Apesar do atraso – e que
atraso – e do empurrar com a barriga e todas as distensões de datas prováveis
para ganhar seu novo espaço, não deixa de ser uma boa notícia os últimos
preparativos para “reinaugurar” a biblioteca pública, que contém várias
bibliotecas juntas, em seu novo espaço conforme mostrou esta Gazeta no
último domingo. Lá se vão cinco anos – dois com Félix, um com Zovico e, agora,
mais dois com Hadich – até o anúncio para
a retomada de suas atividades em sede definitiva, arejada e ampla, que ganha
contornos de centro cultural. Muito feliz a jornalista Daíza Lacerda em sua
matéria que mostra, também, um pouco da história da biblioteca municipal, fonte
de consultas para estudantes e de leitura, de muita leitura para os aficionados
por livros. Sai, portanto, do aperto para a largueza, garantindo conforto aos
usuários, que logo mais estarão lotando suas dependências no Parque Cidade, em
prédio reformado e reformulado para recebê-la. Do jeito que estava não poderia
mais ficar, mesmo que temporariamente (que durou um tempão), desde sua saída do
prédio anexo ao museu, que receberá novas atividades e serviços, assim como o
próprio museu, que voltará às suas atividades fins. Outra grande notícia,
também mostrada por esta Gazeta recentemente.
Muito tempo de fato para uma
transformação necessária e que mostra, mais uma vez – e como sempre escrevi –
como a política provoca a descontinuidade de obras por conta de uma intenção em
não ligá-las a administrações passadas. Às que deram origem e início à sua
realização, para nelas embutir marca própria. Como se o passado pudesse ser
apagado com logotipos e nomes. A história é contada como ela é e não como
muitos querem: contá-la com as próprias palavras. Uma política que atravanca o
desenvolvimento e deixa o cidadão à mercê do humor do momento. E o novo prédio
da biblioteca João de Souza Ferraz é um exemplo vivo dessa situação, que se
arrastou por anos até este dia tão esperado da proximidade de sua volta ao
usufruto dos limeirenses. E, principalmente, das transformações e inovações
pelas quais passou. E foi muito feliz, também, o título que a jornalista
estampou em sua matéria: “No Parque Cidade, novo recanto para viajar na
leitura”. Bem a propósito do que o local irá de fato representar daqui para
frente.
Que não entendam os atuais
mandatários, como é de praxe acontecer, essa análise como uma crítica pura e
simples a esses atrasos – os mandatários anteriores também têm sua parcela de
culpa, e em igual proporção – mas uma tentativa de mostrar o quanto é
importante a dinâmica da continuidade de uma obra, mesmo que ela tenha outra
marca no seu início. A política partidária, essa que atrasa, está na hora de
acabar. Nem deveria existir. E pensar no bem-estar da sociedade como um todo.
Não só na plaquinha e na data de sua oficialização. E assim que a nova
biblioteca for reaberta, será, sim, uma vitória inegável para a atual
administração municipal. E uma importante vitrine também. Os dividendos
políticos seriam maiores ainda, se a preocupação em não tentar apagar o passado
fosse uma mera casualidade. Não uma obsessão.
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