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terça-feira, 29 de abril de 2014

Muitos nomes na pauta; chances remotas

E Limeira pode, novamente, ficar sem representantes na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal. Mais uma vez o interesse partidário e a vaidade pessoal podem deixar o Município ainda mais isolado, amargando outros quatro anos sem deputados. Estadual e federal. Situação que já perdura há mais de 20 anos. Basta ler com atenção – e principalmente as entrelinhas – o levantamento feito pela jornalista Érica Samara da Silva, em matéria que foi manchete da edição do último domingo desta Gazeta, sobre os nomes e o número de pretendentes, mesmo antes das convenções partidárias e oficialização de quaisquer candidaturas. O calendário eleitoral já está valendo, assim como os prazos legais, com as primeiras etapas sendo cumpridas, mas ainda é muito cedo para definições e início das campanhas, que terão forte concorrência, interna e externa.
O que assusta, de verdade mesmo, não são nem tanto os nomes, uns mais conhecidos e outros buscando seu espaço num possível cenário favorável, mas sim o número exposto nesse primeiro levantamento: 19 pretendentes. Todos, de uma forma ou de outra, têm ligação política e filiação partidária, porém, estão longe – e muito – de quaisquer condições de entrar no jogo para valer. Como titular. E todos sabem, de antemão, que quanto mais candidatos, menores as chances, principalmente pelo sistema partidário de voto proporcional, baseado no coeficiente eleitoral, uma complexa equação matemática, que por si só reprova muitos daqueles que tentam resolver essa operação. Não pretendo entrar no mérito pessoal de cada nome, apenas refletir sobre suas possibilidades, como indica o professor de ciências políticas da Unicamp, Valeriano Mendes Ferreira da Costa, que também falou à jornalista. E que vai ao encontro daquilo que escrevi acima. Quanto mais candidatos, menores as chances de eleger um representante local.
E pelo perfil ideológico e partidário de cada nome, dá para prever que não haverá recuos ou tentativas de focar apenas naqueles com reais possibilidades de serem eleitos. E nessa disputa de egos engrandecidos pela soberba, poucos, ou quase ninguém, abrem mão de suas pretensões em prol de uma causa comum: a necessidade de a cidade ter um deputado – estadual e federal – de fato e de direito, e eleito com votos de eleitores locais.
Em ano eleitoral, tudo é permitido. As especulações são diárias e nomes são jogados aleatoriamente à opinião pública, com a aquiescência de interessados, que muitas vezes bancam uma espécie de teste de popularidade ao se ver citados por analistas e jornalistas que cobrem a política. Nem sempre a citação de um potencial candidato o efetiva na disputa, mas pode aguçar sua expectativa e levá-lo a acreditar na possibilidade de ter uma chance, mesmo que remota, de se eleger.
Acredito que este é apenas o início de um processo que precisa – e deve – ser depurado para que Limeira não fique mais uma vez nas mãos de paraquedistas, que só lembram do Município de quatro em quatro anos. Para isso, é preciso que o interesse público fale mais alto do que a aspiração pessoal de cada um. Será isso possível mesmo? 

domingo, 27 de abril de 2014

Semana curta. Nada de novidade além normal

A semana que encerrou ontem não foi de grandes sobressaltos para a população, de uma maneira geral. Curta, pelo feriado da segunda-feira, e enfraquecida economicamente pela prolongação dos dias parados que começou logo na chamada Sexta-Feira Santa, nada de novo que pudesse ganhar destaque em análises mais contundentes. Mesmo na política, os dias transcorreram normais da terça-feira em diante, com os assuntos de sempre: a CPI da Petrobras, novamente a ingerência de poderes, do Supremo Tribunal Federal sobre o Legislativo (pela própria deficiência do segundo e inépcia de seus representantes), o Marco Civil da Internet, aprovado pelo Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff (PT); uma possível ligação do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com homens do doleiro Alberto Youssef; na sexta-feira uma denúncia de nepotismo e fraude em secretaria do governo Alckmin (PSDB), entre outras denúncias e debates. E assim caminha a humanidade por aqui nesta Terra de Santa Cruz, que avança para a Copa do Mundo.

Uma operação abafa

De novidade mesmo, se é que pode ser tratada dessa forma, só a absolvição do ex-presidente Fernando Collor de Mello pelo STF, por desvio de dinheiro, segundo os magistrados, por falta de provas concretas. Uma decisão que deve ter garantido uma boa festa na “Casa da Dinda”, apesar do tempo decorrido desde a denúncia e seu julgamento, de mais de 20 anos. Está decidido.

E tem areia no óleo
Na questão da CPI da Petrobras, a novidade foi o STF – sempre ele – ter decidido, pelos parlamentares, que ela deve ser exclusiva para investigar a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. E que só está indo adiante por inoperância e incompetência do próprio governo petista. E, cá entre nós, há muito mais conteúdo político do que técnico nessa história. Enfim, assim é a política.

Quem procura, acha
Quando falo em inoperância de governo é porque o próprio staff da presidente Dilma – e até ela mesma – dão a oportunidade para que tudo aconteça. E como costuma se dizer na gíria, dão mole para uma oposição que fica na espreita de qualquer vacilo. E olha que há muito “vacilão” pelas bandas do Planalto e dos ministérios. Os partidos oposicionistas apenas cumprem sua função: se opor ao governo. E a fazem bem.

O título e o conteúdo
Outro assunto que veio à tona, na última quinta-feira, foi uma possível ligação, feita pela Polícia Federal, do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deve concorrer ao governo de SP pelo PT, com homens do doleiro Alberto Youssef. A manchete “PF liga ex-ministro Alexandre Padilha a laboratório de doleiro preso” é pouco condizente com a matéria em si, que traz em seu conteúdo um “possivelmente” no seu texto.

Liberdade garantida

Tudo isso é um prato cheio para a militância, tanto da situação quanto da oposição, que adora as redes sociais para trocar farpas. Felizmente, dentro dos princípios que a democracia exige. Insultos acontecem...

O interesse midiático
Além da militância partidária, a mídia também tem um rico filão com essas denúncias, que serão, mais à frente, transformadas em propaganda eleitoral. Se o PSDB vai insistir na Petrobras, o PT vai bater no cartel dos trilhos tucanos. Também danoso.

E de volta a Limeira
O assunto da semana que inicia, aqui na terra dos laranjais, que se transformaram em canaviais, sem dúvida será o início da atuação mais de 50 médicos cubanos, que chegaram pelo programa Mais Médicos, do governo federal. Deixando o interesse político de lado, o que conta mesmo é o atendimento à população, com esse reforço considerável à área da saúde pública. Se funcionar dentro de suas finalidades será um grande avanço e um reforço considerável nesse setor, tão carente de profissionais. Antes de qualquer crítica ou elogio, é preciso deixar que esses médicos iniciem o atendimento nos locais já determinados nos bairros da cidade. A data desse início é 1º de Maio.   

Um apoio importante
Até agora, todas as disposições legais quanto à atuação dos médicos cubanos estão sendo cumpridas, também com o aval dos vereadores – todos eles, inclusive os da oposição – que aprovaram as medidas necessárias, através do projetos enviados pelo Poder Executivo, para que as exigências do programa sejam atendidas na sua íntegra para garantir, assim, a estrutura necessária ao atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos Programas de Saúde da Família (PSFs). 

É irresponsabilidade...
Já que o assunto é o bem-estar da população, leiam com atenção. Vans escolares, principalmente aquelas que transportam crianças em idade de jardim de infância ou pré-escolar, têm a obrigação de zelar pela segurança desses menores. Na última quarta-feira, ao trafegar pela Avenida Araras, altura da Machina Zaccarias, onde há uma escola infantil, uma van deixava alunos pela contramão. E as monitoras faziam malabarismos em meio ao movimento de veículos, em vez de descarregar as crianças pela calçada.

...e o convite ao perigo
Se uma criança se desgarrasse dessas monitoras, estaria no meio da rua, que tem intenso e constante movimento de automóveis, motocicletas e caminhões. Responsabilidade zero.

Pergunta rápida
Por onde anda a fiscalização ao transporte escolar em Limeira?

Os primeiros carros
E começaram a chegar a Iracemápolis os primeiros carros importados da Mercedes-Benz, que serão distribuídos às concessionárias de todo o País. É, sem dúvida, a concretização de uma importante etapa para o crescimento econômico da cidade vizinha, que terá uma unidade fabril da marca alemã, gerando emprego e renda não só aos iracemapolenses, mas a toda a região, além de um acréscimo na arrecadação do município. Será, sem dúvida, uma marca importante da administração do petista Valmir Almeida, como fator de desenvolvimento e melhora na qualidade de vida da população. E não dá para esquecer, também, os dividendos políticos que isso irá garantir.

Nota curtíssima
Apetite. Fome e vontade de comer. Definição rápida das eleições presidenciais de 2014.

Confessou, morreu?
Gabriel García Márquez, o escritor e Prêmio Nobel de Literatura, morreu no dia 17 de abril, no México. O coronel reformado Paulo Malhães, torturador confesso durante o regime militar, foi morto em seu sítio, na última sexta-feira. O que os dois têm em comum? Nada. Ou tudo. Gabo, como era conhecido, tem entre suas obras o livro "Crônica de uma morte anunciada" e Malhães, o militar brasileiro, confessou recentemente à Comissão Nacional da Verdade todos os atos de horror que cometeu contra opositores do regime de exceção, nos porões da ditadura, a mando de seus superiores. García Márquez foi vítima de um câncer. Paulo Malhães, de homens que invadiram seu sítio, supostamente para roubar armas.

Frase da semana
"Não é uma pauta de pré-condenação". Do senador e candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, sobre a CPI da Petrobras. Sexta-feira, 25. Em entrevista à Rádio Jovem Pan.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Um novo refém?
A política nos proporciona situações de contradições e de revisão de posturas ideológicas, que invariavelmente atingem todos os partidos. Menos o PMDB, que, seja quem for o eleito à Presidência, continuará no poder. E fazendo do governo refém de seu fisiologismo.

Aécio e o PMDB

Depois de ter sido governo na Era Sarney – passou longe do governo Collor – o partido aderiu a Itamar, FHC, Lula, faz de Dilma sua maior refém e agora a dissidência à administração petista ensaia apoio ao senador tucano mineiro, Aécio Neves. E apesar de todas as críticas que o médio e baixo clero do PSDB fazem ao PMDB, como se fosse o maior vilão da história, o recebem de braços abertos.

Vários tiros no pé

Aliás, a bem da verdade, é bom que se diga que o PSDB voltou à sua origem de ficar em cima do muro. Principalmente em sua postura crítica. Há 16 anos o governo tucano paulista não permite uma CPI no Estado, o mesmo que aconteceu com Aécio no comando de Minas. E são os maiores produtores de CPIs na capital federal.

Um uso indevido...
Já o PT, a partir de Dilma Rousseff, fez do Estado um aparelho do governo petista e agora começa a pagar seu preço por isso. Chega um momento em que é preciso dar um basta, e medir as consequências de ações dessa natureza. A máquina, com certeza, vai roncar alto nas eleições de outubro.

Um Marco histórico
Aprovado na Câmara Federal e depois pelo Senado, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou ontem o Marco Civil da Internet, durante a abertura da Netmundial, evento que aborda a governança na internet. E uma das grandes vitórias é justamente a neutralidade na rede, que dá tratamento igual a qualquer conteúdo, sem que os provedores possam cobrar mais por isso. O Brasil se junta, assim, à União Europeia, em legislação própria para a web.

A última de hoje
Liberdade de expressão significa compromisso com a responsabilidade da informação. Não pode e não deve ser alidada - e muito menos sustentáculo - daqueles que justamente querem fazer desse preceito constitucional ferramenta de ofensas e xingamentos.

domingo, 20 de abril de 2014

Oficializado, não oficial. Campos e Marina juntos

A semana que passou já provocou uma mudança no cenário eleitoral deste ano, com a oficialização – a primeira, apresentada publicamente – de uma possível chapa para os cargos de presidente e vice. O ex-governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB confirmou sua candidatura à Presidência, tendo a ex-PT, ex-verde e agora socialista, Marina Silva, que ainda sonha ver o partido que fundou, a Rede Sustentabilidade, regularizado. Qual é a leitura desse anúncio? Por não ser oficial, devido às regras da legislação eleitoral brasileira, a dupla começa um teste decisivo para alavancar o sonho de Campos. Ainda faltam as convenções e indicações, mas o enredo está sendo calculadamente escrito. Marina é – ou foi – boa de voto. Já provou isso na eleição de 2010; Eduardo Campos é uma jovem liderança e, se emplacar sua vice como “puxadora” de votos e houver a transferência, quem deve se preocupar mais, além da própria Dilma (PT), é o senador Aécio Neves (PSDB), outro potencial candidato ao cargo. Os próximos movimentos prometem.

Calculadora em ação
Primeiro vamos aos últimos números do Datafolha: Dilma, 38%, Aécio, 16% e Campos, 10%. Marina não estava na pesquisa, mas emplacava 27%, sendo a única candidata a se aproximar da presidente, que concorre à reeleição. Apesar de um possível desgaste por ela ter desistido da Rede (por enquanto) e abraçado o PSB, para um projeto eleitoral, se Marina conseguir transferir votos a Campos, sei não...

Panorama é incerto

Com isso, a próxima rodada de pesquisas eleitorais deverá ser um divisor de águas. Se vai apontar mudança efetiva nesse quadro atual, difícil prever pois, como no futebol, em política também não existe jogo ganho antes do apito final do árbitro. Porém, se ela conseguir transferir pelo menos 30% de seu eleitorado para a chapa da qual será vice, pode causar estragos na candidatura tucana. Isso pode.

Na mira dos tucanos
Este é apenas um exercício de futurologia. Está se trabalhando com previsões e possibilidades. Não com certezas, porque elas não existem no jogo político. Mas já se percebe, nas hostes tucanas, um início de bombardeio às pretensões do socialista. Ora ligando-o à Lula, ora questionando suas competências. Pelas redes sociais, a militância tucana continua atacando Dilma e o PT, mas o nome de Campos já é bem visível.

Lideranças apagadas
Já que se discute eleições, não custa fazer um prognóstico do quadro local, no que diz respeito aos cargos nos Legislativos estadual e federal. Não sei se é tão cedo assim, que alguns nomes já possam ser citados ou, então, as lideranças limeirenses estão atrasadas nos seus propósitos. Lideranças, diga-se, que estão brincando de esconde-esconde faz tempo. Principalmente as da oposição, que parecem diluídas e não conseguem se aglutinar em torno de um projeto político próprio.

Deveriam se mexer
Com essa indefinição e sem qualquer projeção de nomes, pelo menos que possam estar aptos a candidatar-se à Assembleia Legislativa ou Câmara Federal, Limeira corre riscos de ficar sem representantes. Mais uma vez.

Leitura interessante
Minha sugestão, aqui, fica por conta de o artigo “Apresentação Necessária”, de Roberto Lucato, na coluna Ponto UM de quinta-feira, 17. Que também está no site http://www.gazetainfo.com.br/site/index.php?r=noticias&id=25466.

É prato requentado
A notícia da semana que passou, e que deve ainda continuar por mais algumas, é a questão da compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, na Califórnia, EUA. O embate entre governo e oposição ganha ares de confronto bélico, tudo em nome das eleições de outubro. É um caso antigo. De 2006. Agora requentado, mas que não deixa de ser importante para muitos esclarecimentos. Uma investigação sobre o assunto é urgente, assim como urge também investigar o cartel dos trilhos em SP. Mas essa é uma outra história, que vai estar nas campanhas políticas, cada uma delas tentando atingir o adversário mais próximo. Cada um usando argumento próprio para desconstruir o outro.

O vale-tudo eleitoral
O curioso é que isso vem à tona em ano eleitoral. E tem foco definido: desconstruir uma candidatura para alavancar outra, que no fundo são a mesma coisa e trazem um objetivo comum: o Palácio do Planalto. A primeira, Dilma Rousseff (PT), querendo ficar e o segundo, Aécio Neves (PSDB), querendo entrar. Em 2002, muitos tiveram medo. Em 2006, o mensalão e, em 2010, os aloprados e Erenice Guerra. E agora a Petrobras. A ideia é de semelhança, e não de coincidência. Será o trem contra o óleo.

Sem avançar o sinal
Estão faltando experiência e jogo político, e sobrando interesse partidário. Principalmente depois das duas primeiras oitivas na Corregedoria da Câmara Municipal de Limeira, no caso do assessor do vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD), Valmir Caetano, na última semana. Qualquer investigação no serviço público é importante. Até mesmo o superfaturamento de uma agulha. Mas é preciso que haja isenção por parte de seus investigadores. No caso da suspeita da “fantasmagoria” de Caetano, o corregedor está vestindo sua camisa partidária em demasia. Isso é tribunal de exceção.

Pergunta rápida
O Mais Médicos vai alavancar a candidatura de Eliseu Padilha (PT) ao governo de SP?

A seara não é minha
Vou me meter um pouco num assunto que não é minha área, mas que gosto muito, como torcedor. O futebol. O Leão iniciou ontem sua caminhada ao acesso à Série A-2 do Paulista, e o Galo começa hoje. O que pretendo aqui é cobrar uma postura de apoio e participação da iniciativa privada na vida dos dois times. Com raríssimas exceções, as empresas locais não enxergam – ou não querem – o futebol como marketing. E muitas, que poderiam estar estampando suas marcas nas camisas dos dois times, simplesmente ignoram o custo/benefício dessa participação. É preciso um pouco mais de participação das empresas na vida desses dois clubes. Não apenas os abnegados de sempre.

Nota curtíssima
A propagação das “teorias conspiratórias” começou. Mera desculpa da incompetência.

História que não bate
Outro assunto de destaque nos meios de comunicação, na última semana, foi a história do jornalista dinamarquês Mikkel Keldorf, que veio para a cobertura da Copa no Brasil e foi embora, criticando o País e, principalmente, Fortaleza, onde esteve. Suas alegações ficaram vagas. Tanto que os jornalistas Carlos Heitor Cony e Artur Xexéo, do Liberdade de Expressão, da Rádio CBN, chamaram a atenção, na quarta-feira, para o assunto. Para os dois veteranos da imprensa brasileira, se havia algo grave a denunciar, o jornalista tinha mais é que ficar e correr atrás da reportagem de sua vida. Só para a curiosidade dos leitores, a Dinamarca não se classificou para a competição.

Frase da semana
"A sabedoria nos chega quando já não serve para nada". Frase do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, morto no México, aos 87 anos, na quinta-feira, 17.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Um sinal verde
Bem ou mal, a “onda verde” nos semáforos de Limeira avança para uma melhor fluidez do tráfego na área central da cidade. Ainda nos acertos técnicos, se não houver problemas, haverá um ganho excepcional para motoristas, pedestres e motociclistas.

Não vai resistir
Só que há, infelizmente, um pequeno senão: os próprios motoristas, que dificultam essa fluidez, demorando-se a sair quando o sinal abre, falando ao celular – acredito que cerca de 80% deles – e quando se percebe, a “onda” já passou e ninguém surfou. Assim, não há sistema que melhore as condições de tráfego no quadrilátero central do Município.

É a falta deles 
O pedestre também precisa ser educado para o trânsito. É nessa hora que os agentes de trânsito – os laranjinhas - deveriam agir. Orientando de forma educada, mostrando os riscos de atravessar fora da faixa e as vantagens em utilizá-las. Sem bloco na mão, ou cara feia.

Será que é só...

...isso? Enquanto municípios da região avançam em verdadeiras epidemias, Limeira tem registrado poucos casos de dengue. Até o momento, apenas 83. E com maior incidência na região central. Ou estamos numa ilha de tranquilidade, ou esses números estão sendo mal gerenciados. Ou, o que é pior, oculta-se a real situação. Por enquanto, prefiro a ilha.

Dedo no gatilho
O corregedor da Câmara, vereador José Eduardo Monteiro Júnior, o Jú Negão (PSB), parece convicto em sua investida contra ao vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD). As oitivas já começaram. Outras investigações potenciais o corregedor engavetou. Sem remorsos...

Quase na roça
Calçadas deterioradas ou fora dos padrões, aliadas ao mato que cresce sem dó, ninguém merece.

A última de hoje
Tem muita gente confundindo a crítica pertinente com agressão verbal e ofensas, pelas redes sociais. Antes de postar textos e citações, é preciso saber diferenciar emoção de razão. Só a emoção leva a razão à banalidade.  

terça-feira, 15 de abril de 2014

Quando o debate esfria, a sociedade perde

Como cidadão – e jornalista – acompanho diariamente as discussões políticas travadas nos bastidores do poder e suas adjacências, que vêm à luz através da mídia e, agora, reforçadas pelas redes sociais, que são ferramentas interessantes à democratização da informação. Uma verdadeira guerra midiática, na qual a principal munição é a palavra, que quando bem utilizada proporciona o verdadeiro e imprescindível debate ao aperfeiçoamento das instituições. Mas quando essa palavra se torna agressão verbal, perde toda sua característica e o diálogo vira uma troca de insultos interminável, que só faz bem àqueles que não têm interesse no coletivo. Nada acrescentam, porém, ao princípio da transformação política, social, cultural e econômica da coletividade.
É empolgante acompanhar essa nova tendência de mídia, enquanto os argumentos expressam a inteligência entre seus interlocutores. E eleva o nível na busca por um entendimento que deveria ser, sempre, o ponto final de todos os discursos. Tanto da situação quanto da oposição, cada uma defendendo suas ideias. E não apenas interesses eleitorais, como se vê cotidianamente nas três esferas de poder. Federal, estadual ou municipal. É preciso ter muito conhecimento da realidade de cada uma delas para poder entender o porquê do que é bom para Pedro não o é para Paulo, muito menos para João. E José às vezes nem entende. É nesse ponto que se perde a ligação com a efetiva correção de rota, desvirtuada por conversas de baixo nível. Pelo ser contra, por que se é contra sem saber o motivo. Ou quando o ódio toma o lugar da esperança.
Ao trazer esse cenário para Limeira, percebe-se uma nítida e gradual perda de objetivos por parte da oposição, por que a crítica deixou de ser crítica e as propostas que deveriam fazer parte desse contexto em nenhum momento foram apresentadas. E quando não se tem propostas, o clima de beligerância se impõe sobre qualquer possibilidade de entendimento. E isso enfraquece o diálogo, que se transforma em monólogo, até agora muito bem aproveitado pela situação - soberana em número - e toda a base governista. De nada adianta falar que a saúde, a educação e a qualidade vida da população limeirense vão mal, se não se apresentam alternativas que possam melhorá-las. Afinal, o barco é o mesmo em que navegam todos os partidos e seus representantes e, se ele afundar, todos se molham. Alguns podem até se afogar, por não saberem nadar.
Se a oposição política em Limeira está perdendo o foco, o grupo situacionista vai alimentando seu projeto de poder, que é frágil, e também perigoso e de consequências imprevisíveis. A vantagem numérica é enorme. A qualitativa nem tanto. Mas falta adversário para se aproveitar dessas prerrogativas. E não tem nada a ver com números. Esbarra, também, na falta habilidade e qualidade de suas lideranças. Enquanto isso, a ação se perde em colóquios improdutivos. E quem perde somos todos nós. 

domingo, 13 de abril de 2014

E quem deve legislar? O Congresso ou o STF?

Por conta de uma CPI da Petrobrás, exclusiva ou não, e de outra – que deverá ser juntada à primeira – sobre o cartel dos trilhos de São Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco, assistimos, na semana que passou, a um triste espetáculo (o triste é opinião minha) de incapacidade legislativa. Políticos da oposição e da situação correram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para defender seus interesses particulares, esquecendo-se de que são eles que devem discutir e escolher os caminhos a serem seguidos. Enquanto Casa Legislativa, Câmara Federal e Senado têm composição de todos os matizes ideológicos e partidários e a tentativa de levar as disputas internas ao Judiciário, em especial ao STF, além mostrar fragilidade, é de um total desrespeito para com o cidadão. Para com o eleitor, que elege seu representante, delegando-lhe funções, que não cabem à Justiça. Só que no Brasil virou moda, em disputas entre situação e oposição, recorrer ao Supremo sempre que o interesse de um partido não foi atendido, em votações internas, pelo quórum da maioria, contra a minoria. 

Ditadura partidária
A grande questão é o interesse que, em vez de ser coletivo, tornou-se meramente partidário. E envolve disputas, sempre preocupadas com as próximas eleições. O embate político entre pensamentos antagônicos é a essência da democracia. O que não se pode é colocar apenas os partidos – e seus caciques, chefes e candidatos – no centro dessas “brigas”. E é o que está acontecendo. É a sigla que manda.

Caminhos tortuosos
E o que talvez muitos não estão se dando conta é que, dessa forma, há um desvio nas funções do agente público e no rumo das articulações políticas, que vão estar sempre à espera de uma sentença judicial, à qual cabem recursos e liminares e, dessa forma, protela-se o objeto de investigações, que podem ser meramente de interesse político ou levar a descobertas danosas à Nação. Ao dinheiro público. 

Tudo a mesma coisa
Se ao governo do PT não interessa a CPI da Petrobras, e ao PSDB não interessa que se investigue o cartel dos trens na capital paulista e, ainda, ao PSB, a questão portuária, talvez haja o que esconder. Há danos a serem descobertos e que deputados, senadores, governadores e até mesmo a presidente, querem esconder. E isso demonstra apenas o interesse eleitoral daqueles que não querem ter comprometidas suas candidaturas.

E foi para escanteio
Depois do anúncio pomposo de serviços do Estado (Poupatempo, Restaurante Bom Prato) e verbas para a Santa Casa, que ainda não se sabe se virão mesmo, Limeira ficou de fora do guia para turistas da Copa, lançado na semana passada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Pelo que constará dos municípios relacionados, a cidade poderia estar, sim, nesse guia, pela sua indústria de bijuterias e semijoias. Seria um ganho econômico para a cidade, em todos os sentidos.

Gol contra coletivo
Está fora, fora está. O que pode indicar falta de empenho da iniciativa privada, nesse caso, dos produtores do setor, e da própria Prefeitura. Não adianta agora procurar culpados, a não ser lamentar esse desinteresse.

Notícia multiplicada
Três manchetes quase sequenciadas. Uma na terça, a segunda na quinta e a terceira na sexta-feira e outras matérias paralelas, na mesma sequência, publicadas por esta Gazeta na semana passada e que assustaram os limeirenses. A violência nas escolas da rede pública. E que chegou ao extremo, com pais agredindo professora, grupo de alunas agredindo colega da mesma escola e um garoto com faca em sala de aula, para se defender de seus agressores. E o que mais preocupa a sociedade e especialistas na área é encontrar razões – ou a falta delas – para tamanha violência, principalmente em ambiente escolar. Em alguma parte há um elo quebrado nessa corrente...

Barbárie incentivada
Como não bastasse essa violência gratuita e desmedida, mais triste ainda é ver a frieza nessas relações interpessoais, quando, em vez de intervir e pôr um fim às agressões, alguns alunos fazem da situação uma diversão, ao filmar e postar esses vídeos nas redes sociais. Entendo que eles também devem ser responsabilizados, e receber punição proporcional aos seus atos. Pergunta-se: e os funcionários da escola, onde estavam?

Há muito o que fazer
Nesse caso, muitos irão atirar a primeira pedra, sem olhar seus próprios pecados. Alguns pedirão polícia nas escolas; outro tanto criticará o governo, diretores, professores e o ambiente familiar, como desagregadores. É bom lembrar, entretanto, que o contraditório é um direito garantido pela Constituição Federal, o que vai colocar ainda mais lenha nessa fogueira que ninguém consegue apagar. Apontar o dedo é muito mais fácil e cômodo do que a busca por soluções duradouras. O gesto físico de fechar as mãos e manter o dedo indicador em riste é menos doloroso que uma reflexão. 

Pergunta rápida
Por que o PSDB tem tanto medo de uma CPI para investigar o cartel dos trens em SP?

Atos injustificáveis
Outra notícia publicada por esta Gazeta, na última terça-feira, reforça a falta de cidadania que avança sobre a sociedade. Quero acreditar que uma mínima parte dela. A ação de vândalos, que sentem prazer em danificar o bem público, como as lixeiras instaladas nas calçadas e praças da região central. Maior parte delas está quebrada, sem condições de uso. Algumas incendiadas até. Como resolver esse problema? Apesar de estar na cabeça desses vândalos, talvez rondas noturnas, da GCM e da própria PM, resolvessem. E, principalmente, punição exemplar. É justamente essa impunidade latente que incentiva tais atos. É o mínimo que se pede.

Nota curtíssima
A maioria dos que estarão nos estádios durante a Copa são justamente os críticos dela.

Debatendo o golpe
Na quinta-feira estive na Câmara Municipal de Limeira, participando de debate sobre mídia e ditadura, promovido pela Escola Legislativa Paulo Freire, que teve como principal palestrante o jornalista Luiz Carlos Azenha. Também participei do evento, deixando minhas impressões e experiência no período. O evento faz parte dos 50 anos do golpe militar e trouxe várias impressões interessantes ao longo da semana passada, e da anterior também. Um belo trabalho conduzido por Mara Oliveira e Joyve Hailer. Iniciativas que promovem debates devem ser sempre bem-vindas.

Frase da semana
“A violência tem avançado mais rápido que os pensamentos que buscam solução para ela”. Marta Fuentes, psicóloga e professora da FCA Unicamp. Quinta-feira, 10. Na Gazeta de Limeira.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Falta de comando
Sou crítico do vereador Aloízio Andrade (PT), pela postura que costuma adotar no trato com a imprensa. Porém, preciso me render a seu discurso, na sessão da última segunda-feira, sobre a atuação dos agentes de trânsito. O petista foi duro – e com razão – com a Secretaria dos Transportes, e acertou quando afirmou que não há diálogo com os “laranjinhas”.

Esse é o exercício
É o que se espera de um vereador, em benefício da população. E é, de fato, falta de preparo e de comando dos responsáveis pelos agentes. A postura de autoridade que costumam exibir, quando estão com bloco na mão, não condiz com a verdadeira educação no trânsito.

E olha a onda aí
Já é possível perceber uma fluidez maior do tráfego em alguns corredores centrais da cidade, com a nova programação dos semáforos. Ainda está sendo testada e ajustada. Difícil será controlar a displicência dos motoristas que se demoram nos sinais abertos. Conversa ao celular, olhar desatento.... Dessa forma, a onda verde vira marolinha. 

Respeito de todos
A crítica vale também para pedestres e motociclistas, que insistem em desrespeitar normas que zelam pela própria segurança de cada um. As regras devem ser observadas por todos.

Melô de uma CPI
“Escravos de Jó jogavam caxangá. Escravos de Jó jogavam caxangá. Tira. Põe. Deixa ficar... Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá. Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá.”

A história inversa
Desta vez parece que foi um Tigre que cutucou, quem não devia, com vara curta....

A última de hoje
O verdadeiro exercício da cidadania está nas atitudes mais simples do nosso cotidiano. Ontem pela manhã, ao caminhar pelo Parque Cidade, ia à minha frente um senhor que, ao deparar com uma sacolinha plástica rolando pelo chão, abaixou-se, pegou-a e caminhou com ela até achar uma lata de lixo. Se esse exemplo fosse uma prática geral...

terça-feira, 8 de abril de 2014

Luz acesa e um balde de água fria

O governo com certeza já esperava, mas a oposição sonhava com mais e acabou, de certa forma, frustrada pelos números apresentados pelo Datafolha, no último sábado, 5, em mais uma rodada de pesquisas eleitorais a presidente da República. A luz laranja acendeu para Dilma e o PT, e um balde de água fria foi jogado sobre o senador tucano Aécio Neves e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que sonhavam com índices melhores. O cenário apontado pelo instituto, ligado ao jornal Folha de S. Paulo, com Dilma aparecendo ainda à frente e com vitória em primeiro turno, não é e nem deve ser comemorado pelo governo federal. Ao contrário, requer uma ampla e criteriosa análise política, em virtude da queda da presidente, de 44% apontada em pesquisa de fevereiro, para 38%, agora no início de abril.
Ainda há folga, porque a oposição não empolga (a rima foi espontânea). Os dois candidatos patinam em seus porcentuais, e praticamente nada ganharam com a queda de Dilma. Aécio manteve os 16% e apenas Eduardo Campos cresceu 1%, subindo para 10%. Ou seja, a impressão é que o eleitor, a população de uma maneira geral, quer mudanças – e o País precisa, de fato, de mudanças, tanto estruturais como políticas – mas titubeia em querer mudar os protagonistas. Esse quadro já foi mostrado em outras pesquisas, em especial no ano passado, quando das manifestações de junho e, de lá para cá, nada mudou. Os dois principais candidatos da oposição não conseguiram, depois de nove meses, quando o povo foi às ruas, qualquer alteração em suas situações. Não capitalizaram o descontentamento popular em benefício próprio, porque também não apresentaram propostas que indiquem justamente uma nova maneira de governar.
Se o senador mineiro, candidatíssimo à sucessão de Dilma, até agora mostrou apenas um discurso de desconstrução da administração federal, o socialista Campos tenta colar seu nome a Lula e fala muito em melhorar o que já foi feito. Ou seja, aposta na continuidade de um governo do qual fez parte, e que abandonou por suas ambições políticas. Note-se, entretanto, que Aécio tenta capitalizar o legado de Fernando Henrique Cardoso, esquecido pelos também tucanos Geraldo Alckmin e José Serra em suas campanhas eleitorais. Se FHC é corretamente reinventado no cenário político, não custa lembrar, também, que ele deixou o governo, em 2002, com índices de popularidade bem menores que os da atual presidente.
Como Aécio e Dilma já estão em campanha há muito tempo, Eduardo Campos agora tem um excelente trunfo a utilizar: Marina Silva, que deve ser a vice na chapa do PSB e que, por ironia, é a única que poderia levar a eleição a segundo turno, conforme o próprio Datafolha. Sem constar na lista de presidenciáveis, ela tem, sozinha, a soma de Aécio e Campos e mais um ponto de sobra (27%). Se ela vai transferir seu eleitorado a Campos, é outra história. Se conseguir, pelo menos em parte, coloca até o tucano na berlinda. E o PT ainda teria Lula. Faltando pouco mais de cinco meses para as eleições e sem nenhuma candidatura oficializada, cada um faz sua leitura dentro daquilo que é possível acontecer. E todas elas prováveis. Por enquanto, os números são esses.  

domingo, 6 de abril de 2014

A história reescrita não muda a história passada

Nesta última semana, matéria publicada pela Gazeta, da jornalista Érica Samara da Silva, acabou causando um certo desconforto a muitos leitores, temerosos com as alterações de rumos na história recente do Brasil. Nada tão polêmico que mereça tanta preocupação, mas acabou mexendo com algumas pessoas. Trata-se de um projeto da vereadora Erika Monteiro (PT), acompanhada pela bancada do partido, que muda regras para denominação de vias e logradouros públicos e abre precedentes para possíveis mudanças de nomes, em locais já batizados. Especialmente aqueles que façam a apologia de pessoas e autoridades relacionadas com o golpe militar ou qualquer outro tipo de crime. Fruto evidente das lembranças do cinquentenário do próprio golpe. Li comentários nas redes sociais e recebi e-mails sobre o assunto, mostrando temeridade com o que esse tipo de projeto possa acarretar do ponto de vista histórico. Não vejo implicações dessa natureza na propositura da vereadora. A história reescrita apenas insere informações, mas não muda seu curso.

Não é o que parece
Nem tudo, naquilo que acreditamos, representa, de fato, uma verdade insofismável. Há variáveis que são desprezadas, mas acabam vindo à luz para corrigir desvios, muitas vezes despercebidos e que podem causar desconforto num primeiro momento, quando trazidos à nossa consciência. Ora, assim é a história. Assim é o conhecimento passado de geração a geração, por livros escritos. Ou de boca em boca.

Muita coisa mudou
Exemplos concretos desse reescrever já fazem parte dos livros de história. Do Brasil, e também mundial. O que aprendi sobre a Independência e o herói dom Pedro, sobre a proclamação da República e o corajoso marechal Deodoro, meus filhos aprenderam de forma diferente. Recontado por descobertas, que foram sendo incorporadas aos fatos, mas não mudaram os acontecimentos e nem quem os fizeram.

É confusão à vista...

Nesse caso de mudança de nomes de ruas e outros logradouros, o risco é a confusão que isso deve causar. No reordenamento de endereços e dados cadastrais à disposição dos serviços de entrega dos Correios, nos documentos públicos e no tempo que se vai levar para entender que “meu endereço mudou”. Mas não mudou. Apenas a sua denominação. A história vai continuar sendo contada da mesma forma. Não tem como apagar.  

Para que borracha?
Todo esse preâmbulo foi necessário para afirmar que estamos banalizando o debate. E nossos queridos vereadores – ou seriam edis? – estão incentivando essa banalização. Com discursos intensos, porém, vazios. Sou ferrenho crítico do golpe militar. Mas o simples fato de apagar de uma placa o nome de um ditador, não vai eximi-lo da culpa pelos crimes cometidos. Nem mesmo vai reescrever essa recente história de horrores. 

E o fim da história
As prioridades do município passam ao longe de discussões dessa natureza. Por isso é importante que esse discurso contemple as necessidades reais e imediatas de Limeira, para a construção de um futuro melhor.

Por falar em futuro
Depois dos anúncios da redução da mortalidade infantil e da queda da fila na busca por creche, que devem, sim, ser interpretadas de forma positiva, a semana marcou também um novo compromisso do poder público com a população. A revisão do sistemas de semáforos na área central, que começa a operar amanhã com nova programação. Os temporizadores, segundo a Secretaria dos Transportes, levarão em conta as características do trânsito em cada período do dia. E que são de fato diferentes, levando em conta o horário, o dia da semana ou outras variantes. E que têm deixado os motoristas irritados com fluxo inconstante e lento do tráfego, tendo os semáforos como vilões.

E... que assim seja
Lembre-se que a questão do trânsito na área central do município está um caos. E as promessas – e compromissos – assumidos pelas autoridades do setor têm resultado em praticamente nada de melhorias. Vem de longe a falta de sincronismo nos semáforos, que, quando parecem ter solução iminente, dá-se dois passos atrás. Os últimos governos têm passado batido sobre o problema, a despeito de toda a pompa com que prometem.

Colaboração geral
Se de fato essas melhorias saírem do papel à prática, haverá um enorme ganho para todos aqueles que se utilizam da região central para seus afazeres. Trabalho, compras, busca por serviços, entre outros, poderão se tornar menos penosos, como é hoje. Quem precisa desse deslocamento diário sente as dificuldades e a falta de fluxo contínuo nas ruas centrais, servidas por semáforos. É preciso, entretanto, que o motorista e os pedestres também contribuam para essa melhoria. Não retardando saída nos sinais verdes ou atravessando as ruas de forma atabalhoada e fora das faixas de segurança.

Pergunta rápida
O movimento "Volta, Lula" pode se fortalecer às eleições presidenciais ainda neste ano?

Mais fisiologismo

O novo ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff (PT), Ricardo Berzoini, disse que é preciso fazer mais concessões para reduzir “a temperatura entre o Planalto e o Congresso”. Aécio Neves (PSDB) se alinha e busca apoio no DEM de César Maia, no RJ. Campos renuncia, inaugurando obras inacabadas em Pernambuco. O que mais de tão ruim pode acontecer na política nacional, que não sabemos ou estamos cansados de ver, ler e ouvir? Que ninguém espere renovação política em 2014. Se mudar de mosca, vai tudo continuar na mesma. Para não dizer outra coisa. Enquanto as reformas não vierem, nada de novo vai acontecer.

Nota curtíssima

A indiferença é arma eficiente contra os que buscam debates com ataques pessoais.

A sessão promete
A sessão ordinária da Câmara Municipal de Limeira promete, para esta segunda-feira. Não por conta de projetos polêmicos ou leitura de pedidos de comissão processante e afins. É que o vereador André Henrique da Silva, o Tigrão (PMDB) afirmou a esta Gazeta, em matéria publicada na última sexta-feira, que vai, sim, assinar pela instauração da CPI da Consultoria, que atinge diretamente o secretário Mauro Zeuri. Ele foi bastante claro, ao dizer que pretende assinar o documento em plenário. Se vai mesmo, é uma outra história. Tigrão quer garantir mídia ao seu mandato, da pior forma possível. 

Frase da semana

"Não me encoxa que eu não te furo". Escrito em saquinho contendo alfinete, distribuído por um grupo feminista às mulheres, em porta de estação do Metrô em São Paulo. Sexta-feira, 4. Na Folha de S. Paulo.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Uma boa notícia
Neste momento de incertezas e pesadas críticas ao governo Paulo Hadich (PSB), um dado bastante interessante, e positivo, foi divulgado ontem por esta Gazeta. A redução das filas em creche, da ordem de 32%, através do projeto Fila Única, com novo cadastro. Importante vitória da atual administração. Vamos aguardar os próximos dados.

Índice em queda
Outra boa notícia para o Município foi o índice de mortalidade infantil, também divulgado pela Gazeta, em manchete, na terça-feira. O menor em dez anos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Só entre 2012 e 2013, a redução da taxa foi de 45,6%. Também merece ser comemorado.

Enquanto isso...
...na Câmara Municipal, a sessão da segunda-feira foi tranquila. Até mesmo a votação de um novo pedido de CP contra o vereador Raul Nilsen Filho (PMDB) foi arquivada. Inclusive com os votos da própria oposição. Só no final, quando o vereador Sidney Pascotto, o Lemão da Jeová Rafá (PSC), pôs para funcionar a máquina de lavar roupas, houve um “clima”, logo contornado pelo presidente da Casa, Ronei Martins (PT).

Caminho difícil

O único voto pela abertura da CP foi justamente de um vereador que está no mesmo partido de Raul: André Henrique da Silva, o Tigrão; é sabido que ele quer o comando do PMDB em Limeira a qualquer custo, e começa a atrair contra si certa antipatia dos demais vereadores. Até mesmo os oposicionistas estão irritados. E tem a ver com a mídia...

Definição exata 
Os 50 anos da instauração da ditadura militar no Brasil, completados no último dia primeiro de abril, trouxe uma mudança de status importante para a própria história: deixou de ser tratada como revolução, assumindo nova nomenclatura, a de golpe militar. Muito mais adequada, para o que de fato aconteceu.

A última de hoje
Vale o registro. Manhã de quarta-feira, viaduto pelo qual passam os trilhos da ALL, na Avenida Araras. Operários faziam manutenção, batendo com uma marreta do século passado e tapando os ouvidos com os dedos, em vez de protetor auricular, como manda a legislação sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs). Pré-histórico.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Pouco melado também lambuza

O primeiro trimestre do ano já foi. O segundo começa hoje, primeiro de abril, e não há nada de mentira que se possa espalhar, nem de verdade para contestar. Apenas fatos, que mostram o quão difícil é a realidade, quando se deixa a esperança de lado. Expectativas que poderiam ser fundamentais à felicidade humana, mas que são constantemente frustradas pela classe política, que não se preocupa com o bem-estar daqueles que representam e, por vezes, jogam sua reputação por terra, quando mudam de lado. Está escrito na história. É exemplo vivo da falta de sintonia entre o poder, o se comprometer e, finalmente, o fazer.
Depositar confiança em determinada pessoa ou grupo é tal qual uma mola propulsora, a impelir a vontade coletiva às transformações que se fazem necessárias. É a complexa relação social, que dá ânimo e disposição para não esmorecer, diante das dificuldades e dos obstáculos naturais – ou não – quando há idealismo. E, principalmente, a prática diária em torno de um objetivo comum, a busca constante pela realização de sonhos, cujo beneficiário é o próprio cidadão, que não se cansa de acreditar e investir na lealdade, na sinceridade e na competência de outrem. Nesse caso aqueles que batem à sua porta com promessas celestiais, para depois se revelar mensageiros do caos, ao perceber que precisam mudar o discurso e a prática para sua própria sobrevivência no sistema.
Com raras exceções e casos isolados de lideranças fortes e dignas de assim serem chamadas, o que se nota, e se comprova a cada dia, é que grande parte dos políticos, ao assumir seus cargos, esquece-se da serenidade e se arremessa à soberba. E com tamanho engajamento nesse novo status, que a humildade dá lugar à arrogância. E se perde num discurso de campanha, quando o primeiro objetivo deveria ser o compromisso assumido com aqueles que nele depositaram sua fé mais autêntica. Vale lembrar, aos que assim agem, que a desconstrução de uma imagem é muito mais rápida que o tempo gasto com sua construção. E uma vez arranhada, dificilmente se faz cicatrizar e vai sangrando até se transformar em ferida crônica. Em alguns casos, pode levar à morte.
O poder, quando mal gerenciado pelo despreparo pessoal, é danoso. Principalmente para quem o exerce. Ele pode levar à tirania ou ao descrédito. A segunda opção é sempre a mais lógica. E é a primeira impressão, causada por essa incapacidade em se conduzir por suas próprias ideias, e pelas práticas distorcidas do conchavo, que vai marcar definitivamente seus simpatizantes. Os exemplos estão aí, às pencas e por todos os níveis do poder político. Basta olhar atentamente a essa prática, que se tenta impor como verdade, e a mentira que caracteriza o discurso. É fácil de distinguir. E subjuga a inteligência de cada um de nós. Tem muita gente se lambuzando nesse melado.