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terça-feira, 5 de maio de 2015

A vida civilizada e suas implicações



O código de posturas já está valendo em Limeira. É lei e, com ela, chega ao cidadão uma porção de regras e de condutas que deverá seguir e ter daqui para frente. Ou melhor, do que ele não poderá fazer, para não cair nas garras da fiscalização e, com isso, aumentar seu leque de compromissos financeiros com o erário, através das multas. Fora as bizarrices descritas na nova ordem e que nela nem deveriam estar por conta da própria noção de ridículo do cidadão, a ideia não é ruim. Se não há um mínimo respeito para com o próximo e ao patrimônio público, o que esperar de situações cotidianas que colocam as pessoas em desacordo com as mais simples normas de comportamento dentro de seu meio social? Não muito ou quase nada, porque ele é recorrente nas suas ações depreciativas perante a sociedade. É esperado, pelo bom senso (?) de cada um, que não se cuspa, urine ou defeque em logradouros públicos. Mesmo em extrema necessidade de um surto diarreico. Como se espera também, que não se atirem papeis pelas ruas, calçadas e praças. Um simples papel de bala, que seja. Principalmente a ser levado em consideração que todos nós, e nesse caso também me coloco nessa definição, somos seres civilizados e conscientes de nossos deveres e defensores de nossos direitos elementares.
Se o bom senso não prevalece, como escrevi acima, a regulação é uma saída mais que necessária, a partir de que não afete o elementar direito de ir e vir da população. O que não é o caso nesse novo código de posturas. Que vem, também, agrupar num único guia, pequenas outras legislações que tratavam do mesmo tema, mas fragmentadas em modalidades diferentes e direcionadas. Há pontos bem específicos e que merecem atenção especial, mas carecem de uma ampla divulgação e, através desta, uma conscientização imediata. E duradoura. E isso se dará apenas através de um amplo conhecimento das novas regras e o conjunto delas.
Se a prefeitura promete fiscalização rigorosa e quer de fato fazer valer o novo código de posturas, inclusive agindo no órgão mais sensível do ser humano, que é seu bolso, ela tem obrigação de fazer chegar ao contribuinte esse novo manual. Pois só assim poderá cobrar eficácia na aplicação da lei e chamar a responsabilidade de cada um à sua obediência. Mesmo que seja obrigação implícita na própria condição humana, que é a da inteligência. Essa é a responsabilidade do poder público, que deve mostrar, com transparência, o que espera de cada um de nós e como devemos contribuir para isso. Seria interessante colocar tudo isso dentro desse manual, acima citado, e disponibilizá-lo em domicílio. Quem sabe assim não haverá, de fato, uma mudança de conduta que possa trazer novos e civilizados ares à comunidade como um todo. Sem esperar apenas de alguns, o que se pode obter de todos. Tanta coisa se faz de inútil em nome da política, por que não pensar numa ação útil desta vez. O processo civilizatório da humanidade só foi possível devido à informação. Cada época à sua maneira. Por que não se aproveitar disso?   

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