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domingo, 31 de agosto de 2014

Um furacão chamado Marina. Tsunami na política

Se foi surpresa, não sei. Se assustou muita gente, disso eu tenho certeza. Se os ventos continuarão favoráveis e arrastando tudo o que vem pela frente, é outra história. Em política sempre há o dia seguinte com suas particularidades diferentes do anterior. Sem rotina definida. O fato é que a pesquisa divulgada pelo Ibope na última terça-feira, 26, que leva a candidata do PSB, Marina Silva, à vitória contra a petista Dilma Rousseff em segundo turno revirou a casa estrelada. Arrepiou as barbas de Lula e molhou a plumagem tucana com um balde de água gelada – sem trocadilhos com o desafio que corre por aí. A ex-senadora do PT, ex-verde e fundadora da rede (que ainda não saiu do papel) trouxe de volta seu capital político, lá de eleição de 2010 e acrescentou alguns números a mais. Tirou quatro pontos de Dilma, mais quatro do senador mineiro Aécio Neves e candidato do PSDB à presidência, outros dois do quarto colocado, o pastor Everaldo (PSC). E livrou, também, muita gente da indecisão ou que não sabia em quem votar e talvez até anulassem ou votassem em branco.

Herança bendita
A herdeira do posto que pertencia ao também socialista Eduardo Campos, morto em acidente aéreo, apenas ratificou sua ascensão já medida anteriormente pelo Instituto Datafolha. E foi além. Sair dos 9% de Campos, ganhar 20 pontos porcentuais e empurrar Aécio para a terceira colocação, mostra que há um cansaço lógico do eleitor com a polarização tucano-petista. É fato.

Causou estragos
Embora haja uma tentativa de desconversar sobre essa polarização – que vem desde 2002 – principalmente pelas hostes do tucanato, há sim um esgotamento natural nessa disputa. E a chamada e questionada terceira via, que agora desponta forte com Marina Silva, pode estar se consolidando. E pode, sim, jogar a ambição peessedebista para mais tarde. E destronar o PT.

É confusão total
Essa mudança brusca na direção dos ventos que sopram a política nacional entortou de vez a concepção de analistas especializados, cientistas políticos e partidários de outras correntes, sobre os rumos das eleições deste ano. A avalanche de opiniões que se sucederam durante da semana, apenas deixou o nevoeiro mais espesso. Até agora não há análise sequer que corrobore outra.

Mix de opiniões
Não há consenso sobre o que vai acontecer daqui para frente. É evidente que se deve pesar cada linha escrita, cada palavra falada e expressada publicamente na mesma medida. Juntar tudo o que pensam aqueles que acreditam na efetivação do potencial de Marina, os que acham que isso ainda é fruto da comoção de uma tragédia e também dos incrédulos. Dá para tirar alguma conclusão imediata? Não!

Resposta rápida
E esse tsunami passa por Limeira, conforme pesquisa encomendada e divulgada hoje por esta Gazeta. Marina Silva venceria em primeiro turno nos votos válidos. Sem brancos, nulos e indecisos, a socialista teria 51,7%, contra 23,5% de Dilma Rousseff e 20,6% de Aécio Neves. É o cenário local da corrida presidencial, mas que pode até refletir novos números daqui para frente.

Capital próprio
E por que os resultados da pesquisas mexeram tanto com o imaginário dos analistas? Essa é fácil. Porque até a então vice na chapa de Campos não havia transferido nada de seu capital eleitoral ao candidato natural da legenda. Eu, particularmente, quando ela foi anunciada como tal, dava quase como certa e lógica essa transferência. E por que isso não aconteceu? Também é uma pergunta para muitas respostas.

As cores da hora
E a pesquisa do Datafolha, publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, que dá empate rigoroso entre Dilma e Marina, pode sinalizar possível eleição até em primeiro turno. A favor de Marina. Essa é outra história, que ainda vai ser contada.

E direto às urnas
Até outubro os temas estarão essencialmente voltados à política e às eleições. E Limeira vai se firmando com seus candidatos, mais de duas dezenas, para delírio dos partidos. Muitos egos sendo massageados e polidos, porém, nada de concreto no horizonte, que possa garantir que ao menos um em cada esfera – federal e estadual – seja eleito. Até agora apenas uma impugnação, a do ex-vereador (foi cassado em início de mandato) Edmilson Gonçalves pelo PSDB. Como ainda cabe recurso ao TSE, ainda há alguma água a correr por debaixo da ponte. Em que pese a longa estiagem verificada especialmente no Estado de São Paulo.

Vai doer no bolso
Da política, para a política. Só que dessa vez a administrativa. Todos podem preparar os bolsos. Vem aumento aí na área azul, conforme mostrou esta Gazeta na última sexta-feira. A Hora Park está pedindo 40%. A prefeitura diz que não. O índice será menor. O quanto não se sabe. A única coisa certa: a taxa pós-utilização sofrerá reajuste de 100%. Vai a R$ 9,00. Lembram-se, de projeto do vereador Miguel Lombardi (PR), que reduziu esse valor de R$ 8,00 à R$ 4,50? Pois é, agora ele vem dobrado. E com uma agravante: criação de mais mil vagas tarifadas. Invertendo o que o vereador Raul Nilsen (PMDB) disse certa vez: “aqui sim, jacaré”.

E vai afetar sim

Quem pode sofrer com isso é o comércio da região já tarifada. Há preocupação por parte das entidades de classe. Principalmente depois do período ruim com a Copa do Mundo e, agora, também ruim até as eleições. Situação só tende a se agravar.

Pergunta rápida

Quem vai bater mais em Marina Silva daqui para frente, o PT ou o PSDB?

Uso sustentável...

Para não perder a oportunidade em conscientizar a população. O problema com a longa estiagem e as queimadas que avançam sobre nascentes, conforme esta Gazeta mostrou na última terça-feira, é grave. Muito grave. O risco de racionamento, aos poucos, se transforma em realidade e já não é mais descartado pela concessionária Odebrecht Ambiental, que avisou ter água por mais dois meses, caso não chova nesse período. Enquanto municípios vizinhos se cercam de leis protetivas, Limeira vai sendo levada e lavada pela enxurrada do desperdício, que continua flagrante entre os limeirenses. Reclamar e criticar depois não vai resolver o problema.

Nota curtíssima
O preconceito racial nos estádios de futebol não tem fim. É latente. Virou ódio.

Frase da semana

“Marina é o Lula de saias”. Do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, sobre a real possibilidade de a socialista vencer Dilma num segundo turno. No Blog do Fernando Rodrigues. Na sexta-feira, 29.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Quando a falta de consciência vira ignorância

O Estado de São Paulo sofre com um longo período de estiagem. Uma seca que entra para história e não se via por aqui desde 1930, segundo especialistas. Limeira não está imune a ela, embora tenha um sistema de captação, tratamento e distribuição exemplares, em concessão privada, a preocupação já bateu às portas da concessionária, que lançou o programa Juntos pela Água, de racionalização do seu uso. E não descarta, caso se prolongue a falta de chuva, de algum tipo de racionamento. Na edição de domingo desta Gazeta, em matéria muito bem conduzida pela jornalista Vanessa Osava, o professor de Hidrologia da Faculdade de Tecnologia (FT/Unicamp), Hiroshi Paulo Yoshizane faz revelações drásticas. Ele prevê a recuperação dos rios em 12 meses a partir do início do período mais chuvoso, mas o prejuízo causado no ecossistema aquático só deverá se recuperar em 10 anos. E uma década é muito tempo perdido, porém, inevitável.    
Os alertas são constantes e estão diariamente nas páginas dos jornais e noticiários de rádio e TV e a cada dia de seca que se soma, a situação torna-se mais dramática ainda. Uma realidade que foge do controle do homem (embora ele tenha grande responsabilidade na desestabilização climática), que pode ser amenizada, desde que a consciência acompanhe diariamente suas ações no sentido de um consumo sustentável, que só é possível através de uma conscientização efetiva do grave problema pelo qual atravessamos. Ações simples de economia de água, que infelizmente não vem sendo o ponto forte de boa parte da população, que teima em fazer da mangueira, vassoura para varrer calçadas. E não se dá conta da gravidade desse momento. 
E como em Limeira não há punição para esse desperdício, tornamo-nos apenas observadores e narradores desses fatos, na esperança de que mais pessoas percebam a importância de uma torneira bem fechada, de que isso vai passar e não cometam erros, dos quais possam se arrepender depois. E que afetam direta – e indistintamente - toda uma comunidade. 
Ainda na semana passada, uma moradora de um prédio no centro da cidade fez contato com a Redação da Gazeta, para reclamar do mau uso da água. Outro prédio, vizinho, passava por processo de lavagem externa, que no entendimento dessa verdadeira cidadã, poderia ser evitado ou postergado. No que estava coberta de razão. Não é o melhor momento para esse tipo de ostentação.
Na segunda-feira pela manhã, enquanto levava minha mulher para o trabalho, um cidadão lavava, com mangueira que jorrava sem parar, um toldo e a calçada de uma casa comercial na Avenida Araras, próximo da Praça Adão Duarte. Também deveria ser evitado. Uma ação totalmente desnecessária, que certamente não fez aumentar a clientela da loja, mas expôs o tamanho dessa atitude inconsequente. São apenas dois exemplos isolados, mas de alto conteúdo didático de como não deve ser feito. Aprender com a crise – neste caso sazonal – é sempre dolorido, mas a consciência pode ser um bom analgésico. Acredito que não seja pedir demais.

domingo, 24 de agosto de 2014

O poço sem fundo continua sendo escavado


A expressão é conhecida. “Poço sem fundo”. E significa que em nenhum momento ele vá encher o suficiente para que a água comece a subir e venha à tona. Ou empurre o que está embaixo para cima. Esse é bem o momento vivido pelas áreas de educação e transporte público em Limeira. Quando se pensa que o buraco foi interrompido, a terra se move e ele continua sendo escavado. Sempre a uma profundidade maior ainda. Foi o que aconteceu nesta semana e mostrado em manchete por esta Gazeta na quarta-feira, 20: “Material escolar está em falta na rede municipal de ensino”. O que seria normal no burocrático processo de compras do poder público, não fosse esse suprimento o mais básico possível e que jamais poderia faltar. Giz para lousa e papel sulfite entre eles. E cujas compras devem ser planejadas. E, com certeza, não estão sendo. Pior de tudo isso é o silêncio desse mesmo poder público, que apenas responde com evasivas – já manjadas – que são o mais claro sintoma da falta de planejamento. Da irresponsabilidade mesmo. Como se não fossem obrigados a prestar contas à população.

Na fila de espera
Há, entre esses materiais, aqueles que não chegam há mais de um ano às unidades da rede pública de ensino. O lápis de cor é um exemplo. E essa denúncia não é peça de ficção da mídia. São os próprios gestores educacionais que relatam essa falta ou a remessa em volume reduzido. A resposta dada naquele momento: a pasta iria fazer um levantamento para apurar a situação.

Atestado assinado

E não há respostas possíveis para tamanho desleixo. Culpar contratos em andamento e a morosidade dos trâmites que envolvem a aquisição de produtos mediante licitação é, no mínimo, uma declaração de incompetência. Assinada e com firma reconhecida. É uma prova clara de que o processo administrativo está truncado. Falta condução e, por isso, o bate-cabeças.

E é dinheiro do...
...contribuinte; que fique bem claro. E não bastasse a inépcia dessa situação, esquecem-se, os gestores municipais e servidores do povo, que o balanço deve ser apresentado de forma transparente. Porque é o povo quem paga a conta no final. Inclusive dos salários desses agentes públicos, sejam eles comissionados ou funcionários de carreira. Os concursados.

Melindres à parte
Cômico, se não fosse trágico, é ver a distância que separa o servidor público do público, quando ele não cumpre suas funções. Há, em todos os guichês de atendimento nos órgãos governamentais uma pequena placa onde se lê, que ofender ou maltratar funcionário público é crime previsto em lei. Então a negligência, que acompanha muitos desses servidores, também deveria ser crime. Previsto em lei.

Desculpas demais
Para concluir. Quando não há explicação lógica, não há desculpa possível capaz de abrandar a incompetência. E o sintoma dessas trombadas entre jogadores de um mesmo time se tornam mais evidentes, a partir da cobrança de quem faz parte da própria equipe. Vereadores da base governista, até agora ausentes de toda essa discussão, começam a pôr a mão na ferida, que de tão aberta está duro cicatrizar.

É bufunfa demais
Outro tema que abordei no texto de abertura desta coluna, foi sobre o transporte público. No último domingo, comentei sobre o serviço, cada vez pior e ganhando mais subsídio do poder público municipal.
É muita grana...

Tem música no ar
Não pretendia comentar mais sobre o tema, mas na última semana, mais precisamente na quinta-feira, a bomba estourou, conforme mostrou a Gazeta, em manchete: Supersubsídio é alvo de investigação do MP. E com uma agravante comprometedora. O próprio promotor de Defesa do Patrimônio Público de Limeira, Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, está enxergando indícios fortíssimos de enriquecimento ilícito, violação dos princípios que regem a administração pública e prejuízo ao erário no repasse de numerário às viações, conforme denúncia do vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD). Situação que pode resultar em apuração de improbidade administrativa. Ei, você aí, me dá um dinheiro aí...

Péssima qualidade

A dúvida que fica nem é tanto sobre o repasse do subsídio, por si só, imoral – mas que parece legal – e aviltante. Mas sobre a qualidade do transporte público urbano, que as duas empresas (?), Viação Limeirense e Rápido Sudeste, oferecem ao usuário em troca do dinheiro que vêm recebendo. A se levar em conta as reclamações, os problemas registrados quase diariamente pela mídia, o serviço continua como sempre esteve: ruim.  Se contra fatos não há argumentos, que os senhores fiscais de jornalistas levem os problemas tratados diariamente pela imprensa a seus superiores (se é que os têm), dando respostas aos reclamos da população, e não detratem os profissionais que só estão cumprindo suas funções de denunciar e não bajular.

O tempo não para
Uma vez que acabei de falar em imprensa, jornalistas e a mídia de uma maneira geral, a Secretaria de Comunicações da Prefeitura deveria começar a liberação de releases em horários mais compatíveis com o expediente diário dos órgãos de comunicação. Principalmente daqueles que têm seu “dead line” obrigatório, como jornais diários. Muito material que poderia ser aproveitado está chegando apenas à noite. Há algum ruído atrapalhando essa comunicação.

Pergunta rápida
Por que Geraldo Alckmin (PSDB) não fala a verdade sobre a crise hídrica em SP?

Eu sou a verdade
Marina Silva, que herdou a vaga à disputa pela Presidência da República de seu companheiro de partido, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que morreu recentemente em acidente aéreo, começa a impor seu estilo. Centralizadora, a ex-senadora do PT, está mudando a cara da campanha, arrastando parceiros que militaram com ela no PV para postos chaves na coordenação. Começa, também, a colecionar como desafetos amigos direto de Campos, militantes históricos do próprio PSB. O que não é bom para ela e muito menos para a chapa socialista, que hoje ocupa o segundo lugar nas pesquisas eleitorais. Marina não vai arredar pé de suas posições. Como fez quando saiu do PV. Isso é perigoso.

Nota curtíssima
Tudo que o Brasil não precisa é democracia pautada pela religião. O Estado é laico.

Frase da semana
“Pesquisa agora só vale depois do Sete de Setembro”.
Do presidenciável tucano Aécio Neves, pedindo serenidade a seus aliados com as pesquisas. Na coluna Painel, da Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 22.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sem novidades
Começou a propaganda obrigatória gratuita nas emissoras de rádio e na TV. O horário eleitoral repete as fórmulas anteriores sem nem mesmo corar de vergonha seus personagens. Que são os mesmos. Os candidatos desfilam prometendo o que todos querem ouvir. Verdadeiros salvadores da pátria.

Tudo do mesmo
O que eles deveriam mostrar, entretanto, são as propostas para poderem cumprir essas promessas. O que é preciso fazer, todos nós sabemos. Eles também. E até melhor que nós. O que eles não sabem mesmo, e também não têm coragem de falar, é o como fazer.

Parece vergonha
Aqui em Limeira, há uma timidez visível por parte dos candidatos em mostrar a cara. Poucos adesivos em automóveis, alguns cavaletes que nem sempre a gente vê e pouca aparição pública. E o espaço fica aberto para os forasteiros, que se aproveitam como podem. Tiririca que o diga.

Se a casa caiu ...
...a porta da cela se abriu. Foi preso no Paraguai o ginecologista brasileiro Roger Abdelmassih. Aquele de mais de 50 estupros em seu consultório. O “Mengele” tupiniquim já está no Brasil. À espera, talvez, de uma nova decisão favorável pela sua liberdade.

Só para lembrar
Foi o ministro Gilmar Mendes quem liberou o médico da prisão e, logo em seguida, ele fugiu. O mesmo Gilmar Mendes que mandou soltar o banqueiro Daniel Dantas; extinguiu a obrigatoriedade do diploma para jornalistas e conversou ao telefone com José Serra (PSDB) em 2010 em plena sessão do Supremo em votação sobre o processo eleitoral. Serra era candidato à presidência e tinha interesse no resultado do julgamento. Pois é.... 

A última de hoje
Sou do tempo da vitrola. Lembram-se da Sonata e dos discos de vinil. E que tristeza quando a “bolachona” riscava. A agulha empacava e o cantor sempre repetia a mesma frase, mesma frase, mesma frase... Agora, o que tem de disco riscado pensando que é CD... repete, repete, repete e não diz nada.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

É preciso esquecer tudo o que foi dito até agora

Começa hoje a propaganda obrigatória para as eleições 2014. Seguindo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o horário eleitoral gratuito, através das emissoras de rádio e TV, vai adiantar ou atrasar um pouco a grade dos programas tradicionais. Tudo para acomodar os 25 minutos diários pela manhã e outro igual período à noite, que terão que ceder à Justiça Eleitoral, para mostrar o que os candidatos têm a dizer e quais são suas intenções, caso sejam eleitos. O “blá-bla-blá” que todos já conhecem, mas que há, sim, influência efetiva na escolha final do voto. E aqueles que explorarem bem o tempo que lhes cabe, para passar o melhor “recado”, com certeza, ganharão preciosos pontos na corrida eleitoral, cuja largada foi dada tão logo terminaram as apurações de 2010. Sem contar o tempo, que partidos e respectiva coligação terão à sua disposição. E, também, os números de cada pesquisa eleitoral para ditar o ritmo dos programas até a chegada do dia de apertar os botõezinhos nas urnas eletrônicas.
E nem uma grande comoção nacional, como foi a trágica morte em acidente aéreo do ex-governador do Pernambuco, Eduardo Campos, candidato do PSB ao Palácio do Planalto, consegue parar o tempo que passa a correr a partir de hoje. Um acontecimento que sem dúvida mudará o panorama político, que vinha se desenvolvendo até o último dia 13, quando o avião em que estava caiu na cidade de Santos, no Litoral Sul paulista. Campos era o terceiro na corrida presidencial, apesar de ter na candidata a vice, Marina Silva, um capital eleitoral considerável com o qual saiu das eleições de 2010, até então não transferido a ele. O cenário, entretanto, parece ter mudado repentinamente. Nem bem os corpos haviam sido resgatados, o Instituto Datafolha saiu a campo para uma nova coleta, agora tendo justamente a vice encabeçando a chapa. Isso sem ter ainda seu nome oficializado pela legenda, o que deve ocorrer amanhã. O bom senso, entretanto, fez com que o próprio Datafolha adiasse a publicação dos novos números para depois do sepultamento de Campos e das outras vítimas, que ocorreu no último domingo.
Ontem, entretanto, lá estava a pesquisa, nas páginas da Folha de S. Paulo, e com alterações interessantíssimas. E nada agradáveis, nem para a petista Dilma Rousseff (PT), menos ainda para Aécio Neves, do PSDB. A candidata à reeleição manteve seu patamar inalterado, assim como o senador mineiro. O que se viu, entretanto, foi numa ascensão espetacular da ex-senadora do PT e candidata do PV em 2010, ultrapassar numericamente o tucano. É o cansaço de boa parte do eleitorado com a polarização PT-PSDB dos últimos anos. 
Uma leitura efetiva, sem paixões partidárias, da pesquisa Datafolha à corrida presidencial publicada ontem, revela o que todos esperavam, mas tinham medo até em pensar: Marina Silva. Se ela se manterá nesse patamar ou não, é preciso aguardar um pouco mais. Dilma se recupera em alguns pontos, e Aécio aparece atrás de Marina, em empate técnico quase cravado. A diferença é que, se Marina entrar no páreo, Aécio terá que escolher alguém para bater. Se bater em Dilma e deixar Marina, há um risco sério de que a neossocialista vá aproveitando as beiradas. Se bater em Marina e deixar Dilma, o tamanho do tempo de exposição da petista no horário eleitoral, se bem aproveitado, será quase fatal. Se bater nas duas juntas, vai passar a campanha inteira fazendo isso. Se ficar o bicho come, se correr parece que o bicho pega. Até mesmo para a atual presidente, que seria derrotada por Marina num eventual segundo-turno. O jogo está apenas começando. Só que agora para valer.

O lado obscuro das redes sociais que leva ao ódio

A morte do candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), na manhã da última quarta-feira, em acidente aéreo na cidade de Santos, trouxe à tona, novamente, o lado mais obscuro das redes sociais. Piadas inoportunas e teorias conspiratórias, que fazem corar até o tomate mais maduro. E que provocam asco em todos aqueles que fazem dessas redes – Facebook e Twitter, as mais utilizadas – ferramentas diárias de trabalho para levar informação correta e diversão sadia a seguidores e amigos. E àqueles que compartilham desse propósito. Em muitos comentários e postagens, relatos com alto teor de preconceito se seguiram durante todo o dia, inclusive expressando desejos de que o acidente tivesse ocorrido com esse ou aquele outro candidato. Dilma Rousseff (PT) e o tucano Aécio Neve foram lembrados como merecedores da tragédia, no lugar do ex-governador de Pernambuco. Como se isso resolvesse os problemas do País ou tornasse a vida dessas pessoas mais agradáveis. Postura lamentável de quem leva a decência a nível zero, chafurdando na lama escura do ódio. Extrema pobreza de espírito.

Nosso lado oculto

Sempre que tenho oportunidade – e essa é de triste coincidência – trato desse assunto, porque entendo que a comunicação e as informações que circulam a cada segundo nas redes sociais são armas perigosas, quando não utilizadas de forma criteriosa. Expõem uma aura sombria do ser humano, quando ele se dispõe a navegar pelas águas turvas da intolerância.  

Exposição gratuita

A tragédia de Campos e uma infinidade de outras tragédias – compartilhadas diariamente – expostas ao escárnio que acompanha muitos perfis de redes sociais, são apenas um exemplo da falta de caráter de seus proprietários. E, que ao se expressarem dessa forma, denotam apenas desrespeito, sem perceber que estão zombado de si próprios. Expondo-se ao ridículo.

Opinião e escárnio
E tudo isso não tem nada a ver com a liberdade de expressão. Muito menos com o direito à opinião. Principalmente daqueles que estão acostumados à danosa prática da arrogância. Tem, sim, muito a ver com consciência de cada um, em buscar a informação e transmiti-la de forma correta. A desgraça alheia não é diversão. Muito menos pretexto para buscar sorrisos. Justamente onde deveria haver lágrimas.

Prática necessária
Nesse processo, entretanto, defendo o direito a esses detratores em continuar se expondo nas redes, para que possamos conhecê-los e as suas ideias. Só assim, com a trincheira adversária exposta é que a legião contrária à maledicência e à mediocridade, poderá se contrapor. Não numa guerra entre o bem e o mal, mas o embate produtivo, para que cada vez mais vozes se levantem contra os injuriosos. 

Próximo capítulo...
Passados os primeiros dias dessa verdadeira comoção nacional, os caminhos precisam ser retraçados para que não se perca o foco na busca pelo futuro do País. E passa, efetivamente, por decisões políticas pontuais e interesses partidários, embora o momento exija mais que isso. Enquanto não vem a definição, pela continuidade ou não do projeto político de Eduardo Campos, não há uma conclusão, por tão óbvia que possa parecer.   

Que venha o dia 19
A partir da próxima terça-feira, saem os galãs do horário nobre e entram os protagonistas da política nas emissoras de rádio e TV. Sem mocinhos e nem bandidos. Espera-se também, que não haja bolinha de papel.

A falta e o aumento
Por aqui a água foi a personagem da semana. Pela primeira vez, e publicamente, a concessionária Odebrecht Ambiental admitiu a possibilidade de racionamento no mesmo dia em que anunciava alta extra de tarifa. O primeiro anúncio, que tudo indicava não seria levado a público, é um alerta à população pelo seu uso racional e desmonta a teoria, até então defendida com unhas e dentes, que essa longa estiagem não afetaria o abastecimento em Limeira; o segundo, que ninguém esperava ou desejava, foi o do aumento tarifário extraordinário de 6,38%, a partir de janeiro de 2015. E que vai com certeza impactar no bolso do contribuinte, como todo aumento para custeio de serviços públicos, embora no caso de Limeira seja privado.

Está bem sinalizado

Como o assunto ainda é água, desta vez daquela decorrente de fortes chuvas – que há muito não acontecem - o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, SAAE, pede aos motoristas atenção à sinalização – que está valendo desde ontem – no entorno do Tiro de Guerra. Tudo em decorrência das obras de preparação e construção de uma bacia de detenção (piscinão), na pista de atletismo existente no local e desativada temporariamente. É interessante que essa sinalização seja respeitada e que se evite trafegar pelas ruas próximas, para agilização dessas obras e para que sejam evitados eventuais transtornos. E não há como alegar desconhecimento, uma vez que faixas e placas estão sendo instaladas no local.

Obra imprescindível
Essa deve ser a grande obra – e a mais importante também – da atual administração. E, assim que concluída, evitará as consequências das tradicionais enchentes em toda aquela região e, principalmente, na baixada do Mercado Modelo, o “Mercadão”, e que tantos prejuízos trouxeram (e trazem) a moradores e comerciantes lá instalados. Nesse caso ninguém poderá negar a omissão do poder público.

Pergunta rápida

Por que as teorias conspiratórias aguçam tanto o imaginário do ser humano?

Lembrando Tirica...

... pior que tá, não fica. Essa é a situação do transporte público em Limeira que, conforme esta Gazeta publicou na última sexta-feira, deve ter dobrado o repasse da verba pública municipal (subsídio), após o primeiro ano de vigência. Na mesma edição, a manchete mostrava a condenação da Viação Limeirense por danos morais, justamente pelo mau atendimento ao usuário. No caso, uma cadeirante. Ora, se o subsídio vai dobrar, as concessionárias também podem aumentar o investimento em melhorias com a devida fiscalização do poder público. E denúncia após denúncia, o mais interessado, o usuário, não sente impactos positivos no serviço. E tudo continua como antes. E o usuário...

Nota curtíssima
Se o transporte público fosse um time de futebol, já teriam mudado o técnico.

Frase da semana

“Sensação de que a morte bate na porta errada”. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na última quarta-feira em Santos. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 15.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Coerência, enfim
Em minha coluna de domingo, questionei até quando Limeira seria um oásis em meio a tantos municípios sem água. No artigo da terça-feira (Águas que já não rolam como antigamente), comentei sobre a importância da informação como principal arma à conscientização. Finalmente se chegou à razão e o racionamento de água já é cogitado, conforme mostrou manchete desta Gazeta, ontem.

Sem brincadeira
Finalmente, e já com atraso perceptível, a concessionária Odebrecht Ambiental assumiu o problema pela primeira vez, depois de ter esbanjado confiança de que a estiagem não atingiria Limeira. As fotos dos mananciais que abastecem o Município, mostradas ontem na reportagem de Daíza Lacerda, indicam que essa postura deveria ter sido tomada lá atrás.

Antes tarde que...
...mais tarde ainda. Não dá para brincar com um problema sério dessa natureza. É preciso assumi-lo e mostrar a realidade da situação. Apenas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) - e sua Sabesp - em sua irresponsabilidade eleitoral, ainda não percebeu isso.

Reação oportuna  
A vereadora Érika Monteiro (PT) fez requerimento ao prefeito Paulo Hadich (PSB), questionando sobre a data da inauguração da nova biblioteca municipal, lá no Parque Cidade. Venho escrevendo sobre isso há tempos. Cobrando continuidade das obras. Agora, finalmente e felizmente, parece que a preocupação chegou à própria base governista.

É apenas palpite  
Vou cravar na cabeça: a atual administração municipal não tem o mínimo interesse em inaugurar o novo espaço. Se tivesse vontade política já teria feito. E vou além, não vai inaugurar. E se isso vier a acontecer, serei o primeiro a elogiar.

Educação no ralo
E que desce rápido pelo esgoto. É triste ver jovens, madames e pessoas saudáveis ocupando vagas especiais de estacionamento para idosos e portadores de deficiências. Como disse certa vez um leitor desta coluna, são pessoas portadoras de deficiência moral. Concordo.

A última de hoje
Em tempo: morte em trágico acidente do candidato à presidência, Eduardo Campos (PSB), pode mudar a configuração política eleitoral do Brasil a menos de dois meses da eleição. Tudo passa pelas decisões partidárias e possibilidades legais sobre o tema. É preciso cautela para qualquer análise.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Águas que já não rolam como antigamente

Apesar de todos os indicativos - e afirmativas enfáticas - de que a crise hídrica não chega a Limeira, a população deve estar atenta e racionalizar na utilização da água. Se há parâmetros técnicos e reservação suficientes para autorizar a concessionária Odebrecht Ambiental a levar esse otimismo aos limeirenses, nenhuma informação em contrário deve ser omitida. Mesmo porque a conscientização vem do princípio da verdade e não de interesses meramente corporativos e infalibilidade de prognósticos, uma vez que o Estado de São Paulo atravessa uma estiagem prolongada, que há décadas não se via. E, por menor que seja a probabilidade de o Município atravessar esse período sem racionamentos, o primeiro indício de alerta tem que se tornar público, para impactar de forma positiva o cidadão à necessidade do consumo consciente.
Se a própria concessionária já lançou um movimento para induzir o usuário ao não desperdício, o que é positivo e altamente necessário do ponto de vista prático e para que de fato a água não venha a faltar, a resposta da comunidade deve ser imediata. Pois é no esforço conjunto que se conquista os melhores resultados. Em todos os segmentos da sociedade. Isso por que se percebe que nem todas as pessoas estão devidamente alertadas – ou não preferem observar os alertas que a natureza tem passado nesses últimos meses – e continuam jogar água literalmente no ralo. Com a falta de chuva e o excesso de poeira acumulada, ainda é comum observar muita gente lavando a calçada com mangueiras em vez de usar a vassoura. Ou lavando carro em frente às suas casas, deixando a água escorrer enquanto ensaboam o veículo. E ainda há os que não acreditam que a água seja um recurso finito. A crescente degradação ambiental dá sinais claros para graves problemas de abastecimento num futuro não tão distante assim.
Em manchete publicada ontem pela Folha de S. Paulo, os indicadores são os piores possíveis. Já há em todo o Estado 2,1 milhões de pessoas em racionamento oficial de água, segundo o jornal, o que dá uma média de 1 para cada 20 habitantes sem o “precioso líquido”. Ou com interrupções diárias no fornecimento. E, mesmo assim a Sabesp continua insistindo que tudo está normal e não há racionamento oficial, o que é desmentido diariamente por moradores da própria capital paulista e de cidades também servidas pela estatal paulista. É um comportamento altamente reprovável, e de extrema irresponsabilidade, esbanjar um otimismo que não condiz com o que está sendo mostrado na prática. O interesse político eleitoral não deve, nunca, deixar em segundo plano o bem estar social, omitindo informações reais dessa grave situação. Isso, entretanto, é outra história, que será contada após as eleições de outubro.
Por enquanto fica o aviso, emitido pela natureza, de que ela não está para brincadeiras. E o esforço do homem para mantê-la em padrões aceitáveis reforça essa preocupação. O nosso legado é que vai determinar quando e como a escassez de água chegará a níveis insuportáveis.

domingo, 10 de agosto de 2014

Criar ou não a taxa de iluminação? Eis a questão

Parece que o consenso está longe ainda, apesar do prazo apertado. E que até o principal interessado no assunto, o Poder Executivo Municipal, não tem tanta certeza do que e nem de como fazer. Estou falando sobre a criação – ou não – da taxa de iluminação pública, que leva o curioso nome de CIP (contribuição para a iluminação pública). Nas tentativas – ou tentativa – anteriores em criá-la foi um mal-estar político sem precedentes envolvendo o então prefeito (posteriormente cassado) Silvio Felix e os vereadores, principalmente os da base governista. Mas isso é passado, porém, vale para analisar o momento. Pois bem, na última quarta-feira, uma quarta audiência pública foi promovida para debater o assunto com a comunidade, envolvendo os agentes públicos e técnicos. Era para ser conclusiva, mas não foi. O próprio discurso do prefeito Paulo Hadich (PSB), apesar de deixar claro que sem a CIP é impossível melhorar a iluminação pública em Limeira, não foi muito enfático e nem afirmativo. E deixou aberta uma porta para a não criação dessa cobrança.

O tempo é curto
O entrave maior está na falta de tempo para um debate mais técnico. E menos político. Até o dia 1º de outubro a CIP teria obrigatoriamente que estar aprovada, sancionada e publicada para que comece a valer, como indica a resolução normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de repasse do sistema aos municípios. Resolução que está sendo questionada na Justiça, diga-se.

Dúvidas cruciais
A questão não está em criar ou não essa nova taxa, já que o Município terá que encontrar recursos para manutenção do sistema de iluminação, que é falho e requer mais investimentos. E, sim, demonstrar a sua real necessidade, pois vai, mais uma vez, enfiar a mão no bolso do contribuinte, que já é tributado em excesso. E se o serviço é privado não está claro o papel da atual concessionária.

Ameaça perigosa
Uma demonstração que nem tudo está resolvido na cabeça dos administradores públicos municipais sobre a questão da CIP, está justamente na forma como o prefeito colocou a questão. Se a “contribuição” não for criada, não haverá investimentos e a manutenção do serviço de iluminação pública será mantida como está. Ou seja, ruim. É um tipo de chantagem velada. Que leva de fato à escuridão.

Direito em chiar
A população, por sua vez, tem o direito de contestar. Afinal tem alta carga de impostos e um retorno parecido a zero, levando-se em conta o que se arrecada. Nos três níveis de poder, municipal, estadual e federal. E contesta e mostra contrária com razão e argumentos. Fora um ou outro posicionamento, no sentido de politizar o debate, passa longe das necessidades da sociedade. É hipócrita.

O ônus político
Embora não haja eleição municipal neste ano, há vereadores – seis ao todo – na  disputa por vagas à Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Medidas impopulares passam longe de seus interesses, quando o interesse maior é eleitoral. E é justamente sobre eles que deve recair o maior peso político se a CIP for criada. Viverão no dilema entre a vontade do Poder Executivo e a perda dos preciosos votos.

Ao deus-dará
Por falar em iluminação pública, as noites de Limeira estão desprovidas da necessária segurança pública. Presenciar a circulação de viaturas da Polícia Militar e da GCM é quase impossível. Durante o dia o movimento é constante.

Segundo plano
Hoje, quando se questiona o cidadão sobre o que ele gostaria que melhorasse na sua comunidade, a segurança pública vem sempre em destaque, formando o tripé com educação e saúde. São áreas ainda pouco valorizadas por administrações públicas, que hoje investem mais em marketing do que em ações concretas para resolver os problemas de cada área. Remuneração baixa e, em muitos casos, falta de estrutura adequada ao trabalho compõem esse cenário quase caótico e em escala decrescente, que começa pelo governo federal, passa pelos estaduais e atinge os municípios. Independentemente de qual partido político esteja no poder. Trata-se de um problema crônico de consequências ainda imprevisíveis.

Discurso antigo
Por isso, é importante ficar atento a partir de agora. Com a campanha eleitoral em andamento ouviremos e assistiremos às velhas e surradas promessas, já desgastadas pelo tempo de tanto servirem de bordão aos candidatos. E nenhum deles, e no mesmo tom solene, se cansa de repeti-las. É preciso ouvir, refletir e, principalmente, selecionar cada mensagem que os candidatos estarão passando para poder vislumbrar o grau de comprometimento que têm com a realidade. E, com certeza, segurança, educação e saúde estarão entre essas mensagens. Cabe ao eleitor filtrar tudo isso para ver se sobra alguma confiança no sistema político, no atual modelo em que se encontra.

Alertar é preciso
Na última segunda-feira, a Odebrecht Ambiental lançou um movimento para incentivar o uso racional da água. O Município, segundo a concessionária, não foi afetado pela estiagem prolongada, mesmo com a baixa vazão dos mananciais. Mesmo assim ela acerta em racionalizar – não racionar – a utilização da água. Basta uma rápida circulada pela cidade para perceber como tem gente sem noção e desprovida dessa consciência, lavando veículos e calçadas e deixando a água correr sem controle. É preciso, também, fiscalizar esse desperdício. E com urgência. 

Pergunta rápida
Até quando Limeira será um oásis em meio a tantos municípios que estão sem água?

Citação oportuna
O mais triste de tudo isso e em meio a uma seca histórica, é ver o governo estadual não reconhecer publicamente a crise hídrica que afeta quase todo o estado. Geraldo Alckmin brinca com a inteligência da população ao negar racionamento na capital paulista, quando os exemplos são claros e mostrados pela mídia. E desrespeita a opinião pública ao fazer de sua campanha eleitoral prioridade em vez de tratar com transparência a real situação do Sistema Cantareira. Como disse certa vez Abraham Lincoln: “você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo”.

Nota curtíssima
Então vamos cantar: “cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz”.

 Frase da semana
“Não será possível melhorar a qualidade da iluminação sem a CIP”. Do prefeito Paulo Hadich (PSB), durante audiência pública no Teatro Nair Bello, Na Gazeta de Limeira. Quarta-feira, 6.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Uso. Não nego...
...mas afirmo categoricamente que não. Até edições passadas, quando perguntados sobre o uso de equipamentos de “tortura” contra animais de rodeio – touros e cavalos - os organizadores da festa, em Limeira, sempre negavam. Agora, com uma decisão judicial proibindo a utilização de instrumentos como espora, peiteira, polaco e sedém nesses eventos, não haverá montarias na próxima edição da festa, que acontece em setembro.

E cumpra-se já
Na última segunda-feira a Associação Independente dos Cavaleiros de Limeira convocou coletiva para anunciar a ausência das montarias. Conclusão: esses instrumentos sempre foram utilizados. E continuariam sendo. Quanto ao desfile de cavaleiros, ele não acontecerá devido à bagunça - e sujeira – que seguiu os rastros dos cavalos. Decisões acertadíssimas.

A sábia decisão...
O senador mineiro Aécio Neves, o presidenciável tucano, decidiu não mais se licenciar do cargo durante a campanha eleitoral. Vai continuar com a máquina do Senado na mão, como faz Dilma e o PT, com o Presidência. A única diferença entre os dois? Ele é do sexo masculino, e ela do feminino. 

No rádio e na TV
A coligação de Dilma Rousseff (PT) terá 11 minutos e 24 segundos; a do tucano Aécio Neves, 4 minutos e 35 segundos e a do socialista Eduardo Campos, 2 minutos e 3 segundos. E as outras, pulverizadas em minutos. Esses são os tempos da propaganda eleitoral gratuita diária que os presidenciáveis terão, a partir do dia 19 de agosto. Os cálculos são do TSE.   

Pura irrelevância
O Ministério Público do Estado de São Paulo quer fechar o Templo de Salomão, a extrema ostentação da Igreja Universal comandada por Edir Macedo (sem o título de bispo). O motivo: falta de documentação que ateste a segurança do local. Ou seja, o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). O que não se faz em “nome” de Deus... 

A última de hoje
Vem aí uma nova CIP – Contribuição para a Iluminação Pública. Em 2005, o prefeito cassado Silvio Félix (PDT) enviou projeto à Câmara em “urgência urgentíssima”. Os vereadores aprovaram. A sociedade pressionou e Félix vetou o próprio projeto, e os vereadores tiveram que engolir o veto. E agora? Candidatos à parte...

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A ordem de fatores que alteram o resultado

Programa de governo, compromissos e promessas. Essa deveria ser a sequência lógica de todo projeto político a partir da qual se desenvolve o processo eleitoral, para definir os caminhos que um país deve tomar no período em que estiver valendo os mandatos eletivos. Em qualquer nível hierárquico de poder. Do vereador ao presidente da República. Só que não é bem assim. O que deveria vir em primeiro lugar acaba ficando por último e o que é mais cruel ainda para com uma nação, às vezes nem chega ao papel. Nem mesmo em teoria – que deveria preceder a prática – e muito menos ao conhecimento do maior interessado: o cidadão, que perde o protagonismo que lhe cabe ao ir às urnas sem saber o que pensa ou pretende o candidato que escolheu. Sobram-lhe apenas as promessas de campanha, às quais todos já poderiam estar vacinados. Imunizados por consecutivas e recorrentes decepções. Vai na esperança de que alguma coisa mude, mas acaba surpreendido pelo mesmo de sempre. E sem conteúdo programático não há compromisso a ser assumido. O projeto discursivo sobressai, embaralhando a capacidade mental dos eleitores. E, infelizmente, é nisso que apostam os aspirantes aos cargos em disputa.
O tempo corre rápido e até o momento nenhum dos candidatos que estarão com suas fotos nas urnas eletrônicas em outubro, apresentaram nada. Não se conhece nenhuma proposta que possa dar o devido destino ao futuro do País. E, quando indagados, acabam generalistas e sem foco. Fruto da falta de competências específicas, para que possam transformar em prática aquilo que pregam. Mostram qual maquiagem pretendem usar sem, no entanto, apresentarem um rosto que seria o mais adequado e servirá de modelo. Neste caso não se diferencia partido político ou ideologia. Estão no mesmo barco só que remando em direções opostas, o que não deixa a embarcação se mover para nenhuma direção.
Ficam amarrados na construção de projetos, com ênfase nas causas, mas sem levar em conta as consequências. Repetem-se erros históricos, que a própria história já provou o contrário, mas não abrem mão em continuar apostando na falta de percepção do eleitorado para um único objetivo. Um projeto próprio de poder.
Situação e oposição se digladiam publicamente – através da mídia e redes sociais, estas mais utilizadas por militantes e simpatizantes – sem se importar com o que estão passando de bom. Em vez de construírem uma imagem duradoura e que se fixem por si mesmas, preferem desconstruir a do outro. As escolhas se reduzem a nada e têm uma tendência a piorar, com a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, com início marcado para o próximo dia 19. Por isso, é preciso ficar atento. Corrigir os erros do passado, consertar com o acerto no presente, para que o futuro não seja apenas um caminho de volta. Uma coisa é certa, ouviremos muitas promessas. E mais uma vez ninguém assumirá compromisso algum e muito menos apresentará um programa factível. Alguém duvida disso?

domingo, 3 de agosto de 2014

Os limites do tapetão e as urgências municipais

Até quando vai durar e aonde vai levar, não se sabe. O certo é que a “briga” de bastidores e na Justiça entre os grupos do prefeito Paulo Hadich (PSB) e do candidato derrotado nas urnas, Lusenrique Quintal (PSD), não tem fim. O fato é que um ano e sete meses após a posse dos eleitos, a contenda continua. E mesmo com as decisões instâncias judiciais – as últimas têm favorecido Hadich – apontando o caminho que deve ser seguido, a profusão de recursos de um contra o outro apenas alimentam os interesses de seus defensores e nada de benefício traz ao Município. Muito pelo contrário, vive-se numa incerteza em relação ao que pode vir e, a qualquer momento, a cidade pode ficar sem prefeito e a oposição ver seu candidato sendo alijado de seus direitos políticos, embora haja muita água para rolar por debaixo dessa ponte chamada política. Nesta última semana, porém, há uma sinalização mais efetiva em relação ao futuro desse “tapetão”, que contrasta com os interesses do Município e da população e atravanca a administração pública, que ainda patina na prática.

Vitórias parciais
Embora não representem sentenças definitivas, os apontamentos da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mostram duas vitórias de Hadich sobre Quintal. E que, apesar de estarem em andamento em segunda instância, sinalizam para um desfecho favorável ao atual prefeito, mas ainda garantem recursos. A ambas as partes.

Ficha Limpa nele
No caso de Lusenrique Quintal e seu vice, José Luiz Gazotti (PSDB), podem ser impugnados em eleições futuras – a defesa de ambos não reconhece isso – com base na Lei da Ficha Limpa. A decisão, publicada na edição da última quinta-feira, nesta Gazeta, reconhece utilização de caixa dois na campanha eleitoral, parecer acolhido pelo TRE, por gastos não declarados. Cabe recurso.

Quatro absolvidos
Já na ação de Quintal contra Hadich, por abuso de poder econômico, outra derrota oposicionista. O TRE absolveu o prefeito, seu vice, Antônio Carlos Lima (PT) e Osmar e Eunice Lopes, por facilitação d o uso das dependências do Sindicato dos Funcionários Públicos (Sindsel) na campanha de 2012, mostrado também pela Gazeta, na sexta-feira.  O TSE, se Quintal recorrer, é o próximo passo.

Ainda não acabou
Como há indícios claros de recursos por parte da coligação PSD/PSDB contra as duas decisões em segunda instância, o ciclo ainda não se encerrou e, com certeza, ainda estará na mídia por um bom tempo. O desfecho, entretanto, tende a ser favorável ao prefeito eleito, pois apesar de não ser regra, as sentenças proferidas em primeira e segunda instâncias, dificilmente são reformadas.

Primeira, segunda...

Todo esse demorado processo – que vai e volta e parece não sair do lugar –, entretanto só é possível graças à burocracia do Judiciário e ao excesso de recursos permitidos, pelo exagerado número de instâncias judiciais, que devem ser galgadas degrau por degrau até chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde tudo acaba. Ou não. E mostra urgência na reformulação do Poder Judiciário, que não deveria ter mais que duas cortes.  

E... haja paciência
E para quem pensa que isso acaba por aqui, basta observar atentamente a campanha eleitoral deste ano. Ainda nem bem começou e dá-lhe Justiça. Basta um olhar torto de um candidato, que o outro quer endireitá-lo nos tribunais.

Pizza educacional
O conhecido dito popular “que tudo acaba em pizza”, quando se ajeita uma situação a ponto de agradar a todos os envolvidos, não pode ser aplicado na escola municipal Aracy Nogueira Guimarães, no Jardim Aeroporto. Lá tudo começa em pizza, conforme mostrou, na última sexta-feira, extensa matéria da Gazeta de Limeira. É que com a demanda aumentada por conta de novas transferências, a direção resolver vender pizzas para suprir as necessidades básicas da unidade, como material pedagógico e de limpeza, que são obrigações da Prefeitura. Apesar de ser voluntária, a ação, que envolve professores e funcionários, demonstra a falta de planejamento para enfrentar situações como essa. Faz-se tudo pelo hoje, esquecendo-se do amanhã e do depois do amanhã...

Planejar é preciso
É fato que a administração pública emperra na burocracia, mas não se pode e nem se deve transferir responsabilidades. E, conhecedora desses entraves legais, os processos podem ser agilizados por planejamento e por um controle efetivo do fluxo de materiais e serviços. Se se conhece a demanda de determinado setor, é preciso prever, também, o aumento dessa demanda. Daí a necessidade de uma integração entre os diversos setores de responsabilidade do Município, para evitar problemas como o enfrentado pela escola do Jardim Aeroporto, que recebeu 85 alunos a mais, devido as famílias que se mudaram para o Residencial Recanto dos Pássaros.

A situação é crítica
Ainda na educação. Esta Gazeta trouxe na última terça-feira um dado alarmante, envolvendo agressões a educadores das redes municipal e estadual em Limeira. Foram 33 denúncias, que vão de ofensas verbais a ataques físicos. A média é de cinco ao mês e corresponde a 76% das ocorrência do ano passado: 43 ao todo. Situação que retrata bem como anda o setor no Estado de São Paulo. Mais que prevenção oficial é preciso que os próprios pais se engajem nessa luta. Afinal a primeira educação formal vem do lar.    

Pergunta rápida
Por que será que o Plano Real é o único discurso possível ao PSDB?

Será a gota d’água?
Por falar em PSDB, o governo paulista insiste em tratar a crise hídrica com total falta de transparência e informação concreta. A mídia mostra, diariamente, os problemas enfrentados por moradores da capital paulista (sob a gestão da Sabesp). Restaurantes estão abolindo o uso do copo de vidro, trocando-o pelo descartável para economizar água, que já falta em determinado período do dia em muitos deles. A insistência do governador Geraldo Alckmin em afirmar que tudo está normal, só encontra respaldo no seu real interesse eleitoral. Se o tucanato se vangloria tanto de suas gestões, está na hora de alguém abrir o olho de Alckmin e seus técnicos. E mostrar para ele que o céu não está azul. Que a situação é crítica, já está mais que comprovada.

Nota curtíssima
Com o Templo de Salomão, Edir Macedo prova que a fé é um negócio altamente rentável.

 Frase da semana

“A Dilma não fala como Brasil”. Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), sobre a atual, Dilma Rousseff (PT), em entrevista à revista IstoÉ. Edição 2331. 30 de julho.