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domingo, 12 de abril de 2015

Um assunto que não se esgota. Debate-se



A pauta negativa da semana que passou e, com certeza, tema de muitos comentários, análises e postagens pelas redes sociais, foi o imoral aumento aprovado na Câmara Municipal de Limeira, de 103% - e alguns quebrados – para os vereadores a partir da próxima Legislatura. 2017, portanto. Mas a questão que se discute e que leva aos mais acalorados entendimentos, não é a legalidade ou não do projeto da Mesa Diretora, aprovado de forma tumultuada na sessão da última segunda-feira, 6. Parece-me, e pelo próprio regimento interno da Casa, que é legal. Tanto o projeto, quanto o porcentual apresentado. O que se propõe, e é o mais adequado, é debater sobre a moralidade da proposta. Porque nem tudo que é legal, é moral. E esse é um caso típico de legalidade com imoralidade. Não pelo reajuste aos vereadores, mas pelo próprio índice apresentado – e aprovado – que é um verdadeiro acinte à sociedade. Um desrespeito com a classe trabalhadora, patrocinado com o dinheiro público. O dinheiro do contribuinte, que afinal das contas é quem vai pagar a conta. Trocadilho proposital, este.

Debate inesgotável
Durante a semana e sob lágrimas de alguns vereadores arrependidos, outros silenciosos e omissos, falou-se muito. Escreveu-se mais ainda. E sem a perspectiva de que esgotar o assunto, que ainda estará na pauta da mídia. E da própria política local. E sem qualquer perspectiva de uma saída honrosa por parte de quem quer que seja. O Ministério Público (MP), vai entrar na jogada, mas aparentemente sem muito o que fazer.

Na calada da noite
Não vou me alongar no tema, pois estaria discorrendo aqui e por vários outros domingos, sem conseguir conclusão alguma, que não desse margem para novas discussões. Vou bater, ainda, na questão da imoralidade da proposta, no momento nada propício a apresentá-la e, principalmente, na forma como foi votada. No apagar das luzes, que é onde se originam as maiores calamidades da história.

É “cem” ou “sem?”
Posto isso, vamos a outros assuntos, mas ainda relacionados com nossos nobres vereadores. Em especial com o presidente da Câmara, o vereador Nilton Santos (PRB), que na última quinta-feira, 9, fez o balanço dos 100 dias de sua gestão frente à Presidência do Legislativo Municipal. Do ponto de vista de benefícios à população, com certeza nada a declarar. Troca-se, aqui, o cem pelo sem. E ponto.

Tudo tem limites
Não vou expor aqui a prestação de contas do vereador, que já está muito bem descrita em matéria da jornalista Érica Samara da Silva, publicada na última sexta-feira nesta Gazeta. Vou apenas deixar claro, ao vereador-pastor, que assim como eu, a indignação da opinião pública com seus arranjos e sua vaidade é um alerta para que pense bem em seus próximos atos. Se “lixar” para a opinião pública não é recomendado.

Hoje, 12 de abril
Vai-se o domingo, com novas manifestações agendadas pelas redes sociais contra a presidente Dilma Rousseff e contra o seu partido, o PT. Enquanto o leitor estiver iniciando a leitura desta coluna, não conheço ainda as dimensões dos protestos. E qual foi seu crescimento em relação ao primeiro. Ou arrefecimento. Tudo é possível.

O balanço do dia
Mesmo porque, ao contrário, da realizada no 15 de março, a mídia tratou de esfriar o assunto, com pouca divulgação. As próprias redes sociais também não fizeram tanto barulho assim. Não entendi por que, mas vamos esperar o balanço. O importante, porém, é que o ímpeto ‘militarista’, parece ter acalmado, pelo pouco apoio que teve.

Foi bizarrice total
A continuidade da sessão ordinária da Câmara, na última quinta-feira, 9, foi um verdadeiro circo (a quem peço desculpas pela comparação). Empurrões, papéis rasgados, gritos e o presidente, Nilton Santos, encerrando a sessão por conta da situação que os próprios vereadores causaram. O populismo protagonizado pelo vereador Júlio César Pereira dos Santos (DEM) foi o ápice. O fechamento do espetáculo.

Melhorou demais
Da Câmara para o Prada. Apesar das dificuldades em manter uma agenda positiva, uma coisa é certa na administração Paulo Hadich (PSC), a abertura de alguns secretários municipais aos jornalistas vem melhorando. Não estão se furtando a atender à imprensa e sempre de forma cordial, com respostas diretas e informações importantes.

Sem intermediário
O importante de todo esse processo comunicacional é que essa parcela do secretariado, que atende bem aos repórteres, não é mais dependente da assessoria de comunicações da prefeitura. Essa intermediação, que atravancava o processo por busca de respostas, parece ter chegado ao fim. Afinal, autonomia é importante. Principalmente pela transparência que as informações do poder público requerem.

Nem alho e nem...
...bugalho. Hoje, felizmente, a maioria das Secretarias tem essa autonomia. Um ou outro secretário é mais reticente e “difícil”. O que é preciso levar em consideração nessa cadeia de ações é que informação jornalística não pode, nunca, ser confundida com propaganda. O interesse público está acima de tudo isso. Qualquer tutela é inaceitável.

Está murchando
Muita timidez pelas redes sociais nos últimos dias. Debates acalorados e as contumazes tarjinhas pretas de luto em perfis de Facebook, de repente sumiram. Intrigante.

Pergunta rápida
Você acredita em vereador arrependido?

Febeapá infinito
Se o jornalista Sérgio Porto, o impagável Stanislaw Ponte Preta, fosse vivo, com certeza ainda não teria esgotado seus ‘febeapás’ – festival de besteiras que assola o país – seu livro mais conhecido. O episódio dos ratos durante os depoimentos do tesoureiro o PT, João Vaccari Neto, na CPI da Petrobrás seria uma cereja no bolo para o ilustre membro da família Ponte Preta. Ele, com toda certeza, sairia em defesa dos pobres roedores, que não mereciam tamanha humilhação. A concorrência foi desleal. 

Nota curtíssima
Após a Lei Áurea, o Brasil está prestes a entrar numa nova era escravagista.

Frase da semana
“Com o novo salário, vereadores não irão mais mendigar cargos”. Do presidente da Câmara, vereador Nilton Santos (PRB), ao justificar o aumento de 103%, durante coletiva dos 100 dias. Na Gazeta de Limeira. Sexta-feira, 10

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