Agosto é um mês emblemático. Minhas saudosas mãe, avó e sogra não gostavam dele, pois ventava muito. Minha sogra dizia que não deveria se registrar filhos em agosto. Coincidência ou não, mamãe aniversariava dia 24 de agosto. E meu irmão faz aniversário dia 14. Tinham, ainda, outras broncas com o mês, tido de “mau-agouro” e “de cachorro louco”. Isso mesmo, devido à campanha de vacinação contra a raiva, embora a explicação mais conhecida seja que neste mês - agosto - há uma maior concentração de cadelas no cio, deixando os cães assanhados e, com isso, aumentando a incidência de contaminação entre animais sadios e infectados. Diriam, também, minhas mãe, avó e sogra, que era o “mês mais longo do ano, pois não acabava nunca”. Mitos e costumes acumulados por nossos ancestrais.
Não sei se por esse acúmulo de histórias ou por percepção, mesmo, agosto é um mês estranho. Iguais a todos os outros, mas estranho. Provoca certo frenesi, nada que nos faça sair por aí procurando água benta, benzimentos, despachos e outras crendices populares. Logo os 31 dias passam e a gente diz “graças a Deus”.
Para alguns políticos, é o fim das férias de inverno (não sei por que as têm!) e início do segundo semestre legislativo. Vereadores, deputados estaduais e federais e senadores voltam ao batente. E neste ano com trabalho dobrado, pois terão que se dividir entre os respectivos parlamentos e a tarefa de nos convencer porque devemos elegê-los - ou reelegê-los - para que possam, assim, ter as férias de verão e continuar nos seus respectivos postos. É ano de eleição!
Até na política agosto é peculiar. No calendário eleitoral, elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE - acesse o site http://www.tse.gov.br e clique no banner Calendário Eleitoral), tem ‘último dia’ para tudo. Inclusive para as decisões dos juízos eleitorais e para o próprio eleitor. E começa a valer amanhã, dia 4, estendendo-se pelos dias 6, 9, 11 (outra data carimbada de agosto, com o Dia da Pendura, para os estudantes de Direito), 14, 15, 17, 19, 24, 25, 28 e 30. É o dia 17 de agosto, entretanto, que marca, definitivamente, o ano eleitoral e dá aquela impressão de que, dai para frente, teremos muitos candidatos, babando feito loucos, atrás do voto: começa a propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV. E todos se apresentarão com suas fichas limpíssimas. Alvas. E batendo no peito: “eu sou santo”, numa ladainha que vai até 30 de outubro. Isso só no primeiro turno. É, pensando bem, agosto não é tão ruim assim. Só tem 13 dias de propaganda eleitoral.
Anotnio Claudio Bontorim
terça-feira, 3 de agosto de 2010
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