Nós sempre aprendemos alguma coisa. A nossa vida é um aprendizado constante, que não se esgota em si mesmo. Dos primeiros passos à procura dos braços paternos (um tombo aqui, um tropeço ali e sempre chegamos ao nosso objetivo) até a professorinha do bê-á-bá, lá no Jardim de Infância. Da universidade às bancas de dissertações e teses e pós-doutorado. O processo é dinâmico e se desenrola à medida que se ganha conhecimento e experiência para, quem sabe, alcançarmos a sabedoria, que não é inatingível, mas está num patamar muito além da genialidade. A sabedoria nos faz necessariamente mais humanos. A genialidade, nem sempre!
Se a oportunidade é de todos, o que impressiona mesmo é que muitos não sabem aproveitar as lições dessa vida efêmera e nem sabem para que vieram neste mundo. Ou se sabem preferem insistir no “é errando que se aprende”. E repetem sempre o primeiro e mais grosseiro erro, que é para não aprender mesmo. E quer melhor prova de que a genialidade nada tem a ver com a sabedoria? O universo político como resposta! Está cheio de gênios e escasso de sábios. Porque em política a melhor lição é aquela que não se ensina. E a teoria distancia-se da prática, como o rio da montanha, na busca pelo mar.
Dois exemplos, nesta semana, trouxeram à tona essa distorção. Uma “prova dos nove” de que alguns políticos gostam de recorrer sempre ao erro anterior para justificar outro futuro. O mais assustador deles foi a verborragia do ex-presidente cassado - hoje senador da República - Fernando Collor de Mello. Irritado com um repórter da revista IstoÉ, que mostrou sua ficha nada limpa, o homem que se dizia com “aquilo roxo” se escondeu atrás da imunidade parlamentar para, da Tribuna do Senado, num ataque pessoal ao jornalista, atingir a imprensa como um todo e a própria democracia, mostrando seu destempero dos tempos da Casa da Dinda. O tempo mostrou que ele perdeu de vez a razão, desnudando ainda mais sua personalidade violenta e doentia. Falta de decoro, que precisa ser punida.
O outro mostrado no Fantástico, flagrou a irresponsabilidade de vereadores de cidades o sul do País, que a pretexto de participarem de cursos e congressos, faziam turismo familiar com o dinheiro público. E ainda pediam recibos a maior. Depois corriam das câmeras ou se embaraçavam nas explicações. Assim como Collor revive seu curto mandato presidencial, os parlamentares flagrados em praias e cassinos insultam nossa inteligência. Aprender, que é bom, passa longe de seus princípios.
Antonio Claudio Bontorim
terça-feira, 10 de agosto de 2010
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