Já fiz, ao longo da semana que passou, alguns pequenos comentários sobre dois aspectos da atuação da Câmara Municipal de Limeira. Ambos, envolvendo situações completamente distintas, mas que não deixaram de mexer com o imaginário político da cidade. A primeira delas foi o comparecimento – e por si só é uma novidade – do prefeito cassado Silvio Félix (PDT) para depor na CPI do Aeroporto. O fato novo esteve, justamente, nessa aparição pública de Félix, em meio a tantas turbulências judiciais que o vêm acometendo e à sua família. O ex-prefeito em nada acrescentou, do que já não se sabe, à comissão que investiga o planejamento e os gastos com as obras do “futuro” aeroporto. Só que desta vez ele se dispôs a falar, o que já é um bom começo. E a mídia tem, sim, que dar cobertura ao acontecimento, ao contrário do que pregaram alguns, pois faz parte da história política limeirense e tudo o que se puder esclarecer sobre a “era Félix” é bem-vindo. O segundo aspecto é a aprovação de projeto do vereador André Henrique dos Santos, o Tigrão (PMDB), sobre a comercialização de carne moída previamente embalada.
Fora, bandejinha!
Há que se louvar a iniciativa do vereador Tigrão, pelo alcance de seu projeto, que agora é lei e vai à sanção do prefeito Paulo Hadich (PSB). Além de uma preocupação com a saúde pública, que deve vir em primeiro plano, trata-se de uma maneira eficaz de proteção ao consumidor e à economia popular, uma vez que esse consumidor não consegue controlar – e nem fiscalizar - a qualidade da carne vendida.
Respeito à saúde
Quando se fala em saúde pública, é preciso observar as condições de higiene no processo dessa carne moída e previamente embalada. Há tempos a Vigilância Sanitária vem realizando fiscalizações junto aos mercados e hipermercados da cidade, constatando muitos problemas. Inclusive divulgados por esta Gazeta. Quando o consumidor chega à gôndola, a bandeja está lá. A compra é feita no escuro.
Gato por lebre...
E no que diz respeito à economia popular, essa conta é mais simples, porém, não menos perniciosa. Se a embalagem está na gôndola, com rótulo e prazo de validade, a questão é saber que tipo de produto está sendo adquirido. Em muitos casos, apenas diz que é “carne de primeira” ou “carne de segunda”. Não traz, porém, qual é o corte moído. Ou se é uma mistura de tudo. É coxão-duro por patinho.
E pode demorar
Se por acaso a lei for sancionada, é evidente que a população terá que perder um pouco mais de tempo nas filas dos açougues, mas pelo menos poderá escolher o que vai levar para casa. Troca justa.
História antiga
A questão da higiene com produtos processados, em especial as carnes, é muito antiga. Ainda no início do Século XX, o jornalista Upton Sinclair, em seu livro “The Jungle” (“A Selva”), mostrava as péssimas condições de trabalho, e principalmente higiene, nos frigoríficos de Chicago. Em 2001, outro jornalista, também americano, Eric Schlosser, vai pelo mesmo caminho com seu livro “País Fast Food”, numa abordagem realista e não menos dura que Sinclair sobre o que está por trás das tradicionais redes de alimentação.
E está no forno
Já é possível sentir no ar um cheirinho leve, mas presente, de mozarela derretida com orégano no forno à lenha. Ao que tudo indica, a CPI da Dengue, que está apurando alguns contratos um tanto quanto pulverizados, parece já ter caminho certo: comemoração em uma pizzaria. A mesa, composta praticamente por governista, à exceção de José Roberto Bernardo, o Zé da Mix (PSD), rejeitou nova prorrogação e pedidos de acareação.
Outro relatório
Além de novas oitivas, por todas as contradições apresentadas nos depoimentos até aqui colhidos, o que seria possível, Zé da Mix pediu nova acareação entre alguns dos envolvidos, entre eles o ex-secretário de Saúde, que voltou à Câmara, Raul Nilsen Filho. Elementos e provas para isso havia. O oposicionista deve apresentar relatório apartado.
Pergunta rápida
Será que a velha e saborosa pizza está de volta à Câmara Municipal de Limeira?
Dor de cabeça...
...ou mais um capítulo de uma história mal contada? Assim é que é. A eleição municipal em Limeira foi em outubro de 2012. Teve um vencedor. O perdedor, porém, que nem a elegância de reconhecer o resultado das urnas teve, num primeiro momento, foi aos tribunais tentar reverter no chamado “tapetão”. Entre idas e vindas, vitórias e derrotas, a ação volta a Limeira para novas provas e depoimentos contra o eleito Paulo Hadich (PSB). O recomeço dessa história pode dar mais dor de cabeça ainda a Hadich. Se o novo capítulo pode beneficiar Lusenrique Quintal, o derrotado, é difícil prever. A novela vai continuar.
Nota curtíssima
A excelência da administração pública está em promover o bem comum. Sem locupletação.
Veneno é veneno
Quando estourou o escândalo do mensalão do PT, em 2005, véspera de ano eleitoral, PSDB e DEM foram cozinhando as denúncias até 2006, dizendo que fariam o presidente Lula sangrar até a última gota. Agora, 2013, véspera de ano eleitoral novamente, descobre-se o propinoduto dos trilhos do PSDB. Investigação evoluindo, o CADE anuncia que deixa para 2014 o processo contra as empresas do cartel. Lula não sangrou. E o PSDB, vai sangrar?
Frase da semana
"Enquanto a Black Friday nos Estados Unidos é um dia de negócios, no Brasil ele é conhecido como o dia da fraude". Da revista norte-americana Forbes, sobre as vendas brasileiras. Na sexta-feira, 29, no UOL Economia.
domingo, 1 de dezembro de 2013
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