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domingo, 1 de dezembro de 2013

Uma segunda-feira cheia na Câmara Municipal

Já fiz, ao longo da semana que passou, alguns pequenos comentários sobre dois aspectos da atuação da Câmara Municipal de Limeira. Ambos, envolvendo situações completamente distintas, mas que não deixaram de mexer com o imaginário político da cidade. A primeira delas foi o comparecimento – e por si só é uma novidade – do prefeito cassado Silvio Félix (PDT) para depor na CPI do Aeroporto. O fato novo esteve, justamente, nessa aparição pública de Félix, em meio a tantas turbulências judiciais que o vêm acometendo e à sua família. O ex-prefeito em nada acrescentou, do que já não se sabe, à comissão que investiga o planejamento e os gastos com as obras do “futuro” aeroporto. Só que desta vez ele se dispôs a falar, o que já é um bom começo. E a mídia tem, sim, que dar cobertura ao acontecimento, ao contrário do que pregaram alguns, pois faz parte da história política limeirense e tudo o que se puder esclarecer sobre a “era Félix” é bem-vindo. O segundo aspecto é a aprovação de projeto do vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB), sobre a comercialização de carne moída previamente embalada.

Fora, bandejinha!
Há que se louvar a iniciativa do vereador Tigrão, pelo alcance de seu projeto, que agora é lei e vai à sanção do prefeito Paulo Hadich (PSB). Além de uma preocupação com a saúde pública, que deve vir em primeiro plano, trata-se de uma maneira eficaz de proteção ao consumidor e à economia popular, uma vez que esse consumidor não consegue controlar – e nem fiscalizar - a qualidade da carne vendida.

Respeito à saúde
Quando se fala em saúde pública, é preciso observar as condições de higiene no processo dessa carne moída e previamente embalada. Há tempos a Vigilância Sanitária vem realizando fiscalizações junto aos mercados e hipermercados da cidade, constatando muitos problemas. Inclusive divulgados por esta Gazeta. Quando o consumidor chega à gôndola, a bandeja está lá. A compra é feita no escuro.

Gato por lebre...
E no que diz respeito à economia popular, essa conta é mais simples, porém, não menos perniciosa. Se a embalagem está na gôndola, com rótulo e prazo de validade, a questão é saber que tipo de produto está sendo adquirido. Em muitos casos, apenas diz que é “carne de primeira” ou “carne de segunda”. Não traz, porém, qual é o corte moído. Ou se é uma mistura de tudo. É coxão-duro por patinho.

E pode demorar
Se por acaso a lei for sancionada, é evidente que a população terá que perder um pouco mais de tempo nas filas dos açougues, mas pelo menos poderá escolher o que vai levar para casa. Troca justa.

História antiga
A questão da higiene com produtos processados, em especial as carnes, é muito antiga. Ainda no início do Século XX, o jornalista Upton Sinclair, em seu livro “The Jungle” (“A Selva”), mostrava as péssimas condições de trabalho, e principalmente higiene, nos frigoríficos de Chicago. Em 2001, outro jornalista, também americano, Eric Schlosser, vai pelo mesmo caminho com seu livro “País Fast Food”, numa abordagem realista e não menos dura que Sinclair sobre o que está por trás das tradicionais redes de alimentação.

E está no forno
Já é possível sentir no ar um cheirinho leve, mas presente, de mozarela derretida com orégano no forno à lenha. Ao que tudo indica, a CPI da Dengue, que está apurando alguns contratos um tanto quanto pulverizados, parece já ter caminho certo: comemoração em uma pizzaria. A mesa, composta praticamente por governista, à exceção de José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD), rejeitou nova prorrogação e pedidos de acareação.

Outro relatório
Além de novas oitivas, por todas as contradições apresentadas nos depoimentos até aqui colhidos, o que seria possível, Zé da Mix pediu nova acareação entre alguns dos envolvidos, entre eles o ex-secretário de Saúde, que voltou à Câmara, Raul Nilsen Filho. Elementos e provas para isso havia. O oposicionista deve apresentar relatório apartado.

Pergunta rápida

Será que a velha e saborosa pizza está de volta à Câmara Municipal de Limeira?

Dor de cabeça...
...ou mais um capítulo de uma história mal contada? Assim é que é. A eleição municipal em Limeira foi em outubro de 2012. Teve um vencedor. O perdedor, porém, que nem a elegância de reconhecer o resultado das urnas teve, num primeiro momento, foi aos tribunais tentar reverter no chamado “tapetão”. Entre idas e vindas, vitórias e derrotas, a ação volta a Limeira para novas provas e depoimentos contra o eleito Paulo Hadich (PSB). O recomeço dessa história pode dar mais dor de cabeça ainda a Hadich. Se o novo capítulo pode beneficiar Lusenrique Quintal, o derrotado, é difícil prever. A novela vai continuar.

Nota curtíssima
A excelência da administração pública está em promover o bem comum. Sem locupletação.

Veneno é veneno
Quando estourou o escândalo do mensalão do PT, em 2005, véspera de ano eleitoral, PSDB e DEM foram cozinhando as denúncias até 2006, dizendo que fariam o presidente Lula sangrar até a última gota. Agora, 2013, véspera de ano eleitoral novamente, descobre-se o propinoduto dos trilhos do PSDB. Investigação evoluindo, o CADE anuncia que deixa para 2014 o processo contra as empresas do cartel. Lula não sangrou. E o PSDB, vai sangrar?

Frase da semana

"Enquanto a Black Friday nos Estados Unidos é um dia de negócios, no Brasil ele é conhecido como o dia da fraude". Da revista norte-americana Forbes, sobre as vendas brasileiras. Na sexta-feira, 29, no UOL Economia.

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