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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Das arquibancadas para o gramado

Não é a primeira e nem a última vez que um torcedor (se é que podemos chamar delinquentes dessa forma) deixa o bom senso – o fair play, no jargão esportivo – de lado e, antes de ajudar seu time externando sua paixão às cores da camisa, parte para atos da mais pura covardia, despejando seu incontrolável ódio e manchando um espetáculo com sangue. Vou deixar meu costumeiro comentário político das terças-feiras e adentrar a uma seara que costumo discutir apenas como torcedor. Não como especialista.
Não dá, porém, para passar em branco uma análise sobre a ocorrência, triste e de imprevisíveis consequências para o futebol limeirense, daquele torcedor que atirou uma pedra que atingiu a cabeça do árbitro da partida Thiago Lourenço de Mattos – jogavam no Limeirão, Inter e Monte Azul, por uma vaga no mata-mata da Copa Paulista 2013 - que poderia ter se transformado em tragédia, pela proporção e tipo do ferimento causado. Está se tornando cada vez mais comum o arremesso de objetos aos gramados País afora e brigas entre torcedores adversários e até mesmo facções de uma mesma torcida, com punições que retiram dos times de futebol o direito de jogar em seus próprios estádios. Os bandidos que provocam as confusões saem impunes e protagonizarão novas ações de vandalismo, brigas e até mortes, nos locais onde as agremiações estarão disputando a próxima partida.
E exemplos não faltam. Torcedores da Gaviões da Fiel, que ficaram presos na Bolívia por mais de seis meses após morte de um adolescente boliviano, em uma partida pela Copa Libertadores deste ano, após o retorno ao Brasil se envolveram em novas badernas e até mesmo em ocorrências policiais, provando que a reincidência nesses casos é automática. Outro: a briga da Mancha Verde, em Guaratinguetá, fez com que o Palmeiras fosse jogar em Londrina, PR. Antes de punir os clubes, é preciso trazer o peso da lei a esses pseudo-torcedores, que se escondem por trás de escudos, camisetas e bandeiras de torcidas organizadas.
E seguir o exemplo da Europa, após a tragédia do Estádio do Heysel, na Bélgica, ocorrida em 29 de maio de 1985, durante a disputa da Taça dos Campeões Europeus, (hoje Liga dos Campeões), entre o Liverpool, da Inglaterra, e a Juventus, da Itália, seria a melhor solução para conter o ímpeto dos exaltados. Naquele jogo foram mais de 33 mortos e centenas de feridos provocados pelos conhecidos e fanáticos “hooligans” ingleses. E como consequência, as equipes britânicas ficaram cinco anos sem poder disputar a competição. E os torcedores identificados, impedidos daquele dia em diante, de frequentarem os estádios.
O agressor do árbitro aqui em Limeira foi identificado, hostilizado pelos demais torcedores que queriam apenas assistir ao jogo, fotografado e conduzido pela Polícia Militar para que fosse lavrado um boletim de ocorrência. A Associação Atlética Internacional sentirá o peso do ato isolado daquele torcedor que, com certeza, estará livre para a próxima partida. A exemplo do que acontece na Europa, torcedores de má índole, quando identificados, deveriam ser proibidos de frequentar os estádios e, em dias de jogo, se apresentarem à delegacia mais próxima, para uma detenção preventiva. Antes que esses próprios torcedores acabem com o futebol é preciso tirá-los, definitivamente, do espetáculo. 

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