O que já era previsto se tornou realidade, e ganhou ares de absolutismo. Quando da eleição do vereador Ronei Martins (PT) à Presidência da Câmara escrevi nesta coluna, no último dia 3, que já não haveria confronto - e nem desconforto - para o prefeito Paulo Hadich (PSB), se os 15 vereadores que votaram no petista também votassem com a situação, a maioria já seria dos 2/3 necessários, para evitar qualquer problema. E agora com a nomeação de Marcelo Coghi, do PR, para o cargo de secretário da Agricultura, teoricamente Hadich ganha mais três vereadores, elevando assim sua base para 18, dos 21 eleitos. Restarão, portanto, apenas 3 na oposição, uma tarefa inglória e, que por melhor conduzida que for, não fará nem cócegas nos pés do novo governo. Não me recordo de um poder tão grande assim de um prefeito sobre uma Câmara Municipal. E o debate, imprescindível à democracia, simplesmente se transformará em "sim" completo, num Poder Legislativo que terá decisão unilateral. E pelo demonstrado na extraordinária da última quarta-feira, dia 9, se existia alguma dúvida sobre essa sintonia, ela foi dissipada.
Mar de almirante
Não gosto desse conforto todo que o Poder Executivo terá na Câmara. Não é bom para ninguém, e muito menos para a população. Porque já está mais que comprovado, desde a teoria até a prática, que as maiorias parlamentares significam não fiscalização, que é o princípio básico de todo Estado republicano. O atrelamento fica evidente e, dessa forma, navega-se numa falsa calmaria. Para reflexão.
O Estado absoluto
É preciso, também, questionar até quando a oposição se manterá oposição. Com apenas três vereadores, qualquer barulho será música, aos ouvidos da situação. E como já estamos escaldados das práticas adesistas, não estranharia se algo nesse sentido acontecesse. Quero imaginar que não. E que esses 'três mosqueteiros' se manterão no um por todos e todos por um, desafiando os poderes do cardeal Richelieu.
E as velhas raízes
É sempre bom imaginar que nada disso vai acontecer, que todos os 21 vereadores eleitos pelo povo cumprirão seus mandatos com dignidade e cumprindo sua função primeira, que é a fiscalização sobre o Poder Executivo. É assim que deve - ou deveria - funcionar as relações entre os poderes republicanos. E, principalmente, que o Partido dos Trabalhadores, muito bom de oposição, leve essa prática também à situação e fiscalize com rigor, aprovando o que é de interesse público e reprovando o que não é, mesmo compondo a base do governo. É necessário que, mesmo no governo, se fiscalize o governo. Sem fiscalização séria não se corrige erros. Sem corrigir erros, que são parte da condição humana, os acertos escapam do nosso domínio.
Está repaginado
O site Cordero Virtual, de entretenimento, informação e divulgação de Cordeirópolis e região está com novo visual gráfico. Editado por Marcos Calderaro, o site traz ainda vários colunistas de opinião. Para acessar: http://www.corderovirtual.com/
Mudando hábitos
E por falar em virtual e navegação pela internet, apesar das constantes atualizações, o Twitter anda um pouco esquecido pelos internautas. Há resistências em deixá-lo por muita gente, mas a navegação e o acesso já não são tão frequentes assim. O Facebook mudou um pouco a cara das redes sociais. Não acredito que o Twitter tenha o mesmo fim do Orkut, porém, está na hora de alguma mudança de layout, para oferecer mais aos usuários.
Rede manipulada
Por falar em Facebook, quem é da área de comunicação percebe, claramente, que os usuários, conforme seus gostos políticos, estão aprendendo a manipular a informação também nas redes sociais. Um exemplo desta semana: na quarta-feira, o Estadão manchetou que a Procuradoria-Geral da República estaria mandando investigar o ex-presidente Lula, por conta das denúncias de Marcos Valério e ainda do mensalão. Ainda pela manhã, o próprio procurador-geral da União, Roberto Gurgel, tratou de desmentir a informação, dando detalhes sobre o andamento do processo. Na gíria jornalística, o Estadão protagonizou uma barriga, publicando uma informação incorrea e incompleta. No Facebook, quem repercutiu, compartilhou e curtiu, esqueceu-se do desmentido, divulgando apenas a primeira notícia.
O efeito Ricúpero
Coisas da política e de partidários das mais diversas cores, que se aproveitaram de uma primeira informação bombástica e incorreta, mas não exerceram, posteriormente, o dever de publicar a correta e desafazer o mal entendido. Todos ficaram bem quietinhos, saboreando o ataque midiático a Lula. Faz parte. Isso me lembrou a história da parabólica, ainda no governo FHC, "o que é bom para nós, a gente divulga. O que não é, esconde"... Quem já não escorregou nessa casca de banana algum dia???
Ano novo, velhos...
...hábitos. Essa mania que lojistas e igrejas têm de reservar espaço no estacionamento rotativo na área central da cidade, com cadeiras ou cones, dá sinais claros de que estamos numa verdadeira província, com muitas pessoas se julgando melhor do que outras. Uma prática que vai e volta.
Pergunta rápida
Por que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) despreza tanto Limeira?
Nota curtíssima
Após ter passado quatro anos cobrando coerência e transparência do poder público, é preciso praticar essa coerência e exercitar a transparência.
Frase da semana
"O mensalão é "muito maior, muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia". Do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em entrevista à Folha de S. Paulo. Quinta-feira, dia 10.
domingo, 13 de janeiro de 2013
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