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domingo, 5 de janeiro de 2014

Um ponto de luz no escuro túnel Limeira

Reconhecer falhas ou dificuldades é o primeiro passo para acertar no que se errou, e dar sequência ao que aconteceu de positivo. Se prevalecer essa teoria, Limeira deverá ter um ano melhor agora, em 2014. A entrevista concedida pelo prefeito Paulo Hadich (PSB), à jornalista Renata Reis, desta Gazeta, publicada no primeiro dia deste ano novo, pode ser uma referência importante na condução político-administrativa do Município. E confirma muito do que escrevi ao longo de 2013 sobre as ações – ou a falta delas – da nova administração municipal, que entra em seu segundo ano e precisa dar, de maneira definitiva, uma resposta à sociedade. Se Hadich de fato colocar em prática tudo o que falou na entrevista, que foi um balanço do primeiro ano de seu mandato, bom para ele e melhor ainda para a cidade. Suas respostas tiveram dois focos distintos, o da gestão pública, em si, e o político. Da gestão pública, ele deu algumas respostas interessantes sobre os projetos a serem desenvolvidos. Quanto à questão política, não foi muito diferente daquilo que todos costumam responder.

Sem lua de mel

Uma das afirmações de Hadich me chamou a atenção: a de que, para ele, não houve o ano de “lua de mel”, como costuma acontecer em início de novos mandatos. E ele tem razão nisso. Desde o início ele foi bastante castigado por seus adversários, que se mobilizaram de forma organizada, via redes sociais. Se na Câmara ele não teve nenhuma dificuldade, fora dela não escapou das críticas da oposição.

Foco ideológico
Na realidade, e se for levada em conta a tradição conservadora do limeirense, é possível identificar que houve a construção, mais de uma crítica ideológica do que propriamente voltada às reais necessidades do Município. A aliança com o PT, mesmo não impedindo sua eleição – com um vice-prefeito petista – não foi digerida por uma parcela bastante sólida do antipetismo. O resultado não poderia ter sido outro.

Tempo a favor
Tudo isso, entretanto, não justifica a paralisia do governo frente aos muitos problemas municipais, por conta e ordem da herança deixada pelo governo anterior, que não deve ter sido das mais interessantes, mas contornável. Mesmo que faça um governo exemplar, a oposição não vai parar. Uma guerra que faz parte do jogo político e, como ele mesmo disse, é preciso enfrentar. De preferência, com respostas práticas.

Muito positivo

O mais importante de tudo isso, entretanto, foi a disposição de o prefeito Hadich ter se aberto à imprensa para esse balanço. Se isso significar transparência, então 2014 tem tudo para ser “o ano”.

E foi no ponto

Foi muito feliz – no sentido de dar ênfase à informação - a manchete da Gazeta de Limeira de sexta-feira, 3; “Ano novo, velho problema: dano e prejuízo com chuva”. A matéria, de uma página inteira, da jornalista Daíza Lacerda – com a parceria de leitores, que enviaram fotos à Redação - mostrou uma situação que se repete a cada ano, durante a temporada dos temporais. Passa ano, entra ano, o cenário é sempre o mesmo. Ruas alagadas, pessoas ilhadas, casas invadidas e muita destruição por toda a cidade. Sem uma saída adequada ou infraestrutura que garanta o escoamento das águas, o resultado é bastante conhecido dos limeirenses e, principalmente, dos administradores públicos.

Não é de um só
E esse tipo de problema não é de responsabilidade de um só. Desse ou daquele prefeito e, por isso, a crítica precisa ser bem pensada. Creditar os estragos sempre à administração em curso é de uma imbecilidade sem tamanho. É preciso lembrar daqueles administradores que vieram lá atrás e nada fizeram para melhorar, um pouco que seja, essa infraestrutura contra as águas de janeiro. Ou de qualquer outro mês.

Vi tudo de perto
Minha militância na imprensa limeirense vem desde 1980. Daquele período até agora, muita promessa e pouquíssimas obras. De Memau a Zovico, passando por Jurandyr Paixão, Paulo D’Andréa – de qual governo fiz parte – Pedrinho Kühl, Pejon e Félix, os discursos foram se repetindo e a chuva, evidentemente, não parou. E não adianta tentar se justificar. As provas são visíveis. Todos têm sua parcela de culpa.

Pergunta rápida
O que será mais fácil, o Brasil ganhar a Copa ou Dilma se reeleger?

Ano de pouca ...
... folga. Pois é, em 2014, apesar de o excesso de dias parados continuar, não dará muito descanso a quem gosta de um bom feriado. Dos 14 existentes (sendo dois municipais), o único prolongado será o da Semana Santa, que emendará a Sexta, 18, à segunda-feira, 21, dia de Tiradentes. Outros, como dia 7 de setembro, 12 de outubro, 2 e 15 de novembro, cairão no sábado ou domingo. Os demais quarta ou quinta-feira. O carnaval, apesar de ser – mas não ser oficial – para alguns até é possível emendar. Os jogos da Copa do Mundo não deverão proporcionar períodos extras de folga, a não ser por vontade do próprio segmento produtivo. E as eleições são sempre aos domingos.

Nota curtíssima
Que em 2014 os puxa-saquistas juramentados deixem o bonde andar...

Diferença? Não.
Para quem gosta de criticar o fisiologismo dos outros, nada como um dia após o outro. No desespero, o PSDB tenta de tudo para ganhar aliados e, pasmem, alia-se até ao inimigo. Na sexta-feira, 3, o governador Eduardo Campos (PSB), candidatíssimo à Presidência da República, anunciou a troca de secretários, com alguns tucanos compondo o primeiro escalão. No banco da frente, o deputado Sérgio Guerra, ex-presidente da sigla de Aécio Neves, também candidatíssimo ao Planalto. Uma pergunta: quem vai abrir mão e do quê?

Frase da semana
"Estragou tudo e ficou muita lama para lavar". Da dona de casa Nilva Silva Chaves, que teve sua casa tomada pela água, no primeiro dia do ano, após a forte chuva da tarde. Sexta-feira, 3. Na Gazeta de Limeira.

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