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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Os críticos, os criticados e a mesmice

Limeira está prestes a entrar no mês de seu 187º aniversário de fundação e nunca viveu - pelo menos que se tenha conhecimento - um clima tão tenso em início de uma nova administração pública. Se é que se pode chamar todo esse período, de janeiro até aqui, de início. Enfim, não completou seu primeiro ano, porém, com agosto indo embora e setembro chegando, ninguém consegue vislumbrar um horizonte, que aponte na direção das mudanças político-administrativas tão amplamente alardeadas, como mote da campanha eleitoral da coligação PSB-PT, que hoje ocupa o principal gabinete no Edifíco Prada.
E não é a imprensa - que de nefasta não tem nada - nem a oposição que conspiram contra a situação. Contra o establishment, como se costuma dizer em política. Mesmo porque essa oposição se resume hoje em votar "não" nas sessões da Câmara Municipal ou a se utilizar das redes sociais para demonstrar seu descontentamento, que traz embutido também o ressentimento dos derrotados, já que suas lideranças pouco se apresentam para tratar das questões que envolvem a política e a administração municipal. E os que se apresentam publicamente são algumas figurinhas carimbadas, que tiveram - e estiveram lá - a oportunidade de fazer e também nada fizeram, mas que agora criticam, ignorando a própria herança que deixaram.
O grande problema que se vê neste momento, é que os críticos de outrora, que agora estão no poder, fazem tudo aquilo que combateram e tanto criticaram, deixando a prática de lado. Esqueceram-se de que apresentaram uma proposta embasada em projetos de transformações sociais, políticas e econômicas, que neste momento deveriam livrar o Município do vício de velhas administrações e não os repetindo. Com todos seus pontos e vírgulas.
E muito menos é a imprensa quem trama contra o progresso do Município e os políticos que o administram, porque em si e pela sua função, ela se transformou no reflexo das inquietações da sociedade. E a lógica desse raciocínio está justamente nas páginas do jornais, nos telejornais ou nos microfones das emissoras de rádio, quando a população reclama dos serviços públicos prestados, com baixa ou sem qualidade nenhuma; da falta de medicamentos básicos na rede municipal de saúde ou na descontinuidade de obras importantes e mesmo no trato com a aparência da cidade, quando se noticia falta de sinalização nas ruas, semáforos que não funcionam como deveriam, praças malcuidadas, além de verdadeiros elefantes brancos, que ninguém sabe qual será o destino que lhes será dado, mesmo tendo contribuído com a sangria dos cofres públicos, que pagaram e continuam pagando essa conta.
Nesse sentido, o compromisso do analista, do jornalista que diariamente corre atrás da notícia, é mostrar que a realidade é muito diferente das teorias dos gabinetes, que se não se transformarem em práticas eficazes, leva ao perigo de fazer com que comece a brotar um sentimento de saudade de uma época recente, que está registrada na história, mas precisa ser apagada da memória de todos nós.

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