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domingo, 29 de setembro de 2013

Devagar com o andor. Ou o carro adiante dos bois

O santo pode ser de barro e não é o carro que puxa os bois. Mesmo assim, tem muitos que ainda insistem em seguir esses dois adágios, que estão no título do texto. Esse comentário tem um fundamento simples e objetivo para explicar uma situação política, protagonizada pelos vereadores na última segunda-feira, na Sessão Ordinária da Câmara Municipal. A derrubada do veto total do prefeito Paulo Hadich (PSB) à Lei do boleto em braile, de autoria do vereador Jorge de Freitas (PPL). Talvez em outro cenário, eu até que compactuaria com a euforia de setores da oposição, que se expressaram maciçamente via redes sociais com a primeira “derrota” do prefeito no seu reduto quase que absoluto. Não fosse pela defesa acalorada do presidente da Casa, Ronei Martins, o líder do prefeito, Wilson Nunes Cerqueira e até mesmo de Aloízio Andrade - todos eles do PT e da bancada situacionista - à derrubada do veto, teria sido, com certeza, uma primeira derrota de Hadich na “sua” Câmara. Isso, entretanto, remete-nos a um bastante provável acordo de cavalheiros - prefeito e vereadores. Uma “encenação” honrosa ao veto.

Faltou explicação
Não erraram os nossos legisladores municipais, ao derrubar o veto a um projeto de alcance inclusivo, que nem eu mesmo entendi e pelo próprio parecer do Jurídico da Câmara, favorável à lei. Mesmo porque operadoras de telefonia celular, alcançadas por ela (como a Vivo, por exemplo) já oferecem o serviço, que pode ser constatado numa rápida navegação por seu site. Veto desnecessário. 

E... foi derrubado
Está certo que um grupo de portadores de deficiência visual compareceu à Câmara para exercer a devida pressão, porém, não entendo que seria suficiente para uma mudança de postura, principalmente dos vereadores situacionais, caso houvesse determinação à manutenção do veto. Por isso, chego à conclusão desse raciocínio sobre um acordo, talvez para corrigir um erro de origem

Sem festa e rojões
Por isso, entendo também, que a oposição não deve comemorar muito essa primeira “derrota” de Hadich na Câmara. Não tem cheiro e nem gosto de derrota. Será preciso muito mais que os discursos e a votação final para me convencer de que não houve uma conversa amigável para encaminhar o resultado. Em resumo, além de garantir a inclusão, jogaram responsabilidade de tentar barrar essa obrigatoriedade às operadoras dos serviços públicos.  

Ainda na Câmara
A situação da Escola Major José Levy Sobrinho, mostrada pela Gazeta de Limeira na última terça-feira é uma afronta à dignidade. E uma oportunidade para que os vereadores investiguem o que está acontecendo.

Foto significativa
A imagem do vice-prefeito de Limeira, Antônio Carlos Lima (PT), ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em Araras, na última quarta-feira é surreal. Alckmin segura um documento da Prefeitura de Limeira entregue por Lima. Provavelmente mais um pedido – dos tantos já feitos – para uma unidade do Poupatempo para Limeira. O sorriso de Mona Lisa do governador diz tudo. Em tempo: ele veio assinar a instalação de mais um Poupatempo. Em Araras. E outro, em Mogi Guaçu. Talvez em 2050 venha um para cá.

Alugam-se. Preços...
...módicos. Mais duas novas siglas vêm se juntar às outras 30 existentes e, oficialmente, já contamos 32 partidos aptos às eleições a partir de agora. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) homologou o Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (ex-PDT) e o Partido Republicando da Ordem Social (PROS), de Eurípedes (muito prazer em conhecê-lo) Júnior. Ainda falta o partido Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. Então serão 33.

Um novo cenário?
Em termos de política partidária, não vejo nenhuma novidade nos partidos recém-chegados. Integrarão, com certeza, como já estão fazendo, a rede de comércio tão conhecida de todos nós. Principalmente às vésperas de eleições. Devem atrair figuras conhecidas, como Ciro e Cid Gomes, que se mostraram inclinados ao PROS, após deixarem o PSB, e nada mais. Se eles terão força eleitoral, é preciso esperar a campanha de 2014. Terão, sim, seus compradores.

Na fila de espera
O Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, é o último entre os novatos, que ainda não conseguiu o sinal verde do TSE. As assinaturas estão sendo conferidas, por suspeita de falsificações. E o engraçado nesse processo, dos três partidos, é o único com viés ideológico. Marina tem cacife político e um crédito de mais de 19 milhões de votos.

Pergunta rápida
Silvio Félix, prefeito cassado de Limeira, embarca na canoa de Paulinho da Força?

Só ½ ambiente...
Na sexta-feira pela manhã, ao trocar a pilha de um relógio de parede, deparei-me com uma situação constrangedora. Quase dois quilos – ou mais – de pilhas (grandes, médias, pequenas, baterias de telefone sem fio...) acumulados e acondicionados em saco plástico bem fechado. Onde dispor, para coleta e reciclagem, esse lixo danoso ao meio ambiente? Limeira não dispõe – pelo menos não conheço e se tiver não tem nenhuma divulgação – de um ponto público de coleta para esse tipo de resíduo. Vai para o lixo orgânico e, de lá, para o aterro sanitário. É assim que funciona por aqui. Preocupação ambiental zero. Isso porque nós temos uma Secretaria de Meio Ambiente. E isso vem de longe. Lá de trás.

Nota curtíssima
A falta de educação ambiental leva à degradação dos recursos naturais. Mas isso não é importante.

O fim da história

Felizmente o problema foi resolvido. Minha mulher pegou o pacote de pilhas e o levou à empresa onde ela trabalha, que dispõe de um “papa-pilhas”, material esse que vai para reciclagem no município de Paulínia. Enquanto isso o aterro sanitário de Limeira vai sobrevivendo de prorrogação em prorrogação de licenças. Solução simples e prática para um grave problema, que de simples não tem nada. Se alguém quiser explicar...

Frase da semana

“Lula volta 20 vezes”. Do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, sobre a possibilidade de retorno do ex-presidente ao cenário político. Sexta-feira, 27, na Folha de S. Paulo.

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