Na semana passada, mais precisamente na edição de domingo passado, esta Gazeta trouxe manchete estarrecedora do ponto de vista da segurança no trânsito. O número de acidentes envolvendo motociclistas e a quantidade de feridos que deles saíram. Ao todo 481 condutores se acidentaram entre janeiro e abril e, o que mais assusta, a média diária de acidentes: um a cada seis horas. Ou seja, quatro nas 24 horas do dia. Acidentes esses atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, que apresentou essas tristes estatísticas. A matéria, da jornalista Érica Samara da Silva, além de detalhar a gravidade da situação, apresentou os reflexos que cada acidente proporciona, na questão da saúde pública, mobilidade urbana, produtividade urbana e, principalmente, o desespero que envolve familiares dos acidentados. Segundo o Samu, a pressa é a grande vilã da história, mas há a imprudência e inexperiência do condutor também. E não é preciso ser expert no assunto para entender o escopo desses números. Basta circular diariamente pelas ruas da cidade para constatar o fato.
Cada um na sua
Por isso abri os meus comentários de hoje com o título da nota inicial da coluna, que enfatiza a imprudência dos “motoqueiros”. Ou motociclistas? Boa parte dos acidentes envolvendo motos, e isso é uma grande verdade também, acontece por imprudência do próprio motorista, que desrespeita as paradas obrigatórias ou entra em rotatórias sem se atentar para o fluxo de tráfego. As consequências...
E é sempre atual
Quem acompanha a coluna Texto&Contexto percebe que esse tema é recorrente em meus comentários. Mesmo assim, nunca é demais insistir e sempre trazê-lo à tona, quando deparamos com informações tão tristes como as que envolvem acidentes com motocicletas, cuja estabilidade, por ser um veículo sobre duas rodas, é mínima. E sua condução deve ser muito mais cuidadosa ainda.
Agilidade burra
Como já quase fui “vítima” dessa imprudência – e de motoristas desatentos também – procuro ter a máxima atenção com a circulação de motos. Como veículo versátil, o próprio condutor não percebe o risco quando se aventura a “costurar” para chegar mais cedo. Infelizmente, para a maioria daqueles que pilotam nas ruas da cidade, não existem sinais de ‘pare’ ou o ‘vermelho’ dos semáforos. Principalmente os que fazem entregas.
O sistema falha
A conclusão disso tudo é lógica, pois, por mais que a haja imprudência e inexperiência de condutores, acredito que o problema é bem mais grave. Está na má formação do motorista, do motociclista pelas auto e moto-escolas. O processo para formar um maior número de pessoas legalmente aptas a dirigir ou pilotar é que é deficiente. É preciso repensar isso com urgência. E pensar na qualidade da formação, e não na quantidade.
O tirano e a lei
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, expôs sua conhecida aversão pelas opiniões contrárias das dele. Pisoteou a Constituição Federal e violou todas as regras do Direito brasileiro.
Está havendo Copa
Com acertos e desacertos. Atrasos e obras inconclusas, começou a Copa do Mundo da Fifa no Brasil. Entre mortos e feridos, apenas alguns arranhões, poucos manifestantes e o tradicional quebra-quebra de vândalos (não se deve confundi-los com os verdadeiros manifestantes) e a conhecida truculência e o despreparo das polícias para atuar em situação de conflito. E por incrível que pareça, enquanto a depredação de patrimônios públicos e particulares avança, não aparece um policial para conter os verdadeiros criminosos. Nas passeatas de rua a Polícia Militar está lá e produz cenas como a de um manifestante agarrado pelo pescoço, atirado ao chão e, enquanto seguro, vem outro policial e borrifa spray de pimenta em seus olhos propositalmente. Falar o quê?
O ponto negativo
Um momento que poderia se tornar histórico na abertura desta Copa foi tratado como secundário, e com pouca visibilidade. O projeto do neurocientista brasileiro, Miguel Nicolelis, criador de um exoesqueleto e que fez um paraplégico dar um passo e o “chute inicial”, que deveria sim, ser no círculo central do gramado e com o destaque que de fato merecia. Infelizmente nada disso aconteceu, e a entrada do ônibus com a seleção brasileira no “Itaquerão” foi mais importante para a mídia. Se fosse em qualquer outro país do mundo, a pesquisa do doutor Nicolelis seria destaque. Por aqui é o “complexo de vira-latas” que determina a importância ou não do momento. É questão cultural mesmo não valorizar as coisas boas que temos e mostrarmos para o mundo.
Esgoto da alma...
E o mais triste de tudo. Houve até quem fez piada preconceituosa com o momento, através das redes sociais. Para piorar a situação, há quem ache graça e até compartilhe.
Pergunta rápida
De que cor é a onda verde nos semáforos da região central de Limeira?
É censura prévia
E está valendo para as emissoras de rádio e TV a proibição em transmitir programa apresentado ou comentado por candidato escolhido em convenção às eleições de 2014. O prazo começou a correr no último dia 10 e faz parte do calendário divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo preceitos da legislação eleitoral vigente no País. Um dos tantos absurdos que a lei impõe, por falta de uma reforma política. Mesmo que o objetivo seja o mais nobre possível, que é o de evitar o favorecimento àqueles que dispõem de horários e programas radiofônicos e televisivos em detrimento aos demais candidatos. A legislação eleitoral brasileira precisa rejuvenescer. Rever conceitos.
Nota curtíssima
A vaia pública expressa o desagrado. A ofensa pura e simples espelha falha de caráter.
Frase da semana
“Nenhum governante pode gabar-se da realização da Copa no Brasil”. Do ex-jogador e tetracampeão mundial, hoje deputado federal, Romário, em artigo publicado no UOL Notícias-Opinião. Quinta-feira.
domingo, 15 de junho de 2014
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