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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Desabafo ou...
...a mais pura realidade? Fico com a segunda opção, porque também me assusto quando passo pela Praça do Museu e vejo o estado de abandono, tanto do próprio Museu como da Biblioteca Municipal. Essa pequena explicação faz sentido, pois recebi, recentemente, um e-mail de um limeirense, que estuda em São Paulo e discorreu, com precisão, a situação. Eis na integra o que escreveu o limeirense, de nome Renato, de quem vou omitir o sobrenome.

Espanto puro
“Sou limeirense, porém vivo em São Paulo, sou estudante de doutorado da USP. Há alguns anos deixei de frequentar regularmente a Biblioteca Municipal (BM) de Limeira, mas dias atrás passei por lá. Fazia quase um ano que não a visitava. Bem, direto ao ponto: fiquei espantado com o estado em que se encontra a BM e o Museu. Por fora, muros pichados e empoeirados, pintura desgastada e calçadas sujas e encardidas. Um dos poucos prédios históricos da cidade em condições nada agradáveis. Por dentro, tudo permanecia igual”.

Um incômodo
“A compra de livros novos para o acervo é escassa. Entretanto, o que mais me incomodou foi o novo horário de atendimento da BM com a finalidade de ‘cortar gastos’. Algo como das 12h30 às 17h30. Perguntei-me: ué, e quem trabalha não pode ir a BM? E as crianças que estudam à tarde não podem frequentar a BM de manhã? Vejo o novo horário de funcionamento da BM como um desserviço à cidade e lhe sugiro, como leitor que o considera o mais combativo dos colunistas da Gazeta, que use seu espaço para tentar mudar essa situação ou incomodar quem tem o domínio dela. Numa cidade com tão poucos espaços culturais, a BM não pode ser assim!”.

Situação real
Essa visão, com certeza, é compartilhada pela maioria dos limeirenses e de quem visita a cidade e leva um choque ao ver aquela situação. Foi alvo de várias matérias aqui na Gazeta e até mesmo de estudos de especialistas em urbanismo. Porém, o ouvido de quem deveria tomar providências se faz de surdo e aquilo vai ficando como está. Lixo puro. Nem parece uma praça destinada ao conhecimento e à cultura.

Assombrações
Aquela região, de tão abandonada que se encontra, parece estar povoada de almas penadas. De fantasmas de pincéis e tinta em punho - alguns dizem até que filmam as ações e pichações - para fazer tamanha sujeira, porque ninguém consegue enxergá-los.

Horário novo
Quanto ao horário, caro Renato, acredito que tenha voltado ao normal. É que a Prefeitura decretou meio período pelo período de um mês, em todas as repartições públicas, como você disse, para “cortar gastos”. Se cortou, de fato, ainda não apresentou nenhum balanço.

PEC da alegria
A Câmara dos Deputados aprovou e passa a valer a proposta de emenda à Constituição (PEC), que aumentou o número de vereadores em todo País. Limeira ganhará sete novas vagas na Câmara Municipal. Tem suplente já esfregando as mãos. Se vai valer para essa Legislatura, ainda é uma incógnita. E pelos nomes apresentados na edição de ontem desta Gazeta, que podem assumir, a situação do prefeito Sílvio Félix (PDT), continua mais que tranquila. Diria até, feliz....

Sem conversa
Às vezes, precisamos ouvir alguns recados que nos são transmitidos. Uns implícitos e outros explícitos. E o prefeito, ao que parece, não está ouvindo os recados que vão a sua direção, sobre o diálogo com os GMs grevistas. É um precedente perigoso e em nada revela liderança ou autoridade. Apenas insensatez.

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