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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Um conto de fada às avessas. Era uma vez...

Quase cinco meses após o 24 de novembro de 2011, era uma vez uma... Por que era uma vez? A resposta é simples: havia um discurso. Um conto de fadas azul e belo. Teríamos um aeroporto internacional. Uma torre panorâmica de 120 metros de altura no ponto mais alto de Limeira, para observarmos a pujança do nosso município. Um moinho tipo holandês, para homenagear a imigração europeia e um portal alemão, justamente num dos bairros onde a maioria é de ascendência alemã. Indícios de uma cidade muito rica e que entraria para o topo dos municípios brasileiros, com qualidade de vida e altos índices de desenvolvimento. O aeroporto continua um monte de terra remexida. A torre, de conotação megalômana, foi abortada por pressão da própria socieade e o moinho e o portal pouco se sabe deles. O autor desse conto de fadas caiu com seus súditos e a realidade se abateu sobre todos por aqui. Os castelos, que pareciam sólidos, começaram a ruir e tudo está virando uma história de terror, com direito até a comida estragada servida às crianças atendidas pelo serviço de merenda terceirizada pelo município.

Repúdio e revolta
A realidade às vezes é dura. E dura por culpa daqueles que querem maquiá-la e, de certa forma conseguem, aproveitando-se da boa fé das pessoas, que acabam por apostar todas as suas fichas em cartas já marcadas e que terão um destino diferente do anunciado. É como aquela brincadeira com dominós enfileirados e em pé. Quando se derruba o primeiro, é uma sequência de quedas até a última peça.

Muito a cair ainda
Toda essa situação pela qual Limeira está passando ainda é uma incógnita e pouco se sabe sobre os próximos capítulos dessa triste história. Desse conto de fadas às avessas, que tomou conta da nossa realidade. O que parecia - pelo menos no discurso de quase oito anos - controlado, está sob o caos. E o fio do novelo puxado com a cassação de Silvio Félix da Silva (PDT), já tem quilômetros...

Errar para acertar
Por mais que tentemos falar de amenidades, para levantar o astral e sair do fundo desse poço, que parece não ter fim, a revolta nos empurra a novas reflexões, para que consigamos entender essa ópera bufa e passar tudo isso, com a máxima lisura, à opinião pública, que precisa ser esclarecida em cada detalhe. Quanto mais se tratar, com clareza e precisão, todos esses fatos, as chances de novos erros diminuem consideravelmente. Se erros servem para nortear futuror acertos, então a hora é essa. Se não se pode acertar já na primeira vez, então que se erre menos.

Porém, e como ...
...tudo tem um porém, vamos às notícias interessantes e positivas: as ações do prefeito Orlando José Zovico (PDT) em buscar solução rápida e adequada aos problemas deixados pelo seu antecessor. Tanto no caso da merenda, como no do transporte público urbano. Este segundo, remonta décadas e, nesse caso, não é apenas herança de Félix, mas de governos anteriores, passando por Paixão, D´Andréa, Paixão, Kühl e Pejon. Sempre com os governos adoçando os empresários do setor com os aumentos sem fiscalizar os serviços prestados. Enfim, nunca é tarde para "fazer o que tem que ser feito". Essa frase não me é estranha...

Por que não citei
Numa das notas desta coluna, na edição da última quinta-feira, 12, comentando sobre a questão da merenda, citei apenas dois vereadores - Silvio Brito (PDT) e Nilce Segalla (PTB) e um etc.. Muitos me perguntaram por que me esqueci da Iraciara Bassetto (PV) nesse quadro. Não esqueci. Apenas citei quem tinha poder para mudar aquela situação. O presidente da CPI e a relatora, respectivamente. Iraciara era apenas um voto contado na comissão, e seria sempre a favor daquilo que Félix mandasse. Com boa vontade e conhecimento, Brito e Segalla poderiam ter dado um novo rumo às investigações. Não teria chegado à essa triste situação. O ônus agora é dos dois. Que se expliquem.

Opinião objetiva
Na questão da descriminalização do aborto de bebês anencéfalos, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o que tinha que fazer. Garantiu o livre arbítrio ao martírio de muitos casais. É preciso explicar - e talvez poucos tenham entendido -, que a decisão do Supremo não obriga as mulheres a esse tipo de aborto. Apenas garante o direito à escolha em fazê-lo ou não, nos casos de anencefalia do feto. Foi, acima de tudo, uma decisão humanitária.

Pergunta rápida
Por que as diretoras de escolas nunca denunciaram a péssima qualidade da merenda em Limeira?

Vontade política
Quando há vontade política e interesse pelo bem comum, o serviço público é eficaz. Dois exemplos: os semáforos entre a Dr. Trajano e Alferes Franco e na baixada da rodoviária. Melhoraram o trânsito e a vida do pedestre nesses locais. Medidas simples, porém, de alcance prático. Por que não é sempre assim???

Deixo de publicar
A partir de hoje estou dando uma parada temporária nos tópicos "Se você quer ler" e "Eu Recomendo" desta coluna, publicada sempre aos domingos. Para dar um descanso ao leitor e abrir oportunidade para novas publicações de informações e análises. Este ano promete muito. Abro, também, oportunidade para sugestões dos leitores e mais participaçãos dos internautas, através do e-mail claudio.bontorim@gazetadelimeira.com.br e das redes sociais, Twitter (www.twitter.com/ClaudioBontorim) e Facebook (http://www.facebook.com/antonioclaudio.bontorim). A ideia é dar mais interatividade à coluna. Então vamos participar.

Frase da semana
"Se todo aborto é interrupção de gravidez, nem toda interrupção de gravidez é um aborto para fins penais". Do ministro Carlos Ayres Britto, do STF, ao justificar seu voto favorável ao aborto de bebês anencéfalos, que teve aprovação por 8 votos a 2, no próprio STF. Quinta-feira, 12, na Folha.com - Cotidiano.

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