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domingo, 16 de novembro de 2014

Se 2014 está indo embora, que venha 2015

A eleição já passou. Novembro chegou e, com ele, a espera pela chegada do fim de ano revela as expectativas de todos, e em todos os segmentos. No político, conta mais o início de 2015 do que propriamente o fechamento de 2014. Não haverá transmissão de cargo, apenas o reinício de um novo mandato à presidente Dilma Rousseff (PT), que com certeza não será nada fácil. Para ser suave nessa análise, será de enormes desafios, tanto técnicos como dentro da própria esfera política, que terá um peso ainda maior, devido ao crescimento da aposição e, mais que tudo, da oposição dentro do próprio governo, que se encarna no PMDB e também no PT, partido da própria presidente. Briga de gigantes, para estabelecer hegemonia e poder. O maior desafio, entretanto, será na economia e, por enquanto, não dá para analisar, por que o novo ministro da Fazenda, que substituirá Guido Mantega, ainda não foi escolhido. Apenas um nome, que agita os mercados de tal forma, pode transformar a tempestade em bonança. Ou em tsunami. Um nome, que não pode entrar no jogo de empurra dos partidos da base aliada, mas sim por sua capacidade técnica   

Compasso de espera
A questão é que essa indefinição política mexe com toda a conjuntura socioeconômica e, principalmente, daqueles que estão em ritmo de espera para poder investir ou não. E o reflexo de tudo isso concentra-se no comércio, que é a grande estrela deste período, considerado uma verdadeira mina de ouro para os empresários do setor. E também oportunidades dentro do próprio mercado de trabalho.

O bom... e o melhor
As entidades que representam o setor também não conseguem se entender quanto aos números. Uns, mais otimistas, esperam repetir ou até crescer sobre 2013, mas há pessimistas, também, que estão retardando suas próprias expectativas, para não dar um passo em falso. Se o marasmo em que se encontra a economia nacional pautar esse dinâmico setor, os pessimistas saem na frente. Então...

É preciso definição
O movimento ainda é de avaliação e oportunidades. Se há um atraso na busca por reforçar seus times de vendas para as festas de Natal e ano novo, não há desconsolo total, e isso é bom. Talvez o grande mote para dar o start nessa movimentação seja, de fato, a definição em torno de quem vai gerir a economia do País de 2015 em diante. Um pouco mais de sensibilidade do governo é a deixa.

E tem que ser logo

Para fazer o País correr, em vez apenas de andar, é preciso que o combustível seja de ótima qualidade. E na avaliação de especialistas, passa justamente pela escolha do novo ministro da Fazenda a arrancada para um novo tempo de prosperidade. Fazer jogo político e de acomodação só emperra todo esse processo. Seria um sinal de boa vontade e, principalmente, de fortalecimento da economia.

Olho no consumo
Em Limeira também há um compasso de espera, e talvez até uma prudência exagerada, no segmento comercial. O de varejo, que atende o consumidor direto, está no “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”. Como se trata de um setor que tem na criatividade sua melhor competência, está nas mãos dos empresários e dos próprios trabalhadores a garantia do sucesso. Com ou sem crise econômica. 

Aposta  necessária
O que move todo esse mercado do consumo direto, entretanto, é a capacidade industrial que estagnou e vai perdendo nutrientes diariamente. Alie-se a isso a pouca – ou nenhuma – capacidade de o Município atrair novos investimentos e a equação se fecha. E nesse caso não há milagres, mas soluções técnicas e de ordem estrutural, o que não impede a busca pelas criativas. Que pode ser um diferencial, pelo menos, neste período  

Sempre bem-vindo
Iracemápolis acaba de anunciar uma nova empresa. Uma fábrica de telhas, que investiu R$ 14 milhões e vai investir mais. São 90 empregos, 80 dos quais para iracemapolenses. Os números não são espetaculares, mas  positivos. Limeira nem isso consegue. 

Exemplo às avessas
Quando as fotos conseguem expressar o seu próprio conteúdo, o texto é apenas um acessório. E esta, do repórter-fotográfico JB Anthero, da Gazeta, é uma delas, cujo significado traduz total imprudência.  A Prefeitura de Limeira, através da Secretaria de Mobilidade Urbana, deu início a um projeto de instalação de grades de proteção aos pedestres nas calçadas. Outros 30 pontos também deverão receber os gradis. A primeira etapa aconteceu na calçada da escola Professora Flora de Castro Rodrigues. Na tarde de quinta-feira, ao se dirigir ao local para fotografar a novidade, que se tornou matéria jornalística, o flagrante foi muito feliz, do ponto de vista do profissional, e infeliz, ao mostrar tamanha falta de consciência do pedestre. Enquanto a maioria trafegava pela calçada, um senhor se arriscava andando pela rua, ao lado da grade.

Descuido perigoso
A foto, estampada na primeira da edição da sexta-feira, e com destaque, nos remete aos constantes apelos à consciência do cidadão, que se arrisca quando poderia estar protegido. Tal qual o pedestre que atravessa uma rodovia movimentada, a poucos metros de uma passarela. Cena comum na Limeira-Piracicaba ou via Anhanguera.

Uma razão ausente
A atitude desse cidadão, que talvez até se identifique com a foto, reflete a falta de educação no trânsito, tal qual o motorista que dirige alcoolizado ou mesmo falando ao celular. É um risco desnecessário que, a despeito de toda a exploração da mídia, não deixa de ser presenciado constantemente pelas ruas e avenidas da cidade. O que não é, com certeza, exclusividade de Limeira. Se o poder público é cobrado por ações que garantam a segurança da população, o mínimo que se espera é retribuição com consciência.

Com chapéu alheio
Na última quarta-feira, o prefeito Paulo Hadich (PSB) exibiu em sua página pessoal do Facebook uma foto sua e pequeno texto sobre as obras de acesso ao Shopping Nações, cujas obras “encontravam-se em ritmo acelerado”. Era a informação. Na realidade se trata de uma retomada de obra iniciada pelo próprio shopping, que vai servir ao acesso.

Abandono sem fim
O dinheiro público infelizmente não tem dono mesmo. A não ser o próprio contribuinte, que “investe” em impostos, taxas e contribuições, que dificilmente retornam em seu próprio benefício. E Limeira é rica nesses exemplos. Depois de mostrar o abandono do Palacete Levy, que sediou por mais de três décadas a Câmara Municipal e onde morou a primeira prefeita do País, Maria Tereza de Barros Camargo, agora é a vez do que restou a Machina São Paulo, espaço que tem projeto e obra iniciada, mas está abandonado e terá, segundo a Prefeitura, nova destinação. Falta apenas explicar o que vai acontecer com o dinheiro já investido nas obras, que começaram lá atrás. E os cofres públicos...

Pergunta rápida
Quem é, de fato, oposição ao governo, o PSDB ou o próprio PT?

Consciência zero
Não é só o poder público que deve zelar pelo próprio patrimônio. A população também deve ter papel fundamental na fiscalização e bom uso dos próprios públicos, uma vez que se trata de um bem comum. Já citei, em nota anterior, que é fácil cobrar responsabilidade do poder público. Difícil é assumir a responsabilidade que leva à cidadania plena. O banheiro público da Praça Toledo Barros, bastante criticado por usuários de uma maneira geral, foi totalmente reformado e entregue no início da última semana e, nem um dia se passou, e já estava danificado pela ação humana. Uma válvula de descarga quebrada e uma torneira destruída, interditadas para o uso, conforme mostrou também esta Gazeta na última sexta-feira. Qual é o objetivo de tamanho vandalismo?

Nota curtíssima
A viúva Porcina da política é o PMDB, aquele que sempre é, sem nunca ter sido.

Frase da semana
"Lava Jato poderá tirar do Brasil imagem de 'república das bananas'". Do jurista Walter Maierovitch, sobre as prisões de empresários envolvidos no caso Petrobras. No UOL Notícias-Política. Sexta-feira, 14.

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