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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um desafio à mediocridade. Quem vencerá?

Há um certo cansaço e uma mesmice imensurável na elaboração de retrospectivas, tão comuns nesse período do ano. Melhor, nessas poucas horas que separam o ano que se finda daquele que virá. Para nós, que trabalhamos a –e com a - informação durante todo esse período, seria fácil juntar datas e acontecimentos e discorrer sobre eles, analisando-os um a um ou, então, o conjunto da obra, que mostra o resultado de uma sinfonia inacabada, esperando pela próxima nota na partitura. Essa melodia, composição harmoniosa de sons, infelizmente, não chegou aos ouvidos dos limeirenses. Do início ao fim, entre janeiro e dezembro deste 2013, que agoniza minuto a minuto, esperando apenas o andar dos ponteiros do relógio, não sobrou muito tempo para aplausos e nem se espera um pedido de “bis” para 2014.
É nem é preciso de provas ou argumentos para chegar a essa conclusão, que não é apenas minha, mas do conjunto da obra de um governo inerte, a que todos tiveram acesso, no mais frustrante de todos os anos políticos de que se tem conhecimento – pelo menos no espaço temporal deste analista – na história de Limeira. E tudo o que era para vir à luz da transformação, trazendo oxigenação a um sistema ultrapassado e conservador, por que não dizer viciado, de governar, foi sendo ofuscado com o passar dos dias e dos meses, com os mesmos pecados de sempre, revelando uma inoperância assustadora da máquina e dos agentes públicos, que com ela se envolveram. Que dela tomaram conta. Impossível, portanto, fazer uma retrospectiva de um ano que não existiu.
Além disso, não houve o contraponto que deveria vir da oposição como um todo. E neste caso não falo apenas daqueles que ocupam cargos eletivos. Mais preocupada com picuinhas, que tiveram seu ápice nas críticas a uma árvore de Natal de gosto duvidoso, não houve embate sobre os rumos da administração pública. Propostas claras e objetivas, que merecessem discussão mais séria. Não saiu do âmbito das redes sociais e com exagero em ataques e ofensas pessoais, impossível de se levar a sério, pelo ódio que exalavam. E sem um debate consensual, que reunisse os homens de frente - e também os teóricos - dos bastidores partidários. O que viu até aqui, e por isso não incomodou a situação, foi a manifestação de antigos detentores do poder, que passaram pelos dois “palácios”, tiveram a oportunidade da transformação nas mãos, mas preferiram se calar ou defender o que hoje também é defendido, com unhas e dentes, pelo atual staff governista. Ou seja, tudo do mesmo. Nada pior que isso para essa estagnação que tomou conta do Município, sem perspectivas de algo diferente para 2014.
Já que não houve retrospectiva, porque nada de fato mudou, tudo agora fica por conta do sentimento de esperança – e ele novamente – que embala o sono e revela os sonhos de todos os limeirenses. A questão é que nunca houve tantos pontos de interrogação dispersos pelos pensamentos da população, como agora. Uma onda negativa, que os senhores do Edifício Prada e do Palácio Tatuiby têm obrigação de captar e transformar em energia positiva. Tempo para isso existe e de sobra. Resta saber se haverá vontade política para tanto. Que 2014 também não mate a esperança, sepultada em 2013. Há, sim, uma ressurreição possível. Feliz ano-novo.    

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