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domingo, 6 de outubro de 2013

Que saia do papel e se transforme em ação eficaz

Após dez meses de governo, críticas consistentes e vaias elaboradas, a nova administração apresenta publicamente seu “plano de metas” para os próximos quatro anos. Composto por 100 itens elaborados a partir das audiências do orçamento participativo (OP), que é uma marca do Partido dos Trabalhadores (PT), ele traça prioridades que, se alcançadas, elevarão o patamar de desenvolvimento econômico e social de Limeira e pode causar muita dor de cabeça à oposição, que já sonha com 2016, sem ter ainda findado 2013. Essa é, entretanto, uma questão política menor, se levadas em conta as necessidades do Município e dos cidadãos limeirenses. E lança uma oportunidade única de participação da população, a partir da divulgação dessas prioridades, conforme esta Gazeta trouxe, de forma detalhada, na última quinta-feira. E é a partir da definição dessa centena de metas estabelecidas, que englobam todos os setores possíveis de uma administração pública, que entra a participação popular. Como nos protestos de julho, os limeirenses devem fazer seus cartazes, cobrar e fiscalizar o cumprimento desse plano à risca.    

Prática inteligente
A ideia do orçamento participativo, que se caracteriza por uma proposta de discussão pública do orçamento e dos recursos para investimento, é interessante a partir do momento em que chama o seu público alvo à participação, no caso os próprios cidadãos, que conhecem seu bairro, sua região e seu município melhor que qualquer agente político. E sabem quais são suas necessidades básicas.

A máquina ligada
O que se espera a partir da consolidação e divulgação desse plano de metas, é que a administração pública entre definitivamente nos eixos, deixe o marasmo de lado e parta para a execução dessas prioridades. Para quem leu a proposta, da primeira à centésima – para quem não leu, está na íntegra na Gazeta de Limeira do último dia 3 – é fácil perceber que são atingíveis. E palpáveis. 

E mãos na massa
Se a administração Paulo Hadich (PSB) conseguir transformar essa teoria em prática, e embora cada uma das cem metas dependa de orçamento próprio, o Município deverá experimentar um processo de crescimento sustentável em sua economia e de ascensão social inestimável. O que vai depender de uma enorme vontade política e, acima de tudo, de bons gestores e técnicos capacitados. É tudo de que o povo, de fato, precisa. E que assim seja.

Hora de fiscalizar
Não vai ser fácil. O importante é que é possível e, para isso, é preciso que se faça marcação cerrada aos agentes públicos. Já não é mais um simples plano eleitoral de governo. É um projeto de trabalho compromissado.

E Marina Silva...
Outro destaque da semana, e esse mexendo muito com a sucessão presidencial de 2014, foi a negativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à criação da Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva. Por seis votos a um os ministros do TSE entenderam que a Rede não cumpriu as exigências legais para o seu funcionamento. Muitas são as lições que podem ser tiradas dessa negativa. A principal delas é para a própria Marina, que poderia ter se adequado melhor ao Partido Verde (PV), com chances reais às eleições do próximo ano.

Não se enquadrou
Marina acabou divergindo de algumas opções ideológicas e também posturais do PV, devido à sua forte ligação religiosa com a doutrina evangélica. Algumas teses defendidas pelo partido, que a levou a quase 20 milhões de votos em 2010, são contrárias ao conservadorismo exacerbado de sua corrente religiosa, e ao seu próprio, quando trata do debate sobre o homossexualismo, aborto e outros temas tabus a algumas religiões.

Muita indefinição
Outra situação que Marina vai enfrentar, daqui para frente, e que pode ser um aspecto negativo às suas pretensões políticas, é o troca-troca de partido que protagonizou ao sair do PT, filiar-se ao PV e deixá-lo também, para fundar a Rede. No rescaldo final desse “desastre” político para ela, vai sobrar pouca coisa para se recuperar. Enquanto produzia esta coluna, Marina ainda não havia decidido seu destino político.

Pergunta rápida
Quem será beneficiado com a decisão do TSE em negar a legenda de Marina Silva?

Lugar da PM é...
...nas ruas. Não dentro de universidade. Espanta-me, cada vez mais, as ações do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao permitir que a Polícia Militar atue nos câmpus das universidades públicas estaduais. Não há o mínimo sentido, embora muitos defendam isso, em delegar à PM a ocupação de uma USP, Unicamp, Unesp, para resolver conflitos internos, de interesses acadêmicos. Essa postura só tem precedentes na época da ditadura militar. O falecido coronel Erasmo Dias que o diga. Refratários ao diálogo aberto e pela obediência que devem ao governador, são os próprios reitores dessas universidades os responsáveis pelas ações dos estudantes. É tempo de deixar a hipocrisia de lado.

Nota curtíssima
Cinco ações penais contra 31 pessoas. Silvio Félix e "amigos" estão novamente sob os holofotes da Justiça.

Paliativo, mas...
...antes isso que nada. A Secretaria de Transportes sinalizou com cavaletes de fitas zebradas o buraco aberto na cabeceira da ponte sobre o Ribeirão Tatu, na Avenida Araras e que tomou parte da calçada, ao lado da empresa CP Kelco. Agora, segundo informações, a prefeitura vai fazer uma licitação para a realização da obra de contenção. Quem sabe até dezembro o problema esteja definitivamente resolvido. É preciso esperar para ver.

Frase da semana

"Não temos o registro, mas temos a ética". Da ex-senadora, Marina Silva, após o TSE negar o registro ao seu partido, o Rede Sustentabilidade, por seis votos a um. Sexta-feira, 4, na Folha de S. Paulo.

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