A maioria dos políticos, os que têm cargos eletivos, caminham sempre na direção das grandes causas, mas não acertam sequer o caminho da própria casa. Essa metáfora ilustra bem muitas administrações públicas, que vivem correndo atrás de investimentos vultosos que lhes possam render popularidade, enquanto o básico vai sendo deixado de lado, porém, não menos visível, e compromete estratégias claras e objetivos declarados, para ganhar a aprovação da opinião pública e, dessa forma, concretizar um projeto político. A essência desse projeto, que deveria ser o bem-estar da população, fica apenas na vontade de perpetuação no poder. Apenas pelo poder.
Essa é uma afirmativa que revela uma Limeira desestruturada. E acaba por provocar, também, um isolamento da própria realidade municipal e, por que não dizer, da regional. Um contexto que se aplica muito bem aos atuais gestores, que infelizmente estão perdendo a oportunidade de mostrar – e provar – que o compromisso assumido perante os cidadãos era o da mudança, através de uma visão progressista e engajada, de um governo diferente de tudo o que havia passado por aqui até agora. Hoje o que se vê e ouve pela cidade é um forte sentimento de frustração, por que nada mudou e os mesmos problemas continuam na pauta da mídia. Situações antigas, que se tornaram presentes novamente, fazendo com que muitas pessoas comecem a demonstrar arrependimento e, nostálgicas, uma sensação de saudades de um passado recente, que já virou história e, por isso, não pode ser repetido. Que sirva, sim, de lição aos que vão chegando à idade da consciência, mas sem qualquer pedido de “bis”.
Os discursos são uma arma poderosa de dominação do eleitorado, mas que se não transformados em prática, são mais perigosos aos seus próprios autores, que no momento de prestar contas serão obrigados a conviver com um paradoxo clássico: o do comprometimento ter se transformado apenas em promessa. Só que o povo está cada vez mais cansado de promessas, que invariavelmente nunca são cumpridas. E está percebendo que tem nas mãos, também, o poder de mudar a situação sempre que for chamado a isso. Pode até parecer um pouco utópica a expressão desse tipo de pensamento, mas a lição, à qual me referi no parágrafo anterior, vai sendo ensinada diariamente, para quem quiser aprendê-la. Para não ganhar nota menor na prova final.
Se ainda há uma longa distância a ser percorrida até que o ideal – ou o mais próximo dele – seja alcançado, não dá mais para desacreditar nessa força transformadora, que é justamente a vontade popular. Concordem ou não, os teóricos de gabinetes e os muitos que já se acomodaram pelo status quo de algumas instituições em falência múltipla de órgãos.
Governar em castelos, cercado de escudeiros fiéis e amáveis – para não ser deselegante - é fácil. É preciso deixar o trono de lado e caminhar pelas ruas, ao lado dos súditos, para entender seus anseios e conhecer suas necessidades. É isso que hoje está em falta em Limeira.
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
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