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quarta-feira, 11 de abril de 2012

É preciso exorcizar alguns fantasmas

As redes sociais na internet - Twitter e Facebook, principalmente - vêm se transformando em ferramentas com grande poder de aglutinar ideias e provocar debates. E, principalmente, em chamar o cidadão à participação nas ações de interesse coletivo. Têm se mostrado, acima de tudo, eficaz instrumento de persuasão - de pressão mesmo - à classe política, com poder de decisão. E deve ganhar mais status ainda nas campanhas eleitorais deste ano, como já aconteceu em 2010. Se bem utilizadas e dentro das regras determinadas pelo direito à liberdade de expressão, essas redes (que fazem parte da realidade cotidiana de cada um de nós e estão dando vez e voz a muita gente que não tinha acesso à mídia) tendem, cada vez mais, a fortalecer a democracia em detrimento ao autoritarismo. Aos governos totalitários, que teimam em não aceitar os avanços sociais e suas consequências, cada vez mais benéficas, às populações de todas as nações do Planeta.
Foi assim que tivemos contato direto e imediato com a chamada "primavera árabe", que está levando de roldão antigas e atuais ditaduras. Dessa mesma forma se espalha, entre nações, o vírus do livre expressar do pensamento. Alguns mais letais à tirania e outros tentando ganhar a briga contra certos déspotas, que cismam com a eternização no poder. E trazendo à nossa realidade, foi assim também que os limeirenses se uniram contra o estado de corrupção que tomava conta da política local, dando um basta à carreira de alguns políticos. E num efeito dominó devastador, a outros tantos, que tinham a improbidade como lema. Essa história já foi contada - e ainda está sendo - e continua fresca na consciência de cada limeirense, que protestou e pressionou para uma limpeza ética, com esfregão e muito detergente.
Este, entretanto, não é o foco dessas minhas considerações. O que pretendo mostrar é outra questão, que também aflora com o crescimento das redes sociais. Estou falando das chamadas práticas de ofuscar a verdade com mentiras ou meias verdades. Das teorias conspiratórias, que vez ou outra surgem fortes e infestam páginas e páginas de informação, com afirmações desencontradas e que só confundem o cidadão. Podem até se tornar verdades, pela insistência de seus propagadores, que não sabem, às vezes, diferenciar um tomate de um melão. E olha que são bem diferentes. Inclusive no tamanho e cor.
É preciso que exorcizemos esses nefastos, que acreditam cegamenta naquilo que transmitem e até podem estar bem-intencionados, mas não entendem que estão alimentando justamente o mal, ao qual querem combater. E, ao fazerem a apologia desse suposto mal, na iminência de concretização, não percebem que antes de combatê-lo, apenas o alimentam, provocando o ressurgimento de alguns fantasmas, que não desencarnam nunca. Se são fantasmas é porque já estão mortos. Então vamos deixá-los no seu devido lugar em vez de trazê-los à vida. Vamos deixá-los arrastando as correntes de seus próprios pecados. É isso.

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