... não bastam uma vírgula, meia palavra ou uma frase completa. É preciso uma explicação convincente, para que não sobrem dúvidas ou arestas a serem aparadas. Enquanto for necessário o uso das páginas de jornais e microfones de rádios e TVs, da mídia de uma maneira geral, para alertar a Prefeitura e o prefeito Paulo Hadich (PSB) e seus aliados à percepção lógica dos problemas da cidade - e que não são poucos - assim será feito. Em que pese o desagrado daqueles que preferem a bajulação à realidade, essa é a função social da imprensa. Que, diga-se, vem sendo cumprida muito bem pelos profissionais que nela militam e - diferentemente do que se tenta fazer parecer - não são nefastos ou jabazeiros. Como toda profissão tem seus desvios, que são facilmente identificáveis.
Para quem já esteve dos dois lados, como eu, não é difícil entender o desconforto de criticados e a euforia de quem critica. Quando estive à frente da Secretaria de Imprensa da Prefeitura, na última gestão de Paulo D'Andréa, entre os anos de 1989 e 1992 - e que me custou anos para desvincular a imagem do assessor à do profissonal - lidei muito com isso. Procurei, sempre, não desmerecer as opiniões emitidas através dos meios de comunicação e, na maioria das vezes, tentava até mesmo me antecipar a elas, expondo publicamente qualquer situação, fosse ela administrativa ou política, que seria notícia no dia seguinte. Pois é na prática responsável da informação objetiva que jornalistas e analistas devem concentrar o foco de suas ações, uma vez que nada mais são do que a extensão das necessidades da população, que ao se cansar da busca através de uma saída por via institucional - sem obter retorno ou a resposta adequada ou esperada - procura as redações para seu desabafo, que invariavelmente será checado e, caso se confirme, se transformará em notícia.
O jornalista, nesse caso, passa a ser o porta-voz dessa população. E de sua indignação. Muitos casos são resolvidos dessa forma; outros nem assim viram pauta dos administradores públicos, que muitas vezes preferem desconstruir a informação, utilizando-se de um velho e conhecido (e de uso frequente por todas as colorações partidárias) método: o de tentar se transformar em vítima de perseguição política e alvo de uma suposta conspiração. Basta fazer um retrospecto que os exemplos são bastante claros e estão à disposição de quem quiser entender a apatia administrativa, quando ela é percebida.
A resposta que o povo espera não é essa. O cidadão contribuinte - o eleitor - quer ter suas necessidades básicas atendidas pela eficiência de um poder público engajado, e não pela arrogância política. E é para isso que jornalistas se colocam nessa trincheira. Não como salvadores da pátria, e nem donos da verdade. Ninguém o é. Mas como portadores das expectativas de um povo cada vez mais sofrido e desassistido por quem deveria, de fato, estar na linha de frente da preocupação com o bem-estar da sociedade. Se não há transparência nas ações, as informações se tornam fragmentadas e, consequentemente, não chegarão a nenhum entendedor.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
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