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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Espólio eleitoral para não se desprezar

Ao sair na frente, publicando a primeira pesquisa eleitoral de 2012, com metodologia científica assinada por instituto qualificado, isento e sem interesses partidários, a Gazeta dá mostras de como será a corrida que vai definir o próximo prefeito em Limeira. Corrida esta, que não terá na largada - e nem na chegada - a figura do até então imbatível e carismático Silvio Félix da Silva (PDT), que teve o mandato cassado pela Câmara. Aquele, que elegeria até um poste e, em alta, era sondado por vários candidatos, que sonhavam em tê-lo como cabo eleitoral. Nas rodas de discussões políticas, as apostas giravam altas à espera do lance final, que seria dado, é evidente e por sua personalidade centralizadora, pelo próprio Félix.
Apesar de nos dias que antecederam o fatídico 24 de novembro de 2011, o então prefeito, ao circular com o secretário Gerson Hansen Martins à tiracolo, dava impressão de que já havia escolhido seu candidato. Balão de ensaio ou escolha consumada? Pergunta hoje sem resposta, pois outras figuras do alto escalão municipal, como Renê Soares, por exemplo, ainda sonhavam com esse verdadeiro toque de Midas, que seria o apoio de um prefeito reeleito com mais de 82% dos votos e que gozava de altíssima popularidade. Tudo isso, entretanto, é passado. Está morto e definitivamente sepultado.
As vertentes e possibilidades de cada candidato, agora sem o nome de Silvio Félix como sombra, foram muito bem traçadas pelo jornalista Rafael Sereno, ao analisar, na edição de ontem, preliminarmente a pesquisa Gazeta-Limite Consultoria, os números mostrados e os blocos, que começam a se formar. Se esta pesquisa contempla um cenário sem um grande puxador de votos, é preciso erguer um novo palco para tentar perceber, objetivamente, quem herdará o espólio de votos do prefeito cassado. Se ninguém mais quer ter seu nome atrelado ao de Félix, por motivos óbvios, também não pode desprezar essa massa eleitoral considerável.
Como, então, garantir essa herança e, ao mesmo tempo, desatrelar a fígura política do própiro Félix da campanha rumo ao Edifício Prada? Essa pergunta a pesquisa não responde, mas dá indícios de que haverá uma pulverização matemática, com possibilidades para os três nomes que encabeçam a lista: Eliseu Daniel, Lusenrique Quintal e Pedrinho Kühl. Com esse último ainda sem garantias de que concorra, por conta da Lei da Ficha Limpa nacional. Assim que a campanha começar, já nos primeiros momentos se saberá quem estará com o discurso mais afinado e vislumbrando todo esse potencial eleitoral deixado à deriva. E, da mesma forma, se definirá quem vai, mesmo que indiretamente ou nas entrelinhas, arriscar-se a se expor com as ideias de Félix. Apesar da longa caminhada, Eliseu Daniel segue como o maior beneficiário do abismo político em que se meteu Silvio Félix da Silva. Resta saber como ele lidará com os ataques dos adversários, que deverão ser pesados.

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