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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Não vai ser fácil
Primeira sessão da Câmara Municipal do ano e o novo presidente, o vereador Nilton Santos (PRB), não consegue fazer votar o projeto que mais queria e foi adiado para a continuidade da sessão, hoje, a partir das 18h: aumento salarial dos assessores. Sessão que não é extraordinária. Ele esbarrou no ex-presidente, Ronei Martins (PT). 

Não deveria ter...
...deixado de ser. É senso comum que o vereador Ronei é novamente vereador e não defensor do Poder Executivo. Ao chancelar o projeto político de Hadich (PSB) de forma incondicional, por dois anos, o petista perdeu a grande chance de se tornar uma liderança de primeira linha. Agora terá que recuperar o tempo perdido.

Meu time é outro
Hadich, que sempre se beneficiou desse apoio e precisou dele, agora passa a chutar o PT de sua administração. Acho que aqui vale o ditado: “o dia do benefício é a véspera da ingratidão”. Só não se sabe o que ele vai fazer com seu vice, o também petista Lima, que foi eleito na mesma chapa.

Perdendo a razão
Moradores das imediações do piscinão do Tiro de Guerra, que vêm criticando as obras paulatinamente, ao serem chamados à participação, na formação de uma comissão de acompanhamento dessas obras, praticamente ignoraram o convite. Perdem, dessa forma, a oportunidade de expor suas opiniões e insatisfações. Como podem agora criticar?

E o bispo resolve?
Que os limeirenses se preparem para dias escuros pela frente. E não ter a quem recorrer, tamanho é o jogo de empurra da Prefeitura para a Elektro e vice-versa. Falta de interesse de um lado e incompetência de outro. A população não quer explicação, quer solução.

A última de hoje

E o caminho político fica cada vez mais aberto a muitos aventureiros, que já provaram não ter interesse público. Apenas pessoal. Infelizmente, 2016 está mais próximo do que imaginamos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Reflexões sobre política, ética e traições

Costumo pautar meus escritos nos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo de minha formação acadêmica e da profissão (e que não cessam nunca pela dinâmica do próprio conhecimento), experiências pessoais vividas e, acima desses dois primeiros pilares, minha consciência. Essa sim, indivisível e impenetrável às tentativas em moldá-la conforme a conveniência do momento. Como observador atento, busco tirar proveito de tudo aquilo que meus olhos alcançam, transformando simples ações cotidianas em ensinamentos que vão enriquecer ainda mais essa bagagem vivencial para compreender a realidade que me cerca. Ou a irrealidade das condutas pautadas apenas pela ética do interesse pessoal. O que é comum no ambiente político, principalmente no partidário. Inimigos se tornam amigos; adversários se tornam aliados e estelionatos eleitorais são a simples consequência de um projeto de poder. Não de um projeto político, como deveria ser. Cuspir no prato que se come é tão habitual, que acaba se transformando em nutriente do próprio alimento. Em vez de causar asco, como acontece com quem está sentado à mesa, encoraja novas cusparadas.
A sequência dessa conduta também obedece a uma hierarquia política. Começa no centro do poder, no governo federal, passa pelas divisões geográficas desse poder, os Estados, até chegar à base dessa pirâmide, que são os municípios. E é neles em que está, justamente, o princípio de tudo. Onde os pratos se sujam com mais freqüência, e começam esse aprendizado. E onde nos atentamos mais com nossas observações e ilações. Se é cruel àqueles que dividem seus pratos, torna-se a única maneira de levar à opinião pública as práticas desses comensais ávidos, aos quais nenhuma migalha, por menor que seja, deixam escapar.
Do ponto de vista dos protagonistas desse enredo, a isso dá-se o nome de pacto pela governabilidade. Ou outro nome qualquer, que soe bem aos ouvidos dos incautos. Na prática é conhecido como conchavo e estimula o “toma-lá-dá-cá”, hoje principal característica do jogo político nacional. E garantia de ascensão a grupos que, muitas vezes, personificam o atraso e a velha política, a qual tanto se critica e que está cada dia mais longe de uma reforma moralizadora e decente. Nesse caso, a mosca azul é muito mais letal que o Aedes aegypti.
Teorias postas, ao trazer tudo isso à realidade local – o princípio de tudo, como escrevi no início – fico a me perguntar por que as reações às primeiras propostas do presidente eleito da Câmara Municipal, vereador Nilton Santos (PRB), mostradas por esta Gazeta, não provocaram nenhuma onda de indignação? Por que as redes sociais não foram acionadas, assim que ele falou em comprar mais carros, câmeras digitais para cada vereador e gastar todo o orçamento do Legislativo, para não ter que devolvê-lo no final de cada ano? Onde estão os vereadores José Roberto Bernardo (PSD), dr. Júlio (DEM) e Luisinho da Casa Kühl (PSDB), sempre zelosos pela ética e pela racionalidade, que não se manifestaram? As respostas estão na compreensão deste texto.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Faça-se a luz. Mesmo que à base da chantagem

Foi mais rápido do que eu esperava, mas isso já era perceptível desde o início das discussões sobre o tema, a resistência da sociedade civil e o empurra que a Câmara protagonizou, não aprovando o projeto do prefeito Paulo Hadich (PSB). Estou falando da chantagem que o Executivo já começou em torno das melhorias no parque de iluminação pública, que desde o último dia primeiro é de responsabilidade do Município. Desde o primeiro momento, quando a proposta foi lançada, já era possível sentir que a pressão viria. E que, agora, pode deixar os limeirenses às escuras, como já vem ocorrendo – independentemente de apagões nacionais, ou não – e de ter bairros inteiros com as luzes dos postes acesas, conforme esta Gazeta mostrou na última quinta-feira, como segundo destaque da edição, associada à manchete que tratava, justamente, da confirmação da chantagem que começa a ganhar força. Atitude que só revela a incompetência do poder público em gerir crises e, principalmente, assumir responsabilidades. Principalmente porque já era do conhecimento dos municípios que isso ia acontecer. 

Nem 156 ou 0800
As reclamações não param de chegar à Redação da Gazeta. Diariamente. O Serviço 156, da Prefeitura, que substituiu o 0800, da Elektro, faz balanço do número de ligações recebidas, mas estranhamente não apresenta o porcentual de atendimento das chamadas. O que põe em dúvida, também, a eficiência na gestão do problema. A crítica não é ao 156, que é muito bem gerido. É à sequência do processo.

Levado na flauta
Preparar-se de forma adequada, antecipada e com a competência que o serviço exige era obrigação da administração pública. Em respeito ao cidadão, que contribui com seus impostos. Os envelopes da licitação, que foram abertos na última quarta-feira, com o nome de oito empresas interessadas, chegam com atraso. Trata-se de uma providência que deveria ter sido tomada antes mesmo de se tentar impor nova taxa à população.

Beira o ridículo!
O processo licitatório, noticiado por este jornal, agora segue um trâmite lento e burocrático. Deve levar ao menos 90 dias para a conclusão, o que vai comprometer ainda mais o sistema, que hoje é atendido – se é que isso é fato – por quatro (apenas quatro) eletricistas da Prefeitura. Como anunciou o secretário de Serviços Públicos, Marcelo Coghi, em recente entrevista.

No escurinho da...
...Câmara, a tal taxa, a Contribuição para Custeio de Iluminação Pública (Cosip), que querem enfiar goela adentro do cidadão, deve passar, ante protestos e discursos contrários. Reflete a total falta de apreço à população, que paga toda a cadeia do serviço público e nada recebe em troca. Ia me esquecendo. Recebe, sim. Recebe revistinha, pintando de azul o que é só escuridão.

A primeira do ano
E o barulho já deve começar amanhã, com a primeira sessão ordinária de 2015, e que marca a posse do novo presidente do Legislativo local, vereador-pastor Nilton Santos (PRB) e sua mesa diretora 100% renovada. O que ainda não está claro é como será o comportamento da bancada do PT, que deu apoio incondicional a Hadich durante dois anos e agora foi escanteada, e o partido vem sendo isolado gradativamente.

Limpeza política

O que se confirmou com a posse da nova secretária da Educação, Adriana Ijano Motta, na última terça-feira, funcionária de carreira da pasta, como diretora de escola. Um nome técnico é sempre positivo para o processo da administração pública. Dá credibilidade. No embalo de uma boa notícia, entretanto, Hadich chutou o PT de uma Secretaria Municipal. E deve chutar outras também. 

O último bastião
Ao apoiar Hadich o PT comprou gato por lebre. Atirou no que viu, mas não acertou nem o alvo errado. Não sei se podem fazer a diferença, mas os quatro vereadores petistas são a última trincheira do partido. E foram traídos em sua confiança. Triste.

De volta ao ninho
O PSDB começa a definir seu projeto de poder em Limeira. Em pomposo convite distribuído à imprensa na última quinta-feira, os tucanos anunciaram a filiação de um velho conhecido do partido. O ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Eliseu Daniel dos Santos. O político, que já militou nas hostes do tucanato limeirense, nos últimos anos passou por diversas siglas, sempre de acordo com seu interesse político. Agora ele volta ao ninho tucano, com direito a solenidade e tudo mais. E que aconteceu na tarde da última sexta-feira, nas dependências do Legislativo limeirense.

Próximo capítulo
Essa, entretanto, é uma novela ainda sem final feliz para os atuais dirigentes tucanos. Consta que Wagner Barbosa, que passeia com autoridade pelos corredores do Prada, ganhou o direito de também se filiar ao partido, que ainda tem comissão provisória em Limeira. E foi Barbosa quem bancou o comitê do deputado federal eleito por Campinas, Carlos Sampaio, que tem fortíssima influência no PSDB. Um verdadeiro saco de gatos de todas as cores e raças. Infelizmente essa é mais uma prova de que projeto de poder é diferente de projeto político. O PT é o melhor exemplo disso. É uma prática que compromete tudo o que está escrito na cartilha. Apenas isso.

Tem batata podre
Infelizmente, lições de moral passam longe da política brasileira. Faz tempo. Todos aqueles que tentam atirar uma pedra já tiveram suas vidraças quebradas. Os discursos são lindos, mas o que se esconde por trás deles é o espúrio.

Mosquito perigoso
A semana que passou também trouxe muita preocupação com o aumento nos casos de dengue. Crescimento nos casos, mais uma morte suspeita e muitas ações preventivas, mas que são inúteis se a população não se conscientizar que precisa fazer também sua parte. O problema é grave. E o risco de epidemia é iminente. Nesse caso não se pode criticar a autoridade do setor de saúde pública, que, diferentemente de outras épocas, não está escondendo informações que comprovam a seriedade da situação. Novos casos diários surgem, em ritmo acelerado. E, por incrível que pareça, a prevenção ao problema é das mais simples e fáceis. Está ao alcance de todos.

Pergunta rápida
Quem será o próximo petista que Hadich vai chutar do governo?

Não é o que parece
Dezembro se foi, janeiro chegou e as chuvas ainda passam longe dos mananciais e os seus níveis caem a cada dia. Não há normalidade nenhuma na situação, como tenta demonstrar insistentemente o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que não assume os riscos e sempre desmente a mentira do dia anterior. Não é diferente com Limeira. O nível de gravidade é o mesmo, mas as campanhas pela economia da água parecem ter adormecido nos leitos dos rios. E o despertador insiste em não querer funcionar.

Nota curtíssima
Cuspir no prato em que se come é uma das maiores indecências do bicho homem.

Frase da semana
“O governo é um coral desafinado”. De Frei Beto, um dos fundadores do PT, sobre o novo governo Dilma Rousseff, que segundo ele é só harmonia para cortar benefícios dos mais pobres. Na revista IstoÉ. 21 de janeiro.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Falta consciência
Ontem pela manhã fiquei por alguns minutos atrás de um caminhão de coleta de lixo, que subia pela Alferes Franco. E fui observando como a população pouco se importa com o meio ambiente. Havia sacos de lixo orgânico que tinham, em seu interior, mais da metade de recicláveis. Depois as pessoas não entendem as mudanças climáticas.

É difícil entender
Como Limeira não tem um programa de coleta seletiva ativo, e a própria população não busca informações sobre como dispor os recicláveis (papel, papelão, vidros e metais), e acaba jogando-os no lixo comum. E que depois vai para o aterro sanitário, contribuindo ainda mais com sua degradação. E entra, também, como peso a ser computado pela empresa responsável pela coleta em Limeira.

Uma cadeia falha
A Prefeitura, infelizmente, também não se empenha nessa conscientização. Tem um único projeto – pelo menos que eu saiba – nessa área, que é o de ecocoletores, mas que é limitado e não chega nem perto das necessidades.

Por todos os lados

E assim, todos falham com o meio ambiente. E o planeta vai ficando a cada dia mais contaminado, pela ineficiência do próprio Estado.

Iniciativas viáveis
Hoje, em Limeira, quem tem um programa efetivo de reciclagem é a Associação de Reabilitação Infantil Limeirense (Aril). Outras iniciativas nesse sentido seriam muito bem-vindas. Se cada um fizer sua parte, como a Aril vem fazendo, o meio ambiente agradece.

É 5 de fevereiro
Conforme esta coluna havia adiantado na semana passada, a Mercedes- Benz confirmou o lançamento da pedra fundamental da montadora em Iracemápolis. Será no dia 5 de fevereiro, às 11h, na área que já recebe terraplenagem, entre as rodovias Iracemápolis/Santa Bárbara e Limeira/Piracicaba. Muita gente estava garantindo que a montadora não viria mais. O programa segue o cronograma.

A última de hoje
Em Itirapina, a nova fábrica da Honda está quase concluída; a Mercedes, em Iracemápolis, começa a produzir em 2016. E, em Limeira, em 2016 só há uma certeza: eleições municipais. Difícil saber o que pode sair dessa cartola? Melhor. Da urna.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Eu sou Charlie. Mas o outro lado também


Nunca se falou tanto em liberdade de expressão como nessas últimas duas semanas. O pós-Charlie Hebdo continua provocando uma onda de discussões teóricas, que na prática parecem significar menos do que a proporção que o tema ganhou neste período. O debate sobre os limites – que ninguém sabe como se determina – que devem ou não se impor aos meios de comunicação perde o sentido à medida que é unilateral; contempla apenas uma das partes envolvidas na polêmica que se criou após os atentados à sede do jornal satírico francês – ou revista - e as desnecessárias mortes, de ambos os lados, que chocaram o mundo. E há outras questões que estão sendo deixadas de lado (ou pelo menos não ganham a necessária ênfase que o assunto requer) que têm até mais importância na ordem desses acontecimentos, do que supõe a vã filosofia ocidental. Questões como segregação, que se transforma em guetos, discriminação religiosa ou étnica, além da dificuldade em se conviver com as diferenças.
A própria sociedade ocidental empurra os diferentes – e as diferenças - para lugares, onde ninguém gostaria de estar. Transforma-os em símbolos inequívocos da intolerância, quando professam algum tipo de fé que difere da não recomendada pelos manuais. Ou trazem em suas origens, nomes e sobrenomes, o estigma de culturas que dificilmente iríamos entender ou aceitar. E é justamente essa cultura e o exercício de seus princípios que, aos serem negadas e tolhidas, acabam por provocar reações longe de nossa compreensão e visão de um mundo que sempre nos foi negado conhecer. Ou melhor, o conhecemos de forma deturpada pela propaganda. Sempre negativa, diga-se. Isso não é uma defesa, e nem tem a pretensão de ser, do direito em tirar vidas e provocar o medo por ameaças incompreensíveis, cujos argumentos encontram-se na leitura equivocada de fundamentos religiosos, que transforma seus ensinamentos em licença para matar.
Nenhum campo é mais fértil para esse tipo de fanatismo, que assistimos derrubar monumentos, atentar contra a liberdade de expressão e tirar vidas inocentes, do que a segregação a que me referi anteriormente. A discriminação é uma porta aberta a qualquer tipo de crença ou ideologia, prestes a vir à tona, quando bem trabalhadas nas cabeças de todos aqueles que sentem na própria pele esse tipo de situação. E o fundamentalismo religioso – seja ele cristão ou muçulmano – se aproveita muito bem dessas oportunidades e entra porta adentro com tamanha facilidade que foge ao controle da própria sociedade. Os resultados, bem, os resultados já conhecemos sem, no entanto, tirar proveito de seus ensinamentos. As lições dessas tragédias ainda estão longe de estabelecerem o parâmetro necessário de compreensão, para que idioma, fé e cultura não sejam as diferenças que estimulem essas guerras-santas (o Ocidente também já foi jihadista no Oriente) mas um ponto de convergência para a paz. Se tenho o direito em defender minha liberdade de expressão, tenho o dever de lutar para garantir a do meu semelhante. Um princípio que vai muito além de qualquer Charlie Hebdo.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Depois de só patinar... tração nas quatro rodas

A primeira grande notícia do ano para o Município foi dada por esta Gazeta na última terça-feira, 13. Pelo menos do ponto de vista político-administrativo. É que a secretária de Cultura, Gláucia Bilatto, anunciou os preparativos para que a nova sede da biblioteca municipal, no prédio do Parque Cidade, receba as adequações necessárias para o seu funcionamento. E como sou um crítico contumaz da gestão Paulo Hadich (PSB), depois de acreditar que seria um avanço, quando ele derrotou algumas forças conservadoras de Limeira (todo mudo erra), a informação é de extrema importância para a população, especialmente para quem utiliza a Biblioteca João de Souza Ferraz, hoje muito mal acomodada em espaço alugado no Centro da cidade. É que em fevereiro o prédio do museu, na antiga escola Flamínio Ferreira (fechado para reformas desde 2009) voltará a funcionar, abrigando a Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e o próprio museu. E tem dupla importância essa informação, colhida pela jornalista Daíza Lacerda. A primeira, o retorno das atividades no prédio do museu e a segunda, e mais importante, é que finalmente a biblioteca terá um espaço adequado.

Dois longos anos
Todo esse processo, que poderia ter sido agilizado com mais vontade política e menos politicagem, levou dois anos, ou melhor, metade do mandato de Hadich, para ser finalmente concluído. E apesar de todo esse atraso, merece ser elogiado. É o “antes tarde que nunca”, que deveria ser exceção, mas virou regra na administração pública, que pelo menos tem um final feliz. Pelo menos anunciado.

Muito demorado
Durante todo esse período, em que assisti ao processo de reforma do prédio no Parque Cidade, que foi concebido como pavilhão de eventos lá no início da década de 1980, virou Ceprosom e etc., não entendi o porquê da demora. Principalmente por que havia sido concluída na administração passada, e era inconcebível um imóvel daquela proporção estar abandonado e à mercê do vandalismo. 

E datas definidas

Mas como não há mal que sempre dure, eis que a secretária de Cultura resolve confirmar a informação. Inclusive com datas, o que é algo muito bom, se não for levado em banho-maria. No próximo mês, fevereiro, a Emcea começa a funcionar no prédio do museu e, entre fevereiro e março, a nova biblioteca começa a ser transferida e o local readequado e modernizado. Se levado a efeito, vale o elogio.

Reeleição à frente
Interessante tudo isso. Mas se formos analisar por um outro lado – e sempre há o outro lado – há dimensões extremamente políticas nesses anúncios. Dar início à uma agenda positiva, que possa reverter essa imagem de marasmo da gestão Hadich. Principalmente se levarmos em conta que faltam apenas dois anos para seu término, e o interesse à reeleição é óbvio. O que é regra, mas deveria ser exceção.

Educação sem PT
O PT começa a perder espaço na Prefeitura. Confirmada a saída de José Claudinei Lombardi, o Zezo, e a posse de Adriana Motta à Secretaria de Educação, Hadich dá um passo a mais em sua intenção de isolar, definitivamente, o Partido dos Trabalhadores de sua administração para os dois últimos anos de governo. E não deve parar por aí, já que outras pastas ocupadas pelo PT podem ter o mesmo fim.

Mais que acertado
Nada mais justo, diga-se, do que nomear para uma função tão importante, como a pasta da Educação, do que uma especialista na área. Adriana é diretora de escola, e por isso é credenciada para o cargo. Zezo também é do ramo, e um dos melhores. Seu projeto do Fila Única para as creches – excelente na sua concepção – que foi considerado inconstitucional, pode tê-lo deixado frustrado. E ponto final.

Raciocínio lógico
Desde o ano passado, quando abraçou Alckmin (PSDB) como candidato ao governo do Estado, Hadich começou a sinalizar nessa direção. Mesmo com o PT fechado 100% com o Poder Executivo na Câmara, que lhe deu a sustentação necessária, parece que ele pouco se importa, agora, com isso. Afinal, ele pode conquistar novos aliados no Legislativo e isolar ainda mais o ingênuo PT limeirense.

Os novos aliados
E com uma nova Mesa Diretora, sem nenhum petista a ocupar cargo, Paulo Hadich pode conquistar a simpatia, inclusive dos três mais ferrenhos oposicionistas, os vereadores José Roberto Bernardo (PSD), dr, Júlio (DEM) e Luizinho da Casa Kühl (PSDB).

E fim de história
Se o PT tem a maior bancada, quatro vereadores, isolado ele não é maioria. E a Câmara é composta por 21. Sobram 17. E, nos bastidores, conforme me revelou uma fonte, lá nos corredores do Prada, há uma forte indicação de que Hadich vai mesmo compor com Nilton Santos (PRB) e tentar atrair os três oposicionistas. E fim de papo. Basta que acene nessa direção. E bala na agulha para isso – sem intenção de trocadilho – ele tem para isso. Resta saber se vai saber usá-la com precisão. Resta saber como vai ficar o vice-prefeito, o petista Antônio Carlos Lima, nessa história. Vamos aguardar.

Limeira Ativa e...
Finalmente. Recebi em meu apartamento a polêmica revista Limeira Ativa, que expõe obras e feitos da prefeitura de Paulo Hadich. Escrevi sobre isso em minha página no Facebook, assim que recebi o exemplar. Aliás, de polêmica não tem nada. Apenas publicidade oficial, desnecessária e dinheiro jogado fora. E isso é opinião corrente.

...IPTU da Sorte
Mas vou lembrar de um outro fato envolvendo publicação oficial, com dinheiro público. A revista IPTU da Sorte, editada no último ano da administração do PSDB em Limeira, quando era prefeito José Carlos Pejon, que era vice de Pedrinho Kuhl e o sucedeu quando ele foi disputar uma vaga na Câmara Federal. Pejon concorria ao cargo nas eleições daquele ano, 2004. Interessante, pois a IPTU da Sorte nada mais era do que publicidade oficial de obras e realizações (????), disfarçada em promoção de prêmios e, muito mais grave, lançada no período pré-eleitoral. São as ironias que a política nos proporciona. E é sempre bom lembrar dessas histórias e fatos, para que todos percebam as semelhanças. O resto é perfumaria.

Pergunta rápida
Você também é Charlie Hebdo?

Ódio e intolerância
Pior que o ataque à sede da revista satírica Charlie Hebdo, que resultou na morte de 12 pessoas, entre elas quatro de seus mais importantes cartunistas, é a onda islamofóbica que assola a Europa. Países considerados culturalmente avançados estão entrando na onda de radicais da direita e provocam uma onda gigante de ódio aos muçulmanos, como se eles fossem todos fundamentalistas. Até ao Brasil chegou essa onda, que pode ser vista diariamente pelas redes sociais. O ódio não tem religião ou etnia. É um só.

Nota curtíssima
Geraldo Alckmin admitiu o racionamento de água em São Paulo. Eu já sabia!

Frase da semana
“Não tenho conhecimento de mal feito de Graça”. Eduardo Braga, ministro das Minas e Energia, sobre a conduta da presidente da Petrobras, Graça Foster. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 16.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Como eu havia...
...escrito em meu artigo da terça-feira, o PT perdeu a virgindade, mas não perdeu a ingenuidade. Opinião corroborada por matéria publicada por esta Gazeta, na mesma edição, mostrando a decisão da Executiva do partido em continuar apoiando a administração de Paulo Hadich (PSB). Mesmo sendo, aos poucos, isolado no Prada.

Era de esperar
É visível esse isolamento. Em especial após a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara, que também “escanteou” os vereadores petistas, os mais atuantes e ferrenhos defensores de Hadich na Câmara. Mesmo com todas as traições políticas.

Fez por merecer
A mistura PSB-PT em Limeira não é mais homogênea. É óleo e água, num mesmo recipiente. E já escrevi aqui, também, que se quiser sobreviver o partido tem que romper definitivamente com o prefeito. Coisa que já deveria ter feito nos primeiros escorregões da atual gestão. Agora paga por sua própria ingenuidade.

A volta por cima
Com Nilton Santos (PRB) como presidente do Legislativo, Hadich terá que fazer concessões. E pesadas. O vereador-pastor (ou vice-versa), como já demonstrou em suas primeiras declarações, vai em busca apenas de  interesses políticos pessoais e de seu grupo. Isso sem contar que já tem Silvio Félix como seu aliado, na pessoa de Silvio Brito. Alguém duvida disso? Imagem de um retrocesso que Limeira não merecia.  

De Iracemápolis
A Mercedes-Benz já marcou a data oficial do lançamento da pedra fundamental, que dará início às obras da montadora em Iracemápolis. O dia e mês já foram confirmados, mas a empresa mantém o segredo sobre ela. O cronograma segue dentro do esperado, com a inauguração confirmada para 2016.

A última de hoje
Carteirada. Expressão muito utilizada por pessoas que querem se mostrar importantes ou alegar amizades para tirar proveito de vantagens em benefício próprio. Por incrível que pareça, ainda é muito utilizada.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A razão e a inteligência que faltam ao PT

Numa simples (mas esclarecedora) entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, no último domingo, a senadora petista e ex-ministra da Cultura da primeira gestão do governo Dilma Rousseff (PT), Marta Suplicy, fez severas críticas ao partido, e à própria presidente. E o fez com a categoria e autoridade de quem ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores, a grande novidade dos anos 1980 e que vinha com o diferencial da ética em relação às demais agremiações partidárias. Lutou por isso, desempenhou importante papel no complemento da transição política e foi conquistando espaço entre formadores de opinião e intelectuais, que ajudaram a dar um perfil teórico à sua origem, lá no chão de fábrica da Volks e no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo, hoje batizado de Primeiro de Maio.
Não é a primeira vez que a ex-prefeita de São Paulo faz duras críticas ao partido. Já o fizera antes. No que tem razão. Pois apesar das tendências políticas que lhes davam sustento, muitas até conflitantes em seu viés ideológicos, levarem o partido ao crescimento e sucessivas conquistas, que hoje o colocam como mais longevo na Presidência da República, após o fim da ditadura militar e o retorno das eleições diretas. Aos poucos, porém, houve um desvirtuamento das propostas, o que colocou o PT no mesmo patamar dos outros partidos. Tornou-o o mesmo dos demais, dando início ao fim de seu glamour até então conquistado, eleição após eleição, e perdendo figuras ímpares na política e também na intelectualidade. Virou comum.
Por isso Marta Suplicy tem razão. Não sei se a ponto de acabar, mas ao enfraquecimento contínuo, apesar da força que ainda tem. Mesmo com todos os percalços enfrentados, como o mensalão e agora o escândalo da Petrobras. Outros partidos, como o próprio PSDB, também passaram por isso, porém, de forma menos midiática, o que lhes confere certa aura, mas os fundamentos, a se analisar pelo lado prático – e aqui nem falo das questões éticas – não diferem em nada uns do outros. E nesse ponto, é bom lembrar que antes se jogava tudo para debaixo do tapete. Muito do que ocorreu no pré-PT nem chegou à mídia ou, se chegou, não foi tanto explorado. Foi engavetado antes de se tornar público, o que garantiu certa blindagem a todos que compartilhavam do processo político naquele momento.
Voltemos, pois, à entrevista da senadora petista, que resolveu metralhar alvos definidos. E acertou na mosca. Não deixa de haver um pouco de ressentimento por parte dela, por sucessivos boicotes dentro do partido, principalmente da figura do seu presidente, Rui Falcão (um deles), mas suas palavras deverão ecoar mais que esperaria a direção do PT. Se ela acertou no diagnóstico de que é preciso mudar e irritou várias instâncias partidárias, é porque há uma ferida aberta. Um descompasso entre o querer e o continuar a ser o PT de suas origens. O que, cá entre nós, seria impossível, porém, não se escancarar tanto ao acaso. O PT perdeu a virgindade quando ascendeu ao poder, mas não perdeu sua ingenuidade. E o exemplo mais próximo de nós é justamente o PT limeirense. Mudança significa inteligência, e não capitulação. Se Marta Suplicy sabe disso, o PT também sabe. Só é preciso admitir

domingo, 11 de janeiro de 2015

Quem sair por último, não apague a luz. Ok?

O que era previsto aconteceu. A semana que passou trouxe os reflexos da resolução da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – que repassou aos municípios brasileiros a responsabilidade pelos parques de iluminação locais. Que já estava embutido no próprio contrato de privatização do setor. Ou seja, as prefeituras já sabiam disso há muito tempo. E nenhuma delas se mobilizou para assumir esse serviço público com a antecedência necessária. Foram à Justiça, ganharam e perderam, posteriormente, suas ações para manter as concessionárias na atividade. Outras, a exemplo de Limeira, tentaram – e ainda tentam – criar uma nova taxa municipal, para que o cidadão pague por esses custos. Pressionados pela sociedade organizada, os vereadores não parecem muito dispostos a aprovar mais essa metida de mão no bolso do consumidor. E o que aconteceu? Na primeira semana útil de 2015 – a oficialização, automática, dessa troca passou a vigorar no dia primeiro de janeiro – começou o jogo de empurra entre as prefeituras e as concessionárias. No caso de Limeira, Iracemápolis, Cordeirópolis e Engenheiro Coelho, a Elektro. E tome empurra...

Relutância inútil
Vamos por partes. Ou melhor, por lâmpadas, postes, relês e eletricistas. Até a derradeira data, Limeira ainda não tinha uma empresa contratada para executar o novo serviço. Não tinha, conforme admitiu o secretário de Serviços Públicos Marcelo Coghi, sequer aberto licitação para essa contratação. Tinha quatro eletricistas. Deliberada ou não – ou à espera da taxa da luz – foi uma ação negligente.

O primeiro empurra
Na terça-feira, esta Gazeta trouxe o primeiro balanço do serviço 156, que passou a atender aos pedidos para troca de lâmpadas em vias e logradouros públicos. Foram, até as 17h, cinco queixas de iluminação por hora. E sabe o que aconteceu? A Prefeitura tentaria responsabilizar a Elektro, pelo que considerava demanda reprimida da concessionária. Ou seja, o combinado não havia sido feito.

Contos de fada. É!
E o que era esse combinado? A entrega do parque de iluminação em ordem, conforme previa a própria resolução da Aneel. O que a Prefeitura disse que não aconteceu, e a Elektro afirmava que estava tudo dentro da norma. Com certeza, e seria ingênuo pensar de outra forma, a concessionária não cumpriu com seu papel. Apesar da irresponsabilidade da Prefeitura em não se preparar para isso.

Tome! A luz é sua

Nesse caso, ambos devem ser responsabilizadas pelos problemas que aconteceram, e podem vir a acontecer no futuro. Ficar jogando a culpa uma na outra não vai corrigir as carências de iluminação na cidade. Por que não uma parceria nesses primeiros dias e uma responsabilidade de ambas, trabalhando em conjunto, até tudo se acertar? Só que a Prefeitura é que deve correr atrás. Esse é um caminho sem volta.

Por enquanto, não

No caso de Iracemápolis, por exemplo, a situação é mais complicada. A Prefeitura ainda tem a seu lado a vitória na Justiça, que responsabiliza a Elektro pelo serviço. Já a concessionária diz que ainda não foi notificada, mas já havia recorrido da decisão. Então fica mais fácil saber quem está faltando com a verdade. Nesse caso não é a Prefeitura. Por enquanto, é o 0800 da concessionária que deve ser acionado.

Empurrar... é fácil
Já em Cordeirópolis, a prefeitura afirma que a responsabilidade sobre a iluminação ainda é da Elektro, porque não a entregou como devia. A concessionária nega, e diz que está tudo ordem. E a população, a exemplo de Limeira e Iracemápolis, é quem sai no prejuízo, porque não sabe a quem recorrer. É aquela velha história de que cachorro com muitos donos morre de fome. Nesse caso, no escuro.

De dia falta água...
...e de noite falta luz. A verdade é que essa será uma longa e tenebrosa novela de capítulos incompletos. Todos tentarão fugir de suas responsabilidades, e quem vai acabar no escuro é o cidadão. A atual gestão, com certeza, vai se utilizar dos argumentos de que a taxa de luz não foi aprovada e etc. e tal, para tentar  justificar a inoperância. E a concessionária vai dizer “tome, que a luz é sua”. 

É preciso explicar
Conforme mostrou esta Gazeta com exclusividade na sexta-feira, a Humanitária ficou sem energia por mais de 8 horas. E, pasmem, não teve a prioridade da Elektro, segundo a direção do hospital. Apagões pontuais têm sido registrados desde o mês de dezembro.

Passeio necessário
Não é só a iluminação pública que está na ordem do dia, não. Na semana que passou, um leitor desta coluna fez uma sugestão interessante, após uma capa desta Gazeta, que destacou piscinas impróprias e pontes e travessias perigosas. Foi na quarta-feira, 7. Indignado, mas com humor, esse leitor sugeriu que o setor de Turismo, da Prefeitura, promovesse um “tour” para os limeirenses, para mostras as piscinas dos Centros Comunitários – algumas até estão em condições de uso – algumas ligações entre bairros, como o caso mostrado, entre o Nações e Cecap e uma travessia do Bairro do Tatu, “equilibrada” em madeiras. Três fotos bem sugestivas publicadas na primeira página. Um verdadeiro ensaio ao descaso do poder público. Infelizmente.

Cruzeiro por terra

No caso das piscinas, é pauta periódica na imprensa. Água esverdeada, mato, insegurança... No das travessias foi a ação das chuvas fortes, mas que também poderia ser evitado com uma ação preventiva do poder público. Depois é correr atrás da solução, e explicar que o problema será resolvido. “E la nave va”.

Crítica com razão

E na edição da quinta-feira, 8, também desta Gazeta, a manchete era sugestiva. Em pleno período de férias, os brinquedos sumiram das praças públicas, e de lazer também. E quem chegou com tudo foi o mato. Não é possível que o poder público não se sensibilize com as críticas. Ou então está achando que tudo está em ordem. Fico com a segunda opção.

Fanatismo e luto
A semana que passou – e as próximas também vão – ficou marcada pelo trágico ataque à sede da revista satírica francesa, Charlie Hebdo e a morte de 12 pessoas, entre jornalistas, chargistas e funcionários. Tudo em nome do fanatismo religioso, que confunde humor e crítica com desrespeito. O fundamentalismo islâmico, a maior bobagem inventada por fanáticos do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos (que o lêem, mas não interpretam a leitura) e se acham no direito de justiçar por essa ignorância. Mais que um atentado à liberdade de expressão, foi um atentado contra a humanidade. Como também o são os bombardeios ocidentais que “caçam terroristas” mas acabam vitimando civis, mulheres e crianças em sua maioria, no Oriente.

Pergunta rápida
Por que o mundo não se comove com as mortes de inocentes na África e nos países do Oriente Médio?

É preciso cuidado
O que mais deve preocupar, entretanto, é a intolerância que um episódio dessa natureza vai, com certeza, provocar no mundo ocidental, que embala a ideia de que todo muçulmano é terrorista. Fortalecerá essa imagem e contribuirá de forma definitiva à chamada ‘islamofobia”, que já se percebe em muitos comentários e até mesmo em textos publicados pela mídia e redes sociais. Intolerância que parte, é bem verdade, de ambos os lados. Só não pode ser transformada em pensamento da maioria.

Nota curtíssima

Constância Félix será deputada por 43 dias. Sem comentários.

Frase da semana

“O perigo é muito grande". Da historiadora francesa Maud Chirio sobre o redrudescimento da xenofobia a imigrantes na França, após ataque ao Charlie Hebdo. Em entrevista ao Blog do Mario Magalhães. Sexta-feira, 9.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Para escanteio
Ferrenho defensor da gestão Paulo Hadich (PSB) nos dois primeiros anos de mandato, com os vereadores Ronei Martins, Wilson Cerqueira, Erika Monteiro e Aloísio Andrade, o PT começa a passar por um processo de isolamento na atual administração. Só não enxerga quem não quer.

O fato e o ato

A experiência no trato com as relações humanas aponta sempre para uma mesma direção: o dia do benefício é a véspera da ingratidão. Não dá para esperar mais que isso.

Troco dobrado
Os quatro petistas sempre mantiveram as rédeas da Câmara nas mãos de Hadich. Se resolverem fazer oposição – o que deveria acontecer a bem do próprio partido – a coisa pega pelos lados do Executivo.

Trabalho árduo
Com o vereador Nilton Santos (PRB) assumindo a presidência da Câmara, a pauta dos colunistas e analistas políticos estará cheia pelos próximos dois anos. As primeiras ações do pastor-vereador (ou seria o contrário?) apontam nessa direção.

Folclore nosso...
...de cada dia. Meu palpite é que o espírito de um conhecido político limeirense esteja rondando pelas terras dos laranjais. João Loureiro que o diga.

Assim é difícil
A frase mais utilizada na Prefeitura, hoje, principalmente em respostas para solicitações de jornalistas, em tempos de “restrição orçamentária”, é “não tem previsão para abertura de licitação”. A publicidade oficial parece não ter sido afetada. Não é mesmo?

A última de hoje
A Prefeitura já faz reparos nos pontos de iluminação. Já adquiriu lâmpadas e reatores novos e até um caminhão próprio já foi destinado para o serviço...em Santa Gertrudes.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Responsabilidade, regulação e censura

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em seu discurso, na posse do segundo mandato, que mantém o compromisso com a liberdade de expressão, assim como fez em 2010, quando afirmou preferir o barulho de uma imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Ela foi vítima disso, quando combateu o regime militar. Quando foi presa e torturada por discordar das arbitrariedades impostas a todos quantos discordassem das ordens vindas da caserna. Portanto, espera-se, dela, como exemplo vivo desse período, que de fato se mantenha atenta a qualquer movimento no sentido de impor alguma restrição ao pleno exercício crítico dos meios de comunicação. Isso não exime qualquer responsabilidade da mídia em conduzir um debate consistente e isento de preferências e cores partidárias, em nome dos princípios republicanos. E, consequentemente, da democracia.
Para falar em regulação da mídia é preciso deixar claro o que se pretende e qual é a abrangência desse processo e as implicações nele contidas, que possam significar censura. Assim que tomou posse no Ministério das Comunicações, Ricardo Berzoini, um dos defensores da ideia, afirmou que o projeto está na pauta do governo. Em meio à enxurrada de críticas à proposta, com origens na própria mídia (em especial o setor de audiovisual, que me parece o princípio de tudo), na oposição e partidos políticos que fazem parte da própria base governista, até agora não se ouviu – ou se falou – nada de novo que todos já não tenham conhecimento. Antes de mostrar os dentes e desafiar o bom senso, é preciso que o próprio governo explique o que pretende e onde quer chegar. E o quanto isso tudo pode representar de retrocesso – ou avanço – nas relações mídia-governo-mídia e com a opinião pública, maior interessada em manter todos os canais de comunicação sob o seu “controle”. Diga-se, o mais eficiente. Assim como o próprio mercado.
Apesar de muitos discordarem e garantirem que essa regulação não implica em qualquer tipo de cerceamento aos direitos e garantias individuais – nesse caso os de receber a informação – qualquer limitação, mesmo que com boas intenções, gera controvérsias. Como acontece agora. Se se quer acabar com monopólios midiáticos – o que é saudável para que não fiquemos à mercê de um único canal - basta que se utilize da legislação vigente, no País, que rege o setor. Ou a prerrogativa do próprio poder público, que é dono das concessões de emissoras de rádio e televisão. O excesso de leis e de regulamentações acaba por deixar a todos órfãos. E o melhor exemplo de que se pode conciliar a responsabilidade da informação e liberdade de expressão vem dos EUA, que há mais de 80 anos já adotaram procedimentos regulatórios para os canais de rádio e televisão. Uma Comissão Federal de Comunicação – o nome é esse mesmo – criada em 1934, que coíbe abusos, inclusive os econômicos, e não é empecilho para a plena liberdade de imprensa, garantida pela primeira emenda da constituição norte-americana. Se o propósito da proposta for esse, nada contra. Se, ao contrário, for apenas uma artimanha para abafar críticas ao governo, a regulação da mídia vira censura.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Se tiver vontade política e desapego, consegue

Interessante a entrevista que o prefeito Paulo Hadich (PSB) concedeu à jornalista Érica Samara da Silva, publicada na primeira edição de 2015, desta Gazeta, na última quinta-feira. Bem conduzida e com questões que vão ao encontro de Limeira e da população, Hadich se saiu bem em suas respostas, mas deixou muitas dúvidas em aberto. Principalmente nas realizações da sua gestão nestes dois anos de governo, que encerrou metade de seu mandato. Entre otimista e moderado, o prefeito tergiversou em algumas das perguntas. Principalmente em relação às suas obras e marca de governo, que, cá entre nós, ainda está longe de existir. Muito criticado, Hadich tem seus méritos em não abrir mão de sua conduta, mesmo quando severamente criticado. Tanto pela oposição quanto pela imprensa. Ponto positivo, porque mostra que ele não se deixa levar por essas pressões, que em muitos casos são tão ridículas quanto desprovidas de argumentos. Que ele não faz – pelo menos não fez até agora – uma administração contundente e que tire o fôlego por suas realizações, é fato. Mas há que se lembrar, também, da herança que lhe foi deixada. Hadich foi realista, ao lembrar do ano difícil que terá pela frente. O que não é desculpa. Mas é real.

Marca ofuscada
Uma das grandes marcas da gestão Hadich, nestes dois primeiros anos, sem dúvida seria o programa “Esse bairro é meu”. Acho até que foi. A iniciativa, apesar de criticada por muitos, que com certeza não a entenderam – ou preferiram fechar os olhos – tinha tudo para ser um sucesso. Mas esbarrou na falta de continuidade. Apesar dos bons propósitos, patinou mais do que deveria.

Imagem inicial
A única imagem que ficou, de fato gravada, nestes dois anos, apesar de outras tantas positivas sobre o “Esse bairro é meu”, ainda é a do prefeito, que também é delegado, entrando de arma em punho, no Odécio Degan, primeiro bairro beneficiado. Espera-se, para 2015 e 2016, os dois anos finais do seu mandato, que o programa cresça e atenda a novas comunidades. Ele é, sim, um programa diferenciado.

Tempo de sobra
Hadich tem mais dois anos pela frente. E garante que não pensa em reeleição, que segundo ele, não pode ser um objetivo-fim. No que tem razão. A reeleição é consequência daquilo que um administrador público – nesse caso o Poder Executivo – faz. As críticas, porém, devem ser bem fundamentadas. Sem viés político-partidário. Somente ações efetivas podem reverter essa situação. Esperemos.

Primeira pérola
Quando a gente pensa que viu e ouviu tudo, sempre tem uma pérola a mais. Desta vez foi o secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, a contribuir com a sua. Para ele, o grande problema da superlotação nos ônibus, na capital de todos os paulistas, é devido “à má distribuição de emprego e moradia”. Ou seja, para evitar essa superlotação, o trabalhador tem que trabalhar perto de casa.

O elo mais fraco
Fica claro, mais uma vez, que o culpado pelos péssimos serviços públicos é o próprio povo. O usuário. Porque, nesse caso, não é o transporte público que é deficitário, é o cidadão que trabalha longe de casa e precisa de “grandes deslocamentos” para prover o sustento da família, conforme entrevista de Tatto à Folha de S. Paulo, publicada na última sexta-feira, dia 2. É cômodo demais.

Jilmar sem tato
É sabido que o transporte público é o grande problema da mobilidade urbana dos municípios. Ultrapassado e sem investimentos, não oferece segurança e nenhum conforto ao usuário, que acaba sendo o maior prejudicado. É para a gestão desse processo que as críticas devem ser direcionadas. Não para quem precisa de ônibus. É o mesmo que culpar o doente pelas filas nos hospitais.

Fiat Lux! Será?
Pronto. Os municípios brasileiros, em 23 Estados, já são os responsáveis pelo parque de iluminação pública. Terão que se virar para manter acesas as luzes dos postes. E mostrar que há uma no fim do túnel. Ou então ressuscitar o velho acendedor de lampião.

Sem generalizar...
A presidente Dilma Rousseff (PT) tomou posse no último dia primeiro, para seu segundo mandato. Com 39 ministérios, o que é demais para um país como o Brasil e pelos nomes que escolheu, com poucos técnicos e muitos políticos. Para acomodar os partidos da base e buscar uma conciliação com o Congresso Nacional. É parte do jogo político. Não é diferente dos últimos presidentes nessa acomodação, a não ser pelo exagero no número de pastas. Muitas das quais preenchidas por quem nunca chegou perto da atividade para a qual foi nomeado. E isso pesa negativamente. Mas há um lado positivo, porém, a partir do momento em que ela começa a empurrar a equipe remanescente de Lula para fora do Planalto. Principalmente em pontos estratégicos. A conferir. 

Focinho no espelho
O mesmo jogo político, o governador reeleito de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, e os demais governadores fazem em seus Estados. Distribuem as cotas partidárias para compor o secretariado. E para quem pensava que Alckmin diminuiria o seu staff, para ser o exemplo, ficou tudo na mesma também: 25 secretarias. E apenas um Estado.

E como está... fica
Observa-se, nesses dois exemplos acima, que o interesse é muito mais político do que técnico. E é preciso que cada um olhe para seu próprio rabo, antes de apontar para o dos outros. Não se pode aceitar um mau exemplo para justificar o outro. E não abrir mão, também, de uma saudável autocrítica, o que ninguém faz. Nem petistas ou tucanos, peemedebistas, democratas e outras siglas, são adeptos de olhar para o próprio reflexo. E 2015 começa sob o signo do “faça o que eu falo, mas não o que eu faço”.

Cada um que tire...
... as suas próprias conclusões. A oposição dirá que foi demagógico e populista. Seus partidários e apoiadores mais ferrenhos dirão que será a redenção, e os analistas políticos estão expondo pontos de vista interessantes e tirando conclusões óbvias, algumas, e inéditas, outras. Estou falando do discurso de posse de Dilma Rousseff (PT), na última quinta-feira. Do ponto de vista político, foi um discurso quase perfeito, que, se levado à prática, poderá resolver grande parte dos problemas do País. Isso se a base de apoio que sustentará o governo permitir, principalmente a ala mais radical do seu próprio partido. O ano será difícil. Muito difícil. E o primeiro obstáculo será vencer – e não deve ser de imediato – os entraves econômicos. E, depois, o escândalo da Petrobras.

Pergunta rápida
E Lula? Volta em 2018?

Tanto cá, como lá
Tão óbvio quanto o discurso de Dilma no ato de sua “reposse” à Presidência, foi o de Geraldo Alckmin (PSDB), durante igual cerimônia na Assembleia Legislativa paulista. Combater a corrupção e enfrentar crises é obrigação do administrador público. No caso da presidente, ao afirmar que pretende combater a corrupção no governo federal, ela assume que ela existe. Já, Alckmin, ao dizer que o Estado de SP enfrenta sua maior crise hídrica da história, esqueceu-se de que durante todo o ano passado, assim que os reservatórios começaram a baixar, ele negou essa crise. Apesar de tudo, ambos os discursos foram muito bons. Melhor ainda se forem postos à prática, como deve ser.

Nota curtíssima
Espera-se que não haja jogo de empurra entre o 156, da Prefeitura, e o 0880, da Elektro.

Frase da semana
“A corrupção ofende e humilha os trabalhadores, os empresários e os brasileiros honestos e de bem”. Da presidente Dilma Rousseff, durante sua posse para o segundo mandato. Quinta-feira. 1.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Sai Ronei, entra...
...Nilton Santos. A posse da nova Mesa Diretora da Câmara, hoje às 10h, é um troca de nomes e posturas. E apesar dos arroubos de grandeza demonstrados pelo vereador do PRB, que assume, espera-se uma atuação comedida e voltada aos anseios da população.

Respeito ao óbvio
Que Nilton Santos, que é pastor de uma igreja evangélica fundamentalista, saiba, principalmente, diferenciar democracia de teocracia. Afinal este é um estado laico e religião é uma coisa e política é outra. Retrocesso é o que menos se deseja.

É sem cerimônias
Já, em Cordeirópolis, não há sessão formal para troca de direção no Legislativo, que acontece apenas quando um novo mandato se inicia. Em Iracemápolis, em sem divulgação, a troca é simbólica. Em Engenheiro Coelho, ninguém sabe, ninguém viu. Não se encontra político ou assessor para tratar do assunto. Acho que estão em férias.

Foi bom ou ruim?
Alguém sabe os números das vendas de Natal? Em Americana, sim. Queda de 6%, conforme divulgou na última segunda-feira, a Associação Comercial e Industrial do município, a ACIA. Por aqui só conheceremos esses números na primeira ou segunda semana de janeiro.

Ao que interessa
Como escrevi em meu artigo de terça-feira, há muita gente que ainda não se desapegou de 26 de outubro. E também não entendeu o que significa livre-arbítrio, que é o direito em concordar ou discordar de opiniões e posturas. Sejam elas quais forem. Ninguém é menor porque escolheu esse ou aquele candidato. E nem é melhor por sua escolha.

A última de hoje
E 2015 chegou. E, com ele, muitas mudanças. Ou continuidade do que já está institucionalizado. A hipocrisia, infelizmente, é uma doença crônica. E, como todas as enfermidades ela pode ser branda, grave ou gravíssima. Cravo na última modalidade para entender o momento pelo qual o País atravessa hoje. Tenho dito e escrito.