Para quem pensa que o assunto "marco regulatório da mídia", anda esquecido ou foi deixado de lado, é bom estar atento e ficar com os olhos, ouvidos e boca bem abertos. Os olhos, para ver de perto quem são seus simpatizantes e defensores; os ouvidos para que nenhum barulho possa tirar a atenção do tema e, a boca, para que possa gritar contra qualquer tentativa de obstrução legal à imprensa e denunciar os que assim agem, sempre com a desculpa de qualificar a informação, antes de repassá-la.
Que há abuso e manipulação por parte da mídia, na forma como fazem chegar essa informação à opinião pública ninguém mais duvida. Principalmente por parte das grandes corporações que produzem comunicação de massa e não sentem o mínimo constragimento ao abordar qualquer tipo assunto, prestigiando uma determinada linha do pensamento em detrimento de outra. Uma atitude que vai no caminho oposto ao princípio básico do direito à liberdade de expressão do pensamento. Interesses políticos e financeiros são, hoje, o grosso da preocupação desse segmento.
O que não se pode, entretanto, a pretexto de garantir maior acesso da população às mais variadas formas de informação, é a busca de uma censura camuflada como solução à prática da manipulação, que existe hoje por trás de cada notícia. Do conteúdo de cada mensagem divulgada pelas emissoras de rádio, TV, jornais e revistas. Sem esquecer da internet, que hoje faz circular um grande volume de dados, com a ascensão das redes sociais, que já caiu no gosto popular e vêm se transformando em importante fonte formadora de opinião.
Não há como garantir que por trás dessa proposta de regulação não esteja embutido também o interesse em controlar a produção de notícias, formal e oficialmente, em benefício de um único grupo; ou grupos, que gravitam em torno do poder constituído. Há uma simpatia muito grande - quase uma obsessão mesmo - por parte de setores petistas, em especial àqueles ligados ao ex-cacique político José Dirceu (que de "ex" não tem nada), em ver esse "marco regulatório" aprovado. Dirceu está ainda mais atuante de quando participava diretamente do governo. E o que é preocupante, sem ficar em evidência e, portanto, com liberdade para usar toda a sua influência e assim atingir seus objetivos, que ainda são os mesmos de quando era ministro do ex-presidente Lula.
Direita, esquerda, centro, ou qualquer outra configuração política não passam, hoje, de rótulos velhos, mas ainda com seguidores leais e defensores de carteirinha, que entendem ser o controle da informação uma ferramenta à anulação de seus adversários e garantia de um governo hegemônico, quando na verdade a melhor forma de reconhecer o "inimigo" é conhecendo sua estratégia. Seu pensamento. E para que isso ocorra, é preciso deixar que cada um se expresse à sua maneira. A decisão fica por conta do cidadão. É a essência da democracia, que não deve permitir o retorno a um passado não muito distante e de triste memória. O melhor exemplo de como é danosa a informação seletiva, em que o contraditório pode acabar em sequestro, tortura e mortes.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
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