O serviço público, como todos estão cansados de saber, é travado – regulamentado - por uma legislação que, antes de dar transparência aos gastos com o dinheiro do contribuinte, é protelatória. Tudo bem, lei é lei e, mesmo com ela em vigor, há desvios de afinidades, nada justifica a inépcia do poder público em alguns setores. Principalmente o de obras e reparos. Há alguma coisa nesse processo todo que não combina com as necessidades da população. Não é questão de infringi-la (falo da Lei de Licitações), mas não se pode usá-la como desculpa à ineficiência. Todo esse preâmbulo tem uma única razão: a erosão que se formou na cabeceira da ponte sobre o Ribeirão Tatu (na passarela de pedestres), sentido bairro-centro, próximo da indústria CP Kelco. Esta Gazeta trouxe mais uma – das muitas – matéria sobre o problema, que é sério e põe em risco a integridade física de quem precisa utilizá-la. Ora, desta vez a prefeitura pelo menos respondeu, anunciando uma licitação entre dez e 15 dias, já que nas anteriores, as empresas estavam irregulares. O incrível disso tudo é que o problema já tem mais de seis meses.
E o que era um...
...buraquinho virou uma perigosa erosão, que se tivesse sido controlada lá na primeira denúncia pública, não teria chegado ao volume que chegou. Não é a primeira vez que escrevo sobre isso neste espaço, mas a motivação hoje, é outra. Duas situações mais recentes e já resolvidas indicam que tem areia na engrenagem do serviço de obras do Município. Então, vamos a elas.
É possível agilizar
A primeira situação foi a de uma valeta que se abriu, provavelmente por infiltração da chuva, na rotatória com o Tiro de Guerra. Coisa de duas semanas. Já foi resolvida. Menos mal, porque a erosão estava ficando crítica. A outra, nos altos da Avenida Araras, – quase na esquina com a Rua Teixeira Marques, com uma tampa arrancada de uma boca de lobo. Foi consertada na quinta-feira.
Não há explicação
Por isso, escrevi lá no início, que “parece óbvio, mas não é”. E é simples entender esse raciocínio, quando um serviço é agilizado e o outro não. Principalmente se vem de meses de reclamações de usuários, divulgadas insistentemente pela imprensa, como é o caso da cabeceira da ponte. Seis meses – ou mais – é tempo suficiente para uma licitação (se de fato é o caso), aprovação de cadastro e realização da obra. Há ruídos estranhos nisso tudo.
É só fazer o certo
Depois prefeito e aliados se voltam contra a imprensa, nefasta para alguns, que ousa pôr a mão na ferida da incompetência. Porque não tem outra explicação, senão a indignação. E a lição de casa é simples. Fácil até.
Não foi desta vez
A tão aguardada notícia da semana que passou, ainda não veio. A do julgamento do recurso do candidato derrotado nas urnas em Limeira, Lusenrique Quintal (PSD), no Tribunal Regional Eleitoral (TER), pedindo a cassação do diploma do prefeito eleito Paulo Hadich (PSB). Esperava-se para a última quinta-feira a decisão, que foi adiada para esta semana, a pedido do advogado do prefeito. Será na terça-feira. O burburinho que tomou conta das redes sociais atiçou o mais profundo dos rancores da oposição. Principalmente em relação ao PT.
Clamor partidário
Não se pode, entretanto, confundir o que vai pelas redes, com o clamor popular. Longe disso, há uma conotação típica de direcionamento partidário. Ou seja, boa parte, senão a maioria das manifestações, vem de pessoas ligadas aos partidos derrotados por Hadich em 2012 e que parecem ainda não ter assimilado a vitória da coligação PSB/PT. Um ano depois do pleito, há um misto de ressentimento e ódio no ar, que pode desembocar na intolerância.
Um território livre
Isso, entretanto, é uma opinião muito pessoal, daquilo que leio e analiso nas manifestações diárias e na guerra de informação e contrainformação, que tomou conta das redes sociais. E não há nada mais sagrado do que essa liberdade de expressão do pensamento, e que muitos dos que a pratica não têm o mínimo apreço por ela. Ou seja, não respeitam a dos outros.
Pergunta rápida
Como será o palanque eleitoral em Limeira nas eleições do ano que vem?
Resistência inútil
A cada dia que passa, o prédio reformado do antigo Ceprosom – inaugurado originalmente para ser um pavilhão de eventos – fica longe de abrigar a biblioteca municipal, que segue em local inapropriado em imóvel no centro. Depois da Feira das Profissões, agora é a vez do Festival de Ciências. Ótimo sim, que esteja sendo utilizado para eventos como esses dois citados, que é de interesse geral. Vejo, entretanto, que há espaço para tudo isso acontecer, mas que é preciso, o quanto antes, abrigar em lugar decente a Biblioteca João de Souza Ferraz. Está cada vez mais difícil entender a resistência da administração municipal a essa mudança. Se o prédio pode abrigar eventos, já pode receber a biblioteca.
Nota curtíssima
Tenho a impressão de que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) será picado pela cobra que ajudou a criar.
À linha de fundo
Conforme mostrou esta Gazeta na última quinta-feira, Limeira fica fora de mais um programa do governo do Estado, do tucano Geraldo Alckmin. Em que pese o prefeito Paulo Hadich (PSB) ter faltado a uma reunião – falha grotesca de um administrador público – não justifica mais esse chute de Alckmin no Município, mandando-o a escanteio. Grosseria que é retribuída, sempre, com vitória nas urnas por aqui. Está na hora de chutarmos também.
Frase da semana
"Quando a gente dá dinheiro para rico, é investimento. Quando é para pobre, é gasto". Do ex-presidente Lula, durante a 3ª Conferência Global sobre o Trabalho Infantil. Quinta-feira, 10, na Folha de S. Paulo.
domingo, 13 de outubro de 2013
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