Na semana passada, após publicação da coluna Texto & Contexto da quinta-feira, 19, recebi um e-mail, irônico até certo ponto. Nem terminei de ler o conteúdo da mensagem, de apenas uma linha, e percebi que a referência recaía sobre a primeira nota (Afagos do poder), na qual comentava as tortuosidades da campanha política em Limeira e as trombadas entre partidários de uma mesma sigla, que ao não se entenderem contribuíam ainda mais para a desaglutinação política limeirense, hoje carente de lideranças na essência que o termo requer. Isto é fato.
O tempero da ironia estava ali misturado. Em poucas palavras. “Eu não fiquei sabendo ou já implantaram o voto distrital no Brasil?”, perguntou-me o leitor, pois entendera que com minha informação estaria tentando direcionar o voto ou propondo que os candidatos limeirenses são melhores que outros. Muito ao contrário. O que eu queria mostrar era justamente o descompasso existente dentro dos próprios partidos. Vocação ao egocentrismo. À vaidade pessoal em detrimento do social. Do conjunto. Da comunidade. Ao lhe responder - num primeiro momento também irônico - e expor minhas impressões, eu refletia sobre suas palavras, que aquela troca de mensagens estava desencadeando um novo processo. Comecei a enxergar alguma coisa além, que uma simples luz no fim do túnel.
Fica mais que evidente que no foco da questão, o da lembrança do voto distrital (utilizados em países como Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Alemanha), o que me chamou a atenção, direcionava-me justamente à campanha desta Gazeta no espírito “Valorize o que é nosso”, que não deve mais se ater apenas às questões políticas eleitorais, mas a todo um contexto que pode se expandir. Daqui para fora. Não estou falando apenas do chamado a eleger candidatos limeirenses - fica ao livre-arbítrio de cada um - mas de um debate muito mais amplo. E que pode estender-se além das nossas fronteiras, que é justamente sobre o voto distrital. E que pela sua abrangência - e definição teórica do sistema - é o gene perfeito e completo do que seja representatividade política de fato. Há quem seja contrário, mas é uma opinião e como tal deve ser respeitada.
Quando se percebe que uma campanha está mexendo com as pessoas, a ponto de provocar discussões e reflexões, está na hora de levá-la a extremos. Então por que não o voto distrital? Agora, em tom mais ameno, vou continuar o debate com o leitor!
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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