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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Conversa e ação
Amanhã, a Prefeitura se reúne com proprietários de casas noturnas, de shows e bares que promovem espetáculos, para discutir alvarás e AVCB (auto de vistoria do Corpo de Bombeiros). É preciso firmeza nas ações e, se necessário, até mesmo fechar estabelecimentos para que se regularizem. Deixá-los funcionando, enquanto buscam a regularização, é um risco. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, nos dá essa dimensão.

Esperança, sim
Como escrevi no artigo de terça-feira, é preciso acabar com a sensação de impunidade daqueles que agem fora das regras. Ao arrepio das leis. É preciso mirar-se no exemplo do STF e no julgamento do mensalão. Só assim, talvez, comecemos a ter uma nova ordem neste país. E torcer para isso...

Atuação coerente
Vereador Ronei Martins (PT) vem, neste início de nova legislatura, mantendo sua coerência política. A mesma que o reconduziu à Casa, e com a maior votação nominal que um vereador já teve em Limeira. Dar vez e voz a todos os segmentos, contrários ou não à atual administração e da qual faz parte, é uma prova de que não é preciso reprimir opiniões, mas oferecer oportunidades para que possam ser expostas também.

Opinião pessoal
Apesar de tê-lo criticado muito, nas composições que fez para sua eleição à Presidência da Casa - e neste caso não mudei de opinião - pelo menos no exercício da função, além de habilidade, Ronei tem se mostrado aberto a todos os debates. Menos mal.

Motorista ruim...
Como dirige mal o motorista limeirense. Celular ao volante em locais de intenso tráfego; demora ao avançar o sinal verde e o péssimo hábito da falta de educação com o veículo à frente.

Motociclista pior
Já os motociclistas, em especial os de disk-entregas, não respeitam nem o semáforos de pedestres. Não falo mais de estacionamento em vagas de carros, pois não adianta. Não aprendem mesmo.

A última de hoje
Faz tempo que não dou o significado das palavras por aqui. Hoje, porém, não posso deixar passar em branco e definir a palavra esperteza: ação ou método de quem é esperto; rapidez, eficiência, inteligência, tino, vivacidade; ação desonesta para conseguir algo, tentando ludibriar alguém; ardil, astúcia, malandragem. Tenho dito.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Bateau Mouche e outras tragédias anunciadas

Mais de 230 mortos, a maioria de jovens com idade média entre 20 e 25 anos, e outros tantos óbitos, dos quais ainda se terão notícias, entre os que estão nos hospitais da cidade gaúcha de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e na própria capital do Estado, Porto Alegre. Esse é o triste saldo de mais uma tragédia de grandes proporções no Brasil, que comoveu o mundo e poderia ser evitada, caso uma sequência de erros técnicos e omissões de autoridades não tivessem acontecido.
O incêndio na boate Kiss, no município do interior gaúcho e conhecido polo universitário, é mais um pedaço de um grande iceberg que teima em vir à tona, devido à falta de empenho e vistas grossas de agentes públicos que deveriam zelar pela segurança e bem-estar da sociedade, da ganância pelo lucro fácil, movida pela falta de escrúpulos de empresários que se acham acima da lei e, principalmente, pela impunidade, que, não tenho dúvida, alcançará também os proprietários daquela casa noturna, que deveria ser um local de diversão e se tornou um palco de horror e luto para mais de duas centenas de famílias.
Esse é mais um exemplo, e dos tristes, dos tantos diários que vemos, a ilustrar o pernicioso jeitinho brasileiro, que para tudo tem uma explicação e argumentos, que parecem plausíveis, mas não tão óbvios quanto deveriam ser. Um perigo que não ronda apenas apertadas casas noturnas, mas templos religiosos, edifícios comerciais e residenciais, shoppings, cinemas, teatros, estádios, entre tantos outros locais fechados de aglomeração de pessoas, simplesmente porque deixam de lado aquilo que está previsto em lei - normas e equipamentos de segurança desrespeitados - e deveriam ter fiscalização rigorosa, mas não têm. E alvarás vencidos e descumprimento dessas normas não significam, no Brasil, que esses locais deixem de funcionar. Continuam a proporcionar esse futuro incerto, que infelizmente chegou a Santa Maria, quando deveriam ser momentos de felicidade, integração e celebração de vida. As vítimas do Bateau Mouche ainda esperam por Justiça.
Outra constatação: esse descaso - principalmente de quem deveria fiscalizar - é regra dentre algumas raras exceções. Quando deveria ser justamente o contrário. Como motoristas bêbados, que causam dor e matam ao volante, esses cidadãos logo estarão agindo novamente. Se retirar esses irresponsáveis de cena e os tantos culpados, que riem descaradamente dessa impunidade institucionalizada, não significa trazer de volta à vida suas vítimas e aliviar a dor de pais, mães, parentes e amigos, poderia se transformar num exemplo para evitar futuros acontecimentos dessa natureza. O mesmo exemplo que o STF deu no caso do mensalão, mandando políticos e empresários para a cadeia. O que me entristece é saber que, logo mais, estaremos falando sobre uma nova tragédia anunciada.

domingo, 27 de janeiro de 2013

É preciso agir. Não é hora de discurso político

O embate sobre a questão da energia elétrica no Brasil está chegando a um ponto perigoso, de se tornar apenas retórica de campanha entre o Partido dos Trabalhadores, que controla o governo federal, e o PSDB, que controla vários Estados - entre eles São Paulo e Minas Gerais - e faz, hoje, a vez de principal partido de oposição no País. De um lado, um discurso otimista. Do outro, o caos. A depressão. Como costumo dizer, a política partidária é a arte do confronto de discursos e, mesmo quando as ações são acertadas, serão sempre criticadas. Por ambos os lados. Nunca reconhecidas. É um confronto sem ganhadores, e quem perde normalmente é a sociedade. Já passamos por uma experiência, lá atrás, no governo de FHC, de apagões e racionamento obrigatório, porque faltavam linhas de transmissão de energia para levar esse precioso bem das usinas às companhias de energia, até chegar ao consumidor final. Hoje as linhas de transmissão ainda são deficitárias, e não há razão para tanto otimismo. A situação, porém, é um pouco mais confortável e também não vejo o caos como resultado final disso tudo.

Não brinco mais
A ideia da redução do custo final da energia elétrica para os consumidores residenciais e empresariais, com a revisão antecipada nos contratos das concessões, foi logo rejeitada em São Paulo e Minas, governados pelo PSDB, que viram um perigo imediato, não aos interesses da população, mas ao projeto político que defendem. Se funcionar, a oposição perde mais um mote de campanha para 2014.

A bola é minha...
Também não vejo nenhum interesse para o próprio País, em o Tesouro Nacional acabar bancando uma redução nesses custos, por pura birra política, que de uma forma ou de outra acabará pesando, novamente e de alguma outra maneira, no próprio custo Brasil. Novamente é o discurso de campanha que vem à tona, porque não há um interesse coletivo premente, que não a sobrevivência político-partidária.

Dos dois lados
Nesta semana, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, em nota após o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), em que anunciava a redução nos preços da energia elétrica, disse que o conceito de República foi abandonado em prol da politização da medida. É um direito dele, se manifestar contrário a tudo isso. Mas fica uma pergunta: e quando, lá em 1994, o então ministro Rubens Ricúpero soltou a pérola "eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura; o que é ruim, a gente esconde", sem saber que o som estava sendo captado, antes de sua entrevista à Globo, também não foi um total desrespeito ao conceito de República? O discurso é bonito, mas me parece que ninguém pode atirar a primeira pedra, por ser livre de pecados. 

Está fora também
A completar 42 anos como servidor público municipal no próximo mês de abril, Milton Janoski, um dos mais competentes na sua área de atuação, está ganhando de presente a exoneração do cargo que ocupava, até agora, o de superintendente. Ele deve voltar a fazer revisões de IPTU, trabalho de quando entrou na Prefeitura como patrulheiro mirim.

Mais apadrinhados
A interlocutores, Janoski teria dito que seu cargo foi pedido para acomodação política. Independentemente das cores partidárias, ele vem, há mais de 20 anos, exercendo cargos comissionados, como diretor, superintendente, tendo assumido inclusive a Secretaria de Planejamento.

Diagnóstico falho
Assessores de imprensa e empresas que prestam esse tipo de serviço - sejam de instituições públicas ou privadas - têm muito a aprender ainda. Conflitos ou crises, envolvendo assessorados, não se resolvem, quando se tenta acultar algum problema. Nem mesmo com pressão sobre meios de comunicação.

Não à bajulação
Tive longa experiência como assessor de imprensa, nos setores público e privado e aprendi, com alguma teoria e principalmente na prática, que os conflitos e crises que citei acima se reolvem com informação. Informação segura e assumindo que há problemas a serem solucionados. Nunca escondendo essa informação. Não se pode confundir o que é assessoria de imprensa com bajulação ao assessorado. Isso é o assessor quem deve mostrar ao assessorado.

Plano importante
Para nós, jornalistas de redação na mídia impressa - ou qualquer outra - a assessoria de imprensa é sempre um complemento. Muitas vezes o outro lado da história, mas que merece respeito e tem seu porcentual de importância na produção da informação. Só que o assessor de imprensa tem obrigação, também, de garantir total abertura a essa informação, sem qualquer vestígio de maquiagem. E se nada tiver a acrescentar, que faça isso. Às vezes um "não temos nada a informar no momento" é preferível a uma informação maquiada. Ou negada.

Pergunta rápida
O que acontece quando se coloca uma raposa dentro de um galinheiro?

Nota curtíssima
Quando a gente pensa que já viu e ouviu tudo, vem um passarinho e desafina no seu próprio canto.

A frase da semana

"Nosso maior desafio é tornar a Índia livre de defecação ao ar livre". Jairam Ramesh, ministro do Desenvolvimento Rural da Índia, sobre a necessidade de o país construir 15 milhões de privadas por ano. Na Folha de S. Paulo, sexta-feira, 25.  

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Por enquanto...
A oposição contabiliza, hoje, três vereadores na Câmara de Limeira. É pouco, se levarmos em consideração os 18 do bloco governista. Um deles, porém, se continuar a atuar como na primeira sessão, da última segunda-feira, Júlio César Pereira dos Santos (DEM), vai dar trabalho. Ele pode até suprir esse desequilíbrio numérico - não a força da maioria - com seu discurso. E de quem conhece muito o terreno onde está pisando. Não se pode esquecer que ele já foi vereador.

O salão do baile
Se esse clima vai persistir, não sei. Mas na primeira sessão da Câmara, segunda-feira, estava um verdadeiro clima carnavalesco. Sobrou confete para todo mundo.

E a fiscalização
O problema dos ecopontos, hoje tomados por lixo de toda espécie - até mesmo recicláveis - é uma questão de falta de educação do povo, que não entende ou faz de conta que não entende a verdadeira função dessas áreas. E a falta de fiscalização, por parte do poder público, é que incentiva esse desrespeito com o meio ambiente.

É hora de ação
Com a palavra o novo titular da pasta, Alquermes Valvasori. Se ficar só na conversa e nas explicações, como acontecia na administração anterior, esses "lixões" vão continuar existindo.

Acelerar o parto
Já que o assunto é preservação e educação ambiental, outra ação que deveria ser prioridade para o secretário do Meio Ambiente é com relação ao descarte de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, entre outros lixos eletrônicos. Limeira ainda vive em gestação embrionária nesse quesito.

Será que sai???
Profissionais liberais, autônomos entre tantos outros, que dependem de alvará para exercer suas atividades, esperam o ISS de 2%, pelo qual o vereador Paulo Hadich (PSB), hoje prefeito de Limeira, lutou tanto quando esteve na Câmara. Se a coerência do discurso prevalecer.....

A última de hoje

Interessante a matéria sobre o nascimento de gêmeos de parto nornal na Santa Casa, que esta Gazeta mostrou ontem. Mais interessante seria, ainda, se o hospital tivesse convocado a imprensa, para falar da importância da opção por esse tipo de parto e apresentado a feliz mamãe. A matéria, com certeza, seria muito mais humana.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Sem o equilíbrio necessário

A Câmara Municipal de Limeira inciou ontem, com a primeira sessão ordinária do ano, uma nova legislatura. Nova porque abre, e pela perspectiva da grande renovação que houve nos seus quadros, os trabalhos que ditarão os rumos da política limeirense nos próximos quatro anos. Os dois primeiros sob o comando do petista Ronei Martins, avalizado por seus mais de 12 mil votos e eleito presidente da Casa por seus pares, e é sempre bom lembrar, com ampla maioria e composições até então impensadas ou previstas pelos analistas. E por jornalistas, que cobrem o dia a dia do Poder Legislativo. Composições que ainda serão temas de análises.
Compor, em política, significa agregar força a um ideal e trazer, para a concretização desse ideal, o maior número de simpatizantes possível. E aliados também. Em que pese o custo que isso represente (como cargos e outros benefícios aos recém-chegados), faz parte do jogo democrático e, principalmente, de quem quer governar sem efeitos colaterais, espantando até as marolinhas, comuns a quem disputa esse jogo. E, nesse início, as águas se apresentam de uma calmaria impressionante para o Poder Executivo, que hoje conta com uma maioria, até então inimaginável, no Palácio Tatuybi. Em números, significa ter os votos favoráveis de 18 dos 21 vereadores. Ou seja, uma oposição composta por apenas três, dos eleitos em outubro. Até onde essa situação vai persistir é uma incógnita. E imagino que somente um desvio de rota colossal - ou uma bala de prata de grosso calibre - pode abalar essa tranquilidade, que o prefeito Paulo Hadich (PSB) terá para governar. Como nada é afirmativo, mas supositivo, por enquanto é assim que é. E deverá ser, neste início da nova administração.
Esse desequilíbrio de forças, entrentanto, não é nada saudável. A inexistência de debates - e embates também - pressupõe acerto de 100% em todas as decisões, o que, sabemos, nem sempre pode representar uma decisão certa. Eu, particularmente, gostaria de ver uma Câmara Municipal mais equilibrada, forçando as necessárias e imprescindíveis discussões e fomentando uma fiscalização mais incisiva ao próprio Executivo. Quando se navega sobre águas calmas, pode-se comprometer ajustes necessários a qualquer avaria na embarcação, por mínima que seja, que, ao enfrentar sua primeira tormenta, simplesmente vai a pique.
Essa maioria tranquila compromete, sim, a avaliação de erros, para que os acertos sejam duradouros. Prefeitos, governadores e presidente da República têm verdadeiro fascínio por controlar os poderes legislativos, que lhes fazem frente. Essa subserviência, infelizmente, cega o administrador público, que acaba fechando os olhos a tudo que está a seu redor, pois sabe ele que os obstáculos serão transpostos sem qualquer esbarrão. Neste caso, cabe aos próprios aliados impor o limite para que repetidos erros não virem acertos forçados. Resta saber se terão independência para entender isso. E, quando for preciso, frearem esse rolo compressor.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A difícil convivência entre opiniões contrárias

Costumo acompanhar, atentamente, por uma questão de ofício e também pelo prazer do bom debate, as polêmicas que se formam em torno das opiniões pessoais e da obrigação do contraponto. Do contraditório. Não há, nunca houve e jamais deverá haver, a imposição de ideias como se fossem verdades únicas e inquestionáveis. O próprio ser humano é contraditório e não aceita essa prática, afeita apenas às tiranias. Àqueles que não estão acostumados a compartilhar seus pontos de vista, e vê-los contrariados. Com o surgimento e a rápida evolução das redes sociais na web, essa situação se tornou impossível. Não há mais uma única opinião que não seja questionada, levando-a à discussão e ao desconforto. Não há, pois, desconforto maior do que perceber que a nossa verdade vai sendo desconstruída por outra e, daí por diante, num efeito dominó de proporções gigantescas, a nos mostrar outras, mais outras e novas interpretações, sem que consigamos detê-las. A isso se dá o nome de pluralidade do pensamento. A unilateralidade deve estar, pois, fora de qualquer dicionário destes tempos interativos.

Princípio e ética
A disposição e a compreensão, sobre aquilo que os outros pensam e demonstram, apesar do desconforto da discordância, como escrevi acima, deve ser o princípio básico da civilidade e quesito fundamental ao desenvolvimento da própria ética, que entendemos como condição à convivência humana. A escravidão, física ou de ideias, precisa ser abolida do nosso dia a dia. De uma ves por todas.

Tolerância rara
O que tenho percebido - e por isso resolvi escrever sobre o assunto - é que está se cultivando uma intolerância perigosa e, o que deveria ser apenas uma troca de ideias, muitas vezes acaba se transformando no "quem não está comigo, está contra mim". São os grupos que fazem da informação uma arena de gladiadores, quando deveria ser uma tribuna de ensinamento e apredizado. A paciência está por um fio.

Argumentos e...
...exemplos. Pode parecer uma exposição da própria utopia, quando se chama a atenção para a importância desse respeito mútuo entre opiniões divergentes. Eu, porém, chamo a isso de inteligência, que é o que nos difere de qualquer outra espécie viva na natureza. Embora há quem provoque controvérsias sobre isso. Enfim... penso que é preciso nunca negligenciar teorias. Sejam quais elas forem. As conspiratórias, entretanto, estão fora desse escopo.

Para se pensar
Pode até parecer ingenuidade de minha parte esse tipo de reflexão. Sinto, porém, que quanto mais amadureço mais aprendo com os acertos, que são resultados de erros cometidos. O importante é não repeti-los. Procuro não fazer adivinhações. Bola de cristal, para mim, é apenas um ornamento de mesa ou peso de papel.

Teoria e prática
O que me impressiona mesmo não são as mentiras que tentam transformar em verdades, mas as verdades que tentam esconder pelo prazer da manipulação. As primeiras têm pernas curtas; e as segundas transformam a realidade em condução odiosa da opinião pública.

Política arejada
Da divagação à prática. Tem se percebido, ao longo dos últimos anos, que está crescendo o número de jovens engajados na política. É um bom sinal, pois de dinossauros os museus têm muitas espécies. E alguns, ainda vivos, teimam em transformar Brasília em sítio arqueológico. Enfim, os movimentos jovens vão surgindo e demarcando seus espaços, independentemente de cores partidárias ou ideologias. O importante mesmo é que se assumam, e assumam essa prática política.

Diretório jovem
Exemplos não faltam. De 2011 para cá vemos uma juventude bastante militante em Limeira, e que foi decisiva em movimentos de conscientização e mobilização popular. E de todas as vertentes. Em Cordeirópolis é o Democratas (DEM), quem está oficializando um diretório de jovens. Através do presidente do partido naquela cidade, Denis Suidedos, a Juventude Democrata tomará posse no próximo dia 31, às 19h30. Caio Levy ocupará o cargo de presidente, tendo Ricardo Marino na vice-presidência, Nilsinho da Fundimazza na Tesouraria e, como secretária, Rebeca Barbosa. Segundo Suidedos, a Executiva e mais 30 jovens compõem "este novo projeto político no município de Corderópolis". O endereço é Rua Valdecir José Vasquez, 314, Vila Boteon.

Estão engajados

Se exemplos de transformações e transparência ficam apenas nas promessas eleitorais da política tradicional (em menos de um mês das novas administrações temos provas concretas desse continuísmo), é possível, sim, apostar em projetos dessa natureza, que começaram lá atrás, com o Partido dos Trabalhdores, e foram ganhando espaço entre os demais partidos - outro exemplo limeirense é a Juventude do PSDB - JPSDB - que consolidam essas práticas na busca por novos projetos e maior engajamento. Que sejam, então, donos dessa nova realidade. Uma esperança renovada para quem ainda acredita na política como meio de transformação social.

E os laranjinhas
Há tempos, desde que um certo secretário -  foi interino, diga-se - começou a desautorizar multas, principalmente aplicadas aos amigos, os agentes de trânsito parecem ter pedido o embalo. E acabaram, por força muito estranha, sendo postos de lado na hierarquia municipal. Quem toma multa é porque cometeu infração, e não tem do que reclamar. Se virou indústria de arrecadação, é outra  história. É preciso, entretanto, que a nova administração recupere a autoestima desses profissionais. E que pratiquem, antes de multar, a educação no trânsito. Aos desecudados, o talão e a caneta são a melhor arma. E há muitos, por toda a cidade.

Pergunta rápida
Leão e Galo conseguem subir este ano para a Séria A2?

Nota curtíssima
A segurança pública é uma obrigação do Estado. Em SP o governo não está fazendo a lição de casa.

A frase da semana
"A sensação de insegurança da população de São Paulo é normal". Do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Sexta-feira, 18, na Folha de S. Paulo - Cotidiano.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

É muita arte...
O Movimento Surrealista dos anos 1920, inspirado e liderado pelo poeta e crítico André Breton, que tem entre seus expoentes de Salvador Dali a Pablo Picasso, passando por cineastas, entre outros artistas, parece ter representantes em Limeira também. Essa história de exigência de moradia, de no mínimo 2 anos, para nomeação de secretário municipal na Prefeitura...

Não tem casa
Competência - e a incompetência também, diga-se - não tem residência fixa. A interação entre ideias e ideais, projetos e aspectos socioculturais são importantes ao desenvolvimento, cada vez mais globalizado. Não podemos nos esquecer, nunca, de que somos um povo formado por imigrantes e, graças a essa formação, de uma diversidade cultural imensa. Qualquer purismo, como citou o jornalista Rafael Sereno em recente artigo, pode ser classificado como xenofobia.

Esfriou rápido

O movimento "Fora Tercio", que pedia a saída do ex-prefeito de São Vicente, Tercio Garcia (PSB), da Secretaria da Administração, Emdel e Codel, parece ter perdido a força. Entusiastas do protesto, de repente, se calaram nas redes sociais.

Um culto ao ego
Não confio mais em análise técnica, que vem de especialistas atrelados a cores partidárias ou a um oposicionismo sistemático. Como também não consigo digerir o ufanismo dos técnicos ligados às bases governistas, em suas análises temáticas. A prudência nos ensina essa prática. Mesmo assim, às vezes, escorregamos em nossas próprias preferências ideológicas. 

Ano novo, mas...
....os hábitos são velhos. São aquelas atitudes egoístas e fora de propósito, que se veem diariamente pelo centro da cidade, no estacionamento público rotativo. A Área Azul. São templos religiosos e comerciantes demarcando lugar em frente aos seus estabelecimentos, para poderem usufruir da vaga, que é de todos. Quando escrevemos, eles  interrompem a prática, para depois voltar com tudo. Sem espírito de coletividade.

A última de hoje
Tenho percebido uma melhora gradual no sincronismo dos semáforos e na fluidez do trânsito em Limeira. Em que pese a má conduta e o desleixo de motoristas, que teimam em falar ao celular ou ficam "parolando", como diria minha avó, quando o sinal abre. Como elogiar sempre acende a luz da dúvida, é preciso cautela.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Será que tem mais caroço nesse angu?

"O mensalão é muito maior, muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia".  Foi "A Frase da Semana", na coluna Texto&Contexto de domingo, extraída de uma entrevista do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que resolvi publicar para ter argumetnos para uma análise um pouco mais objetiva, porém, dentro do espaço que disponho, no artigo que escrevo hoje. A afirmação de Gurgel foi pinçada de matéria publicada pela Folha de S. Paulo, na última quinta-feira, dia 10, e passou a ser explorada, inclusive pelos já condenados na ação penal 470, o chamado mensalão do PT, que querem tirar proveito da indiscrição do chefe do Ministério Público Federal (MPF), argumentando que então ele não teria razão ou provas suficientes para o fundamentar o processo e, dessa forma, pedir a condenação - e prisão - de políticos e operadores do esquema de propinagem, que funcionou entre 2003 e 2005, durante o primeiro governo Lula.
Quem mais se indignou com a afirmação foi o ex-ministro e homem forte do presidente, naquele período, José Dirceu, que "foi obrigado" a deixar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O segundo mais importante na estrutura de poder da Presidência da República. Dirceu, assim como outros políticos já condenados à prisão tentam, a todo custo, dela escapar e qualquer frase mal colocada ou que possa gerar dúvidas na imparcialidade do MPF vai, com certeza, ser utilizada por aqueles que, mais à frente, verão o "sol nascer quadrado", como se diz na gíria policial. Defensores e advogados dos mensaleiros estão de prontidão e vão, com certeza, se utilizar de tudo o que for possível, dentro do direito de defesa e do contraditório, para livrar seus clientes da prisão. Se possível, até uma revisão da condenação.
Entendo que Roberto Gurgel, a partir dessa frase, que pode ser considerada como indiscreta, sim, justamente por abastecer a todos aqueles que desde o princípio foram contra o julgamento e suas implicações, tem obrigação de vir a público explicar o seu sentido. E a que tipo de amplitude está se referindo, quando insinua que a denúncia pode ter ficado pela metade. Ou incompleta. Se houve indícios dessa proporção, de tudo o que acabou sendo objeto da denúncia, como afirmou na entrevista, é preciso que se esclareça, para que não pairem dúvidas sobre nada e o caminho trilhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que é um marco no combate à impunidade no Brasil, fique também pela metade.
Se Gurgel deu seu parecer, no "que foi possível provar, com elementos razoáveis para dar a base à própria denúncia", são sob essas mesmas circunstâncias que ele afirma, agora, ao apontar o tamanho do esquema, que deveria ter se apronfudado. Caminhando na busca de novas provas, para desmontar por completo o esquema "chefiado" por José Dirceu e "operado" por Marcos Valério. Nesse desmonte, provavelmente, e que dá a entender nas afirmações de Gurgel, se chegaria a outros esquemas anteriores e não menos perniciosos ao País, desencorajando ações futuras no sentido de cooptar políticos e funcionários públicos.  Vale a pena insistir nisso.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Rolo compressor e outros veículos pesados

O que já era previsto se tornou realidade, e ganhou ares de absolutismo. Quando da eleição do vereador Ronei Martins (PT) à Presidência da Câmara escrevi nesta coluna, no último dia 3, que já não haveria confronto - e nem desconforto - para o prefeito Paulo Hadich (PSB), se os 15 vereadores que votaram no petista também votassem com a situação, a maioria já seria dos 2/3 necessários, para evitar qualquer problema. E agora com a nomeação de Marcelo Coghi, do PR, para o cargo de secretário da Agricultura, teoricamente Hadich ganha mais três vereadores, elevando assim sua base para 18, dos 21 eleitos. Restarão, portanto, apenas 3 na oposição, uma tarefa inglória e, que por melhor conduzida que for, não fará nem cócegas nos pés do novo governo. Não me recordo de um poder tão grande assim de um prefeito sobre uma Câmara Municipal. E o debate, imprescindível à democracia, simplesmente se transformará em "sim" completo, num Poder Legislativo que terá decisão unilateral. E pelo demonstrado na extraordinária da última quarta-feira, dia 9, se existia alguma dúvida sobre essa sintonia, ela foi dissipada.

Mar de almirante
Não gosto desse conforto todo que o Poder Executivo terá na Câmara. Não é bom para ninguém, e muito menos para a população. Porque já está mais que comprovado, desde a teoria até a prática, que as maiorias parlamentares significam não fiscalização, que é o princípio básico de todo Estado republicano. O atrelamento fica evidente e, dessa forma, navega-se numa falsa calmaria. Para reflexão.

O Estado absoluto
É preciso, também, questionar até quando a oposição se manterá oposição. Com apenas três vereadores, qualquer barulho será música, aos ouvidos da situação. E como já estamos escaldados das práticas adesistas, não estranharia se algo nesse sentido acontecesse. Quero imaginar que não. E que esses 'três mosqueteiros' se manterão no um por todos e todos por um, desafiando os poderes do cardeal Richelieu.

E as velhas raízes
É sempre bom imaginar que nada disso vai acontecer, que todos os 21 vereadores eleitos pelo povo cumprirão seus mandatos com dignidade e cumprindo sua função primeira, que é a fiscalização sobre o Poder Executivo. É assim que deve - ou deveria - funcionar as relações entre os poderes republicanos. E, principalmente, que o Partido dos Trabalhadores, muito bom de oposição, leve essa prática também à situação e fiscalize com rigor, aprovando o que é de interesse público e reprovando o que não é, mesmo compondo a base do governo. É necessário que, mesmo no governo, se fiscalize o governo. Sem fiscalização séria não se corrige erros. Sem corrigir erros, que são parte da condição humana, os acertos escapam do nosso domínio.

Está repaginado
O site Cordero Virtual, de entretenimento, informação e divulgação de Cordeirópolis e região está com novo visual gráfico. Editado por Marcos Calderaro, o site traz ainda vários colunistas de opinião. Para acessar: http://www.corderovirtual.com/

Mudando hábitos
E por falar em virtual e navegação pela internet, apesar das constantes atualizações, o Twitter anda um pouco esquecido pelos internautas. Há resistências em deixá-lo por muita gente, mas a navegação e o acesso já não são tão frequentes assim. O Facebook mudou um pouco a cara das redes sociais. Não acredito que o Twitter tenha o mesmo fim do Orkut, porém, está na hora de alguma mudança de layout, para oferecer mais aos usuários.

Rede manipulada
Por falar em Facebook, quem é da área de comunicação percebe, claramente, que os usuários, conforme seus gostos políticos, estão aprendendo a manipular a informação também nas redes sociais. Um exemplo desta semana: na quarta-feira, o Estadão manchetou que a Procuradoria-Geral da República estaria mandando investigar o ex-presidente Lula, por conta das denúncias de Marcos Valério e ainda do mensalão. Ainda pela manhã, o próprio procurador-geral da União, Roberto Gurgel, tratou de desmentir a informação, dando detalhes sobre o andamento do processo. Na gíria jornalística, o Estadão protagonizou uma barriga, publicando uma informação incorrea e incompleta. No Facebook, quem repercutiu, compartilhou e curtiu, esqueceu-se do desmentido, divulgando apenas a primeira notícia.

O efeito Ricúpero

Coisas da política e de partidários das mais diversas cores, que se aproveitaram de uma primeira informação bombástica e incorreta, mas não exerceram, posteriormente, o dever de publicar a correta e desafazer o mal entendido. Todos ficaram bem quietinhos, saboreando o ataque midiático a Lula. Faz parte. Isso me lembrou a história da parabólica, ainda no governo FHC, "o que é bom para nós, a gente divulga. O que não é, esconde"... Quem já não escorregou nessa casca de banana algum dia???

Ano novo, velhos...
...hábitos. Essa mania que lojistas e igrejas têm de reservar espaço no estacionamento rotativo na área central da cidade, com cadeiras ou cones, dá sinais claros de que estamos numa verdadeira província, com muitas pessoas se julgando melhor do que outras. Uma prática que vai e volta.

Pergunta rápida
Por que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) despreza tanto Limeira?

Nota curtíssima
Após ter passado quatro anos cobrando coerência e transparência do poder público, é preciso praticar essa coerência e exercitar a transparência.

Frase da semana
"O mensalão é "muito maior, muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia". Do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em entrevista à Folha de S. Paulo. Quinta-feira, dia 10.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Início indigesto
Desde que acompanho e participo da política limeirense como observador e analista, a partir dos anos 1980, não me lembro de ter visto um início de goveno municipal com tantos problemas políticos a serem resolvidos como este, de Paulo Hadich (PSB). Nem durante a alternância entre os grupos de Paulo D'Andréa e Jurandyr Paixão isso aconteceu. Como são questões políticas, são necessárias respostas políticas. É preciso saber se Hadich terá habilidade nesse sentido para contorná-las, sem que haja quebra no seu grupo de apoio. Vamos aguardar os próximos capítulos.

Sem resultados
A oposição tenta tirar proveito da situação, porém, não está suficientemente articulada para isso. Não consegue mobilização e nem tem propostas para tanto.

E na retaguarda
Parece-me que está faltando comunicação neste início de governo. Principalmente de dentro para fora. Para bom entendendor...

Precisa concluir
Uma das obras que o prefeito Paulo Hadich (PSB) tem obrigação de entregar, para atender à classe estundatil com mais conforto, espaço e funcionalidade, é a nova Biblioteca Municipal João de Souza Ferraz, no antigo Pavilhão da Facil. É preciso, com urgência, garantir um atendimento de qualidade a quem precisa fazer pesquisas. O local está quase pronto, e ficou digno de receber a biblioteca. Independentemente de quem começou ou quem vai terminar a obra.

Exemplo vizinho
Limeira, aliás, deveria seguir o exemplo do município de Piracicaba. Saiu PMDB, entrou PT, que saiu para dar lugar ao PSDB e voltou PT novamente. E agora está nas mãos do PSDB, mais uma vez. Nesse longo período, que vem lá do fim dos anos 1970 e início de 1980, nunca nenhum prefeito paralisou obra de seu antecessor. Isso é civilidade. É política que visa ao bem público e à qualidade de vida do cidadão.

A última de hoje
O movimento "Fora Tercio" não chamou a atenção que deveria chamar. Nem tampouco mobilizou a opinião pública, conforme a força que vem demonstrando nas redes sociais. Pouco mais de algumas dezenas de pessoas, em foto mostrada por esta Gazeta na terça-feira, 8, tentaram um bota-fora do ex-prefeito de São Vicente, agora secretário da Administração de Hadich e gestor da Codel e Emdel. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ao lixo, o que é do lixo

Na coluna Texto&Contexto do último domingo, no tópico "Nota curtíssima", escrevi que "Limeira necessita, com urgência, de uma coleta seletiva de lixo. Dica para o secretário Alquermes Valvasori". Ao novo titular da Pasta do Meio Ambiente fica essa sugestão, como imperativo de resolver, de uma vez por todas, essa triste situação de misturar materiais recicláveis com lixo orgânico. Desde que a ideia foi lançada, ainda no final da década de 1980 e início dos anos 1990, durante a terceira e derradeira gestão de Paulo D'Andréa como prefeito, nada mais foi feito nesse sentido. Pelo menos de concreto, não.
De lá para cá, governo após governo e secretários de Meio Ambiente e sucessores, o que se viu foram soluções paliativas para uma doença crônica, que tem a contribuição também da população, ao preferir jogar tudo no lixo, em vez de pensar no desperdício de materiais que podem ser reutilizáveis e, além dessa consciência positiva, ajudar no complemento da renda para muita gente. A implantação dos ecocoletores, por exemplo, atinge uma parcela mínima dessa quantia de reusáveis produzida, o que representa um porcentual muito pequeno em relação ao que é produzido no município. Se há uma coleta bastante eficiente do lixo orgânico, deveria ser assim, também, com os recicláveis.
E não fosse também ações como a da Associação de Reabilitação Infantil Limeirense (Aril), que semanalmente atinge pontos predeterminados para essa coleta, principalmente nos condomínios verticais, a situação seria mais desconfortável ainda. Catadores, comuns aos finais de tarde, nas ruas centrais da cidade, recolhendo papelão das lojas, também não são suficientes para resolver o problema e, dessa forma, além da economia gerada, contribuem um pouco, para que nem tudo seja desperdiçado no aterro sanitário - que já está cansado e em final de vida útil. Faz tempo...
Por que estou escrevendo tudo isso, se já é do conhecimento do poder público e da maioria da população, que prefere descartar todo o lixo produzido de uma única forma, para a coleta normal? A resposta vem de uma experiência que tive, na semana passada, durante o trajeto do caminhão coletor de lixo orgânico, pelas ruas centrais da cidade. Ao esperar o momento oportuno para ultrapassá-lo, fiquei observando o trabalho dos homens da limpeza pública, que iam juntando tudo o que estava nas calçadas. Em dado momento, dois enormes  recipientes, com muito papelão e garrafas pet simplesmente foram jogados na prensa do caminhão.
E os trabalhadores não estão errados, que têm que recolher o lixo nas calçadas. Há uma falta de consciência da maioria da população justamente pela inoperância e falta de atitule do poder público, que caminha a passos de tartaruga nessa direção. Um grande desafio a ser enfrentado pelo secretário do Meio Ambiente, que merece um voto de confiança. Competência e currículo para isso, Alquermes Valvasori tem. O que falta é vontade política. Será que a nova gestão terá o suficiente?

domingo, 6 de janeiro de 2013

Da história política à degeneração partidária

A política, como ciência e na visão do filósofo Aristóteles, tem por objeto a felicidade humana, dividindo-se entre a ética e a política propriamente dita, que se  definie na forma corrente e simplificada como "a arte de bem governar os povos". O que se assiste, entretanto, são ações inversamente proporcionais a essa expectativa de mundo, levadas ao extremo pelo partidarismo desenfreado, na busca incessante pelo poder e a qualquer custo. O homem é por natureza reticente e tem aversão por mudanças e transformações. Mesmo que isso signifique a busca de seu próprio benefício. A acomodação é mais confortável. Apesar de tudo isso, ele acredita e traz sempre consigo a esperança em novos tempos. E acaba sempre sendo forjado na frustração. Não é a política, entretanto, que provoca esse sentimento de descrédito, como muitos pensam. São os homens transformados em agentes políticos, que buscam abrigo nas agremiações partidárias, fazem delas uma trincheira segura e, em nome desse ideal praticam a filosofia do poder acima de tudo e de todos. A utopia ainda é a nossa arma contra esse tipo de frustração.

Moldar ferro frio
Um bom ferreiro nunca tenta moldar o ferro frio. É preciso aquecê-lo, para torná-lo maleável. Parece-me, dessa forma, que o calor que procuramos passar aos políticos não tem sido suficiente para sensibilizá-los e, dessa forma, evitar que caiam na mesmice de sempre. O discurso da mudança e da transparência não vem garantindo, na prática, a efetivação dessas ações, quando se faz escambo pelo poder.

Por uma escolha
Servir a dois senhores é o mesmo que colocar um pé em cada canoa. Chega o momento em que será preciso optar pelo mais conveniente. E nem sempre essa conveniência representa correção de rumos necessária. Torna aqueles que estão descrentes mais descrentes ainda, porém, não o suficiente para matar a esperança. Lições sempre e rapidamente esquecidas pela máxima de que "na prática a teoria é outra".  

Pactos e vacilos
E quem assina contrato com o diabo, a qualquer momento será obrigado a entregar sua alma a ele. O cidadão que confiou seu voto espera sempre reciprocidade. Compromisso. Não promessa que se esvai com o vento. Nada filosófico, não, e nem tão ingênuo quanto se parece. É a mais pura realidade do momento em que estamos vivendo hoje. E essa história de que o povo não sabe votar é retórica ultrapassada. É o político quem não sabe corresponder a esse voto, preferindo enfiar a mão na lama e lavá-la depois. Pode até limpá-la, mas o cheiro já ficou impregnado no ar e em nossos narizes.

Um contraponto
Não se pode, também, deixar o discurso fácil e destruidor das pedras impregnar nossas almas, sem antes buscar saber de onde partem as palavras mais afiadas. É preciso deixar a hipocrisia de lado e perceber, também, que sempre haverá, na política, o embate entre situação e oposição, cujos princípios estão definidos nos próprios significados dessas duas palavras. A situação é o status do momento e a oposição tem que empurrar seu discurso na direção contrária. Mesmo que essa direção contrarie a realidade. O povo já amadureceu o suficiente para entender o que é discurso e o que é prática.

Hora de encerrar
Peço, agora, que cada leitor leia com atenção tudo o que escrevi acima e interprete o texto pela  sua ótica de mundo. Não sou pessimista. Prefiro navegar entre o otimismo e a realidade e entendo que as pessoas devem se despir de suas paixões e interesses e atentar para fatos, separando, conforme naquela conhecida parábola bíblica, "o joio do trigo".

Retratação oficial
Na última sexta-feira, o prefeito Paulo Hadich (PSB), fez circular uma nota de desagravo em nome do povo limeirense e de Limeira, contra as palavras "inoportunas e ofensivas", do prefeito de São Vicente, Luís Cláudio Bili Lins da Silva(PP). Eu particularmente, considerei o discurso desse tal Bili ofensivo, odioso e de conotação política. Sugeriria até ao prefeito Hadich que exigisse um pedido público de desculpas em nome dos limeirenses. E aqueles que estão se utilizando do discurso do prefeito vicentino, para alcançar seus objetivos políticos, também desrespeitam Limeira e o povo limeirense.

A chuva. De novo
Agora mudando radicalmente de assunto, não dá para aceitar o que está acontecendo, novamente, no Rio de Janeiro, sem fazer algum comentário. Período chuvoso por excelência, o mês de janeiro começa a fazer suas primeiras vítimas das enchentes, que acontecem todo ano e nada é feito. 2009, 2010, 2011, 2012 e agora 2013, as cenas se repetem quase num videoteipe desses anos anteriores. E a cada ano, nesse mesmo videoteipe, os discursos oficiais se repetem. E a população vai continuar perdendo o que tem e também vidas.

Exemplo da seca
A impressão é de que, assim como na indústria da seca no Nordeste, que tem seus empresários, há uma indústria da chuva em estados como Rio de Janeiro e até mesmo São Paulo. Falam-se, prometem-se, fazem-se projetos antienchentes, que nunca saem do papel e das mesas dos administradores públicos. É o lucro fácil sobre toda desgraça alheia.

Pergunta rápida
A quem interessa o caos?

Nota curtíssima
Limeira necessita, com urgência, de uma coleta seletiva de lixo. Dica para o secretário Alquermes Valvasori.

A frase da semana
"Dá nojo de político". Do músico, compositor e cantor, Zeca Pagodinho, sobre as enchentes desta semana no Rio de Janeiro. Na sexta-feira, dia 4, no UOL-Notícias Cotidiano.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Muito a discutir
Paulo Hadich (PSB) tomou posse como novo prefeito de Limeira e já assumiu o cargo. E terá muito trabalho a fazer e, principalmente, dores de cabeça com algumas nomeações para o seu secretariado. Administração, Esportes e Cultura carecem de melhores argumentos.

Problema sério
Está na Secretaria da Administração, Emdel e Codel, a primeira grande caixa-preta do novo governo. O agora ex-prefeito de São Vicente, Tercio Garcia, que assumiu as três responsabilidades, vem sendo alvo de muita crítica naquele município da Baixada Santista. E é ele que terá que provar o quanto de mentira tem nas acusações dos vicentinos. Enxaqueca pesada para Hadich.

É preciso calma
Acredito, entretanto, que será preciso dar um tempo a todas as acomodações necessárias, para que o governo municipal possa engrenar e, dessa forma, dar uma satisfação positiva à população e àqueles que o elegeram e nele depositaram essa confiança. Criticar sem experimentar é o mesmo que dizer que não gosta de um tipo de comida, sem nunca tê-la provado antes. Em política, independentemente de coloração partidária, a isso dá-se o nome de ressentimento de derrotados.

O conforto total
Na Câmara não haverá conforto extra ao Poder Executivo. Se os 15 vereadores, que elegeram Ronei Martins (PT) para a Presidência da Casa votarem com a base situacionista, já estão garantidos os 2/3 e ainda sobra um vereador. Não gosto disso. Temos exemplos passados e recentes, de que não é bom para o próprio governo, uma vez que deixa de haver fiscalização para uma perigosa aclamação. E sem fiscalização não se corrigem erros.

Poder absoluto
Alianças, em política, são o segredo de uma boa gestão. O que não se pode, entretanto, é confundir aliança com conchavo. E pelo visto foi essa segunda opção, que garantiu a eleição do petista Ronei ao cargo de presidente da Câmara. A oposição estará mais enfraquecida que a do governo Félix. E não tardarão novas adesões de oposicionistas. Tenho certeza disso.

A última de hoje
Se o ex-vereador Silvio Brito (PDT), fidelíssimo escudeiro do prefeito cassado, o também pedetista Sílvio Félix da Silva, for nomeado ao cargo de secretário legislativo na Câmara, o vereador Ronei Martins repetirá FHC, quando assumiu pela primeira vez a Presidência da República: "agora esqueçam tudo o que eu escrevi". Por aqui será o "esqueçam tudo o que combati e critiquei na política limeirense". O poder tem charme. Muito charme.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Esperança ou mais frustração? Já é 2013

Entre o fim de um ano e início de outro, as palavras lição e esperança se tornaram clichês de uso fácil e corriqueiro e estão embutidas em quase todas as mensagens trocadas entre amigos, familiares, colegas de trabalho e por aí afora. De sentido amplo, porém de curto alcance, quando se observa que a distância percorrida por elas esbarra sempre no mesmo obstáculo, o da incompreensão humana, o que nos cabe são tentativas para reverter esse processo, de forma a retomar a nobreza de uma lição aprendida e buscar a felicidade ao perceber que a esperança se tornou realidade. Difícil, sim. Impossível, jamais.  
Se o ano que deveria ser o do fim do mundo foi embora, levando consigo previsões seculares de catástrofes associadas à religiosidade, o que chega não é menos emblemático. Até porque não o conhecemos ainda. Nessas suas primeiras horas de vida 2013 é apenas a virada de um calendário ou a troca do velho pelo novo. Traz com ele, porém, um sentido de mudança explícita, pelas grandes transformações e algumas condutas pessoais ao longo de 2012, cujas marcas foram a do combate à improbidade e corrupção, que encheram muitos cofres e esvaziaram outros. Sempre à custa do erário público. E por que não dizer, também, da iniciativa privada, que apostou no lucro fácil, obtido à base de lobbies com os agentes políticos, que protagonizaram essas histórias de horrores e atrasos.
Não se pode negar, entretanto, que 2012 foi um desses típicos anos a se perpetuar na memória de todos que o viveram intensamente. E pode se fazer retrospectiva sobre retrospectiva, que nada vai apagar o seu brilho. Tudo isso, porém, já é passado. Ficou lá no ano da cassação do prefeito Silvio Félix da Silva, aqui em Limeira, e na condenação dos mensaleiros pelo Supremo Tribunal Federal. Duas lições - agora no seu sentido nobre, que podem - e devem - mudar os rumos de todo um País. Um resgate à dignidade, de quem vivia na desesperança alimentada pela impunidade crescente e indecente de homens públicos de reputação duvidosa.
Calendário trocado, já é 2013. Como será o ano então? Aposta-se, sem medo, na mudança. A esperança, que alimenta sonhos, volta a fazer parte da vida de cada cidadão decente, que estava descrente de tudo e de todos. E se essa esperança ganha em significado, melhor ainda se a alinharmos ao pleno aprendizado, para que lado a lado possam de fato tornar este, verdadeiramente, um novo ano. Porque ano novo ele já é.
Que entrem em cena, agora, os  novos personagens dessa virada e que consigam, fortalecidos pela vontade popular e amparados pelas expectativas positivas, das quais desfrutam nesse momento, continuar essa transformação, sem qualquer recaída. E se a esperança deixar de fato de ser um mero clichê retórico, aí sim, pode se dizer, com convicção, que as lições foram bem ensinadas e assimiladas. E o que se fizer ao contrário de tudo isso, resultará em frustração, companheira inoportuna e de triste convivência. Que abram a porta certa e que o caminho traçado seja apenas um. Sem bifurcações que nos levem de volta ao passado.