Poderia ter sido assim com a questão do IPTU para terrenos, com a prorrogação do contrato de concessão do serviço de água e esgoto, nas audiências públicas, como a do orçamento do município, por exemplo, e em apoio à redução do ISS,...

Forças vivas
No caso do ISS o Ciesp se limitou a enviar uma carta de apoio ao vereador Paulo Hadich (PSB) autor do projeto de redução do imposto. Já passou da hora do empresariado participar mais das decisões políticas e marcar presença na tomada dessas decisões, deixando de lado a visão corporativa para pensar de forma coletiva. Há muito tempo, infelizmente, Limeira perdeu essa capacidade de se organizar e pressionar na busca de seu próprio destino. É preciso reacender a chama do interesse comunitário e fazer valer o poder que está nas mãos de cada um. Por que o poder, de fato, está nas mãos do cidadão. Não do político.

Conta simples
Alguém já imaginou se a Câmara de Limeira ainda pagasse o famigerado “jetom” por sessão extraordinária? Os vereadores iriam nadar nos “jetons”. Em especial neste mês de dezembro. É uma “extra” atrás da outra...haja tanto trabalho! Ontem teve mais uma. Ufa!

Quase pronta!
A Prefeitura informou, através de nota à imprensa, que a obra na Ponte Preta está na sua reta final. Só não explicou, de fato, qual o comprimento dessa reta final. Enquanto que na Praça do Museu....

Tem de sobra
A administração Félix está arrasando com a segunda edição da revista Prefeitura nos Bairros, que está bancando o “IPTU Premiado” (alguém se lembra do IPTU da Sorte, de Pejon? Também teve revista, no mesmo estilo e formato...). Papel de primeira, apresentação gráfica e editorial de excelente qualidade. E, em cada página, sobre uma obra apresentada, o mesmo slogan “Dinheiro do IPTU sendo bem investido!”. De fato...

Um Feliz Natal
Amanhã é Natal. É preciso liberar o espírito dos pensamentos ruins e das adversidades da vida e desejar a todos o mais fraterno e Santo Natal. Que a data sirva de inspiração principalmente para aqueles que carecem de mais humildade no coração. Para que compreendam o significado das palavras. Para que entendam que a palavra é uma dádiva e não pode ser desperdiçada apenas em sons sem sentido ou desconexos. Um Feliz Natal para todos. De coração e alma limpa!

Eu recomendo
O filme recomendado desta semana é Rede de Intrigas (Network), de 1976. Com a direção de Sidney Lumet, esse drama americano, que tem roteiro de Paddy Chayefsky e duração é de 121 minutos, ganhou 4 Oscar. Veja a sinopse: apresentador de TV é demitido devido sua baixa audiência. Quando seu programa ainda estava no ar, ele anuncia a demissão e avisa que irá se matar durante o programa da semana que vem. Isso faz com que o público fique extremamente curioso a passe a elevar sua audiência às alturas, devidamente aproveitada pelos responsáveis do programa. Isso faz nascer um louco profeta, em uma das mais ácidas críticas ao modo de se fazer televisão no mundo. No elenco, entre outros, estavam Robert Duvall, William Holden, Faye Dunaway e Peter Finch.

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Obstáculos não vencidos

Um passo para trás. Assim deve ser entendida a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP15), encerrada na sexta-feira passada, em Copenhague, na Dinamarca, na qual sobraram propostas e faltaram duas determinações fundamentais, justamente de quem deveria tomá-las: a vontade política e o interesse social dos dois maiores poluidores do Planeta. Estados Unidos e China. Conseguiram, é bem verdade, tudo o que queriam. Empurrar para 2010 (que já se avizinha) todas as ações possíveis e imagináveis para tentar conter as sucessivas catástrofes naturais - já consequência do efeito estufa - que devastam o globo terrestre.
Para entender a relutância das duas potências não é preciso resolver equações complicadas ou buscar explicações de difícil compreensão. Tanto EUA como China não querem perder o status do domínio econômico - mesmo a despeito de toda a crise - que os isola do restante das nações na resolução de um problema, que é grave, mas que entendem que pode esperar. E não pode. Não dá mais para protelar ações para tentar reverter a tendência da deterioração do meio ambiente, causada pelo próprio homem e sua ganância diante das riquezas que lhe parecem fáceis, mas que comprometem a estabilidade climática global.
Os EUA, principalmente - e pivô da crise econômica mundial, que tenta se levantar a qualquer custo - não conseguem enxergar além desse domínio. Barack Obama, que disse que “Lula era o cara”, não conseguiu mostrar o sentido e o vanguardismo de sua eleição e faltou-lhe coragem para uma decisão mais arrojada. A China, de Hu Jintao, não quer, a despeito de seu fechado regime comunista, perder o status de país capitalista exportador, que hoje espalha sua marca por toda a Terra. Duas situações conflitantes, porém iguais na ideologia e na falta de interesse em resolver um problema gerado pelo próprio protagonismo a que se submeteram. Reduzir as emissões de gases na atmosfera significa, para estes dois países, limitar seu processo produtivo. A verdade, entretanto, não é bem essa. É preciso, antes de tudo, investir em tecnologias que permitam produções mais limpas e ambientalmente comprometidas, rumo ao desenvolvimento sustentável. Não aceitam esse desafio.
A frustração, demonstrada pelo presidente brasileiro, não é só dele. É de todos aqueles que percebem no dia a dia que as mudanças climáticas chegaram bem mais cedo que o esperado e que o risco aumenta num terrível efeito dominó. Aonde vai ou pode chegar ainda é imprevisível, porém facilmente imaginável.
O malogro nas negociações e o pífio relatório de apenas três páginas não levaram em conta, para o desespero de todos os povos, que a visível bagunça climática não poupa ninguém. Nem países pobres, em desenvolvimento ou ricos. Nem político que permite loteamentos em áreas de várzea ou o grande pecuarista que desmata e mata florestas inteiras. E até mesmo o cidadão que não sabe - ou não quer aprender - sobre a importância da reciclagem do lixo. O assunto interessa, sim, a todos!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 19 de dezembro de 2009

Longa jornada...
Ainda vai longe a pendenga judicial envolvendo o prefeito Sílvio Félix (PDT), seu secretário da Educação, Antonio Montesano Neto, membros da Comissão de Licitação da Prefeitura e SP Alimentação. A cada dia novos fatos e dados alimentam (que ironia, não?) as ações do Ministério Público, que vem sendo implacável, no combate a essa terceirização. Desde o seu início. E quando Félix, para se defender, acusa gestões anteriores, ele pisa um perigoso campo minado, uma vez que precisa explicar tudo o que aconteceu até agora, em sua gestão. O que passou, é outra história e não pode servir como defesa sólida de um caso também sólido.

O troco de Kühl
“Para se defender de uma investigação e provar que está certo é preciso acusar outros? Será que para fazer o certo temos que fazer sempre de modo diferente? É impossível admitir que outras pessoas fizeram de maneira correta e que, portanto, podemos ter a grandeza de continuar fazendo do mesmo jeito? As ações são corretas quando são éticas e têm amparo legal. Independem de outra fundamentação!”. Este é o trecho final de uma nota à imprensa enviada pelo ex-prefeito Pedrinho Kühl e define bem o seu inconformismo, com a nota paga pela Prefeitura para se defender das acusações da terceirização da merenda, que vem sofrendo sucessivas ações judiciais. A nota é assinada também pela ex-secretária da Educação, Ana Terezinha Carneiro Naleto. É o direito ao contraditório!

Quase destruída!
A Bandeira Brasileira, hasteada permanentemente no marco dos 500 anos do descobrimento do Brasil, na rotatória da Hípica, está aos farrapos. A cada dia ela aparece mais desgastada. Bastante rasgada e faltando pedaços, já passou da hora de ser trocada. Afinal, está num dos pontos de maior acesso para o centro da cidade e bem visível. Longe de ser um cartão postal, revela desleixo e despreocupação das autoridades para com um dos símbolos nacionais.

Mais Área Azul
Ainda sobre os espaçosos, que usam mais que uma vaga para estacionar seus veículos, eu mesmo tive uma experiência prática dessa situação nesta semana. Ontem à tarde, no mesmo dia em que esta coluna fazia comentários sobre a falta de vagas no centro, rodei cerca de 30 minutos no quadrilátero entre as ruas Alferes Franco, Deputado Octávio Lopes, Santa Cruz e 13 de Maio, para conseguir uma vaga. Tudo porque, num espaço para cinco veículos, na Alferes, estavam estacionados apenas três. Bem folgados e espaçosos, impediam outros de ocuparem as vagas existentes.

Janeiro, o preço...
No próximo mês, área azul terá novo preço. Vai subir consideravelmente. Então, cada vaga deverá ser muito bem aproveitada. Espera-se, no mínimo, mais atenção da concessionária para com o usuário. Não é só ver se tem cartão, colocar aviso de multa, ou multar. Não! Ganhar dinheiro assim é fácil. Será que não há nenhuma espécie de responsabilidade para a Hora Park? Ou seja lá que concessionária for? É só recolher as moedas e contá-las no final da tarde? Quem pode responder?

Também no blog
A coluna Texto&Contexto está também na internet. No blog da Gazeta e pode ser acessada pelo link: http://colunatextoecontexto.blogspot.com/. Para leitura e comentários dos internautas. Quem quiser, pode me seguir também pelo Twitter. Outra ferramenta interessantíssima que a internet disponibiliza. Meu endereço é: http://twitter.com/claudiobontorim

Frase da Semana
“O meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável. E isso significa que é uma ameaça para o futuro do planeta e para os nossos países”. Gafe da ministra Dilma Rousseff, durante apresentação do plano brasileiro para o clima, em reunião do COP15 em Copenhague, Dinamarca. Na segunda-feira, 14.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Censura à vista?
Sem alarde e divulgação - representantes dos maiores órgãos de comunicação e seis entidades de classe decidiram não participar - termina hoje a 1.ª Conferência Nacional de Comunicação (Cofecom), em Brasília, convocada por Lula em abril. Controle social sobre a mídia e criação de um Conselho Nacional de Comunicação são duas das propostas consideradas polêmicas. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) é uma das organizadoras do evento, que começou na segunda-feira, 14.

‘Libertad, jamás’
Parece que está batendo uma “síndrome” de Hugo Chávez e Evo Morales em alguns gestores da mídia nacional. Tudo indica que está se tentando abrir caminho para um controle dos meios de comunicação, numa tentativa de intimidar jornalistas e empresas, que não se alinhem ao poder. Aqui em Limeira essa tem sido a tônica, ultimamente, por parte dos poderes Executivo e Legislativo, quando o jornalista não segue suas cartilhas. Tenho sido vítima dessa intolerância. Infelizmente!

Mais marionetes
É evidente que se trata de uma conferência sem poder de mando. Pode, porém, se transformar numa ferramenta - conforme forem suas conclusões e propostas - para futuras ações contra a liberdade de imprensa, embora representantes da Fenaj neguem veementemente tal monstruosidade. Pelo andar da carruagem, e por tudo que se tem visto por aqui na América do Sul, é preciso atenção redobrada e resistência, contra o que possa parir a Cofecom.

Muito a aprender
Tem político que gosta de dar lições de moral, de conhecimento e de experiência. Que faz, que manda e tudo pode. Só não sabe dar lição de humildade e perceber que há momentos em que a inteligência e sabedoria devem superar a vaidade. E os interesses políticos e de grupos.

De paróquia nova
Acabou-se o mistério. Anteontem à tarde a Diocese divulgou as transferências de padres para 2009/2010. Padre Alquermes fica em Limeira. Ele deixa a Catedral e vai assumir como auxiliar na Paróquia Santa Rita, também em Limeira. A partir de primeiro de março do ano que vem. Dúvidas. Muitas dúvidas no ar...

Colaboração total
Que há falta de vagas para estacionar no centro, é uma realidade. Que a Secretaria de Transportes acertou em acabar com os estacionamentos especiais e privilegiados - farmácias, Fórum, etc., etc., - ninguém duvida. Que há uma total falta de educação e respeito de muitos motoristas (homens e mulheres), que gostam de ocupar duas vagas é outra triste e recorrente realidade. Se o poder público está fazendo sua parte, a população também precisa colaborar. E muito!

Eu recomendo!
Um clássico do cinema, que trata de imprensa e política. Principalmente nesses tempos, em que a imprensa está ameaçada com inúmeras tentativas de mordaças. Estou falando do filme Todos os Homens do Presidente, de 1976. Dirigido por Alan J. Pakula, esse drama, de 138 minutos, mostra jornalistas do Washington Post na investigação da invasão da sede do Partido Democrata, ocorrida durante a campanha presidencial dos EUA, em 1972. O trabalho acabou sendo um dos principais motivos da renúncia do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano, em 1974. Foi o famoso escândalo de Watergate. O roteiro é assinado pelos próprios jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward, que escreveram o livro sobre o tema, e William Goldman. Nos papéis centrais, Carl Bernstein é interpretado por Dustin Hoffman e Bob Woodward, por Robert Redford. Tem ainda, Jason Robards, Martin Balsam, Hal Holbrook, Meredith Baxter e Jane Alexander. E Ghostbusters (Os Caça-Fantasmas) deve ser lançado em 2012. Coincidência ou não, é ano de eleição municipal por aqui!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

É fácil! Falta vontade

A transparência na vida pública, tão esperada de quem ocupa cargos eletivos ou de confiança em administrações também públicas, não significa abdicar de projetos ou não levá-los à frente, por serem polêmicos ou impopulares. Ser transparente, como o próprio sinônimo revela (que deixa passar os raios de luz, permitindo que se vejam os objetos através dele; que se percebe facilmente; claro, evidente; que deixa perceber um sentido oculto) é mostrar-se por inteiro, para que não pairem dúvidas sobre interesses outros, que não sejam aqueles voltados ao bem-estar social e econômico da coletividade, representada na figura do prefeito e dos vereadores. Dos deputados, governadores, senadores e presidente da República.
Quando se cobra tais evidências e facilidades na percepção de um projeto político, não se está afirmando que ele não presta, que não é bom ou que deveria ser modificado. Ou simplesmente abortado ou esquecido. Está se pedindo, simples e claramente, que ele seja levado à discussão, com um único objetivo: melhorá-lo. Aperfeiçoá-lo, de tal forma que mais benefícios (ou beneficiados) possam ser tirados (ou usufruírem) desse projeto.
O que se tem visto, entretanto, nesses últimos episódios envolvendo a Câmara Municipal e a Prefeitura, aqui em Limeira, é justamente a total ausência desse debate. De uma discussão séria e que eleve o grau de qualidade da administração pública municipal, hoje capitaneada pelo prefeito Sílvio Félix (PDT), pois amanhã será outro, depois outro e assim sucessivamente. E não é de hoje que isso acontece. Sempre que Félix quer aprovar um projeto de sua autoria e que possa gerar discussões, ele o faz em regime de ‘urgência urgentíssima’ e, principalmente, o envia ao Legislativo para ser votado - e aprovado - no limite de validade, sinalizando que ele não quer discussões. Foi assim à época da contribuição para iluminação pública (CIP), que após aprovada, foi vetado pelo próprio prefeito, obrigando os vereadores a “pagarem um grande mico” para manter o veto de um projeto, que ele insistia em fazer valer. Foi assim com a prorrogação do contrato de concessão de água. E agora, com o aumento do IPTU para terrenos sem construções. A Câmara também não fica atrás nesse quesito deu tonalidade opaca na conclusão da CPI do Fantasma.
Para se conhecer o alcance de um projeto público é preciso discuti-lo à exaustão. Esmiuçá-lo em seus pontos e vírgulas, para então levá-lo à votação e aprovação. Ou rejeição - nesse caso improvável pelo grau de comprometimento da base governista. É apenas isso que se pede. É essa a tal transparência cobrada e que, infelizmente, tem faltado nesses casos, dando margens a interpretações que transcendem ao chamado interesse social. E os vereadores precisam, também eles, de uma percepção mais apurada na hora de votarem. E não simplesmente referendarem, como estão fazendo, o que o prefeito quer. A transparência vale para todos!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 12 de dezembro de 2009

A política de hoje
Não peçam bom senso e nem compreensão à bancada governista da Câmara, quando o assunto é a defesa cega e intransigente do governo Sílvio Félix (PDT). Não adianta requerimentos com pedidos de informações - mesmo que de relevância à comunidade - que não são aprovados. Projetos de interesse do município, então, partindo de um vereador que não faça parte da situação, nem pensar! Chegam a ser cômicas algumas justificativas dessas rejeições.

Volta ao passado
Nos últimos cinco anos, a política limeirense lembra muito o período Paixão/D’Andréa, quando ambos se sucediam no poder e faziam do convívio com jornalistas um verdadeiro loteamento para disputar apoios. E assim foram por mais de 30 anos. Eu conheço bem essa história. Estive presente nos dois lados (atuando na própria imprensa escrita e governo) por um bom tempo. E, principalmente, sabendo diferenciar muito bem a atuação política da técnica.

Opacidade plena
Não vejo diferença de como os dois tradicionais “ex-coronéis” da política limeirense tratavam a imprensa e como se trata hoje, quando o tema é polêmico. E lá se vão mais de 13 anos, desde o fim da última administração Paixão (1993/1996), considerado o encerramento de um ciclo de mais de três décadas de alternância entre os dois grupos. Estive presente em 4 anos dessa história, pelo lado oficial, quando comandei a Secretaria de Imprensa da Prefeitura, na última gestão D’Andréa (1989/1992). A herança, no trato com jornalistas, foi bem assimilada. E alguns personagens daquele período ainda sobrevivem. Vícios que a política local e nacional ainda carregam e deve carregar, enquanto não houver renovação de fato. Enquanto houver herdeiros dessa não transparência, nada muda.

Lembrança justa
Interessante lembrar tudo isso. A diferença, daquela época para hoje, é que não se faz mais política. Faz-se barganha, escambo. E há, principalmente, carência de líderes. Como o eram Paixão e D’Andréa. Podia não se gostar deles, mas era preciso tirar o chapéu para ambos.

História contada
Trouxe essas lembranças a público, para justificar os episódios políticos desta última semana em Limeira. O arquivamento da CPI do Fantasma, mesmo com todas as provas em contrário; a briga dos vereadores Eliseu Daniel dos Santos (PDT) e de Paulo Hadich (PSB), devido a uma manobra para enterrar um projeto (de Hadich), de interesse econômico e social para o município, mas que não interessa ao prefeito, e a aprovação ontem do aumento, pelos vereadores, no IPTU de terrenos em cerca de 25%, sem explicações claras à população. Agora é fato: prefeito e vereadores (os da base aliada) estão mesmo “se lixando” para a opinião pública. Obscurantismo em tempos de clareza e liberdade. Pelo menos é assim que eu, enquanto jornalista, entendo. É minha opinião e dela não abro mão!

Uma reflexão útil
Às vezes é preciso refletir sobre esses acontecimentos. Por que como formadores de opinião temos a obrigação de abrir o leque de informações e mostrar versões conflitantes de uma mesma história, apesar do tempo decorrido entre um fato e outro. E a sensação que fica é de uma desordem sem precedentes, tamanho é o desrespeito do agente político com o povo, a cada explicação, quando tenta justificar o injustificável. O saldo é altamente negativo: mensalões, dinheiro na cueca, na meia, malas pretas, brancas ou que cor sejam. E tudo isso com dinheiro público. Enquanto jornalistas, temos também um dever com a cidadania. E como este espaço é de opinião, é preciso exercê-la às últimas consenquências. Sem nenhuma obrigação de agradar o desagradar quem quer que seja.

Frase da Semana
“Esse episódio foi péssimo para o panetone. O Papai Noel tem todo o direito de entrar na Justiça”. Moacyr Scliar, escritor, sobre o mensalão do DEM, em Brasília, e as desculpas do governador José Roberto Arruda, do mesmo partido. Na revista IstoÉ, edição 2091, de 9 dezembro de 2009.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nem vencedores...
...e nem vencidos. Prevaleceu o bom senso! O padre Alquermes continua em Limeira. Agora no comando da Igreja Boa Morte, para agilizar a sua abertura definitiva. Pela cultura e conhecimento que tem, e de sobra, ele assumirá, com competência, essa empreitada. Então, mãos à obra, para que tudo caminhe em paz!Sabedoria popularA voz do povo é a voz de Deus, diz um conhecido e velho ditado, nesse caso, transformado em verdadeiro. O bispo dom Vilson Dias de Oliveira, a quem foi delegada a administração hierárquica da Igreja em Limeira, tem por obrigação administrar, também, a vontade de seus fiéis. E ao pleno significado dessa Igreja.

Compromissados!
A palavra igreja provém do grego “ekklesia”, que quer dizer assembléia. E, como tal, deve-se entender como a totalidade de seus seguidores, fiéis, ou que “têm o compromisso com a obra do Senhor”, no seu sentido clássico. Individualmente, ou por um único membro, ela não é igreja. Não existe. A decisão foi bastante sensata. A Igreja em Limeira, dessa forma, não foi dividida, como muitos estavam querendo. Até torcendo para que isso acontecesse.

Um exemplo ideal
Esse exemplo de força e convicção populares precisa, agora, ser estendido à política. Mais que nunca e em vista dos últimos acontecimentos, envolvendo justamente os agentes públicos, está na hora de a força do povo chegar às urnas e, já em 2010, dar a resposta necessária a esses políticos, que se locupletam do poder, riem na cara de seus eleitores e os transformam em verdadeiros palhaços. Dar-lhes nas urnas o mesmo tratamento que eles dão ao povo, depois de eleitos. Ou melhor, seguir o conselho daquele conhecido deputado e “se lixar” para todos eles. De Limeira até Brasília.

Outro caso Ronei
Pelo visto, a discussão entre os vereadores Paulo Hadich (PSB) e Eliseu Daniel (PDT), em torno da redução do ISS (que é alto em Limeira), pode transformar o pessebista num novo “caso Ronei”, que quando era vereador do PT, como suplente de Nelson Caldeiras, levantou pela primeira vez a questão da merenda, em 2005. E por cumprir seu papel, o petista acabou sendo punido. O engraçado, é que quando precisa punir, há provas e confirmações de irregularidades (lembram-se do vereador Raul Nilsen Filho, do PMDB?), todos silenciam! “Para os amigos tudo, para os inimigos, a lei”, como disse certa vez, o presidente Getúlio Vargas. Evocar “conduta ética”, por querer discutir um tema de interesse, é no mínimo, discutível.

CPI? Pizza total!!
Como previ desde o início, a pizza está pronta. O relatório da CPI do Fantasma recomendou o arquivamento das investigações. Mesmo com provas, contradições e confissões. A vereadora Nilce Segalla (PTB) e a outra vereadora do PTB, votaram pelo arquivamento. E Sílvio Brito (PDT) completou o serviço. Paulo Hadich (PSB) e Miguel Lombardi (PR), votaram por encaminhar o documento ao Ministério Público. Comissão para lamentar o inquérito. Que ridículo! Que venha o MP!

Eu recomendo!
Vou falar hoje sobre remakes (refilmagens) de filmes antigos. E um dos que estão na lista, anunciada recentemente, está entre as mais engraçadas comédias que assisti. Trata-se de Ghostbusters (Caça-fantasmas, em tradução livre), no qual três cientistas, e o motorista da equipe, desvendam mistérios sobrenaturais, prendendo os “ectoplasmas” num reator, que é uma espécie de cadeia para fantasma. São dois filmes: um de 1984 e outro de 1989, ambos estrelados pelos mesmos atores. Produção dos EUA, com 105 e 108 minutos de duração, Ghostbusters I e II, ambos foram dirigidos por Ivan Reitman e tinham no elenco Bill Murray (Dr. Peter Venkman), Dan Aykroyd (Dr. Raymond Stantz), Harold Ramis (Dr. Egon Spengler) e Ernie Hudson (o motorista Winston Zeddmore), além de Annie Potts (a atrapalhada secretária do grupo, Janine Melnitz). O remake deve ser lançado em 2010 e os quatro primeiros já confirmaram participação!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bater em ferro frio

Grandes problemas requerem soluções em proporções maiores às suas causas geradoras. Não há como pensar no “mais ou menos” ou apenas em abafar com “panos-quentes”. É preciso ação enérgica a quem cabe essa ação. Não dá para contemporizar e nem ficar teorizando, para que a situação não saia - como talvez já tenha saído - de controle. E um País que deseja - como vai - organizar uma Copa do Mundo de Futebol, não pode exportar imagens de sua própria incompetência.
O que se viu neste final de semana, nos estádios, nas ruas e até mesmo numa sala onde ocorria uma eleição para a presidência de um clube, pode ser classificado como qualquer coisa, menos como futebol. Selvageria, desrespeito ao patrimônio público e privado e um fanatismo que chega a assustar. Tanto quem é apaixonado como quem não se encanta pelo chamado esporte bretão. Verdadeiros bandidos paramentados com camisas brancas, verdes, rubro-negras, tricolores, alvinegras e por aí afora, disfarçados sob o manto multicolorido de seus clubes do coração. Organizados em bandos. Em pelotões preparados para uma guerra em tempos de paz.
Bandidos legalizados e até mesmo com estatuto, que se julgam no direito de destruir o patrimônio alheio sem a mínima cerimônia, que intimidam e ameaçam jogadores, dirigentes e, infiltrados nos estádios, fazem da violência o hino preferido, cantando a próxima agressão e espantando os verdadeiros torcedores das praças esportivas.
Da agressão sofrida pelos jogadores Wagner Love e Lenny, do Palmeiras, no início da semana passada, até a bagunça generalizada na sede do Santos, durante as eleições para a troca de diretoria, até as cenas de guerra no Couto Pereira, em Curitiba (PR), e sem deixar de citar as lamentáveis cenas na Baixada Santista e nas ruas do Rio de Janeiro, quando torcedores do Flamengo comemoravam o título, depredando vitrines, pontos de ônibus e o que encontravam pela frente, são reincidências de um mesmo enredo, cujo final é sempre este. O descontrole total da massa enfurecida, por conta do despreparo e da falta de competência das autoridades, que nada fazem para prevenir o que se sabe que vai acontecer. E omissão dos próprios clubes, que dão guarida e proteção a essas chamadas “torcidas organizadas” e depois se tornam suas primeiras vítimas. Violência que chega às nossas portas e está tão próxima de nós, que nem imaginamos
Falar e escrever o óbvio, como a necessidade de controlar as torcidas organizadas e até mesmo bani-las, definitivamente, parece não adiantar. Invocar autoridades que têm o poder de controlar essa turba, já não sensibiliza mais. A inércia é a marca registrada de quem tem a decisão nas mãos e não sabe tomá-la. Fechar os olhos para tamanha insanidade é contribuir com a impunidade. Pelo visto, e como a prática nos ensina, somente uma tragédia levará a uma solução. Enquanto isso, em seus gabinetes refrigerados, políticos teorizam sobre como capitalizar melhor sobre essa violência. É preciso dar um basta nessa vergonha institucionalizada. Já!

Antonio Claudio Bontorim

sábado, 5 de dezembro de 2009

Debate sério...
Desde os primeiros eventos até a ação na Justiça da Diocese de Limeira contra a imprensa, tenho adotado uma postura de discussão útil, quando trato do tema. E até mesmo pedagógica, para tentar mostrar o porquê de tanta discussão. Defendi com unhas e dentes - e em meus escritos - a liberdade dos meios de comunicação e também dos jornalistas em divulgar os fatos relacionados ao assunto, que teve início com o anúncio da transferência do padre Alquermes Valvasori. Como defendi, também, o direito hierárquico da Igreja Católica em assim proceder. Até aí, nada de mais. Nada de emoção. Apenas razão.

Polêmica burra
O bispo viajou, o noticiário esfriou e os ânimos se acalmaram. Por pouco tempo. Na última semana a discussão voltou a ocupar espaço das caixas de e-mail, quando começaram a circular, pela internet, muitas informações desencontradas, sem fontes confiáveis, sobre posicionamentos não oficializados ou oficiais. Os e-mails continuam se sucedendo, como “carta aos católicos”, “acorda Limeira”, “troca de bispo”, “carta aos verdadeiros católicos de Limeira”, entre outros. A imprensa, desta vez e com responsabilidade, pelo próprio vazio das informações, não deu espaço para tanta e grotesca boataria.

Postura isenta
Não sei onde isso vai parar e a quem interessa tanto boato infundado, que apenas começou com a informação da transferência de um padre. Como tantas já aconteceram e outras acontecerão, dentro do processo dinâmico da instituição Igreja. Ao jornalista compete checar fontes antes de informar. Ao colunista, analisar essas informações e repassá-las, com sua opinião, sem o interesse de agradar ou desagradar a qualquer um dos lados. Se é que há algum lado nessa celeuma toda.

Fim do assunto
Para mim, o interesse acabou quando a Justiça, sabiamente, negou o pedido de “censura” que a Igreja tentou impor aos órgãos de imprensa limeirense. As questões internas da Igreja são da Igreja. Não compete a ninguém mais dizer o que se deve ou não fazer e que ação tomar. Assim como qualquer instituição ou empresa, é hierarquizada e age conforme essa hierarquia. Não pode ser questionada por seus atos internos e seu processo não é participativo. O que fica no ar, entretanto, é uma atmosfera estranha, de tentativa de desestabilização da instituição Igreja Católica por parte de alguns poucos a serviço - ou desserviço - de pessoas ou grupos. Vejo, e reafirmo nisso tudo, apenas um certo interesse político. Nada mais! Já cansou, né?

Indagaçõe$$$
Por que a transparência com a coisa pública, que é obrigação dos homens públicos, assusta tanta gente? Por que impera a mediocridade, onde deveria existir inteligência? Entre o notório saber jurídico e a mediocridade institucional, ainda tenho consciência e discernimento de que a primeira opção é a correta.

Um roto que...
...fala do rasgado. Em artigo na Folha de S. Paulo, de ontem, o presidente o Senado, senador José Sarney (PMDB-AP) critica os casos recentes de corrupção e afirma que “é trágico, deprimente, inconcebível, sob todos os ângulos” o que acontece no Brasil. Espero, sinceramente, que a essência do artigo sirva para ele próprio, envolvido que está também em episódios de escândalos políticos. Para quem acreditava em ter visto e ouvido tudo, mais uma pérola política.

Frase da Semana
“É deplorável para a classe política. Eu não entendo por que não se aprova a reforma política”. Do presidente Lula sobre o esquema de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF). Um dia antes o próprio Lula havia dito que as imagens da entrega do dinheiro não falavam por si só. Na quarta-feira, 2, na FolhaOnline.

Antonio Claudio Bontorim

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tirar o chapéu
Uma coisa é certa. É preciso, sempre, elogiar o prefeito Sílvio Félix (PDT), quando se fala do Parque da Cidade. Muito utilizado pela população, para caminhadas e lazer, foi uma de suas melhores idéias. Atingiu e vem atingindo o seu objetivo. Os homens da varrição trabalham muito bem, porém é preciso fazer a manutenção de alguns aparelhos. Já tratei desse assunto aqui.

Fiscalizar mais
Outro ponto, também, que gera reclamação dos frequentadores, é a questão daqueles que para lá se dirigem com seus animais para passeio, cachorros na sua maioria. Se está na coleira, não faz sujeira na pista de caminhada, até dá para aceitar (é incômodo, porém). O problema são alguns de raças perigosas - e eu próprio já presenciei essa situação - que às vezes nem coleira têm. E quando estão seguros, falta a focinheira, que é obrigatória por lei. Além do bom senso de seus criadores, falta um pouco mais de fiscalização nesse sentido. No mais o local é aprazível e, aos finais de tarde, está sempre cheio.

Perigo eminente
Falando em Parque da Cidade, ontem pela manhã, ao fazer minha caminhada diária, presenciei uma cena que me assustou. Do lado de fora, no Anel Viário, bem em frente à Hípica Municipal, uma mulher com uma criança de cerca de quatro ou cinco anos e empurrando um carrinho com uma menor, tentando atravessar a pista. O local, quase na rotatória, é de movimento intenso e a mulher ensaiou, ensaiou, até que atravessou. Segurando uma criança e empurrando outra. A cena causou muita apreensão e eu cheguei a parar, para ver a conclusão da incursão daquela mulher.

Como controlar?
Não sei o que é possível fazer para evitar uma situação dessas. Talvez a Prefeitura tenha que investir em obstáculos (alambrados, por exemplo, nesses pontos) para coibir tal ação. É perigoso demais!

Cautela e caldo...
...de galinha não fazem mal a ninguém. Dificultar ou retardar a entrega de documentos ao Ministério Público (MP), quando pedidos, não é uma política muita acertada. A ação do promotor da Cidadania, Cleber Masson, mostrada por esta Gazeta, que acionou a Procuradoria Geral do Estado, instância máxima do MP estadual, devido às dificuldades que vem encontrando para conseguir documentos na Prefeitura para suas investigações, é uma prova disso. É bom lembrar que ninguém pode obstruir a Justiça. Negar ou retardar informações à Câmara Municipal, quando os vereadores pedem, é uma coisa. É uma conveniência política. Até pode (mas não deveria) fazer parte do jogo. A tentativa de dificultar os trâmites legais de ações cíveis ou inquéritos, entretanto, é um risco que não se deve correr.

Nada por lá...
A CPI, que deve ter seu relatório na próxima semana, como venho escrevendo aqui, vai mesmo virar pizza. Que não se esqueçam os vereadores - os que estão apostando nisso - que o MP também está no páreo. E lá não tem forno, não! Tem fogueira, que queima forte com a chama da Justiça....

Eu recomendo!
A partir de hoje, e todas as quintas-feiras, estarei utilizando deste espaço para uma dica de cinema. Afinal das contas, nem só de política, críticas e elogios, vive o colunista. A cultura é importante também. E aqui vai a primeira dica: O filme é antigo, de 1993, dos EUA, porém é envolvente e traz grandes estrelas, como a (ainda) estonteante Sharon Stone. Filme: Invasão de Privacidade (titulo original: Sliver), com direção de Phillip Noyce. Além dela, brilham ainda William Baldwin, Polly Walker , Tom Berenger e Colleen Camp. A duração é de 107 minutos e o gênero é suspense. Semana que vem falarei de remakes!

Antonio Claudio Bontorim

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Da cueca à meia

Depois dos dólares na cueca, a moda agora é dinheiro na meia. Pelo menos foi o que um deputado distrital da Capital Federal fez, ao receber o seu pagamento no esquema (só agora parece estar sendo desmantelado) do governador José Roberto Arruda (DEM), de Brasília. O mesmo Arruda, que lá atrás, ainda no Senado, foi um dos responsáveis, juntamente com outro senador, o baiano Antonio Carlos Magalhães, à época no PFL (ainda não era Democratas), pelo escândalo da violação do painel de votação do Senado Federal. Ambos renunciaram para não serem cassados. Magalhães está morto e Arruda não aprendeu a lição.
Após as denúncias do mensalão, que envolveu toda a base aliada de Lula, um a um os algozes daquela empreitada, que queriam fazer o presidente “sangrar” até as eleições, estão caindo na mesma armadilha. E estão sentindo na própria pele tudo aquilo que por meses a fio provocaram ao governo do PT e à sua base aliada, até a reeleição, em segundo turno, do próprio Lula. Hoje, os arautos da idoneidade no período do mensalão, que se apresentavam como os salvadores da moral e bons costumes na política, estão eles próprios envolvidos em esquemas de propinagem e arrecadação de dinheiro.
O ex-governador mineiro e atual senador, Eduardo Azeredo (PSDB), com o chamado “mensalão mineiro” (que nada mais foi do que o embrião do mensalão federal, inclusive com os mesmos personagens), é o primeiro a sentir os efeitos do veneno destilado por seu próprio partido. E agora o democrata José Roberto Arruda, cujo partido “transpirava” ética por todos os poros, dá um claro sinal dessa contaminação, que se alastrou por todo o País.
A divulgação do fato por jornais e revistas, e cujos vídeos estão nos telejornais das emissoras de televisão e mostram seus protagonistas recebendo dinheiro vivo, e foi possível graças ao mecanismo da delação premiada de um dos homens de confiança do governador e envolvido no esquema, é mais que uma ferida aberta por essa infecção generalizada, que tomou conta da política nacional. É um forte indício da necessidade urgente de uma reforma política. Sem adiamentos!
Ninguém pode aceitar mais o uso da arte política como forma de enriquecimento ilícito justamente com o dinheiro público. Aquele que deveria ser empregado para gerar bem-estar social do cidadão e contribuir para o desenvolvimento das comunidades. É preciso esvaziar essa burra, para mostrar que o agente político tem o dever de servir àqueles que nele confiaram e não se servir do cargo, poder e prestígio para fazer aumentar seu patrimônio pessoal. E isso só será possível através de uma reforma política ampla e que não tenha medo de colocar no banco dos réus, caso necessário, um a um daqueles que se locupletaram da vida pública. E o primeiro passo para isso é tirar o foro privilegiado desses agentes, transferindo-o para a justiça comum e responsabilizando-os criminalmente pelas ilicitudes.

Antonio Claudio Bontorim