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domingo, 1 de junho de 2014

Educação ou caso de polícia? Difícil saber...

Depois de algumas semanas longe das páginas dos jornais e do noticiário em geral, a violência na rede pública de ensino volta, e com mais notícias ruins. Só para variar um pouco. Primeiro foi um pai e uma mãe que agrediram uma professora; depois a agressão entre alunas, que rendeu até recolhimento e custódia na Fundação Casa; mais adiante, novamente uma agressão e ameaças de mãe contra professora e, agora, tumulto em uma escola da rede estadual de ensino no final da tarde. Estou falando do tradicional Grupo Brasil, onde, na quarta-feira, um aluno arremessou uma pedra contra viatura da Polícia Militar, da Ronda Escolar, que monitorava a saída de alunos do período vespertino. Por sorte não acertou um policial que estava próximo, e nenhum popular que aguardava no ponto de ônibus. Apenas o veículo. O que mais choca é que tem sido recorrente essa situação, principalmente em razão do uso de entorpecentes. E nunca se consegue identificar os agressores, que se misturam à multidão. Impossível que a direção da escola não conheça tais alunos, a ponto de não identificá-los. Não o fazem por medo de ameaças, e por não terem o devido respaldo do próprio Estado.

Problema insolúvel
E esses casos tanto se repetem que se tornaram corriqueiros no ambiente escolar, onde o professor é desrespeitado, a direção da escola fica de mãos atadas e nas mãos de verdadeiras gangues e nenhuma atitude prática é tomada por quem deveria. Esconde-se, o quanto se pode, esse grave problema, como se debaixo do tapete coubesse tanto lixo. E se tem a impunidade como incentivadora da violência. 

A família e a escola
O mais grave é que, em muitos casos, a própria família prefere passar a mão na cabeça do agressor, empurrando toda a responsabilidade à escola. Se a formação familiar é deficiente ou distorcida, não é a instituição de ensino quem vai dar jeito. Principalmente por que não tem as ferramentas necessárias, nem profissionais especializados e, muito menos, a atenção das autoridades públicas. É fato.

Sem cozinha e fogão
E como se não bastasse a questão da violência, a estrutura precária em instituições de ensino também revela descaso da administração pública. E acaba virando notícia, ou até mesmo manchete na imprensa. Na Vila Piza, em quadra de esportes, sanitário virou cozinha. E, no Parque Hipólito, vazamento de gás e falta de fogão resultaram em apenas pão como merenda. Foram destaques nesta Gazeta.

A mídia que resolve
E o direito sagrado a uma educação de qualidade se transforma em problema, que a gestão pública não consegue enfrentar. Nesses casos comentados, tanto por parte do Estado como do Município. E esperar para resolver todas essas situações quando elas vêm a público é outra faceta negativa dos agentes públicos, que deveriam zelar pela comunidade. Enquanto ninguém denuncia, nada se faz.

Relação tumultuada
Debater educação é apaixonante, pois está na base de toda necessidade humana para o pleno desenvolvimento. Uma pena que os governos – e nesse caso, todos – não dão a ela a atenção que merece. É secundário, sempre.

Barbosa sai de cena
E o polêmico ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou sua aposentadoria. Amado por muitos e odiado por outros tantos, ele ainda poderia cumprir mais de 11 anos à frente do Supremo, até a compulsória. Esse anúncio, porém, é um claro sintoma de seu apego ao poder máximo, uma vez que ele teria obrigatoriamente que deixar a presidência da corte e, com isso, seria mais um. E ele definitivamente não gosta de ser mais um. E praticamente sedimenta seu futuro na política partidária. Neste ano ele não pode concorrer a mais nada, eleitoralmente falando. E abre as portas aos partidos que o desejam em suas fileiras. E tem, a seu favor, toda a popularidade e visibilidade que a condução do julgamento do mensalão lhe deu.

Está sendo bajulado
E nem bem anunciou que até o final de junho deixa o STF, Joaquim Barbosa já tem para onde ir. Basta escolher quem vai melhor bajulá-lo, se Aécio Neves ou Eduardo Campos. O senador e presidenciável tucano mineiro já entrou na disputa e tem como forte concorrente outro presidenciável, o ex-governador de Pernambuco, também candidato à Presidência. Alguém já escreveu, em algum lugar, que se Aécio for presidente o “Barbosão” será seu ministro da Justiça. Não é de estranhar que isso aconteça mesmo. Por hora, não sei se ele aceitaria o papel de mero coadjuvante...
Será que aceitaria??
Só não se tem notícia se o PT também tem interesse em contar com o apoio de Joaquim Barbosa. Com a palavra a presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição.

Pergunta rápida
Por que Ronaldo, o Fenômeno, resolveu abrir a boca só agora para criticar a Copa?

A tesoura foi afiada
Outro assunto que causou – e ainda vai causar – polêmica foram os cortes anunciados pela Prefeitura em licenças-prêmio e horas extras, além dos dez dias (1/3) das férias, que costuma comprar dos servidores. E essa contenção de despesas (?) tem um motivo: a arrecadação municipal, que não está dentro do esperado. É muito estranho, ainda na metade do ano, a administração acender a luz amarela sobre o orçamento. É muito cedo para fazer um anúncio dessa natureza, pois se o sinal de alerta já foi disparado e nem completamos o primeiro semestre, como será, então, o fechamento do ano? Alguma coisa nessa conta não está batendo. O jeito é esperar para ver.

Nota curtíssima
É assustadora a calmaria registrada nas últimas sessões da Câmara de Limeira.

Frankenstein político
Amarrar alianças para ter acesso a alguns minutos a mais na propaganda eleitoral faz parte do jogo político. E dos princípios republicamos. Agora, quando essas alianças reapresentem o que há de mais espúrio na política, vai contra qualquer princípio moral. Lula fez Fernando Haddad, então candidato à prefeitura paulistana, apertar a mão de Paulo Maluf, e era visível o constrangimento. Agora é a vez de Alexandre Padilha, candidato petista ao governo do Estado, passar pela mesma situação. Com as bênçãos de Lula, essa aliança deveria ser repudiada pelo próprio PT. Como não foi com Haddad, não o será com Padilha. A diferença entre esses dois cenários é que, neste ano, o alcance é estadual. Muitos petistas estão, mais uma vez, torcendo o nariz. É um jogo perigoso. 

Frase da semana
"Qual partido não gostaria de ter Barbosa em seus quadros?" Do presidenciável Eduardo Campos (PSB), sobre a aposentadoria do presidente do STF, Joaquim Barbosa. Na Folha de S. Paulo. Sexta-feira, 30.

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