Pages

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ao lixo, o que é do lixo

Na coluna Texto&Contexto do último domingo, no tópico "Nota curtíssima", escrevi que "Limeira necessita, com urgência, de uma coleta seletiva de lixo. Dica para o secretário Alquermes Valvasori". Ao novo titular da Pasta do Meio Ambiente fica essa sugestão, como imperativo de resolver, de uma vez por todas, essa triste situação de misturar materiais recicláveis com lixo orgânico. Desde que a ideia foi lançada, ainda no final da década de 1980 e início dos anos 1990, durante a terceira e derradeira gestão de Paulo D'Andréa como prefeito, nada mais foi feito nesse sentido. Pelo menos de concreto, não.
De lá para cá, governo após governo e secretários de Meio Ambiente e sucessores, o que se viu foram soluções paliativas para uma doença crônica, que tem a contribuição também da população, ao preferir jogar tudo no lixo, em vez de pensar no desperdício de materiais que podem ser reutilizáveis e, além dessa consciência positiva, ajudar no complemento da renda para muita gente. A implantação dos ecocoletores, por exemplo, atinge uma parcela mínima dessa quantia de reusáveis produzida, o que representa um porcentual muito pequeno em relação ao que é produzido no município. Se há uma coleta bastante eficiente do lixo orgânico, deveria ser assim, também, com os recicláveis.
E não fosse também ações como a da Associação de Reabilitação Infantil Limeirense (Aril), que semanalmente atinge pontos predeterminados para essa coleta, principalmente nos condomínios verticais, a situação seria mais desconfortável ainda. Catadores, comuns aos finais de tarde, nas ruas centrais da cidade, recolhendo papelão das lojas, também não são suficientes para resolver o problema e, dessa forma, além da economia gerada, contribuem um pouco, para que nem tudo seja desperdiçado no aterro sanitário - que já está cansado e em final de vida útil. Faz tempo...
Por que estou escrevendo tudo isso, se já é do conhecimento do poder público e da maioria da população, que prefere descartar todo o lixo produzido de uma única forma, para a coleta normal? A resposta vem de uma experiência que tive, na semana passada, durante o trajeto do caminhão coletor de lixo orgânico, pelas ruas centrais da cidade. Ao esperar o momento oportuno para ultrapassá-lo, fiquei observando o trabalho dos homens da limpeza pública, que iam juntando tudo o que estava nas calçadas. Em dado momento, dois enormes  recipientes, com muito papelão e garrafas pet simplesmente foram jogados na prensa do caminhão.
E os trabalhadores não estão errados, que têm que recolher o lixo nas calçadas. Há uma falta de consciência da maioria da população justamente pela inoperância e falta de atitule do poder público, que caminha a passos de tartaruga nessa direção. Um grande desafio a ser enfrentado pelo secretário do Meio Ambiente, que merece um voto de confiança. Competência e currículo para isso, Alquermes Valvasori tem. O que falta é vontade política. Será que a nova gestão terá o suficiente?

0 comentários: