Confesso.
Sou, hoje, um aficionado pela preservação de qualquer patrimônio histórico ou
cultural que resgate o passado de forma a mantê-lo vivo na memória daqueles que
vivenciaram seu apogeu e, principalmente, na das gerações futuras, para que não
percam o contato com sua própria história. Mas
não foi sempre assim, e mais adiante explicarei o porquê. Passado,
presente e futuro se entrelaçam, de tal forma, que o descuido ou um momento de
desatenção com as experiências vividas, e pode ser tarde demais para a
construção dessa identidade. E quando o descuido se torna o principal algoz
dessa preservação, então está na hora de rever conceitos e pensar, com
seriedade, nos erros cometidos e o que fazer para não repeti-los. E, dessa
forma, garantir que o pouco que ainda resta não desmorone perante nossa
ineficiência ou desinteresse, ou se perca na falta de planejamento de quem,
definitivamente, deveria estar atento a essas questões.
São
duas as experiências que quero retratar aqui, levando em conta a autorização,
dada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e mostrada por esta Gazeta
na edição do último sábado, para que alguns prédios da baixada da Estação, na
Barão de Cascalho, sejam demolidos. Em nome de um empreendimento que pouco está
preocupado com a história e muito menos com o patrimônio cultural e da
especulação imobiliária. A primeira delas, seria ingênuo de minha parte achar
que questões financeiras não estão envolvidas nesse processo, assim como não
acreditar que aquelas paredes desabem a qualquer momento, de forma “acidental”.
Já vi essa história antes e, tenho certeza, não será diferente agora. Não está,
aqui, em discussão, a decisão técnica dos desembargadores do TJ e nem o
interesse do referido empreendimento. Mas, sim, a inoperância do poder público por
não ter agido antes que a deterioração daqueles imóveis chegasse a esse ponto
crítico. Penso que o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Limeira
(Condephali), apesar de afirmar o contrário, também tem sua parcela de culpa. Sem
trocadilhos, não se pode esperar que tudo caia no colo. O mínimo a fazer nem
sempre é o suficiente.
A segunda, uma experiência pessoal, que tive lá nos anos de 2002 e 2003 – e que ratifica todo o meu comentário acima – ao tentar resgatar a história da imprensa limeirense. As dificuldades em reunir material histórico (antigas edições de jornais e revistas), que estava jogado (e esse é o termo correto mesmo) em prateleiras na antiga biblioteca municipal, à mercê do desgaste provocado pelo tempo e pelas intempéries climáticas. Consegui registros importantes. O que me assustou, entretanto, foi que pouco pude resgatar da história mais recente, porque eu havia me descuidado de arquivos pessoais, que retratavam minha participação no processo comunicacional limeirense. Senti, por não ter sido mais atencioso com o material que dispunha em mãos, como sendo impossível conseguir exemplares de outra forma. Fui omisso e dei pouca atenção aos detalhes, que mais tarde me privaram de registros importantes acerca do tema que pesquisava. É o mesmo caso dessa omissão e descuido do poder público com os casarões históricos da Barão de Cascalho, pois mais adiante estaremos privados de sua arquitetura e do que representaram lá atrás. Foi-se empurrando responsabilidades, que logo mais empurrarão para deitá-los ao chão.
A segunda, uma experiência pessoal, que tive lá nos anos de 2002 e 2003 – e que ratifica todo o meu comentário acima – ao tentar resgatar a história da imprensa limeirense. As dificuldades em reunir material histórico (antigas edições de jornais e revistas), que estava jogado (e esse é o termo correto mesmo) em prateleiras na antiga biblioteca municipal, à mercê do desgaste provocado pelo tempo e pelas intempéries climáticas. Consegui registros importantes. O que me assustou, entretanto, foi que pouco pude resgatar da história mais recente, porque eu havia me descuidado de arquivos pessoais, que retratavam minha participação no processo comunicacional limeirense. Senti, por não ter sido mais atencioso com o material que dispunha em mãos, como sendo impossível conseguir exemplares de outra forma. Fui omisso e dei pouca atenção aos detalhes, que mais tarde me privaram de registros importantes acerca do tema que pesquisava. É o mesmo caso dessa omissão e descuido do poder público com os casarões históricos da Barão de Cascalho, pois mais adiante estaremos privados de sua arquitetura e do que representaram lá atrás. Foi-se empurrando responsabilidades, que logo mais empurrarão para deitá-los ao chão.
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