Apesar da longa e dolorosa estiagem, que está obrigando administradores públicos e empresas de saneamento a ações restritivas e, por vezes, impopulares¸ é sempre bom ler notícias de investimentos contra enchente, o lado negativo da chuva. E o estudo sobre áreas de risco e o desenvolvimento de projetos básicos de intervenções necessárias às correção desses problemas, são o ponto de partida para qualquer prática que possa aliviar o sofrimento, que o excesso de água também pode causar. E, para que isso ocorra de forma programada e seja viabilizado na prática, o planejamento é fundamental para obter resultados positivos nesse processo. E o sucesso de intervenções dessa natureza passa, primordialmente, pelo reconhecimento da causa, que precisa ter seus efeitos reduzidos por ações concretas e opções viáveis às suas realizações. E, principalmente, recursos financeiros disponíveis.
Parece-me – e essa foi a primeira impressão que tive ao ler sobre o tema – que o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), elaborado pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Limeira e muito bem detalhado, em manchete desta Gazeta do último domingo, contempla essas necessidades. No caso do limeirense, que há anos sofre com enchentes quando elas vêm, que atingem áreas bastante conhecidas nas mais diversas regiões do Município, o diagnóstico já é conhecido, faltando agora a prescrição do melhor remédio para o seu tratamento. Com os pontos críticos listados e muito bem descritos na matéria da jornalista Daíza Lacerda, o PMRR já tem projetadas as soluções, há muito pedidas pela população. Especialmente aquela que vive nessas áreas de risco.
Outras administrações públicas, ao longo de um período de 30 anos, e que passaram por grandes enchentes – inclusive com destruição e mortes – sempre optaram em remediar com soluções pontuais e localizadas. Só que esperavam a chuva chegar para depois correr atrás da enxurrada, quando já havia levado tudo o que encontrava pela frente. Não me recordo, pelo menos nessas últimas três ou quatro décadas, de nenhum prefeito que tenha apresentado um plano, como esse agora, detalhado pelo presidente do SAAE, Osmar da Silva Júnior. Como Limeira perdeu muito investimento público pela ausência de projetos básicos, espera-se, agora, que com o PMRR, esmiuçado da forma como foi, haja uma mudança de direção e tudo caminhe para a segunda parte do programa, que é a busca pelo dinheiro necessário às obras, avaliado pela própria autarquia, em torno de R$ 19 milhões. Espera-se, no mínimo, que não seja mais um projeto engavetado e tenha sucesso na sua execução. No papel ele já está. Agora é preciso que se transforme em realidade. Ou melhor, em obras efetivas e que contribuam definitivamente para a melhora da qualidade de vida do limeirense. Afinal, a prevenção sempre tem o melhor custo-benefício, mais do que qualquer remediação. E todos sabem muito bem disto.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
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