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terça-feira, 30 de abril de 2013

E você...quer pagar quanto?

Confesso que ainda não entendi. E, sinceramente, mesmo com as "legalidades" contidas na Lei de Licitações e nos pregões utilizados por órgãos públicos (prefeituras em especial) fica difícil para um leigo compreender a lógica do custo de um produto, que no varejo compra-se infinitamente por menor valor do que no atacado, chegando ao descalabro de ter seu preço até seis vezes maior. Muito mais complicado é digerir, sem ter uma gloriosa indigestão, as explicações que se nos apresentam. Mesmo porque não dá tempo para isso, pois nos são enfiadas goela abaixo sem a necessária mastigação. Não há razoabilidade, em tantas palavras expostas, que nos convençam a aceitar que há um jogo comercial diferente, que expõe a fragilidade do poder público em suas relações com o mercado e fornecedores. Como um mesmo produto (em hipótese) pode custar R$ 3 ao consumidor, no varejo, e à Prefeitura ter seu preço a R$ 18?
Nesse sentido a lógica é falha ou nossa percepção está muito aquém da racionalidade, como nós a conhecemos. Sem entrar no mérito de gestão, seja ela de Pedro, de José, de Sílvio ou de Paulo e o que valha, a manchete desta Gazeta do último domingo ("Material de limpeza custa até seis vezes mais para a Prefeitura") por si só causa um mal-estar de proporções imensuráveis. E os exemplos nela contidos, em matéria muito bem conduzida pela jornalista Thayla Ramos, expõem as engrenagems que movimentam essa relação entre forncedor e comprador. E tudo explicado com uma naturalidade que ofende a inteligência de qualquer um. "É normal esse tipo de situação", explicou o secretário de Administração, Tércio Garcia, que assinou a ata do pregão, realizado no gestão passada. Nesse caso, o que seria anormal?
Há um entendimento geral, e uma concordância com esse pensamento, de que o fornecedor que oferecer o menor preço leva o pregão. Nada mais justo, razoável e dentro do padrão dessa relação. O que não se aceita e muito menos pode ser considerado por qualquer mente provida de consciência, é que o esse "menor preço" tenha que ser sempre acima dos valores de mercado. E do comércio varejista nosso de cada dia. O secretário Tércio explica, da forma mais natural do mundo, que há uma pressão dos fornecedores para com o poder público, porque os contratos são de longa duração e não contemplam aumentos de custeio nos produtos que serão adquiridos. Também dentro daquilo que nossa razão possa compreender. São as regras do negócio comercial. A lei da oferta e da procura.
Então, se fornecedores de prefeituras podem pressionar com o valor bem acima do praticado às nossas idas diárias aos supermercados, por conta dessa não previsão ou repasses de possíveis aumentos de preços durante a vigência do pregão, está na hora de mudar esse conceito, que serve de desculpa a um gasto desnecessário e absurdo. E mudar, também, a cultura, tanto do serviço público como de seus fornecedores. Há algo de errado nisso tudo. Se eu posso pagar R$ 2,69 por uma dúzia de prendedores, por que uma prefeitura tem de pagar R$ 16,75 pelo mesmo item? Devo ter perdido alguma aula, porque continuo não entendendo.

domingo, 28 de abril de 2013

Colaborar. Verbo que precisa de conjugação

Taí um  bom exemplo da ineficiência do cidadão, quando o assunto é procurar seus próprios direitos e contribuir com a melhoria do convívio social e da comunidade em que vive. Colaborar, verbo transitivo indireto e intransitivo, que significa cooperar, contribuir, auxiliar. Tem mais significados ainda, mas neste caso esses três sinônimos são os mais importantes. O individualismo, que toma conta das pessoas, tem levado a sociedade a extremos preocupantes, onde muitos jogam a sua própria responsabilidade sobre os ombros de quem está ao lado. Ou de qualquer pessoa que possa tirar-lhe o fardo da culpa, por uma omissão egoísta, quando é chamado a participar e dar sua contribuição - colaboração - às mudanças políticas e sociais necessárias. A crítica pela crítica, que é muito comum e vem daqueles que gostam de imputar responsabilidades a outros e fugir das suas, é a pior de todas as facetas do ser humano, que se esquece de perguntar como pode participar. No que e como pode ajudar. Antes, prefere o silêncio, que logo em seguida é transformado em cobrança de uma ação, que deveria ser a sua própria.  

É preciso mais ação
O mínimo que um cidadão pode fazer pelo seu próximo, ou pela sociedade onde vive, já é o bastante para grandes transformações. A isso se chama colaboração. E por incrível que possa parecer, nem esse mínimo é feito. Se algo dá errado em sua vida, a culpa é do político - e na maioria das vezes tem razão - que ele próprio ajudou a eleger. E assim não consegue enxergar a sua própria cegueira.

Não estou nem aí...

Muitos gostam de se gabar de sabedoria, mas quando confrontados com a realidade e cobrados a agir, têm por  hábito dizer que não é com eles. No corrido dia a dia, nem sempre quem chega primeiro leva. Há fura-filas por todas as partes, esperando o momento de agir. Há desrespeito nas situações mais simples do cotidiano, que uma boa eduação, em todos os sentidos, poderia resolver. 

Cobrar. Um direito
A consequência de tudo isso é que, por omissão e egoísmo, vem junto a acomodação, que abafa a cobrança. Quando um cidadão se cala perante uma calamidade ou aquilo que lhe causa desconforto e pode ser mudado com sua participação efetiva, com sua colaboração, além do prejuízo pessoal próprio, ele leva consigo muitos de seus semelhantes. Transferir responsabilidades significa alimentar sua própria ignorância.

É hora de acordar
Tudo isso pode parecer uma utopia aos olhos de muita gente. Justamente de quem deveria ter uma atuação - e tem capacidade para isso - efetiva na sociedade.

Mais que necessário
O prefeito Paulo Hadich (PSB) teve encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), na semana passada, em busca de apoio para as obras do aeroporto e para que o local tenha status regional. A localização geográfica de Limeira é um trunfo inestimável e comporta esse investimento. Quem sabe o governo federal garanta um sinal verde para a finalização da obra. Ou o Município deslancha de vez ou fica na mesmice de sempre.

E não é ficção, não
Mesmo porque, o governo do Estado pouco faz pelo Município. História antiga, esta. Limeira carece de representatividade na efera estadual, que hoje não tem. Não há um interlocutor, que faça essa aproximação. E, principalmente, sobra a má vontade de Alckmin, como sobrou de todos os seus antecessores, independentemente da sigla partidária. Limeira ganhou a duplicação da SP-147, até Piracicaba, em cima de um palanque eleitoral. Assim foi com o campus II da Unicamp, a FCA. A Fundação Casa levou sete anos para ser concluída. E riscou Limeira do mapa do Poupatempo.

Outra novela triste
O novo presídio, anunciando há muito tempo, teve sua área e localização anunciadas também sob os auspícios de uma campanha eleitoral. José Serra (PSDB) era o candidato do partido à Presidência nas eleições de 2010 e coube a Alberto Goldman, o governador em exercício à época (era vice do tucano) trazer a "boa nova", em um palanque bem caracterizado. Até agora, palavras, palavras e pouca ação. O governo paulista só dá atenção quando há interesse eleitoral em jogo.

Movimento vivo
A presidente do Sindsel, Eunice Ruth Araújo Lopes, respondendo por e-mail a nota "Causa Estranheza", publicda nesta coluna na última quinta-feira, disse que a categoria continua empenhada na luta para ter atendida suas reivindicações. Amanhã estará na Câmara novamente e espera mais empenho dos vereadores para com a causa dos servidores públicos municipais. "Não sou de ficar esperando para levar tiro", disse Nicinha.

Pergunta rápida
Por que a "feirinha da madrugada" assusta tanto os comerciantes limeirenses?

A quem interessa?
A bola da vez é a briga entre o Congresso Nacional - Senado e Câmara dos Deputados - e o Supremo Tribunal Federal. Se não pode haver ingerência de um Poder sobre o outro, nenhum dos dois tem a prerrogativa dessa intromissão. Decisão do STF se acata, é a corte máxima, e deputados e senadores não podem e nem devem tentar reduzir os poderes da última instância do Judiciário brasileiro. Assim como ministros do Supremo não devem interferir nas discussões e nos debates das duas casas legislativas. Especialistas e juristas ainda não chegaram a um consenso sobre isso. Vai dar muito o que falar ainda.

A crise está aberta
O gerador de toda essa celeuma começou com a condenação e cassação, pelo próprio STF, dos deputados mensaleiros. Agora se estende à discussão sobre o projeto de restrição à criação de novos partidos. E quem sempre defendeu essas restrições, os partidos de oposição, agora se opõem à medida por interesses próprios, assim como o próprio governo tem os seus. Se alguém sonha com uma reforma política isenta, que recolha o seu cavalinho, para que ele não se molhe.

Nota curtíssima
A classe política está conseguindo uma proeza: fazer com que Deus e o diabo se sentem do mesmo lado da mesa.

Frase da semana
"Reduzir poderes do STF fragiliza a democracia". Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, sobre a PEC que reduz os poderes do Supremo. Quinta-feira, 25, na Folha de S. Paulo-Poder.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

E vem da casa...
...o melhor exemplo da competência. Ontem estive fazendo uma incursão pelo interior do Edifício Prada, sede da Prefeitura de Limeira, e fiquei assustado com o grau de deterioração e abandono do imóvel. Registre-se que, neste caso, o atual prefeito, Paulo Hadich (PSB), não deve ser criticado, pois herdou a sede do Paço Waldemar Mattos Silveira de seu antecessor que, parece, desandou com a manutenção do local. O governo Félix usou e não cuidou. Está como está.

Precisa melhorar
Fica comprovado - basta percorrer algumas secretarias e departamentos - e a olhos vistos, esse abandono. Paredes sujas, persianas idem. Precariedade nas áreas de atendimento ao público. É hora de o prefeito começar a pensar em recuperar esse prédio histórico, que por pouco não foi ao chão, virando loteamento de luxo.

Causa estranheza
Já que o assunto é a administração municipal, está muito estranho o silêncio (repentino, diga-se), do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, o Sindisel. Depois de um início de greve,  depoimentos na Tribuna da Câmara e apoio dos vereadores, a entidade emudeceu. Alguma peça do jogo não está se encaixando nessa situação.

Retrato perfeito
Os professores da rede estadual estão em greve, num movimento cíclicio, que mostra o sucateamento da Educação pública paulista, cujo governo não reconhece devidamente os educadores, que enfrentam de tudo para exercer o magistério. Agressões em salas de aula, ameaças, condições mínimas de trabalho e obrigação em empurrar o aluno para a série seguinte, mesmo que este não esteja preparado. Tachar o movimento de político é falta de respeito com a categoria e com a inteligência dos cidadãos. A autoridade competente (??), por sua vez, tem que melhorar os argumentos para tentar explicar a situação. Ainda não conseguiu.

Geraldo sumido
Ontem, finalmente, e depois de sete anos do anúncio, foi inaugurada as duas unidades da Fundação Casa em Limeira. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), presença comum em eventos dessa natureza, não veio. A justificativa foi um compromisso em Jundiaí, que é mesmo muito distante de Limeira. Não fez falta.

A última de hoje
Inaugurada a Fundação Casa, que é administrada pelo governo estadual, falta agora o novo presídio e, principalmente, o Poupatempo. Prometido e compromissado o Poupatempo é uma reivindicação antiga do Município. Já teve até vistoria de local, mas o governo tucano simplesmente parece ter riscado do mapa esse serviço de Limeira. Teremos por muito tempo ainda, que procurar a unidade de Piracicaba, Campinas ou Rio Claro, que é a melhor de todas.

terça-feira, 23 de abril de 2013

O contribuinte paga. Mas não leva

O Brasil está mesmo num mato sem cachorro. Numa analogia ao dito popular, sem administradores públicos competentes e compromissados com o desenvolvimento do País, que não seus próprios interesses. O que estou escrevendo não é novidade para ninguém. E virou um mantra que embala a sonolenta vida política brasileira, vez por outra despertada de seu berço esplêndido por atos crassos de corrupção, com intermitentes choques de realidade proporcionados pela imprensa, que apesar dos caminhos tortuosos pelos quais transita e escusos interesses demonstrados em suas linhas editoriais, não deixa de conduzir temas que propõem ampla reflexão.
Dentre eles, os gargalos da infraestrutura brasileira e a baixa qualidade dos serviços prestados pelo próprio Estado. Os sintomas mostram a doença. Falta, porém, interesse em usar o remédio indicado. E quando a prescrição é seguida, a dosagem ministrada é menor que a apontada pelo receituário. A enfermidade se torna crônica e o paciente vai cambaleando à espera de um novo, e quem sabe, definitivo tratamento. Que parece não levar à melhora esse paciente.
No domingo, o "Fantástico" trouxe interessente matéria sobre as deficiências estruturais - ferroviária e portuária - que fazem com que o País jogue milhões pelo ralo com o mau uso do dinheiro público em obras superfaturadas que não acabam nunca. O melhor exemplo da reportagem foi a Ferrovia Norte-Sul, obra da era José Sarney, que passou pelos rápidos mandatos de Fernando Collor de Mello e de seu vice, Itamar Franco, atravessando dois de Fernando Henrique Cardoso e outros dois de Lula. E agora, pela metade do governo Dilma Rousseff, continua sem uma luz no fim do túnel, por onde trilhos de má qualidade passam. E 26 anos depois de seu início, a obra ainda está longe de ser concluída. A quem isso interessa? É simples, a agentes políticos e empeiteiras que enchem seus bolsos com o dinheiro de taxas e impostos, sem o mínimo escrúpulo. Situação que se arrasta pelos Estados - sem exceções - e avança pelos municípios. É a tal descontinuidade, à qual venho me referindo em meus últimos comentários. A vaidade do gestor público que assume, impede-o de entregar o que seu antecessor iniciou. Questão de marca pessoal...
Passando das obras para os serviços, ainda ontem, o Estado de São Paulo acordou sob a greve dos professores das escolas estaduais. Resultado do sucateamento do ensino público paulista e de políticas salariais de um governo, que não atendem às necessidades de empobrecidos professores. Isso sem contar com a possibilidade de as universidades federais, por conta do MEC, deixarem de exigir títulos de mestres e doutores em concursos para seleção de docentes.   
Por aqui, as alças do Viaduto Paulo D'Andrea continuam afundando. Obras públicas mal planejadas ou incompletas, livres às ações de vândalos e, pasmem, a necessidade em refazer ou corrigir outras tantas. Retrabalho que leva ao desperdício. E parte do dinheiro, nelas empregado, hoje está engordando contas bancárias em algum lugar do planeta. O contribuinte pagou, mas não levou. O eleitor votou e, mais uma vez, vê que a sua confiança foi traída novamente. Tempos difícies, estes.

sábado, 20 de abril de 2013

Dito e feito. E mais feito do que foi dito

O que estava previsto se confirmou.  A manchete desta Gazeta, da última quinta-feira, "Biblioteca de R$ 3 milhões está depredada antes de inaugar", em matéria muito bem conduzida pela jornalista Daíza Lacerda, só vem a confirmar uma sombria e triste previsão feita por mim, em artigo na coluna Texto&Contexto (O desperdício da não continuidade - http://colunatextoecontexto.blogspot.com.br/2013/03/o-desperdicio-da-nao-continuidade.html), publicado na edição do dia 12 de março passado. E retrata, de foma fiel e assustadora, aquilo que me preocupava, mas deveria preocupar muito mais o poder público limeirense. Obra concluída à espera de inauguração, naquela data já mostrava os primeiros sinais de vandalismo, que é muito comum em locais públicos, tanto pela deseducação de parcela da população, quanto pela falta de fiscalização e segurança. Pouco mais de um mês após a publicação do meu artigo, e o que era início de depredação tornou-se uma imagem de destruição, conforme ilustram as fotos da matéria, do repórter fotográfico JB Anthero. Então, meus caros administradores, não foi por falta de aviso...

Culpas e culpados
Ora, se a obra não foi concluída e entregue ao Município, como preconiza o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Giocondo Mário Negro Filho, o que foi gasto e investido no local simplesmente pode ir pelo ralo, transferindo-se responsabilidades em conhecido jogo de empurra entre Prefeitura e empreiteira. Chamo a isso de falta de prioridades. É início de governo, sim, mas não custa zelar.

Sensibilidade zero
Na conclusão do meu artigo, escrevi "que continue o que foi começado, sem se importar com créditos políticos. O bem-estar da população é muito mais importante que isso". Não é o que parece, entretanto. Se é preciso arrumar a casa (imagino que seja mesmo) pelos estragos deixados, que se tenha o mínimo de critério, em observância às demandas. E o prédio da biblioteca é um desses casos.

Que coincidência
O artigo escrito por mim foi publicado um mês antes da prestação de contas dos 100 dias do governo Paulo Hadich (PSB). E a manchete da Gazeta de Limeira,  sobre a depredação do novo prédio da biblioteca municipal, no dia em que se estampavam os resultados desses 100 dias, do balanço oficial de governo.

É preciso agilizar
Ninguém é contra a revisão de projetos, remanejamentos e mudança em cronograma de obras públicas, quando constatadas essas necessidades. E acredito que no caso de Limeira, como mostram os exemplos diários divulgados pela mídia, seja prioridade "zero", como se costuma dizer. Isso, entretanto, não implica em falta de agilidade. E mesmo com os prazos legais e obrigatórios em processos licitatórios, isso não pode significar  ineficiência. Pelo menos não deveria.

Prazo confortável
Desde a posse de Paulo Hadich (PSB), tenho emendado críticas com elogios pontuais. Tenho afirmando, entretanto, que é preciso dar no mínimo seis meses de prazo ao novo governo, para dizer ao que veio. As críticas mais pesadas partem daqueles que foram derrotados por ele e ainda nutrem certo ressentimento. Até junho há tempo suficiente para arrumar a casa. Se até lá ele não conseguir dar cara própria à sua administração, é uma outra história.

Tudo como dantes

Acompanho a política limeirense desde a época do prefeito Mattos Silveira, passando por Jurandyr Paixão, Paulo D'Andréa e seus respectivos sucessores. E não percebi mudança de discurso ou atitude na prestação de contas dos 100 dias do governo Paulo Hadich (PSB). As palavras podem ter sido outras, mas o resultado é sempre o mesmo. Quem puder e tiver interesse, que passeie pelos arquivos dos jornais de todo esse período, até hoje, para fazer essa constatação.

Isso me lembra...
...o ano de 2005. Nem bem a nova administração comemorava os cem dias, apresentando as auditorias internas e revelando os desmandos deixados por Félix, o Ministério Público (MP-SP) anunciava a abertura do primeiro inquérito da "era Hadich", justamente no projeto que foi aprovado pelos veradores em regime de urgência e dispõe sobre salários de secretários municipais "emprestados" por outros órgãos públicos. O projeto de lei prevê salários maiores a essas exceções.

Pergunta rápida
O voto contrário à Moção de Repúdio ao deputado-pastor Marco Feliciano (PSC) foi consciente ou corporativo?

Repúdio nacional
O ser humano é o que fala e pensa. A sua prática de vida são suas ideias. Então não há como separar o discurso da prática. O deputado-pastor Marco Feliciano (PSC), que hoje preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara Federal, age conforme seus pensamentos. E acreditar que ele possa ter postura diferente das ideais que prega e suas ações é inocência demais. Ou conivência mesmo.

Nota curtíssima
Há sérios riscos de a relação entre o PSB e o PT em Limeira tomar o mesmo rumo da disputa entre Dilma e Eduardo Campos.

Frase da semana

"Como o senhor ganhou a licitação sem ter nada?". Do vereador Zé da Mix, indagando ao também vereador Edmilson Gonçalves (PSDC) sobre os trabalhos de impressão prestados ao SAAE. Quarta-feira, 17, na Gazeta de Limeira.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Rolo compressor
E uma manada de elefantes correndo atrás. Assim foi a ação da bancada governista na sessão da última segunda-feira, para aprovar o projeto do prefeito Paulo Hadich (PSB), sobre os salários de funcionários cedidos por outros órgãos à Prefeitura. Discute-se aqui a votação e aprovação do projeto e a derrubada de todas as emendas apresentadas. Nada diferente das sessões em que o cassado Silvio Félix (PDT) exigia que fosse aprovada alguma coisa. Qualquer coincidência...

Passou, mas ficou
Não vou discutir o mérito do projeto, porque, confesso, não o li. Ainda. E por isso não quero falar asneiras, como muitos que também não o leram estão fazendo. Estou buscando apenas as semelhanças entre a última Legislatura e esta, no modelo de comportamento. O que parecia vacina tornou-se uma virose sem controle.

Destaque positivo
A boa surpresa está por conta do vereador José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSB), que até agora tem feito o trabalho que um vereador deve, de fato, fazer.

Contra ou a favor?
Sinceramente. Limeira precisa de debates relevantes, de ações administrativas para resolver seus problemas e de legisladores que entendam suas responsabilidades como representantes do povo. Discutir o pensamento do deputado-pastor Marco Feliciano (PSC) é dar muita importância para quem não tem nenhuma.

A história é antiga
Pois é. A merenda malcheirosa, com carne sebosa e produtos vencidos, além de prejudicial à saúde das crianças que a consumiam, pode deixar Limeira sem a verba federal de R$ 4 milhões, conforme mostrou esta Gazeta em sua edição de ontem, em matéria da jornalista Cíntia Ferreira. Uma história que começou lá em 2005 e, se os vereadores da época tivessem tido a coragem de apurar as denúncias do então suplente de vereador Ronei Martins (PT), nada disso teria acontecido.

Vidas manchadas
Penso que vale a pena uma reflexão sobre o assunto. E lembrar, um a um, de todos aqueles que fecharam os olhos ao início desse escândalo, envolvendo dinheiro público e crianças inocentes. De todos que foram coniventes com esse festim diabólico. Seus nomes estão definitivamente manchados na história política limeirense.

A última de hoje
Ontem o prefeito Paulo Hadich (PSB) apresentou o balanço dos primeiros 100 dias de governo. Foi no centésimo sétimo dia. Marcou para as 17h, depois adiou para as 18h. Para quem conhece a mídia jornal, não poderia ter sido em horário melhor....

terça-feira, 16 de abril de 2013

Educação e cidadania. Uma difícil prática

A educação, penso, deveria ser o primeiro critério para avaliar o grau de desenvolvimento de um povo. De um país, que tenha pretensões de se inserir no cenário global, servindo como exemplo diferenciado e possível de ser copiado. E quando falo de educação, não estou apenas me referindo ao seu contexto formal, que vai da alfabetização aos bancos universitários, que é importante, sim, à medida que serve de esteio ao ato de exercer a própria cidadania. Sem a educação formal de boa qualidade (e que ainda patina por aqui, do extremo sul ao extremo norte, com raros exemplos de sucesso), não é possível exercer um outro tipo de educação, que é o objeto desse meu comentário: a educação que dá significado ao comportamento das pessoas. A sua inserção social como ser humano, que sabe respeitar os limites de suas atitudes e, por isso, merece ser respeitado. Que lhe confere o caráter da civilidade. Da polidez e da cortesia, que são seus sinônimos mais simples.
Nesse caso, é a falta desse caráter que desejo comentar. Observado no dia a dia de quem sai às ruas, para demonstrar justamente como não se deve agir em ambientes públicos e muito menos passar esse tipo de ensinamento para quem ainda está em início de aprendizado. E são exemplos de comportamentos básicos, que nem deveriam estar sendo considerados, mas são tantos e tão absurdos, que é preciso tentar trazê-los à luz para, quem sabe, possa servir à consciência daqueles que os praticam. É comum ver pessoas, a poucos centímetros de um coletor de lixo, atirando papel ao chão. Sejam folhetos de propaganda, maços de cigarros, papel de balas e chocolates, que além de emporcalharem o passeio público acabam causando transtorno ambiental e até mesmo riscos à  integridade física daqueles que por lá circulam, principalmente em período de chuva. Ou motoristas atirando latinhas de refrigerantes pela janela de carros, sem qualquer cerimônia.
Ainda no domingo, ao deixar minha filha na Rodoviária para seu retorno a São Carlos, onde estuda, um grupo de jovens próximo de uma das lanchonetes, das plataformas de embarque, estava com copos de cerveja, conversando de forma descontraída, até que um deles, em um esbarrão, derrubou o copo do amigo ao chão, quebrando-o e espalhando seu conteúdo. Até aí, um acidente. O que se seguiu é que me deixou profundamente chocado. O faxineiro do setor estava passando pelo local, já ia fazer a devida limpeza, quando esse grupo decidiu chutar os cacos para todas as direções, para em seguida, sorrindo, deixar tranquilamente a área. Na sequência lá foi o servidor juntar os restos do copo e enxugar o chão.
Não está errado atribuir esse tipo de conduta à má qualidade da educação formal, que é uma de suas causas. Mas não custa lembrar, também, que os primeiros ensinamentos vêm dos exemplos que trazemos de casa, das práticas que compartilhamos desde os primeiros momentos de nossas vidas. Princípios de civilidade não são equações matemáticas, que se resolvem na ponta do lápís. Fazem parte da lição diária de cidadania, que muita gente ainda não aprendeu.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Imprudência? Pressa? Falta rigor na lei

Fiz um pequeno comentário na coluna de quinta-feira, mas penso que vale a pena retornar ao tema, pela gravidade que ele representa. Trata-se das recentes mortes no trânsito, em Limeira, envolvendo veículos e motocicletas. As três recentes na semana passada e outra em meados de março, que deixaram sequelas irreversíveis nas famílias e entram para a fria estatística das ocorrências policiais. Sem entrar no mérito da questão do erro - do condutor ou do piloto - é preciso uma reflexão que tenha um alcance, além do simples juízo de valores. É fácil imputar culpa, apresentar algoz e vítima. Difícil é pensar no que se pode fazer de concreto para que haja uma redução nesse tipo de tragédia. Acidentes são, invariavelmente, resultado da imprudência, da pressa, de fatores psicológicos externos; penso, porém, que na maioria dos casos é a impunidade que estimula a própria imprudência. Se alguém puder me responder, com presteza, quantos "assassinos" do trânsito estão presos, cumprindo pena pelos seus crimes, seria de grande valor. As brechas legais, entretanto, não nos permitem responder. Assim como deixam livres os infratores.

Mais força na lei
Se o maior rigor da Lei Seca provocou uma queda razoável nas ocorrências, envolvendo motoristas, volante e ingestão de álcool, garantindo maior fiscalização por parte das autoridades, tanto em ruas de cidades quanto em estradas, ainda falta muito a ser alcançado. Esse rigor precisa chegar também às medidas punitivas e até mesmo às sócio-educativas. Precisa tratar cada caso em suas particularidades.

Fatos recorrentes
Para comprovar esse raciocínio acima, basta acompanhar o noticiário, tanto na mídia impressa quanto eletrônica, que diariamente vai encontrar uma situação, que envolve abusos no trânsito. E em seus diversos graus de gravidade até aos óbitos, com identificação dos infratores que, longe de receberem a devida punição, logo mais estarão cometendo outras infrações. É como se nada tivesse acontecido. 

Os números frios
Só para relembrar, no dia 22 de março, uma jovem morreu ao colidir sua motocicleta com um veículo, que não respeitou o sinal de "Pare" da via. No dia 8 de abril, pela madrugada, um rapaz de 28 colidiu sua moto em um posto e também morreu. No mesmo dia, só que pela manhã, uma outra jovem, de 25, teve sua vida interrompida, quando um veículo conduzido por um médico-residente da Santa Casa também não respeitou o sinal de parada obrigatória, arremessando-a para debaixo de um carro. E o mais recente, aconteceu na noite do dia 9, quando um rapaz de 23 anos caiu de sua moto. Ele morreu na quinta-feira, dia 11.

Exemplos doídos
Com as exceções do rapaz que colidiu sua moto em um poste e do outro que caiu, os dois acidentes envolvendo as duas jovens só aconteceram por imprudência e desrespeito dos motoristas. Esses sim, devem servir de exemplo e receber suas devidas punições, mas nós já sabemos o que vai acontecer. Espertos advogados vão às brechas que a lei permite (e por isso são ações legais), recorrer e postergar qualquer ação punitiva àqueles que são culpados pelas perdas dessas duas vidas. A qualquer momento estarão, novamente, com o volante nas mãos e, quem sabe, cobrindo de luto outras famílias também. É a frieza da lei.

Mudança nas leis
E esses advogados não podem ser criticados ou execrados, por isso. Estão simplesmente se utilizando de uma ferramenta que a legislação penal brasileira, o nosso Código Penal, permite. São brechas e mais brechas, que garantem recursos sobre recursos e, assim, o processo vai se alongando. É necessária uma revisão urgente dessas leis, que são ultrapassadas. É preciso que se enxugue a maior parte das possibilidades de recursos, que apenas servem para postergação das ações penais.

Falta consciência
Até o fechamento desta coluna, não havia sido registrado nenhuma outra ocorrência como as descritas nas notas acima. É preciso apelar também à consciência das pessoas, para que a imprudência não faça novas vítimas nesse nosso trânsito, que mata cada vez mais.

Pergunta rápida
Alguém ainda acredita na revitalização da Praça do Museu?

Tudo como antes
A descontinuidade, à qual me refiro há muito tempo em meus comentários, é uma marca registrada de todos os governos municipais e vem de tempos imemoriáveis. Não adiante teimar ou contestar. Está escrito na história política de Limeira. O novo prédio da biblioteca municipal está lá, prontinho. Sabe-se lá o que será feito dele.

A exceção à regra
Há, porém, alguma descontinuidade elogiável. E a ideia de transformar o que restou da Machina São Paulo em shopping popular é um exemplo. Está certo o prefeito Paulo Hadich (PSB) em abortar o infeliz - e populista - projeto da gestão Félix da Silva (PDT). Levar o Ceprosom para lá seria muito interessante. Com um restauro da arquitetura original, aproveitando-se o que de intacto, pode ser uma solução interessantíssima para aquela área, hoje bastante desenvolvida. Que esse novo projeto se transforme em realidade. O município agradece.

Nota curtíssima
É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Artigo 5º, inciso IX. Constituição Federal.

Frase da semana
"Venho depor como denunciante e saio como réu". De Lindalvo Delgado Medeiros, que propôs a ação para abertura da Comissão Processante contra o vereador Edmilson Gonçalves (PSDC). Sexta-feira, 12, na Gazeta.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Os 100 em 107
A Prefeitura de Limeira anunciou, através de sua Secretaria de Comunicações, que o balanço dos 100 dias do governo Paulo Hadich (PSB), completados ontem, será no próximo dia 17. Enquanto isso, outros prefeitos comemoram índices positivos, como Fernando Haddad (PT), em São Paulo e até mesmo Jonas Donizete, do mesmo partido de Hadich, em Campinas. Vale lembrar que Donizete elaborou um plano de governo para os cem dias iniciais.

É preciso mais
Até agora, a única proposta elogiável e inédita, aqui em Limeira, é o Orçamento Participativo, que já provou eficiência em outros municípios. Nem mesmo o programa "Esse Bairro é Meu" pode ser computado. Apesar de ser um projeto inovador e de alcance social inestimável (caso venha a se concretizar), ficou na memória pelos tristes acontecimentos posteriores. Esfriou os ânimos da administração também.

Ação e reação
Está na hora, também, de parar de reclamar da herança da administração passada, que todo limeirense sabe do estrago deixado e que ainda vai causar problemas ao Município. O prefeito tem a obrigação de vir a público e apresentar o desastroso saldo deixado por Félix e cia. Sem medo de dar nome aos personagens. Sem mais a acrescentar de negativo. E esperando ansiosamente pelos resultados positivos. Acredito que haja condições para a atual administração deslanchar. Vamos esperar.

Sexo dos anjos
Essa é uma expressão muito utilizada, quando se quer dizer que uma discussão é desprovida de interesse. Quando se tenta dar a amenidades tom de seriedade. Tenho acompanhado às segundas-feiras, via transmissão de rádio, as sessões da Câmara, enquanto vou desenvolvendo minhas atividades na edição desta Gazeta. Ainda não consegui descobrir se anjo é masculino, feminino ou assexuado.

É precio vacinar
Tempos de tirania e desrespeito com jornalistas, supunha-se, tivessem ficado no passado de triste memória. Uma recaída agora é inaceitável.

Até quando vai?
As estatístiscas sobre acidentes e mortes no trânsito limeirense já são assustadoras, nesses primeiros meses de 2013. Uma selvageria, que é resultado da imprudência da pressa, e até mesmo da formação de condutores e motociclistas. O volante foi transformado em gatilho de metralhadora, pelas ruas da cidade.

A última de hoje
Se o projeto da oposição para o Brasil se desenvolve por meio de factoides criados para o desempenho da economia nacional sobre a sazonalidade de alguns produtos e segmentos, alguns candidatos terão que se contentar em continuar oposição.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Livre arbítrio, mas com inteligência

Em longa entrevista ao site Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) publicada ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) voltou a defender a regulamentação da mídia, como forma de garantir independência e isenção no noticiário e a não politização da informação. Apesar de concordar com ele, que há, sim, ideologização da notícia, moldada aos interesses políticos de grupos empresariais e também de partidos, na maioria dos meios de comunicação da mídia impressa ou eletrônica, essa história de regulamentação, que pode ser tratada como regulação da divulgação daquilo que interessa ou não a governos e governantes, é perigosa aos princípios da democracia e à própria liberdade de expressão.
Apesar do desconforto que uma opinião contrária representa, seja ela pertinente ou não, a ninguém é dado o direito de tolher conceitos emitidos por quem quer que seja, simplesmente por que vão de encontro a determinada linha de pensamento. Esteja ela alinhada à direita, ao centro ou à equerda. Esse marco regulatório, que o governador gaúcho defende com unhas e dentes, compartilhado até mesmo por profissionais da mídia, teórica e conceitualmente é interessante garantir um maior acesso à informação, para que todos os grupos sociais tenham direito a expressar-se sem edição de conteúdos. Que, sabe-se, é feita conforme a linha editorial de cada meio de comunicação. Deixa de ser interessante, porém, à medida em que pode ser utilizada para promover o retorno da censura prévia, que num passado não muito distante, atingia justamente quem agora opta por esse caminho, indesejado por todos.
A defesa unilateral dessa regulação não leva em conta a importância de conhecer as vozes dissonantes. Silenciá-las seria dar munição a um inimigo oculto, que pode se tornar mais arriscado ainda. Conhecê-los e enfrentá-los, em suas opiniões, é muito mais produtivo e prático do que ser surpreendido por um ataque pela retaguarda. Talvez esteja faltando esse entendimento àqueles que desejam ardentemente regular os meios de comunicação. Alguns até que mereceriam ser regulados, porque não conseguem distinguir embate de ideias de ataques pessoais, incompatíveis com a condição de formadores de opinião. Esses, porém,  já são regulados pelos próprios leitores, ouvintes e espectadores. Apenas fazem coro a grupos socias e políticos bem definidos. Um direito que têm.
Essa regulação não representa, é evidente, a existência de um Pravda, da extinta União Soviética, ou de um Granma, em Cuba. Mas pode se tornar um instrumento pernicioso, ao alcance de qualquer um. Principalmente daqueles que apostam no quanto menos informação melhor. É preciso que fique claro, também, que muitos dos que hoje se postam visceralmente contra essa proposta, no passado já regularam e manipularam muito também. Isso, entrentanto, é passado. O presente nos mostra que ninguém precisa ser domesticado. É imperativo dar ao cidadão o direito de exercer sua própria inteligência. A seu próprio favor. Ou contra. É o livre arbítrio.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Máquina inchada, serviços públicos ineficientes

Os serviços públicos essenciais estão cada vez mais precários. Descendo lá do governo federal e chegando aos municipais, atravessando como ponte os estados da Federação. Não sobra um nível sequer na hierarquia das administrações públicas, que se possa elogiar. Alguns serviços - e importantes - até merecem destaques pela capacidade que têm em flexibilidade, alternando bons e maus momentos. Não é o suficiente, entretanto, para garantir qualidade e eficiência. Então vejamos. O governo federal peca pela orgia em cargos no serviço público, por onde muito dinheiro se esvai, mas a ineficiência da máquina estatal não vê melhorias. O mesmo acontece nos estados e nos municípios. E ao acomodarem pessoas em cargos que muitas vezes não lhes dizem respeito, o fazem para não serem incomodados. E não importa a bandeira ou cor ideológica. Todos se perdem nessa estrutura inchada dos interesses políticos. Para garantir uma base de apoio e com isso governar sem sobressaltos. Rachaduras, às vezes, são inevitáveis, porém tudo dentro da zona de conforto. Um cenário que não muda nunca, pago com o dinheiro do povo.
 
Cooptação política
Cada esfera da administração pública traz suas marcas negativas, que no entra e sai de governo, vão se arrastando sem soluções práticas. Todos querem governar em causa própria e a causa maior, que seria a sociedade, acaba sempre em segundo plano. É melhor garantir poderes legislativos subservientes e atrelados, do que enfrentar os problemas e resolvê-los, cada um dentro de suas necessidades.
 
E não muda nunca
Nesses casos, a conveniência política vai se sobrepor, sempre, aos interesses públicos. Tudo o mais é mera retórica, uma espécie maquiagem para esconder a verdadeira face da política, que de arte do bem governar os povos, acaba se transformando num escandaloso festim particular, de propósitos nada republicanos para satisfazer vaidades pessoais. E de boas intenções o inferno está cheio.   
 
Discurso da utopia
Enquanto políticos se lambuzam no mel do poder - embora ainda acredite que há bons e capacitados homens públicos - o povo é obrigado a se contentar com um melado viscoso, nem sempre doce. Análises nesse sentido podem até parecer - e a vezes se transformam mesmo - utopia. Melhor pecar pelo sonho para, quem sabe, os pesadelos possam definitivamente acabar. É preciso apelar á consciência desses agentes públicos, que ocupam cargos eletivos (ou não), que precisam trabalhar para todos. Nos ferimos demais quando esmurramos ponta de faca, mas a esperança é que a qualquer momento ela se vergue e deixem de provocar cortes profundos, doloridos e desnecessários. 
 
É preciso acreditar
É produtivo, sim, fazer esse exercício de otimismo, que pode até provocar uma reação positiva e forte contra o marasmo e a mesmice política aqui instalados. Não custa e nunca é tarde demais para tentar. Mesmo porque já ficou provado que a força popular é muito maior que a hipocrisia daqueles que pensam ser eternizados no poder. O pessimista - que é por consequência um conformista - só corrobora com a perpetuação da canalhice assentada em pontos estratégicos de comando.
 
Um exemplo prático
Vamos a dois fatos positivos, que estão movimentando a política limeirense: a CPI do SAAE e a CP do Edmilson (vereador Edmilson Gonçalves-PSC). Pela conduta dos vereadores até aqui, há razões para acreditar numa mudança de postura em relação à Legislatura anterior, subserviente aos mandos e desmandos da administração Félix. Para se comprovar isso, será preciso observar as reações de cada um deles, assim que precisarem investigar alguma conduta imprópria da  administração do prefeito Paulo Hadich (PSB), que tem maioria confortabilíssima na Câmara Municipal. Se essa isenção continuar teremos muito o que comemorar.
 
Um ganho de todos
Se nos debates a bancada situacionista tem mostrado isenção e até mesmo comprometimento, é a prática que vai garantir esse ganho político, cujo benefício se estende à toda população. E também aos próprios vereadores. Caso contrário, assim como aconteceu com aqueles que se calaram diante de tantas e escancaradas denúncias, esses novos também serão apeados do poder. Enxotados da vida pública. Temos muitos e bons (ou seriam maus?) exemplos dessa situação.
 
Pergunta rápida
O que está faltando para a administração Paulo Hadich engrenar de vez?
 
Mais denúcias...
A precariedade de alguns serviços públicos em Limeira estão tirando o sono da população, pois dizem respeito a dois segmentos essenciais. A segurança pública e saúde. A primeira, mostrada por esta Gazeta, diz respeito ao mau funcionamento das câmeras de vigilância: apenas 13 em operação (se é que estão). E na saúde a falta de medicamentos na Saúde Mental, que continua sendo alvo de denúncias. Há um certo descompasso entre a teoria política e as ações práticas de governo.
 
Para, não para e...
... e volta a parar. Outro fato preocupante é o impasse entre o Poder Público e os servidores municipais. Uma queda de braço que afeta diretamente aqueles que precisam dos serviços públicos. Como prefeito, Hadich parece estar se esquecendo daquilo que fez aprovar como vereador. Interesses conflitantes, eu diria.
 
Está tudo escrito
Todas essas situação apresentadas corroboram com o que foi escrito aqui hoje. Compromissos e promessas eleitorais assumidas em campanha dão lugar à realidade, que os próprios eleitos não conseguem - ou querem - enxergar nos períodos pré-eleitorais. A verdade é que o novo se torna velho rapidinho... 
 
Nota curtíssima
Sexta-feira. Dia 5. 16h. Semáforos sem sincronismos travaram o trânsito no Centro.
 
Frase da semana
"Eu, como posto, agia de boa-fé. Também espero boa-fé para quem forneço". Fernando Soares da Costa Júnior, proprietário do Auto Posto Maktoub, que fornecia combustível para o SAAE, em depoimento à CPI na Câmara. Na Gazeta de Limeira. Sexta-feira, 5.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Tom contrastante
Espera-se, ansiosamente, o balanço dos primeiros cem dias do governo Paulo Hadich (PSB). Há muita inquietação na base aliada, assim como uma comemoração exagerada da oposição. Cautela não faz mal a ninguém. Mesmo porque o caldo de galinha pode ser servido frio. E caldo frio, cá entre nós, ninguém merece.

Sem metas, difícil   
Parece que faltou planejamento para o marco centenário. Ou puro desconhecimento da importância em se programar; justamente para mostrar serviço e calar os críticos.

E deve ter doído...
Na sessão da Câmara da última segunda-feira, entre prorrogações de horários, discursos inúteis e achocolatados, o vereador André Tigrão (PMDB), pediu um aparte ao discurso do vereador Júlio Cesar Pereira dos Santos (DEM) para dizer que havia sido picado por uma abelha em reunião na cidade de Piracicaba. O presidente da Casa deveria ter encerrado a sessão.

Em outros tempos

Na coluna de quinta-feira passada, quando comentava sobre a greve do funcionalismo e o discurso político do prefeito Hadich, lembrei de que em outras gestões esse discurso - o da perseguição política - também foi utilizado, em diferentes situações. Citei a administração Pedrinho Kühl (PSDB) e as outras que se seguiram. O ex-prefeito tucano entrou em contato com este colunista para informar que nunca teve problemas com greves de servidores e sempre os valorizou. É preciso, entretanto, explicar que ao citar Kühl, Pejon, Félix e Zovivo, fiz apenas uma analogia dos discursos. A greve dos servidores foi apenas a liga entre as situações.

Para dar clareza
Só para completar o raciocínio, vale um registro importante: naquele período a diretoria do sindicato dos servidores, vinda de administrações castradoras, como as de Jurandyr Paixão, alternava sua atuação entre a omissão e a submissão. E assim continuou agindo, até a atual diretoria do Sindsel acabar com aquela hegemonia, à época voltada mais ao Poder Executivo do que à classe trabalhadora, no caso os funcionários públicos municipais.

Carga explosiva
CP do Edmilson e CPI do SAAE estão caminhando lado a lado. Logo mais se encontram. Para um início de Legislatura isso representa mais pólvora no paiol. E viva a democracia.

A última de hoje
Está na hora de todos tirarem os holofotes do deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP). É preciso jogá-lo novamente no ostracismo de onde saiu. É a melhor forma de dizer que ele não serve para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, por sua tendência à homofobia e ao racismo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Primeiro, a lição de casa

A manchete desta Gazeta, publicada na edição do último domingo (Controladores de semáforos vão multar quem passa no vermelho) pode levar a um juízo apressado, de que uma nova ferramenta se somará àquelas destinadas a engordar a arrecadação do governo municipal, enfiando goela abaixo do contribuinte mais uma penalização, revertida aos cofres públicos em dinheiro vivo. E fácil. Posso adiantar, sem medo de errar, que não o é, por que o motorista precisa ser educado a ponto de perceber que no sinal vermelho é obrigatória a parada e no verde ele pode seguir. Raciocínio simples e lógico, porém, nem sempre assimilado. Especialmente por motociclistas e motoqueiros, que têm na categoria de disk-entregas o maior número de infratores.
Não é uma mentira e nem uma acusação leviana. É fato consumado. Se alguém ainda não acredita nisso, que pare por alguns minutos em uma esquina qualquer do Centro da cidade controlada por semáforos, e logo perceberá a quantidade de abusos cometidos, além do desrespeito aos mais elementares artigos e incisos do Código Brasileiro de Trânsito. É um desafio que lanço, tanto a condutores de automóveis como pilotos de motocicletas e também aos pedestres, para que comprovem, no local, quanta barbaridade se comente de uma só vez. Em nome da pressa ou se fundamentando na famosa "Lei de Gérson", aquela da propaganda de uma marca de cigarros, que o então jogador de futebol, da seleção brasileira, ao final do comercial exclamava "gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também, leve...!", que caiu no gosto popular, mas pelo lado negativo, de se aproveitar de uma situação em benefício próprio. Pura deformação do caráter.
Por isso sou favorável, sim, a um mecanismo que afunde a mão no bolso de quem comete essas trangressões, que põem em risco a integridade física de todos. Só a informação da abertura da licitação para aquisição desse equipamento, feita pela secretária dos Transportes, Andréa  Júlia Soares, e publicada com exclusividade pela Gazeta, em matéria da jornalista Érica Samara da Silva, já pode trazer alguma melhoria ao próprio trânsito limeirense, um dos piores do interior, dada a ineficácia dos próprios semáforos, que há muito tempo estão dessincronizados. E o pior de tudo, sem solução rápida e aparente. 
Antes dessa inovação, porém, a própria secretária tem uma obrigação: a de anunciar - e executar - completa revitalização no sistema de sinais na área central, que no ínicio do ano parecia estar melhorando, mas que agora descambou de vez. Não há um único corredor de sinaleiros, que faça o tráfego fluir, sem uma interrupção brusca no terceiro ou quarto cruzamento, produzindo um efeito cascata de congestionamentos e irritando os condutores. Toda tecnologia que possa reduzir riscos ao ser humano é bem-vinda. Sempre. Mesmo que implique em custo financeiro. Antes, porém, é preciso corrigir as falhas do sistema que irá utilizá-la. Para que o resultado final não seja mais desastroso ainda. Como instalar um chip de última geração no velho Eniac. Alguém se lembra dele?