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segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Educação começa na valorização do mestre

Não Educação de qualidade (vou manter o E maiúsculo) sem a devida valorização do professor. Valorização profissional e financeira. Essa é uma regra básica, que deveria ser seguida expontaneamente pelos poderes executivos federal, estaduais e municipais. Não deveria nem ser discutida, tratada na imprensa ou ser alvo de manifesto algum. Teria que ser cumprida em 100% em seu enunciado, dando condições de trabalho dignas e salários compatíveis com as responsabilidades de um Educador. Àquele que nos ensina com carinho e dedicação a iniciação nas letras. O b-a-b-a, como se costuma dizer. Não é mais possível que presidentes da República, governadores e prefeitos tenham posturas grosseiras, irracionais, incompatíveis com o cargo que ocupam, negando-se a conversar, dialogar e entender que uma grande nação começa na escola. E floresce das mãos hábeis de quem se propõe a ensinar. Faz tempo que este País não valoriza, em todos os sentidos, seus professores. Enquanto isso, geram-se escândalos com milhares e milhares de reais esvaindo-se dos cofres públicos. Pelos ralos da corrupção. Pobre Nação.

Como eu aprendi
Lembro-me de um tempo, lá na minha infância e adolescência, que a valorização dos nossos queridos mestres era tanta, que eles conseguiam ter o carro do ano. Hoje muitos talvez não consigam nem o passe para o ônibus. Eram professores que chegavam felizes às salas de aula, tinham prazer em ensinar. E ensinavam de fato, pois além de tudo tinham condições adequadas para desenvolver suas atividades.

O vil tratamento
Hoje, muitos governos tratam o professor com desprezo. Principalmente os da Educação básica, que são o início de tudo. Em São Paulo, para o governo estadual o professor é caso de polícia, trata-se no cacetete. O municipal, aqui em Limeira, só começou a dar mais atenção à categoria, após muita pressão e só no início da semana passada nomeou nova secretária da Educação. Triste realidade do ensino público a que vivemos.

Ser professor...
Nos tempos de antes, cada família procurava ter um entre os seus, pela importãncia da carreira. Com a ditadura militar, ele era visto como anarquista ou propagador da subversão. Aqui em São Paulo, Maluf dizia que "professoras não ganhavam mal, eram mal casadas"; Franco Montoro, deu um pouco de alento à carreira até 1987 e, com a ascenção do PSDB, o professor começou a ser tratado no cacetete, sempre que reivindicava algua coisa. No estado do Ceará, o governador Cid Gomes disse que “quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário", em alusão às reivindicações da categoria por lá. Então...

A lista completa
Com a queda do secretário da Educação, Antonio Montesano Neto, a lista que fiz, dos secretários que faltavam "espirrar" do governo Zovico, se completou. A Pedagoga Araciana Rovai Cardoso Dalfré é a nova titular da pasta.

Palpitando leve
A desculpa de alguns secretários, ao deixarem o cargo para concorrer a uma vaga de vereador é uma peneira tapando o sol. Entendo que eles tentarão chegar à Câmara e, dessa forma, obter fôro privilegiado na Justiça assim que as "bombas" começarem a explodir perto deles. Os pavios já estão acesos. E bem acesos.

Sem explicação
As trocas de farpas dentre o Sindisel e a Apeoesp é prejudicial e um tiroteio que não interessa a ninguém. Muitas balas perdidas atingirão inocentes nessa briga de vaidade sindical, como se trabalhadores fossem propriedades deles. Deveriam, sim, unir forças e conseguir os melhores benefícios para seus afiliados. Todo temem perder o filé mignon, que se tornaram os sindicatos para seus dirigentes. Interesses defendidos? Somente os dos próprios dirigentes classitas. Faz tempo que é assim.

Pergunta rápida
Quantos recursos mais o prefeito cassado Silvio Félix (PDT) vai impetrar na Justiça para tentar voltar ao cargo?

Se você quer ler
Dentre os muitos livros escritos por Millôr Fernandes (falecido na última segunda-feira), vou destacar um que resume bem suas atividades jornalísticas, de humorista e cartunista. Trata-se de Millôr no Pasquim, de 1977, com artigos e tópicos, como ele próprio dizia, que escreveu no jornal Pasquim (do qual foi um dos fundadores) "desde o primeiro número em 26 de junho de 1969 até o número 300, saído em 1975, na data cabalística de 1º de Abril, ou 31 de março, como essa data é conhecida em certos meios". São crônicas, ilustrações e cartuns feitos pelo próprio autor, que revelam toda sua inquietação com uma época difícil. Principalmente para ele próprio e para o jornal, que circulava semanalmente. Tempos de censura. De muita censura.

Eu Recomendo!
Uma comédia que vai matar de rir muita gente. Menos as pessoas teimosas, é evidente. Então, estou falando do filme O Incorrígivel Teimoso (La Zizanie, França - 1978), dirigido por Claude Zidi. Com 93 minutos de duração, essa comédia tem seu elenco composto por Louis de Funès, Annie Girardot, Maurice Risch, Jean-Jacques Moreau, Geneviève Fontanel, Jacques François, Georges Staquet, Mario David, Daniel Boulanger, Tanya Lopert, Julien Guiomar entre outros. E conta história de de um inventor e industrial, que é também presidente da Câmara Municipal. Ele assina contrato com japoneses, para vender 3 mil máquinas de aspirar fumo industrial, mas como suas instalações são pequenas e ele não tem como garantir a entrega dos produtos, instala sua fábrica em casa, apesar das queixas da mulher, que perde o espaço na casa. Furiosa ela decide protestar, apresentando-se nas eleições municipais contra o próprio marido.

Frase da semana
"Quem teve a maior perda fui eu. Primeiro o Chico e agora o Millôr". Do escritor Ziraldo, sobre as mortes de Chico Anysio e Millor Fernandes, representando o sentimento nacional sobre essas duas perdas. Terça-feira, dia 28, no UOL-Entretenimento.

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